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automação do exame de urina rotina

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Figura 1A: Ilustração do citograma de bactérias do UF – 1000i Figura 1B: Citograma de um resultado da contagem de bactérias pelo 
analisador UF – 1000i
B_FSC: volume das bactérias determinado pela dispersão frontal do laser; B_FLH: 
fluorescência das bactérias de acordo com conteúdo de DNA; Debris: restos de células; 
BACT: população de bactérias.
B_FSC: volume das bactérias determinado pela dispersão frontal do laser; B_FLH: 
fluorescência das bactérias de acordo com conteúdo de DNA.
AUTOMAÇÃO DO EXAME DE URINA ROTINA:
OTIMIZAÇÃO DA PRECISÃO E DO TEMPO DE ANÁLISE
Introdução
A análise microscópica do sedimento urinário (sedimentoscopia) é um 
exame complementar fundamental para a avaliação diagnóstica, 
prognóstica e o seguimento dos pacientes com doenças renais e do trato 
urinário. Entretanto, a sedimentoscopia é um procedimento laboratorial 
de execução manual, demorada e de difícil padronização. O exame 
também sofre influência de vários fatores pré-analíticos e analíticos, tais 
como perda de elementos celulares e figurados durante a centrifugação 
da amostra e subjetividade de análise entre observadores, podendo levar 
a resultados imprecisos e perda de acurácia do método.
Com o objetivo de automatizar a análise microscópica de urina, na 
década de 1990 surgiram alguns equipamentos baseados na análise de 
imagens e na citometria de fluxo. Atualmente, vários laboratórios clínicos 
de médio e grande porte utilizam a automação em urinálise.
 Metodologias
O SYSMEX UF-1000i (Kobe, Japão) é um equipamento que realiza a 
análise da urina por citometria de fluxo fluorescente, com uso de um 
marcador (polimetina) de DNA / RNA e luz laser. Esse equipamento é um 
analisador de urina totalmente automatizado, que homogeneíza e aspira a 
amostra (sem centrifugação prévia), possibilitando, com o uso do 
marcador, avaliar o núcleo (DNA) e citoplasma (RNA) das células e 
bactérias na urina nativa. Para garantir uma melhor sensibilidade e 
precisão, as bactérias são marcadas pelo material genético e contadas em 
um canal exclusivo no UF-1000i (figuras 1A e 1B). Em conjunto com a 
citometria de fluxo fluorescente, outros métodos são aplicados para avaliar 
o volume (impedância e dispersão frontal do laser) e o conteúdo 
(dispersão lateral do laser) dos elementos presentes na urina, o que 
permite diferenciar células, bactérias, leveduras e cilindros.
oletim TécnicoB
Nesta edição: 
Automação do Exame de Urina Rotina
ano 1 | número 2 | julho 2009
RT: Ariovaldo Mendonça - CRMMG 33477 
Jornalista Responsável: Juliana Horta Soares (MTB 09845 JP) Fotografia e Diagramação: Samuel Gê Impressão: Parque Gráfico IHP Tiragem: 7 mil
 
 
Instituto Hermes Pardini Ltda. | www.hermespardini.com.br | atendimento@labhpardini.com.br
Central de Relacionamento com o Cliente
(31) 3228 6200 | (31) 2121 6200
Presidente Executivo: Vitor Sérgio Couto dos Santos Diretor de Medicina Diagnóstica: Roberto Santoro Meirelles Editores Médicos: Betânia Moura | Flávia Pieroni | William Pedrosa 
Área sob a curva: 0.972 (quanto mais próximo de 1.0, melhor é o método); 
sensitivity: sensibilidade; 1 - specificity: especificidade
Figura 2: Curva ROC da contagem de bactérias obtida com 
dados da validação do UF – 1000i no Instituto Hermes Pardini
O método utilizado, habitualmente, no diagnóstico de infecção do trato 
urinário é a urocultura. Cerca de 75% das culturas de urina, em pacientes 
ambulatoriais, são negativas. Geralmente, os resultados da urocultura 
são liberados somente após 48 horas de incubação nos meios de cultura 
convencionais. O UF-1000i é capaz de detectar com confiança bactérias 
presentes na urina em concentrações clinicamente importantes, que 
3 5variam desde 10 /mL até 10 /mL. Além disso, a detecção simultânea de 
leucócitos e leveduras permite que o médico seja imediatamente 
informado sobre a presença desses indicadores de possível infecção do 
trato urinário. Por outro lado, a rápida liberação de resultados negativos 
pode contribuir para evitar antibioticoterapia desnecessária, dessa forma 
reduzindo custos e evitando o desenvolvimento de resistência bacteriana.
Características
O analisador Sysmex UF-1000i (distribuído no Brasil pela Roche 
Diagnóstica) apresenta sensibilidade analítica e valor preditivo negativo 
elevados, o que o torna ideal como procedimento de triagem, em que a 
máxima sensibilidade é necessária para diagnosticar amostras anormais. 
Amostras sem alterações são liberadas automaticamente pelo aparelho. 
Amostras com anormalidades são sinalizadas pelo equipamento com a 
emissão de um alerta (flag) e a indicação da possível anormalidade 
encontrada (cristal, cilindro, hemácia, fungo, espermatozóide, bactéria, 
leucócito, célula epitelial), para a realização posterior da análise 
microscópica manual do sedimento urinário. 
Foram realizadas, concomitantemente, a análise e a urocultura de 999 
amostras de urina, nos setores de Urinálise e Microbiologia do IHP. Dessa 
forma, estabeleceram-se valores de corte para bacteriúria e valores de 
referência para contagem de eritrócitos, piócitos, células epiteliais e 
cilindros para o UF-1000i. 
Para análise da probabilidade condicional foi utilizado o Screening Test 
(Crivo). Os valores de corte (cut-off) foram determinados pela curva ROC. 
Para as análise de correlação foi aplicado o teste de Sperman. Todos os 
cálculos estatísticos foram realizados pelo sistema de análise estatística 
(SPSS) aplicado ao Windows versão 9.0 (SPSS, USA). 
Os valores de corte encontrados para bacteriúria apresentam 
sensibilidade de 98,3%, especificidade de 72,5% e valor preditivo negativo 
de 99,04% para infecção do trato urinário (Figura 2). Amostras com 
contagem de bactérias abaixo do valor de corte são consideradas 
negativas para bacteriúria e o resultado do exame é imediatamente 
liberado. Amostras com contagem de bactérias acima do valor de corte são 
consideradas positivas para bacteriúria, e são encaminhadas para 
realização de microscopia ao Gram e urocultura convencional. É 
importante salientar que pacientes hospitalizados, gestantes, pacientes 
em uso de sonda vesical, em uso de antibiótico, ou com idade inferior a 5 
anos ou superior a 65 anos são considerados como grupo de exclusão, ou 
seja, realizam diretamente a microscopia ao Gram e urocultura 
convencional. A contagem de eritrócitos, piócitos, células epiteliais e 
cilindros apresentou excelente concordância com a sedimentoscopia, e os 
valores de referência estabelecidos apresentaram valor preditivo negativo 
de 100% para a presença de hematúria e piúria. 
Conclusão
Quando comparado à técnica manual de sedimentoscopia, o analisador 
Sysmex UF-1000i permite a otimização dos processos, por eliminar a 
etapa de centrifugação da urina e reduzir o tempo de análise, com melhora 
 1,2da precisão, reprodutibilidade e padronização dos resultados .
Juntamente com os resultados da análise físico-química da urina, o IHP 
criou e validou um algoritmo para a triagem de amostras de urina que 
necessitam de confirmação microscópica. Os benefícios desta abordagem 
são a otimização dos processos de triagem de sedimentoscopia, 
microscopia ao Gram e urocultura, melhorando o tempo de diagnóstico 
laboratorial das doenças do trato urinário, sem perda de sensibilidade e 
especificidade.
Antes da liberação final do resultado, os dados fornecidos pelo UF-1000i 
serão confrontados com os resultados da análise físico-química da urina, 
por meio de tiras reagentes analisadas automaticamente no analisador 
Urisys 2400 (Roche Diagnostics, Alemanha). Amostras com resultados 
incongruentes também serão submetidas à análise microscópica do 
sedimento.
Dr. Fabiano Brito 
Assessoria Científica
Assessoria Científica
Validação do Sysmex UF-1000i no InstitutoHermes Pardini
A análise automática de urina pelo SYSMEX UF-1000i foi submetida a 
validação no Instituto Hermes Pardini (IHP), com o objetivo de se avaliar a 
aplicabilidade das contagens automatizadas de bactérias, piócitos e 
eritrócitos, considerando-se os resultados da urocultura e microscopia 
como padrão ouro. No IHP, a microscopia do sedimento urinário é 
realizada de acordo com a padronização da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- Bottini PV, Garlipp CR. Urinálise: comparação entre microscopia óptica e citometria de
fluxo. J Bras Patol Med Lab 2006;42:157-162.
2- Ottiger C, Huber AR. Quantitative urine particle analysis: integrative approach for the
optimal combination of automation with UF-100 and microscopic review with KOVA cell
chamber. Clin Chem 2003;49:617-23. 
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