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Físico-Química I Profa. Dra. Carla Dalmolin Misturas Simples • Termodinâmica das Misturas • Propriedades das Soluções • Atividade Misturas Simples Misturas de substâncias que não reagem Modelo simples para posteriormente tratar das reações químicas Misturas binárias: 2 componentes (A e B) Pressão parcial Volume parcial Energia de Gibbs parcial 𝑥𝐴 = 𝑛𝐴 𝑛𝐴 + 𝑛𝐵 𝑥𝐵 = 𝑛𝐵 𝑛𝐴 + 𝑛𝐵 𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 = 1 Volume Parcial Molar Contribuição que um componente de uma mistura faz para o volume total da amostra + 1 mol de H2O (+18g de H2O = +18 mL de H2O) Ao adicionar 1 mol de água num béquer com água, o volume de líquido no béquer ganha 18 mLH2O + 1 mol de H2O Ao adicionar 1 mol de água num béquer com outro líquido, o volume final de líquido no béquer vai depender das interações entre a água e o outro líquido O volume parcial molar de uma substância A em uma mistura é a variação de volume da mistura por mol de A adicionado a um grande volume da mistura Varia com a composição da mistura Coeficiente angular da curva do volume total da mistura em função do número de mols de J, quando p, T e n’ são constantes Para uma substância J, numa determinada composição: Volume Parcial Molar 𝑉𝐽 = 𝜕𝑉 𝜕𝑛𝐽 𝑝,𝑇,𝑛´ Grandezas parciais molares variam com a composição 𝑉𝐽 > 0: a adição de J causou expansão do volume 𝑉𝐽 < 0: a adição de J causou contração do volume Energia de Gibbs Parcial Molar Para uma substância em uma mistura, o potencial químico é definido como a Energia de Gibbs Parcial Molar: 𝜇𝐽 = 𝜕𝐺 𝜕𝑛𝐽 𝑝,𝑇,𝑛′ Para uma substância pura: Para uma mistura binária simples: Para variações de composição, p e T: Se p e T permanecerem constantes: 𝐺 = 𝑛𝐽𝐺𝐽,𝑛 𝐺 = 𝑛𝐴𝜇𝐴 + 𝑛𝐵𝜇𝐵 𝑑𝐺 = 𝑉𝑑𝑝 − 𝑆𝑑𝑇 + 𝜇𝐴𝑑𝑛𝐴 + 𝜇𝐵𝑑𝑛𝐵 𝑑𝐺 = 𝜇𝐴𝑑𝑛𝐴 + 𝜇𝐵𝑑𝑛𝐵 Equação de Gibbs-Duhem: 𝐽 𝑛𝐽𝑑𝜇𝐽 = 0 O potencial químico de um componente em uma mistura não pode se alterar independentemente dos potenciais químicos dos outros componentes. Termodinâmica das Misturas Os sistemas tendem à menor energia de Gibbs A mistura espontânea de dois gases indica que o valor de G diminuiu Potencial químico dos gases puros: Substâncias separadas Mistura binária ∆𝐺 < 0 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝 𝑝0 𝜇𝐵 = 𝜇𝐵 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝 𝑝0 𝜇0: Potencial químico padrão (gás puro a 1 bar) 𝑝0: Pressão padrão = 1 bar Energia de Gibbs antes da mistura (𝐺𝑖): 𝐺𝑖 = 𝑛𝐴𝜇𝐴 + 𝑛𝐵𝜇𝐵 = 𝑛𝐴 𝜇𝐴0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝 + 𝑛𝐵 𝜇𝐵0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝 Energia de Gibbs após a mistura (𝐺𝑓): 𝐺𝑓 = 𝑛𝐴 𝜇𝐴 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 + 𝑛𝐵 𝜇𝐴 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐵 𝐺𝑓 − 𝐺𝑖 = ∆𝑚𝑖𝑠𝐺 = 𝑛𝐴𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 𝑝 + 𝑛𝐵𝑅𝑇 ln 𝑝𝐵 𝑝 Funções Termodinâmicas de Misturas Sabendo que: Pressão parcial de um gás: 𝑝𝐽 = 𝑥𝐽𝑝 Fração molar: 𝑛𝐽 = 𝑥𝐽𝑛 Como 𝑥𝐽 < 1; ln 𝑥𝐽 < 0 𝑒 ∆𝑚𝑖𝑠𝐺 < 0 Entropia: ∆𝑚𝑖𝑠𝑆 = − 𝜕𝐺 𝜕𝑇 𝑝,𝑛𝐴,𝑛𝐵 = −𝑛𝑅 𝑥𝐴 ln 𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 ln 𝑥𝐵 Como ln 𝑥𝐽 < 0; ∆𝑚𝑖𝑠𝑆 > 0: a entropia aumenta ao misturar dois gases Entalpia: ∆𝑚𝑖𝑠𝐻 = ∆𝑚𝑖𝑠𝐺 + 𝑇∆𝑚𝑖𝑠𝑆 = 0 A entalpia de mistura de dois gases é nula: não há interação entre as moléculas A mistura é espontânea devido o aumento da entropia ∆𝑚𝑖𝑠𝐺 = 𝑛𝑅𝑇 𝑥𝐴 ln 𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 ln 𝑥𝐵 𝑛 é o número de mols total da mistura Cálculo da Energia de Gibbs de Mistura de Dois Gases Um recipiente está dividido em dois compartimentos iguais. Um deles tem 3 mol de H2 e o outro tem 1 mol de N2, ambos a 25 oC. Calcule a energia de Gibbs de mistura (∆𝑚𝑖𝑠𝐺) quando os dois gases são misturados. Admita que o comportamento destes gases é o de gases perfeitos 1) Para calcular a energia de Gibbs antes e após a mistura é necessário conhecer a pressão dos gases antes da mistura e a pressão parcial de cada gás na mistura: Se: 𝑛𝐻2 = 3𝑛𝑁2 3 mol de H2 1 mol de N2 3 mol de H2 + 1 mol de N2 𝑝𝐻2 = 3𝑝𝑁2 Fazendo: 𝑝𝑁2 = 𝑝 𝑝𝐻2 = 3𝑝 2) Sendo 𝑝 a pressão do N2 e 3𝑝 a pressão do H2, pode-se calcular a energia de Gibbs antes da mistura dos gases (𝐺𝑖) 𝐺𝑖 = 𝑛𝐻2 𝜇𝐻2 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐻2 + 𝑛𝑁2 𝜇𝑁2 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝑁2 𝐺𝑖 = 3𝑚𝑜𝑙 𝜇𝐻2 0 + 𝑅𝑇 ln 3𝑝 + (1𝑚𝑜𝑙)(𝜇𝑁2 0 + 𝑅𝑇 ln𝑝) 𝐺𝑖 = 𝜇𝐻2 + 𝜇𝑁2 Cálculo da Energia de Gibbs de Mistura de Dois Gases 3) Quando a partição é removida e ocorre a mistura, cada gás passa a ocupar o dobro do volume original, e a pressão parcial do N2 cai para 1 2 𝑝 e a do H2 cai para 3 2 𝑝. 4) E a energia de Gibbs final pode ser calculada como: 𝑝𝑖𝑉𝑖 = 𝑝𝑓𝑉𝑓; sendo que 𝑉𝑓 = 2𝑉𝑖 e 𝑝𝑖 = 𝑝 𝑝𝑉𝑖 = 𝑝𝑓(2𝑉𝑖) 𝑝 = 2𝑝𝑓 ou 𝑝𝑓 = 𝑝 2 𝐺𝑓 = 3𝑚𝑜𝑙 𝜇𝐻2 0 + 𝑅𝑇 ln 3 2 𝑝 + (1𝑚𝑜𝑙)(𝜇𝑁2 0 + 𝑅𝑇 ln 1 2 𝑝) 5) A Energia de Gibbs de Mistura (∆𝑚𝑖𝑠𝐺) é a diferença 𝐺𝑓 − 𝐺𝑖 ∆𝑚𝑖𝑠𝐺 = 3𝜇𝐻2 0 + 3𝑅𝑇 ln 3𝑝 + (𝜇𝑁2 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝) − 3𝜇𝐻2 0 + 3𝑅𝑇 ln 3 2 𝑝 + (𝜇𝑁2 0 + 𝑅𝑇 ln 1 2 𝑝) ∆𝑚𝑖𝑠𝐺 = 3𝑅𝑇 ln 3 2 𝑝 − ln 3𝑝 + 𝑅𝑇 ln 1 2 𝑝 − ln 𝑝 = 3𝑅𝑇 ln 1 2 + 𝑅𝑇 ln 1 2 = 4𝑅𝑇 ln 1 2 ∆𝑚𝑖𝑠𝐺 = −6,9 kJ 𝐺𝑓 = 𝜇𝐻2 + 𝜇𝑁2 O Potencial Químico de Líquidos Como a energia de Gibbs de um líquido varia com a composição? O potencial químico de um líquido em equilíbrio com o seu vapor deve ser igual ao potencial químico do vapor Para um líquido puro: 𝜇𝐴 ∗ 𝑙 = 𝜇𝐴 ∗ (𝑔) 𝜇𝐴 ∗ 𝑙 = 𝜇𝐴 ∗ (𝑔) = 𝜇𝐴 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 ∗ No estado padrão: 𝑝 = 1bar A(l) A(g) 𝜇𝐴 ∗ (𝑙) 𝜇𝐴 ∗ (𝑔) 𝑝 = 𝑝𝐴 ∗ O Potencial Químico de Misturas Líquidas Se outra substância estiver presente na fase líquida, o potencial químico de A no líquido é 𝜇𝐴 com pressão de vapor 𝑝𝐴 O vapor de A permanece em equilíbrio com o líquido A 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 Combinando as duas equações, tem-se que: 𝜇𝐴 0 = 𝜇𝐴 ∗ − 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 ∗ 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 ∗ − 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 A(g) + B(g) 𝜇𝐴(𝑙) 𝜇𝐴(𝑔, 𝑝𝐴) A(l) + B(l) 𝑝 = 𝑝𝐴 + 𝑝𝐵 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 𝑝𝐴 ∗ Soluções Ideais Misturas que seguem a Lei de Raoult em todo o seu intervalo de composição Misturas de componentes estruturalmente semelhantes Lei de Raoult Lei empírica 𝑝𝐴 = 𝑥𝐴𝑝𝐴 ∗ Pressão total Pressão parcial de B Pressão parcial de A 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 𝑝𝐴 ∗ 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑥𝐴 P re ss ão t o ta l Fração molar de A, 𝑥𝐴 Soluções Diluídas Ideais A Lei de Raoult é observada na maioria das soluções quando o solvente tem altas frações molares (𝑥 → 1): soluções diluídas Lei de Henry (empírica): nas soluções reais em baixas concentrações, a pressão de vapor do soluto é proporcional a sua fração molar: 𝑝𝐵 = 𝑥𝐵𝐾𝐵 𝐾𝐵 é uma constante empírica As moléculas do soluto estão envolvidas pelas moléculas do solvente: um ambiente muito diferente do soluto puro Normalmente, a Lei de Henry é expressa em termos da molalidade (𝑏) do soluto, e as constantes 𝐾𝐵 são tabeladas seguindo esta relação: 𝑝𝐵 = 𝑏𝐵𝐾𝑏 Onde: 𝑏𝐵 = 𝑛𝐵 𝑚𝐴(𝑘𝑔) Termodinâmica das Soluções Ideais A Energia de Gibbs para a mistura de dois líquidos numa solução ideal é calculada da mesma maneira que para a mistura de dois gases perfeitos Da mesma forma, a entropia da mistura é: E a entalpia da mistura é: ∆𝑚𝑖𝑠𝐻 = ∆𝑚𝑖𝑠𝐺 + 𝑇∆𝑚𝑖𝑠𝑆 = 0 A mistura ocorre devido ao aumento da entropia do sistema, sem troca de calor (entalpia é nula) Num gás perfeito não existe interações entre as moléculas. Nos líquidos ideaishá interações, mas elas são semelhantes na mistura e nos líquidos puros ∆𝑚𝑖𝑠𝐺 = 𝑛𝑅𝑇 𝑥𝐴 ln 𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 ln 𝑥𝐵 ∆𝑚𝑖𝑠𝑆 = −𝑛𝑅 𝑥𝐴 ln 𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 ln 𝑥𝐵 𝐺𝑖 = 𝑛𝐴𝜇𝐴 ∗ + 𝑛𝐵𝜇𝐵 ∗ 𝐺𝑓 = 𝑛𝐴 𝜇𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln𝑥𝐴 + 𝑛𝐵 𝜇𝐵 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑥𝐵 Termodinâmica das Soluções Reais As soluções reais são constituídas por moléculas cujas interações são muito diferentes entre os líquidos puros e as duas substâncias misturadas. Ocorre variação de entalpia e de volume (contração ou expansão) quando os líquidos são misturados Pode ocorrer diminuição da entropia se as moléculas de um dos líquidos tiverem a tendência de se aglomerarem Se a variação de entropia for desfavorável, a energia de Gibbs da mistura é positiva: líquidos imiscíveis ou parcialmente miscíveis Funções de excesso: diferença entre uma grandeza termodinâmica observada para a solução e o que se esperaria se a solução se comportasse de maneira ideal Ex.: Entropia de excesso: 𝑆𝐸 = ∆𝑚𝑖𝑠𝑆 − ∆𝑚𝑖𝑠𝑆 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 Entalpia de excesso: 𝐻𝐸 = ∆𝑚𝑖𝑠𝐻; pois ∆𝑚𝑖𝑠𝐻 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 0 Volume de excesso: 𝑉𝐸 = ∆𝑚𝑖𝑠𝑉; 𝑉𝑚𝑖𝑠 = 𝑉𝐴 + 𝑉𝐵 e ∆𝑚𝑖𝑠𝑉 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 0 Soluções Reais Forma geral para o potencial químico de um solvente: 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐴 𝑝𝐴 ∗ Solução Ideal (Lei de Raoult) 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑥𝐴 Solução Real 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑎𝐴 A grandeza 𝑎𝐴 é a atividade de A “Fração molar efetiva” de A 𝑎𝐴 = 𝑝𝐴 𝑝𝐴 ∗ Determinação da Atividade do Solvente A atividade de um solvente pode ser determinada experimentalmente pela medida da pressão de vapor do solvente em equilíbrio com a solução: Ex.: A pressão de vapor de uma solução aquosa de KNO3 0,50 mol/L a 100 oC é 99,95 kPa. Calcule a atividade da água nesta solução e temperatura: 𝑎 = 99,95 101,3 = 0,9864 𝑎𝐴 = 𝑝𝐴 𝑝𝐴 ∗ 𝑝𝐴: pressão de vapor da solução = 99,95 kPa 𝑝𝐴 ∗ : pressão de vapor da água pura a 100 oC = 101,3 kPa (tabelado) Atividade do Solvente Em soluções muito diluídas, todos os solventes seguem a Lei de Raoult Quando a concentração do soluto tende a zero, a atividade do solvente tende a se igualar à sua fração molar (𝑎𝐴 → 𝑥𝐴 quando 𝑥𝐴 → 1) Coeficiente de atividade (): Medida do quanto o comportamento se desviou do ideal Nas soluções muito diluídas O potencial químico do solvente pode então ser escrito como: 𝑎𝐴 = 𝛾𝐴𝑥𝐴 𝛾𝐴 → 1 quando 𝑥𝐴 → 1 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑥𝐴 + 𝑅𝑇 ln 𝛾𝐴 Atividade do Soluto Solutos tendem ao comportamento ideal em soluções diluídas (Lei de Henry), ou seja, quando 𝑥𝐵 → 0 Soluções diluídas ideais: 𝑝𝐵 = 𝐾𝐵𝑥𝐵 𝜇𝐵 = 𝜇𝐵 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑝𝐵 𝑝𝐵 ∗ = 𝜇𝐵 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝐾𝐵 𝑝𝐵 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑥𝐵 Definindo: 𝜇𝐵 0 = 𝜇𝐵 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝐾𝐵 𝑝𝐵 ∗ 𝜇𝐵 = 𝜇𝐵 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑥𝐵 O potencial químico de um soluto em uma solução diluída ideal está relacionado com a sua fração molar Se a solução é ideal: 𝐾𝐵 = 𝑝𝐵 ∗ e 𝜇𝐵 0 = 𝜇𝐵 ∗ Solutos Reais O afastamento do comportamento ideal em solução diluída é corrigido escrevendo 𝑎𝐵 no lugar de 𝑥𝐵 𝜇𝐵 = 𝜇𝐵 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑎𝐵 Onde: 𝑎𝐵 = 𝑝𝐵 𝐾𝐵 e 𝑎𝐵 = 𝛾𝐵𝑥𝐵 Quando 𝑥𝐵 → 0 (sol. diluída); 𝛾𝐵 → 1 e 𝑎𝐵 → 𝑥𝐵 Atividades em Termos de Molalidade Estado-padrão: estado arbitrário, escolhido de modo que seja o mais adequado para a descrição da composição do sistema Estado-padrão em termos de molalidade (𝑏): neste caso o estado-padrão do soluto (𝜇𝐵 0 ) é aquele em que 𝑏𝐵 = 1mol/kg 𝜇𝐵 = 𝜇𝐵 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑏𝐵 𝑏𝐵 0 Os desvios da idealidade são incorporados pela atividade (𝑎𝐵) e pelo coeficiente de atividade (𝛾𝐵): 𝑎𝐵 = 𝛾𝐵 𝑏𝐵 𝑏0 em que 𝛾𝐵 → 1 quando 𝑏𝐵 → 0 𝜇 = 𝜇0 + 𝑅𝑇 ln 𝑎 Para uma solução real, em qualquer molalidade: Estados-padrão Componente Base Estado-padrão Atividade Limites Sólido ou Líquido Puro 𝑎 = 1 Solvente Raoult Solvente puro 𝑎 = 𝑝 𝑝∗ ; 𝑎 = 𝛾𝑥 𝛾 → 1 se 𝑥 → 1 (solvente puro) Soluto Henry (1) Estado hipotético do soluto puro 𝑎 = 𝑝 𝐾 ; 𝑎 = 𝛾𝑥 𝛾 → 1 se 𝑥 → 0 (2) Estado hipotético do soluto com molalidade 𝑏0 𝑎 = 𝛾𝑏 𝑏0 𝛾 → 1 se 𝑥 → 0 Atividade de Íons em Solução A forte interação entre íons em solução torna indispensável o uso das atividades A aproximação 𝑎𝐵 → 𝑏 só é válida quando 𝑏 < 1mmol/kg A energia de Gibbs total dos íons em uma solução eletricamente neutra é igual à soma destas grandezas parciais molares Para uma solução ideal Para uma solução real de M+ e X- com molalidades iguais: 𝐺𝑚 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 = 𝜇+ 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 + 𝜇− 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 Potencial químico de um ânion univalente (X-) Potencial químico de um cátion univalente (M+) 𝐺𝑚 = 𝜇+ + 𝜇− = 𝜇+ 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 + 𝜇− 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 + 𝑅𝑇 ln 𝛾+ + 𝑅𝑇 ln 𝛾− = 𝐺𝑚 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 + 𝑅𝑇 ln 𝛾+𝛾− Desvio da idealidade Coeficiente Médio de Atividade Não é possível separar a contribuição de cátions e ânions no produto 𝛾+𝛾− A responsabilidade pela não idealidade da solução é atribuída as duas espécies de íons através do coeficiente médio de atividade: Para um eletrólito 1:1 Para um eletrólito geral do tipo MpXq: 𝐺𝑚 = 𝐺𝑚 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 + 𝑅𝑇 ln 𝛾+𝛾− 𝛾± = 𝛾+𝛾− 1/2 𝜇+ = 𝜇+ 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 + 𝑅𝑇 ln 𝛾± 𝜇− = 𝜇− 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 + 𝑅𝑇 ln 𝛾± 𝛾± = 𝛾+ 𝑝𝛾− 𝑞 1/𝑠; 𝑠 = 𝑝 + 𝑞 Lei Limite de Debye-Hückel Para baixas concentrações, o coeficiente médio de atividade 𝛾± pode ser calculado pela Lei Limite de Debye-Hückel log 𝛾± = − 𝑧+𝑧− 𝐴𝐼 1/2 𝐴 = 0,509 para soluções aquosas a 25 oC 𝐼 é uma grandeza adimensional: Força Iônica 𝐼 = 1 2 𝑖 𝑧𝑖 2 𝑏𝑖 𝑏0 Quando a força iônica da solução for alta, o coeficiente médio de atividade 𝛾± pode ser estimado pela Lei de Debye-Hückel Estendida log 𝛾± = − 𝑧+𝑧− 𝐴𝐼 1 2 1 + 𝐵𝐼 1 2 + 𝐶𝐼 𝐵 e 𝐶 são constantes adimensionais Propriedades Coligativas Propriedades das soluções provocadas pela presença do soluto Abaixamento do ponto de fusão (crioscopia) Elevação do ponto de ebulição (ebulioscopia) Pressão osmótica Propriedades que dependem exclusivamente do número de partículas de soluto presentes, e não da sua natureza Propriedades coligativas: dependem do “conjunto”, não do indivíduo Originam da redução do potencial químico do solvente líquido provocada pela presença do soluto Solvente puro: 𝜇𝐴 ∗ Solução: 𝜇𝐴 = 𝜇𝐴 ∗ + 𝑅𝑇 ln 𝑥𝐴; (ln 𝑥𝐴 < 0) Ocorre devido o aumento da entropia causada pela presença do soluto Elevação Ebulioscópica O aumento na Teb devido a presença do soluto ocorre porque o ponto onde o estado vapor do solvente e o estado líquido do solvente em solução apresentam o mesmo potencial químico foi deslocado para temperaturas maiores. O equilíbrio líquido⇌ vapor ocorre quando: 𝜇𝐴 ∗ 𝑔 = 𝜇𝐴 ∗ 𝑙 + 𝑅𝑇𝑒𝑏 ′ ln 𝑥𝐴 ∆𝑇 = 𝑇𝑒𝑏 ′ − 𝑇𝑒𝑏 ∗ = 𝐾𝑥𝐵 𝐾 = 𝑅𝑇𝑒𝑏 ∗2 ∆𝑣𝑎𝑝𝐻 A fração molar 𝑥𝐵 é proporcional à sua molalidade (𝑏): ∆𝑇 = 𝐾𝑒𝑏𝑏 𝐾𝑒𝑏 é a constante ebulioscópica do solvente ∆𝑇 depende apenas de uma constante típica para cada solvente e da quantidade de espécies em solução Ver Justificativa 5.1 (Atkins – Cap. 5) Abaixamento Crioscópico Neste caso, o equilíbrio é entre o solvente puro na forma sólida e o solvente líquido em solução: 𝜇𝐴 ∗ 𝑠 = 𝜇𝐴 ∗ 𝑙 + 𝑅𝑇𝑓 ′ ln 𝑥𝐴 Análogo à elevação ebulioscópica ∆𝑇 = 𝑇𝑓 ′ − 𝑇𝑓 ∗ = 𝐾′𝑥𝐵 𝐾′ = 𝑅𝑇𝑓 ′2 ∆𝑓𝐻 𝑇𝑓 ∗ > 𝑇𝑓 ′; então ∆𝑇 < 0 Em termos de molalidade (𝑏): ∆𝑇 = 𝐾𝑓𝑏 𝐾𝑓 é a constante crioscópica do solvente ∆𝑇 depende apenas de uma constante típica de cada solvente e do número de espécies em solução Osmose Passagem espontânea de um solvente puro para uma solução que está separada dele por uma membrana semipermeável (permeável ao solvente, mas não ao soluto. Transporte de fluidos através das membranas das células Diálise Osmometria: determinação da massa molar pela medida da pressão osmótica Pressão osmótica (Π): é a pressão que deve ser aplicada à solução para impedir a passagem do solvente No equilíbrio: 𝜇𝐴 ∗ 𝑝 = 𝜇𝐴(𝑝 + Π) O potencial químico do solvente diminui devido à presença do soluto, mas diminui pela aplicação da pressão. Osmometria A relação entre a pressão osmótica e a concentração do soluto é dada pela Equação de van’t Hoff: Π = 𝐵 𝑅𝑇 𝐵 = 𝑛𝐵 𝑉 Concentração molar de BSolução Altura proporcional à Solvente Membrana semipermeável A pressão osmótica é medida numa série de concentrações e a massa molar do soluto é determinada através de um gráfico de vs. C Técnica utilizada para medir massa molar de macromoléculas (proteínas e polímeros)
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