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326 dicas de português

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1 
326 DICAS DE PORTUGUÊS 
 
1 - "Custas só se usa na linguagem jurídica" para designar despesas feitas no 
processo. Portanto, devemos dizer: "O filho vive à custa do pai". No singular. 
 
2 - Não existe a expressão "à medida em que". Ou se usa à medida 
que correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que equivalente 
a tendo em vista que. 
 
3 - 'O certo é "a meu ver" e não ao meu ver. 
 
4 - "A princípio" significa inicialmente, "antes de mais nada": Ex: A princípio, 
gostaria de dizer que estou bem. "Em princípio" quer dizer "em tese". Ex: Em 
princípio, todos concordaram com minha sugestão. 
 
5 - 
à toa 
 
[De à
1
+ toa.] 
Adjetivo de dois gêneros e de dois números. 
1. Impensado, irrefletido: 
um gesto à toa. 
2. Sem préstimo; inútil: 
É um indivíduo à toa. 
3. Que não exige trabalho ou esforço; fácil: 
um servicinho à toa. 
4. Desprezível, abjeto, vil: 
É incapaz de uma boa ação; é mesmo um sujeito à toa. 
5. Sem importância, insignificante; de nada: 
um problema à toa; 
“Ribeirãozinho à toa, corguinho de nada, que mal-mal escorria por causa dos plainos 
sem mudança do chapadão.” (Mário Palmério, Chapadão do Bugre, p. 291.) 
6. Diz-se de pessoa que se prostitui. [Cf. à toa, loc. adv., e atoa, do v. atoar.] 
 
 
 
 
 
6 - Com a conjunção se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: "Se acaso vir 
meu amigo por aí, diga-lhe..." Mas podemos dizer: "Caso o veja por aí...". 
 
7 - 'Acerca de' quer dizer 'a respeito de'. Veja: Falei com ele acerca de um problema 
matemático. Mas há cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo 
transcorrido, equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo. 
 
8 - Não esqueça: alface é substantivo feminino. A Alface está bem verdinha. 
 
9 - Além pede sempre o hífen: 'além-mar', 'além-fronteiras', etc. 
 
10 - Algures é um advérbio de lugar e quer dizer 'em algum lugar'. 
 2 
Já alhures significa 'em outro lugar'. 
 
11 - Mantenha o timbre fechado do o no plural dessas palavras: 'almoços', 'bolsos', 
'estojos', 'esposos', 'sogros', 'polvos', etc. 
 
12 - O certo é 'alto-falante', e não auto-falante. 
 
13 - O certo é 'alugam-se casas', e não aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de 
empregados, trata-se de problemas. Observe a presença da preposição (de) após o verbo. 
É a dica pra não errar. 
 
14 - Depois de ditongo, geralmente se emprega x. Veja: 'afrouxar', 'encaixe', 'feixe', 
'baixa', 'faixa', 'frouxo', 'rouxinol', 'trouxa', 'peixe', etc. 
 
15 - Ancião tem três plurais: 'anciãos', 'anciães', 'anciões'. 
 
16 - Só use ao 'invés de' para significar 'ao contrário de', ou seja, 'com ideia de 
oposição'. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela 
sorriu. Em vez de quer dizer em lugar de. Não tem necessariamente a ideia de oposição. 
Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é antônimo de 
brincar). 
 
17 - Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois s. 'Escreva 
sempre com o s dobrado'. 
 
18 - 'Não existe preço barato ou preço caro'. Só existe preço alto ou baixo. 'O 
produto, sim, é que pode ser caro ou barato'. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço 
desse televisor é alto. 
 
19 - Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão bem vindo 
(sem hífen) e até benvindo. As duas estão erradas. Deve-se escrever 'bem-vindo', 
sempre com hífen. 
 
20 - Atenção: 'nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc'. O 
nome fica sempre coladinho. O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico 
foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962. 
 
21 - Veja bem: 'uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês', ou seja, 'de 15 
em 15 dias'. 'A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses'. Percebeu 
a diferença? 
 
22 - Hoje, tanto se diz 'boêmia' como 'boemia'. Nelson Gonçalves consagrou a 
segunda, com a tonacidade no mia. 
 
23 - Cuidado: 'Eu caibo' dentro daquela caixa. A primeira pessoa do presente do 
indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular. 
 
24 - Preste atenção: 'o senador Luiz Estêvão foi cassado'. Mas 'o leão foi caçado' e 
nunca foi achado. Portanto, 'cassar' (com dois s) quer dizer tornar nulo, sem efeito. 
 
 3 
25 - Existem palavras que 'só devem ser empregadas no plural'. Veja: os óculos, as 
núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, 
os afazeres, os anais, os arredores,os escombros, as fezes, as hemorróidas, etc. 
 
26 - Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de caráter é 'caracteres'. Então, 
Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres. 
 
27 - 'Cartão de crédito e cartão de visita não pedem hífen'. 'Já cartão-postal exige o 
tracinho'. 
 
28 - 'Catequese se escreve com s', mas 'catequizar é com z'. Esse português... 
 
29 - O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de 
palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-
analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc. 
 
30 - 'Censo é de recenseamento'; 'senso refere-se a juízo'. Veja: O censo deste ano deve 
ser feito com senso crítico. 
 
31 - 'Você não bebe a champanhe. Bebe o champanhe'. É, portanto, palavra 
masculina. 
 
32 - 'Cidadão só tem um plural: cidadãos'. 
 
33 - Cincoenta não existe. 'Escreva sempre cinquenta'. 
 
34 - Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao i, como 
de fosse gratuíto. 'O certo é gratuito', da mesma forma que pronunciamos intuito, 
circuito, fortuito, etc. 
 
35 - E ainda tem gente que teima em dizer rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri 
mais forte que as outras. 'Escreva e diga sempre rubrica'. RÚBRICA é na língua 
espanhola. 
 
36 - 'Ninguém diz eu coloro esse desenho'. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir 
é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do 
presente do indicativo. 'A mesma coisa é o verbo abolir'. Ninguém é doido de dizer eu 
abulo. Pra dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse 
preconceito. 
 
37 - 'Outro verbo danado é computar'. Não podemos conjugar as três primeiras 
pessoas: eu computo, tu computas, ele computa. A gente vai entender outra coisa, não é 
mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da 
conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, 
computais, computam. 
 
38 - Outra vez atenção: os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira 
pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo 
afirmativo em -e e não em -i. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas 
contas, por favor. Menino, continue onde estava. 
 4 
 
39 - A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em -
uir devem ser escritos naqueles tempos com -i, e não -e. Veja: Ele possui muitos bens. 
Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. 
Aquilo não contribui em nada com o progresso. 
 
40 - 'Coser significa costurar'. 'Cozer significa cozinhar'. 
 
41 - 'O correto é dizer deputado por São Paulo', 'senador por Pernambuco', e não 
deputado de São Paulo e senador de Pernambuco. 
 
42 - 'Descriminar' é absolver de crime, inocentar. 'Discriminar' é distinguir, 
separar. Então dizemos: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos 
discriminar os pobres. 
 
43 - 'Dia a dia (sem hífen) éuma expressão adverbial que quer dizer todos os dias, dia 
após dia'. Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Atualmente os dois 
DIA A DIA se usam sem o tracinho. 
 
 
44 - 'A pronúncia certa é disenteria', e não desinteria. 
 
 
 
45 - A palavra 'dó (pena) é masculina'. Portanto, 'Sentimos muito dó daquela moça'. 
 
46 - 'Nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no 
singular',sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. 
Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente. 
 
47 - 'Há duas formas de dizer': é proibido entrada, e é proibida a entrada. Observe a 
presença do artigo a na segunda locução. 
 
48 - Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: 'televisão em cores', e não a cores. 
 
49 - Cuidado: 'emergir é vir à tona', vir à superfície. Por exemplo: O monstro emergiu 
do lago. Mas 'imergir é o contrário': é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio 
imergiu em alto-mar. 
 
50 - A confusão é grande, mas 'se admitem as três grafias': 'enfarte, enfarto e infarto'. 
 
51 - Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a 
minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só 
demorou um dia. Portanto, 'estada para permanência de pessoas, e estadia para navios 
ou veículos'. 
 
52 - E não esqueça: 'exceção é com ç', mas 'excesso é com dois ss'. 
 
53 - Lembra-se dos 'verbos defectivos'? Lá vai mais um: 'falir'. No presente do 
indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis. 
 5 
Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales...Horrível, não? 
 
54 - Todas as expressões adverbiais formadas por 'palavras repetidas dispensam a 
crase': 'frente a frente', 'cara a cara', 'gota a gota', 'face a face', etc. 
 
55 - Outra vez tome cuidado. Quando for ao supermercado, 'peça duzentos ou 
trezentos gramas' de presunto, 'e não duzentas ou trezentas'. Quando significa 
unidade de massa, grama é substantivo masculino. 'Se for a relva, aí sim, é feminino': 
não pise na grama; a grama está bem crescida. 
 
56 - É frequente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: Há muitos 'anos 
atrás...' Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, 
há já dá ideia de passado. Ou se diz simplesmente 'há muito anos...' ou 'muitos anos 
atrás...' Escolha. Mas não junte o há com atrás. 
 
57 - Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em -n 
recebem acento gráfico, mas as terminadas em -ns não 
recebem: 'hífen', 'hifens'; 'pólen', 'polens'. 
 
58 - Atenção: 'Ele interveio' na discórdia, 'e não interviu'. Afinal, 'o verbo é intervir, 
derivado de vir'. 
 
59 - 'Item não leva acento'. Nem seu plural itens. 
 
60 - O certo é 'a libido', feminino. Devo dizer: 'Minha libido' hoje não tá legal. 
 
61 - Todo mundo gosta de dizer 'magérrima', 'magríssima', mas o superlativo de magro 
é 'macérrimo'. 
 
62 - Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior. Portanto, devemos 
dizer: os alunos mais bem preparados são os do 2o grau. E nunca: os alunos melhor 
preparados... 
 
63 - Essa história de 'mal com l', e 'mau com u', até já cansou: É só decorar: 'Mal' é 
antônimo de bem, e 'mau' é antônimo de bom. É só substituir uma por outra nas frases 
para tirar a dúvida. 
 
64 - Pronuncie 'máximo', como se houvesse dois ss no lugar do x. (mássimo) 
 
65 - Toda vez que disser: 'É meio-dia e meio você estará errando. 'O certo é: meio-dia e 
meia', ou seja, meio-dia e meia hora. 
 
 
 66 - Não tenho 'nada a ver' com isso, e 'não haver' com isso. 
 
67 - 'Nem um nem outro' leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu 
cumprir o que prometeu. 
 
68 - Toda vez que usar o 'verbo gostar' tenha cuidado com a ligação que ele tem com a 
preposição de. Ex: a coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais 
 6 
gosto é minha mãe. 
 
69 – Se escreve assim a sem-teto, os sem-terra. 
70 - Onde – verbos de repouso; Aonde – verbos de movimento. Onde está meu livro: 
aonde vais depois da aula? 
71 – Perda é substantivo (perda de confiança, perda de crédito, perda da eleição, perda 
de poder aquisitivo). Perca é a primeira pessoa do singular do presente do subjuntivo do 
verbo perder: Talvez ela perca o emprego quando a empresa pedir concordata. 
72 - Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: 'pôde', terceira pessoa do 
singular do pretérito perfeito do verbo poder. É para diferenciar de 'pode', a forma do 
presente. Então dizemos: Ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode 
mais. Percebeu a diferença? 
 
73 - 'Pôr só leva acento quando é verbo': "Quero pôr tudo no seu devido lugar". 
Mas 'se for preposição, não leva acento': Por qualquer coisa, ele se contenta. 
 
74 - Fique atento: nunca diga, nem escreva 1 de abril, 1 de maio. Mas 
sempre: 'primeiro de abril', 'primeiro de maio'. Prevalece o ordinal. 
 
75 - É chato, pedante ou parece ser errado dizer quando eu 'vir' Maria, darei o recado 
a ela. Mas esse é o emprego correto do 'verbo ver' no futuro do subjuntivo. Se eu o 
vir, quando eu o vir. Mas quando é o verbo vir que está na jogada, a coisa muda: 
quando eu 'vier', se eu 'vier'. 
 
76 - Só use 'quantia' para somas em dinheiro. Para o resto, pode 
usar 'quantidade'. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a quantidade de 
animais no meio da pista. 
 
77 - O prefixo 'recém' sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser 
pronunciado como oxítona: recém-chegado de Londres. 
 
78 - Não esqueça: 'retificar é corrigir', e 'ratificar é comprovar, reafirmar': "Eu 
ratifico o que disse e retifico meus erros. 
 
79 - Quando disser 'ruim', diga como se a sílaba mais forte fosse - im. Não tem 
cabimento outra pronúncia. 
 
80 - Fique atento: só empregamos 'São' antes de nomes que começam por 
consoante: 'São Mateus', 'São João', 'São Tomé', etc. Se o nome começa por vogal ou 
h, empregamos 'Santo: 'Santo Antônio','Santo Henrique', etc. 
 
81 - E lembre-se: 'seção, com ç', quer dizer 'parte de um todo, departamento': a seção 
eleitoral, a seção de esportes. Já 'sessão, com dois ss', significa intervalo de tempo que 
dura uma reunião, uma assembleia, um acontecimento qualquer: 'A sessão do cinema 
demorou muito tempo'. 
 
82 - Não confunda: 'senão', (juntinho), quer dizer "caso contrário" e 'se não', 
(separado), equivale a "se por acaso não". Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se 
não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença? 
 
 7 
83 - Tire esta dúvida: quando 'só' é adjetivo equivale a sozinho e varia em número, ou 
seja, pode ir para o plural. Mas 'só' como advérbio, quer dizer somente. Aí não se 
mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os 
trará de volta. 
 
84 - É comum vermos no rádio e na tv o entrevistado dizer: O que nos falta são 
'subzídios'. Quer dizer, fala com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se 'ss'. 
Portanto, escreva 'subsídio' e pronuncie 'subssídio'. 
 
85 - 'Taxar' quer dizer 'tributar', 'fixar preço'. 'Tachar' é 'atribuir defeito', 'acusar. 
 
86 - E nunca diga: 'Eu torço para o Flamengo'. Quem torce de verdade, 'torce pelo 
Flamengo'. 
 
87 - Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos 
testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% 
do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão 
aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais 
próximo e saiba que essa regra é bastanteflexível. 
 
88 - 'Um dos que' deixa dúvidas, mas, pela norma culta, devemos pluralizar. Há 
gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão: Eu sou um dos 
que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio. 
 
89 - 'Veado' se escreve com e, e não com I. 
 
90 - Esse português da gente tem cada uma: 'tem viagem com G e viajem com J' . Tire 
a dúvida: viagem é o substantivo: A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês 
viajem, levem tudo. 
 
91 - O prefixo 'vice' sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-
governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc. 
 
92 - Geralmente, se usa o 'x depois da sílaba inicial en': enxaguar, enxame, enxergar, 
enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc. Mas cuidado com as exceções: 
encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher, etc.) e quando -en 
se junta a um radical iniciado por ch: encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), 
enchiqueirar (de chiqueiro), etc. 
 
93 - Não adianta teimar: 'chuchu' se escreve mesmo é com 'ch'. 
 
94 - 'Ciclo vicioso' não existe. O correto é 'círculo vicioso'. 
 
95 - E qual a diferença entre 'achar' e 'encontrar'? Use 'achar' para definir aquilo que 
se procura, e 'encontrar' para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa. 
Veja: Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou uma corda debaixo da 
cama. Jorge achou o gato dele que fugiu na semana passada. 
 
96 - 'Adentro' é uma palavra só: meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro. 
 
 8 
97 - Não existe 'adiar para depois'. Isso é redundante, porque adiar só pode ser para 
depois. 
 
98 - 'Afim' (juntinho) tem relação com afinidade: gostos afins, palavras afins. 'A fim 
de' (separado) equivale a para: veio logo a fim de me ver bem vestido. 
 
99 - Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o 'verbo aguar' normalmente: eu 
águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam. 
 
100 - 'Centigrama' é uma palavra masculina: dois centigramas. 
 
Lendo Mais... sobre "100 Erros comum em Redação" 
Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, 
como ocorrem com maior frequência, merecem atenção redobrada. Veja os cem mais 
comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles. 
 
101 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: 
mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, 
mal-intencionado, mau jeito, mal-estar. 
 
102 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. 
/ Fazia dois séculos. / Fez 15 dias. 
 
103 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: 
Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais. 
 
104 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem 
normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam 
poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias. 
 
105 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu 
fazer, para eu dizer, para eu trazer. 
 
106 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / 
Entre eles e ti. 
 
107 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez 
anos ou dez anos atrás. 
 
108 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para 
fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do 
falecido. 
 
109 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que 
esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A 
salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter. 
 
110 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por 
que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique 
 9 
por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o 
trânsito estava congestionado. 
 
111 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, 
à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à 
população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de 
diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos 
estudantes. 
 
112 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a 
ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória. 
 
113 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do 
predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, 
novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito 
prometeu novas denúncias. 
 
114 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, 
entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), 
"xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" 
(cinquenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" 
(adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), 
"impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro). 
 
115 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma 
forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias. 
 
116 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto 
direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, 
mandou-me. 
 
117 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode 
ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o 
ama. 
 
118 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se 
consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se 
empregados. 
 
119 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se 
dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-
se com os amigos. 
 
120 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a 
São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo. 
 
121 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, 
pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade. 
 
 10 
122 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e 
não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão. 
 
123 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres 
(de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres. 
 
124 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, 
intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: 
flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo. 
 
125 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão 
equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de 
brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso. 
 
126 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de 
ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, 
a alface, a cal, etc. 
 
127 - "Porisso". Duaspalavras, por isso, como de repente e a partir de. 
 
128 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois 
de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca 
promoveu nenhuma confusão. 
 
129 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se 
(inaugura-se) amanhã. 
 
130 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os 
homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as 
conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes 
se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / 
Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro. 
 
131 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse 
tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) 
vicioso, "cabeçário" (cabeçalho). 
 
132 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se 
usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? 
 
133 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a 
moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo. 
 
134 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. 
Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos 
derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, 
entrevimos etc. 
 
135 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio 
amiga. 
 11 
 
136 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é 
fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui. 
 
137 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem 
nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você. 
 
138 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais. 
 
139 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou 
pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare 
nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas. 
 
140 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar: Foi tachado de ladrão. / 
Foi tachado de leviano. 
 
141 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: 
Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos 
que sempre vibravam com a vitória. 
 
142 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode 
aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram. 
 
143 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como 
embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse 
cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a 
empresa. 
 
144 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado. 
 
145 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, 
não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, 
o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas. 
 
146 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, 
ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em matéria-
prima, primeira-dama, vale-refeição etc. 
 
147 - Queria namorar "com" a colega. O com não existe: Queria namorar a colega. 
 
148 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. 
Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o 
prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o 
(e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon. 
 
149 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os 
pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / 
Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos. 
 
 12 
150 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, 
vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou 
particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos 
conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um 
presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me"). 
 
151 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado 
e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído 
por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O 
atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco 
menos de dez dias. 
 
 152 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma 
coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira. 
 
153 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à 
luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos. 
 
154 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / 
Éramos seis. / Ficamos cinco na sala. 
 
155 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. 
Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao 
computador. 
 
156 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução 
não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu. 
 
157 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. 
Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por. 
 
158 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a 
epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso 
cumprir as leis, na medida em que elas existem. 
 
159 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que 
receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só 
existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, 
enfeiam). 
 
160 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do 
singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, 
eles vêm; ele põe, eles põem. 
 
161 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A 
moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) 
poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando 
o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.) 
 
 13 
162 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca 
use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc. 
 
163 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento 
varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, 
medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas. 
 
 
164 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o 
país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, 
todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação 
(qualquer nação) tem inimigos. 
 
165 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural,todos exige os: Todos os amigos o 
elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto. 
 
166 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o 
time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores. 
 
167 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela 
mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia. 
 
168 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar 
de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos 
reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos 
mesmos"). 
 
169 - Vou sair "essa" noite. É este que designa o tempo no qual se está ou objeto 
próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o 
jornal que estou lendo), este século (o século 21). 
 
170 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, 
zero quilômetro, zero hora. 
 
171 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que 
expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De 
encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às 
(foi contra) expectativas da categoria. 
 
172 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu 
frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, 
saiu. 
 
173 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se 
eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se 
ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos. 
 
174 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: 
Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também 
seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio. 
 14 
 
175 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas 
apenas quelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc. 
 
176 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d 
vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou 
"expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não 
se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", 
"precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc. 
 
177 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver 
segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, 
reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc. 
 
178 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: 
Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos. 
 
179 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos 
em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: 
Continue, recue, atue, atenue. 
 
180 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja 
o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele 
defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em 
que... 
 
181 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é 
comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da 
decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. 
Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi 
comunicada aos empregados. 
 
182 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O 
mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outro: fôrma. Perderam o sinal, 
no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.. 
 
183 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o 
regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu. 
 
184 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, 
avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente 
(ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito). 
 
185 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A 
forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também 
"comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. 
Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado). 
 
186 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem 
sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar. 
 15 
 
187 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não 
se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em 
cores. 
 
188 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as 
palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do 
sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" 
esta noite as obras). 
 
189 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo 
não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A 
troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas"). 
 
190 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi 
notado. Desapercebido significa desprevenido. 
 
191 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu 
empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas. 
 
192 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. 
Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a 
prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc. 
 
193 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo 
ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo 
tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido... 
 
194 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não 
pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. 
Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si"). 
 
195 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 
horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite. 
 
196 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm 
plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg. 
 
197 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices 
das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas ideias... 
 
198 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a 
mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito 
de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano 
têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai 
para trás. 
 
199 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso 
ver. 
 16 
Não existe ULTILIZAR, mas utilizar; ESCULTAR, mas escutar; 
PREOCULPADO/PREOCULPAÇÃO, mas preocupado/preocupação; 
DISCURSÃO/DISCURSSÃO/DISCURÇÃO,mas discussão. 
 
200 - elo 
 
(é) [Do lat. annellu, pela f. *aelo.] 
Substantivo masculino. 
1. Argola de cadeia (1): 
“Eis-me livre, qual ave nos espaços! / Quebrei os elos da fatal cadeia!” (João Penha, 
Rimas, p. 35). 
2. Bot. V. gavinha. 
3. Fig. Ligação, união, continuação. 
4. Inform. Em hipertextos ou sistemas de hipermídia, remissão de um documento (ou 
ponto de um documento) a outro, que permite fácil acesso a eles e deslocamento entre 
eles (p. ex., por meio de cliques de mouse sobre termos grifados e ícones). [Corresponde 
aos voc. ingl. hyperlink e (f. red.) link.] [Cf. elo (ê) e o top. Helo.] 
 
Elo perdido. Elemento que falta para completar uma série, numa classificação científica. 
[Na teoria evolucionista de Darwin, é, particularmente, o espécime que seria o 
intermediário entre o macaco e o homem — o Pithecanthropus erectus (v. 
pitecantropo).] 
 
Outras Polêmicas 
 
Elo de ligação 
 
"A expressão 'elo de ligação' é um dos mais famosos exemplos de pleonasmos 
utilizados na língua portuguesa. Conceitualmente, conforme os dicionários de 
língua portuguesa Priberam e Larousse, elo significa literalmente cada um dos 
anéis de uma corrente ou cadeia e figuradamente ligação, laço e união. 
Pleonasmo, sinônimo de redundância, tautologia e perissologia, é a repetição 
na mesma frase de palavras ou ideias com o mesmo sentido. Vejamos que elo 
e ligação possuem o mesmo sentido, de tal forma que são palavras sinônimas. 
Portanto, a expressão 'elo de ligação' certamente é um pleonasmo. 
Elo de ligação ser um pleonasmo decorre de que todo elo é de ligação. Não 
existe elo de separação, ou elo que não seja de ligação. 
A comunicação possui três objetivos: informar, persuadir e divertir. Em uma 
comunicação cuja mensagem contenha a expressão 'elo de ligação', se o 
objetivo do emissor for divertir o receptor, certamente alcançará o objetivo. Se 
o objetivo for outro, vai depender do emissor e receptor e da relação entre eles. 
Há algumas hipóteses que explicam a frequente utilização da expressão 'elo de 
ligação': O emissor ignora o fato de elo e ligação serem sinônimos, ou 
considera que o receptor é tão ignorante a ponto de não saber que todo elo é 
de ligação, a ponto de ter de dizer a mesma coisa duas vezes para evitar que o 
receptor não compreenda a mensagem. 
Você fala 'elo de ligação'? Com que objetivo? Não sabia que elo e ligação são 
a mesma coisa? Agora já sabe. Considera o ouvinte ignorante? Eu não sou. 
Quer diverti-lo. Vai conseguir. Apenas gosta da expressão? você tem um 
 17 
péssimo gosto." 06/09/2011 - Leandro Ferreira Ramos. 
 
Pegadinha 01 
Desculpem o transtorno. 
O verbo desculpar é transitivo direto e indireto, isto é, ele possui dois objetos: um 
direto e outro indireto. A ordem em que esses objetos figuram na oração é indiferente. 
Pode vir primeiro o objeto direto, depois o indireto, ou vice-versa. Trocando em 
miúdos, quem desculpa, desculpa alguém por alguma coisa. O objeto direto é sempre 
uma pessoa e o indireto é alguma coisa. Seria muito desagradável, neste caso, procurar 
o transtorno para desculpá-lo por alguma coisa que tenha feito de errado. Será que foi o 
transtorno quem escreveu essa frase? 
O correto seria escrever: 
Desculpem-nos pelo transtorno. 
 
 
Pegadinha 2 
Agradecemos a preferência. 
Vamos aprender a agradecer em bom português. Muita gente boa agradece mal aos seus 
clientes por falta de conhecimento de transitividade verbal. O verbo agradecer, nessa 
construção, possui outra regência, que o transforma num transitivo indireto 
acompanhado de um adjunto adverbial de causa. Na frase errada, acima, o 
agradecimento é dirigido à causa (= a preferência) e não ao seu agente (= o cliente ou os 
clientes). 
Para agradecer, corretamente, deve-se escrever assim: 
Agradecemo-lhes pela preferência. 
ou 
Agradecemos aos nossos clientes pela preferência. 
 
Pegadinha 3 
São os banqueiros que acabam lucrando. 
Neste tópico de dicas de português para concursos, a expressão é que não é genuinamente 
um verbo. Trata-se simplesmente de uma locução de realce, que a usamos, evidentemente, 
para dar destaque à ideia expressa na frase. Por tratar-se de um mero adorno frasal, essa 
locução é totalmente dispensável sem prejuízo para o sentido da oração. Exemplo: 
É os banqueiros que acabam lucrando. = Os banqueiros acabam lucrando. (A igualdade é 
de significação, é lógico.) 
Mais exemplos: 
Só nós dois é que sabemos o quanto nos queremos bem. (Letra de canção portuguesa.) 
Seria ridículo dizer: Só nós dois somos que sabemos o quanto nos queremos bem. A frase 
original pode ser escrita, sem nenhum prejuízo para a sua significação: Só nós dois sabemos 
o quanto nos queremos bem. 
É eles que representarão o presidente. Essa frase está correta. Estaria incorreta se fosse 
escrita assim: São eles que representarão o presidente. Se eliminarmos do contexto a 
expressão de realce é que, veremos que o sentido é o mesmo: Eles representarão o 
presidente. 
Muito cuidado! Nas questões de português, sobre concordância verbal, as organizadoras de 
vestibulares e concursos públicos costumam usar, de vez em quando, frases desse tipo, 
induzindo o vestibulando ou concursando a considerá-las incorretas. 
Concluindo, indicamos como escrita correta da frase do topo a seguinte construção: 
 18 
É os banqueiros que acabam lucrando. - ou 
Os banqueiros é que acabam lucrando. 
Lembrar: é que – é uma locução de realce. 
 
Pegadinha 4 
Gostaria de colocar minha opinião. 
Opiniões não se colocam, se expõem ou se dão. Há também quem gosta de, ao final de 
um discurso, fazer uma colocação em vez de fazer uma exposição, que é muito mais 
coerente e elegante. O correto seria escrever: 
Gostaria de expor minha opinião. 
ou 
Gostaria de dar minha opinião. 
 
Pegadinha 5 
Vou explicar nos mínimos detalhes. 
Veja como, às vezes, o excesso atrapalha. 
Há expressões, em nossa língua, classificadas como pleonasmos viciosos, que revelam a 
precariedade linguística de quem os escreve ou assim fala. Nesta dica de português, 
estamos diante de uma dessas excrescências. Pleonasmo é a repetição de palavras ou 
expressões de mesmo sentido. A expressão viciosa "nos mínimos detalhes" equivale a 
aberrações como "subir pra cima", descer pra baixo, chutar com os pés etc. Em detalhe 
já está contida a ideia de mínimo. Detalhe significa pormenor, minúcia, no mínimo. 
Se se pretendesse fazer a explicação em suas mínimas partes, seria suficiente fazê-la em 
detalhes, ou em seus pormenores, ou ainda em minúcias. Então escrevamos 
corretamente: 
Vou explicar em detalhes. – ou – 
Vou explicar detalhadamente. 
 
Pegadinha 6 
Inglaterra confirma invasão ao Iraque. 
Jamais poderá ocorrer invasão a lugar algum. Porém, o que é possível acontecer é 
invasão de algum lugar. Escreve-se com correção, assim: 
Inglaterra confirma invasão do Iraque. 
Veja, a seguir, outros exemplos corretamente escritos: 
Invasão de privacidade. 
Invasão de domicílio. 
A invasão do estádio pela polícia deu-se às 20 horas de ontem. 
 
Pegadinha 7 
O acidente aconteceu porque o motorista dormiu no volante. 
Para que alguém consiga dormir no volante, é necessário que este seja, no mínimo, do 
tamanho de uma cama. Convenhamos, volantes desse tamanho ainda não foram 
fabricados. Então, melhor seria dormir no banco do automóvel ou, mais adequadamente, 
em uma cama com mais conforto. Quem dorme bem, dorme em algum lugar. Já "dormir 
próximo" ou "junto" significa dormir a (preposição) com o respectivo artigo (o ou a). O 
correto seria escrever: 
O acidente aconteceu porque o motorista dormiu ao volante. 
 19 
A seguir, outros exemplos de frases corretamente grafadas: 
A moçadormiu ao computador. 
O marinheiro dormiu ao timão. 
Romeu dormia à janela de Julieta. 
 
Pegadinha 8 
Marcos é um parasita da mulher. 
Parasita, com a final, é denominação exclusiva de certas plantas. Para pessoas e 
animais, usa-se parasito. O correto seria escrever: 
Marcos é um parasito da mulher. 
Eis outros exemplos de frases corretamente grafadas: 
Raquel age como um parasito da mãe. 
Há sujeitos que são autênticos parasitos da sociedade. 
A pulga é um parasito, como também o é o carrapato. 
Precisamos exterminar as parasitas que estão nessa árvore. 
As parasitas debilitaram nosso pomar. 
 
Pegadinha 9 
Confesso que me simpatizei com ela. 
O verbo simpatizar, como também seu antônimo antipatizar não são empregados com 
pronomes. Portanto, escreve-se correto, grafando-se assim: 
Confesso que simpatizei com ela. 
Abaixo, seguem outros exemplos de frases corretamente escritas: 
Você simpatizou com a moça, mas ela antipatizou com você. 
Antipatizo com políticos em geral. 
Simpatizamos com a nova professora. 
Eles antipatizam conosco. 
 
Pegadinha 10 
Ela quer se aparecer. 
Isso é o fim da estrada da ignorância. Daí em diante, só resta adentrar no campo da 
bestialidade. 
Certos verbos são essencialmente pronominais como suicidar-se, por exemplo. Outros, 
porém, jamais podem ser usados com pronomes, como os verbos da dica anterior, 
simpatizar ou antipatizar. Trazemos um desses verbos que jamais são usados com 
pronome, que é o verbo aparecer. Esse é um típico verbo intransitivo. Não admite voz 
reflexiva, objetos de espécie alguma. Não se pode aparecer ninguém e, também, 
aparecer a si mesmo. Escreve-se corretamente, assim: 
Ela quer aparecer. 
 
Pegadinha 11 
Começou nevar hoje cedo em Urubici. 
Certas notícias são dadas de modo negligente, sem nenhuma preocupação com as regras 
do idioma. O verbo começar forma locução com outro verbo, no infinitivo, por 
intermédio da preposição a. Exemplos: 
Nice começou a chorar. 
Naquela hora, Eliane começou a rir. 
Começou a chover. 
 20 
Eis a frase do topo corretamente escrita: 
Começou a nevar hoje cedo em Urubici. 
 
Pegadinha 12 
Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare a desorganização. 
O verbo reparar assume dois significados. O que irá determiná-los é a presença ou não 
da preposição em. Veja, a seguir: 
Com a preposição em significa notar, observar: 
Repare nos exemplos que damos nesta lição de gramática. 
Entre, mas não repare na bagunça. 
Posso escrever, porém não reparem em meus erros de português. 
Sem a preposição em, significa consertar, indenizar: 
O técnico reparou o computador que estava avariado. 
A empresa reparou os danos causados. 
O juiz condenou o prefeito a reparar os prejuízos sofridos pelos camelôs. 
O mecânico reparará o motor do carro. 
Então escreve-se corretamente a frase original da seguinte maneira: 
Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare na desorganização. 
 
Pegadinha 13 
Residente à Rua Joana Sartóri. 
As palavras residente, morador, situado e sua forma reduzida sito não admitem a preposição a 
para ligar-se ao respectivo logradouro, mas, sim, a preposição locativa em. Não se diz, por 
exemplo, que um imóvel está situado a Campinas, porém em Campinas. Veja os exemplos que 
seguem: 
O escritório, sito na Rua Filisbina, recebe seus clientes de segunda a sexta-feira. 
O prédio está situado na Avenida Duque de Caxias. 
Márcio, morador na Travessa Cotia, prestou depoimento ontem. 
Resido na Alameda Tabajara. 
A frase do topo escrita corretamente fica assim: 
Residente na Rua Joana Sartóri. 
 
Pegadinha 14 
Costuma se fazer bons negócios nesta feira. 
O verbo concorda com o seu sujeito, na voz passiva. Observe que temos dois verbos, 
um auxiliar e outro, principal. Veja outros exemplos de uso da voz passiva em situações 
semelhantes: 
Não se podem prever essas situações. (Não podem ser previstas essas situações.) 
Devem-se devolver os crachás ao final do evento. (Devem ser devolvidos os crachás ao 
final do evento.) 
A frase inicial estaria corretamente escrita da seguinte maneira: 
Costumam se fazer bons negócios nesta feira. 
 
Pegadinha 15 
Não exceda da dosagem alcoólica permitida. 
O verbo exceder não admite preposição. Outros exemplos: 
O motorista foi multado porque excedeu os limites de peso de carga de seu caminhão. 
(Errado: O motorista foi multado porque excedeu dos limites de peso de carga de seu 
caminhão.) 
 21 
Lotação: 42 passageiros. Não exceda este limite. (Errado: Lotação: 42 passageiros. Não 
exceda deste limite.) 
O certo seria escrever a frase original do seguinte modo: 
Não exceda a dosagem alcoólica permitida. 
 
Pegadinha 16 
Não estacione! Sujeito a guincho. 
Nada pode estar sujeito a um objeto que, neste caso, é o guincho, mas sim a uma ação, 
que seria a de guinchamento. Em outras hipóteses, os que transgridem a lei penal estão 
sujeitos a prisão, mas não a preso; se a transgressão for grave, podem até estar sujeitos a 
banimento, mas não a banido; como também, uma latinha de cerveja, no freezer, está 
sujeita a congelamento, mas não a gelo. 
A frase inicial, corretamente grafada, ficaria assim: 
Não estacione! Sujeito a guinchamento. 
 
Pegadinha 17 
Não fiz o dever de matemática. 
Para muitas pessoas, há uma confusão muito grande, envolvendo os significados das 
palavras dever e deveres. Inicialmente, determinemos suas semânticas, conforme os 
bons dicionários: 
dever: obrigação; 
deveres: tarefas (sempre no plural). 
O exemplo seguinte economiza muita explicação e esclarece a questão: 
O dever de cada estudante é fazer seus deveres escolares. 
Talvez, esta regrinha ajude a estabelecer com mais clareza a distinção: 
deveres (tarefas) se fazem; 
dever (obrigação) se cumpre. 
Outros exemplos: 
Ele cumpriu o dever de pai. 
O dever de todo militar é servir o seu país. 
Deixei de fazer os deveres de geografia. 
Ela não dá conta de realizar os deveres domésticos. Precisa de uma empregada. 
A frase original, corrigida, fica assim: 
Não fiz os deveres de matemática. 
 
Pegadinha 18 
Pare de atazanar os outros! 
Eis uma pérola da linguagem popular. Se formos a um dicionário e chegarmos à 
excrescência atazanar, teremos como significado a remissão ao vocábulo atenazar, que 
significa torturar, aborrecer, irritar, apertar com tenaz. Atazanar é uma palavra sem 
origem, é uma anomalia resultante da pronúncia atrapalhada de atenazar. Fica-se, 
portanto, com esta grafia, que é a correta. 
A frase original deve ser reescrita, assim: 
Pare de atenazar os outros. 
 
Pegadinha 19 
O comandante nos disse que ficássemos alertas. 
Aqui está uma dica de português para vestibular e concurso, a qual tem gerado muita 
 22 
controvérsia. A palavra alerta pertence à classe dos advérbios e, como tais, é invariável. 
Não se flexiona para indicar gênero (Ele está alerta.), como também para indicar 
número (Permaneço alerta. Permanecemos alerta. Eles permanecem alerta.). Só se 
admite variação, quando substantivada, isto é, quando a palavra estiver acompanhada de 
artigo (Esqueci os alertas do comandante.). 
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: 
O comandante nos disse que ficássemos alerta. 
 
Pegadinha 20 
Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuidade ao 
jogo. 
Esta seção de dicas de português para concursos expõe um grande equívoco de uso das 
palavras continuidade e continuação, conforme se explica a seguir. 
continuidade — propriedade física da superfície dos corpos; 
continuação — prosseguimento; 
Exemplos: 
A continuidade do grande espelho do salão foi afetada por uma rachadura na parte 
superior direita.A continuidade do leito da ponte foi interrompida por uma trinca de uns dez 
centímetros, de lado a lado. 
Em continuação a esta exposição de razões, falarei, agora, sobre os meninos de rua. 
Precisamos dar continuação àquela partida de xadrez, no prazo máximo de cinco dias 
contados de sua interrupção. 
Depois que o aluno alterado retirou-se da sala, o professor deu continuação à aula. 
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: 
Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuação ao 
jogo. 
 
Pegadinha 21 
A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor. 
Eis uma seção de dicas de português para vestibulares e concursos cuja sutileza muita 
gente boa não percebe. O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo 
de ligação sem preposição. O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos 
de predicativo: 
Ele é sargento do exército. 
Ela é maior de 14 anos. 
Ela é a rainha do colégio. 
Ele é menor de 6 anos. 
Meu pai é professor. 
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: 
A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade. 
 
Pegadinha 22 
Sou difícil de fazer amizade. 
Neste tópico de dicas de português para concursos, a frase já se inicia por uma 
incoerência, pois ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma. Pelo menos, assim se 
espera. O que é difícil não é a pessoa, mas sim a ação de fazer amizade. O sujeito 
dessa frase é oracional — fazer amizade — e o predicativo é difícil. O verbo é de 
 23 
ligação — ser. 
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: 
É-me difícil fazer amizade. – ou - Fazer amizade me é difícil. – ou – 
Fazer amizade é difícil para mim. 
 
Pegadinha 23 
Já comuniquei o chefe que a mercadoria chegou. 
Esta pegadinha de português para vestibular e concurso aborda um deslize sutil e corriqueiro, 
ideal para uma questão de concurso. Não devemos, jamais, comunicar uma pessoa, seja ela 
quem for. O que se comunica é o objeto da comunicação, isto é, o assunto, o fato ocorrido. 
Comunica-se, sim, à pessoa um determinado fato. O verbo comunicar possui dois objetos. Um 
deles é o objeto indireto, que é a pessoa que recebe a comunicação. A esse objeto o verbo se liga 
sempre por meio de preposição. O outro complemento verbal é o objeto direto, que representa o 
fato comunicado. Veja os seguintes exemplos: Daniel comunicou ao Mário a demissão da 
antiga secretária 
. 
O presidente comunicou ao povo a decisão que tomara quando decidiu o caso. 
O marido comunicou à mulher que naquele dia não iria almoçar em casa. 
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: 
Já comuniquei ao chefe que a mercadoria chegou. 
 
Pegadinha 24 
A rapariga está meia aborrecida. 
Mais um exemplo de pegadinha que tirou preciosos pontos para a aprovação de muitos 
vestibulandos e concursandos. Meia, modificando substantivo, é adjetivo e varia em 
gênero e número. Exemplos: 
Meio litro de água. (metade do litro) 
Meia xícara de café. (metade da xícara) 
Ele fala em meias palavras. (metade das palavras, como metáfora de "não dizer tudo") 
Ele se expressa em meios termos. (idem, explicação acima) 
Meio, modificando adjetivo, é advérbio e, como tal, não varia. Exemplos: 
Ela está meio triste. 
As duas moças permanecem meio confusas. 
Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim: 
A rapariga está meio aborrecida. 
 
Pegadinha 25 
Mais de um artista cantarão. 
Este caso exige-nos atenção redobrada. Embora saibamos que a expressão "mais de um 
artista" representa, no mínimo, duas pessoas, devemos levar o verbo à forma da terceira 
pessoa singular cantará, fazendo a concordância gramatical com o numeral um da 
expressão "mais de um". Veja outros exemplos: 
Mais de um automóvel foi sorteado. 
Mais de uma mulher assistiu à cena. 
Do mesmo modo, é feita a concordância de frases do tipo Menos de dois alunos fizeram 
a prova. Nessa frase, embora compreendamos que a expressão "menos de dois alunos" 
representa, quantitativamente, um aluno; a concordância também é gramatical, com 
base no numeral dois da expressão "menos de dois alunos", e não ideológica, isto é, 
com a idéia ou sentido que a frase puder sugerir. Outros exemplos: 
 24 
Menos de dois livros, foram queimados no incêndio. 
Menos de duas moças saíram antes de o espetáculo se findar. 
Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim: 
Mais de um artista cantará. 
 
Pegadinha 26 
Eu nasci há trinta e cinco anos atrás. 
Esta pegadinha nos lembra uma famosa música dos anos setentas — Eu nasci há dez mil 
anos atrás. Há excesso nessa frase! Quando ocorre excesso desse tipo, dizemos que 
existe redundância, isto é, repetição viciosa, que só empobrece a linguagem de quem a 
comete. O verbo haver, por si só, já representa "tempo transcorrido", a palavra atrás é 
redundante. Deve-se, portanto, escolher — ou se escreve há, do verbo haver, ou atrás. 
Então, depois de corrigida a frase inicial, poderia ser escrita de duas maneiras: 
Eu nasci há trinta e cinco anos. 
ou Eu nasci trinta e cinco anos atrás. 
 
Pegadinha 27 
Viemos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande 
favor que nos fizeram. 
Neste caso, apresenta-se um verbo comumente usado de maneira errada em algumas de 
suas formas. Nesta oportunidade falaremos apenas sobre um desses deslizes cometidos 
com o uso indevido do verbo vir. Ninguém diz: "estivemos aqui, nesta hora." Diz-se, 
porém, no tempo certo: "estamos aqui, nesta hora." Se é "nesta hora" que o fato ocorre, 
então, o verbo deve estar no presente. 
Então, depois da correção, tem sua frase inicial assim escrita: 
Vimos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor 
que nos fizeram. 
 
Pegadinha 28 
O político que se pode confiar ainda não nasceu. 
Este é erro próprio da fala popular, linguagem que não está nem aí para a regência 
verbal. Erros desse tipo são muito explorados em provas de vestibulares e concursos 
públicos. Esteja alerta, caro leitor. A regência do verto confiar exige a preposição em, 
pois quem confia, confia em alguém, e não confia alguém. 
Este tópico, depois da correção, tem sua frase inicial escrita assim: 
O político em que se pode confiar ainda não nasceu. 
 
Pegadinha 29 
Traze-me uns pastelzinhos. 
Neste tópico, focalizamos um aspecto muito explorado em provas de vestibulares e 
concursos públicos - o plural dos diminutivos em -zinho -, que é feito do seguinte modo: 
A - leva-se o substantivo ao plural em seu grau normal: pastéis; 
B - retira-se o s final: pastei; 
C - acrescenta-se -zinhos, e pronto: pasteizinhos. 
Outros exemplos: 
pãezinhos 
carreteizinhos 
limõezinhos 
 25 
caracoizinhos 
aneizinhos 
Depois da correção, a frase correta fica assim: 
Traze-me uns pasteizinhos. 
 
Pegadinha 30 
O relógio marcou meio-dia e meio. 
Esta pegadinha que, de vez em quando, figura em provas de vestibular e concurso, 
sempre acaba tirando candidatos do páreo. A palavra que se refere a horas é meia e não 
meio. Diz-se nove horas e meia, vinte horas e meia e assim por diante. 
Então, depois da correção, temos a seguinte frase: 
O relógio marcou meio-dia e meia. 
 
Pegadinha 31 
Ao comer, tenha cuidado com os espinhos de peixe. 
Esta pegadinha apresenta mais uma popularização errônea de uma palavra. Peixe não 
tem espinhos. Isso é próprio de certas plantas e, quando muito, do porco-espinho. Peixe 
tem espinhas. É bom estar preparado para a ocorrência de casos como o desta dica, em 
provas de vestibular e concurso. 
Então, depois da correção, temos a seguinte frase: 
Ao comer, tenha cuidado com as espinhas de peixe. 
 
Pegadinha 32 
Nossa situação estárussa. 
Esta pegadinha nos adverte para não confundir estado físico ou mental com estado 
político. Russa refere-se à Rússia. Quando se quer dizer que a situação está feia, diz-se 
que está ruça (com ç), que significa a cor pardacenta, escura. Em provas de vestibular e 
concurso, não é raro questões desse gênero. 
Então, depois da correção, temos a seguinte frase: 
Nossa situação está ruça. 
 
Pegadinha 33 
O juiz leu os 3º, 4º e 5º parágrafos. 
Eis um tema frequentemente cobrado em provas de vestibular e concurso — a 
concordância nominal. A frase em destaque, acima, está mal formulada quanto ao 
aspecto da concordância nominal. Mesmo que haja uma lista ou uma série de elementos 
antes do artigo, este deve concordar com o elemento mais próximo. O artigo deve ficar 
no singular, diante de palavra no singular. Exemplos: 
Este cartório serve a 2ª e 3ª varas de família. 
A revogação atingiu o 4º, 5º, 6º e 7º artigos da antiga lei. 
Estamos discutindo o I e II itens do contrato. 
A 1ª, 2ª e 3ª séries terão aulas de educação física. 
Então, depois da correção, temos a seguinte frase: 
O juiz leu o 3º, 4º e 5º parágrafos. 
 
Pegadinha 34 
O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregue o relatório. 
 26 
Nesta pegadinha, temos que considerar que existem duas línguas faladas no País — a 
culta e a popular. Esta é falada sem nenhuma preocupação com o idioma, enquanto 
aquela cujo conhecimento é exigido em provas de vestibular e concurso, subordina-se às 
normas da língua portuguesa falada no Brasil. 
O verbo entregar possui dois particípios — entregue e entregado. Com os verbos ter 
e haver, usa-se entregado. Por outro lado, a forma entregue é usada com os verbos ser 
e estar. Exemplos: 
A moça não havia entregado o bilhete. 
João já tinha entregado as passagens. 
Uma lista nova é entregue todas as manhãs. 
Não se preocupe, a encomenda foi entregue. 
A mercadoria está entregue. 
A frase acima, depois de corrigida, fica assim: 
O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregado o relatório. 
 
Pegadinha 35 
Ele se acorda às seis horas todos os dias. 
Nesta frase o pronome se está tornando a frase incoerente, isto é, o emprego desse 
pronome é inadequado. Em provas de vestibular e concurso público, esse tipo de 
ocorrência provoca a chamada incoerência textual ou linguagem inconsequente. 
Ninguém acorda a si mesmo! Cada indivíduo, simplesmente, acorda ou, então, é 
acordado por alguém, algum som alto, um terremoto etc. Agora, decididamente, acordar 
a si mesmo é proeza que escapa à habilidade humana. 
A frase equivocada, depois de corrigida, fica assim: 
Ele acorda às seis horas todos os dias. 
 
Pegadinha 36 
O governo vai criar novos impostos. 
A expressão criar novos é da mesma família de subir pra cima, descer pra baixo, 
chutar com os pés etc. Já que não é viável criar nada velho, escreva-se, pois, apenas 
criar, e pronto! 
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 
O governo vai criar impostos. 
 
Pegadinha 37 
Não me importo que o Palmeiras perca. 
Faz-se três construções com o verbo importar-se, sempre pronominal no sentido de ter 
importância ou interesse: 
1 - quando o sujeito for uma oração introduzida pela conjunção integrante que, o 
verbo importar deve estar no subjuntivo (exclusivamente para casos como o da 
presente dica). Exemplos: 
Não me importa que você discorde. 
Não me importa que o partido perca. 
2 - quando o sujeito não for uma oração, usa-se somente importa, sem a 
conjunção que: 
Não me importa a derrota da Argentina. 
3 - se ao verbo seguir a preposição com, emprega-se importo, forma do presente 
do indicativo. Exemplos: 
 27 
Não me importo com tuas lamúrias. 
Não me importo com frescuras. 
Outros exemplos em outros tempos verbais: 
Não me importará que ele vença a competição. 
Não me importaria que Márcia dissesse a verdade. 
Naquela época, não me importava que a economia fosse mal. 
Não me importaram os elogios baratos. 
Não me importou a vitória inglesa. 
Não me importarei com divertimentos banais. 
Não me importava com coisa alguma. 
Depois da correção, a frase fica assim: 
Não me importa que o Palmeiras perca. 
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Pegadinha 38 
A palestra agradou os congressistas. 
Esta é uma questão de transitividade verbal. O verbo agradar, usado como transitivo 
direto, significa fazer carinho, mimar, enfim fazer as vontades. Exemplos: 
A mãe agrada o filho recém-nascido, a fim de que ele pare de chorar. 
A namorada agrada o rapaz, com elogios e atenções desmedidos. 
Conforme exposto acima, palestra nenhuma poderá agradar os congressistas ou quem 
quer que seja. 
Uma boa palestra, mas só se for boa mesmo, poderá agradar aos congressistas (note a 
preposição a); pois o verbo agradar, usado como transitivo indireto, significa 
corresponder à expectativa, satisfazer, produzir agrado. Veja outros exemplos de 
frases com o verbo agradar, empregado como transitivo indireto. Exemplos: 
O filme agradou aos estudantes. 
A prova agradou aos candidatos. 
O resultado não agradou a mim. 
A frase inicial, depois da correção, se apresenta assim: 
A palestra agradou aos congressistas. 
 
Pegadinha 38 
Ganho apenas um mil reais por mês. 
Não se mistura um (singular) com mil (plural). Com mil só se usam os numerais dois, 
três, quatro e os que exprimirem valor superior. Exemplos: 
Comprei mil quilos de farinha. 
Vendemos mil quilos de peixe, 
Transportamos dois mil suínos para o Nordeste. 
Trouxemos seis mil sacas de cimento. 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
Ganho apenas mil reais por mês. 
 
Pegadinha 39 
O time perdeu porque seu centroavante não chutou em gol durante toda 
a partida. 
Neste caso, quem acaba perdendo, verdadeiramente, é quem diz ou escreve uma frase 
dessas, desperdiçando a oportunidade de calar-se. O verbo chutar admite as seguintes 
regências: chutar a, chutar para, chutar contra ou, simplesmente, chutar. Exemplos: 
 28 
O jogador chutou a gol. 
O jogador chutou para o gol. 
O jogador chutou contra o gol. 
O goleiro chutou para fora. 
O jogador chutou acima da trave. (E não: ... em cima da trave.) 
A expressão dar chutes pode ser usada, também, com a preposição em. Exemplos: 
O jogador deu chutes na bola contra o gol adversário. 
A criança dava chutes na porta. 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
O time perdeu porque seu centroavante não chutou a gol durante toda a 
Partida 
 
Pegadinha 40 
Ninguém sabe aonde eu moro! 
Aonde somente se emprega com verbos e expressões que indicam movimento: 
E agora! Vamos aonde? 
Determinaram sua ida aonde? 
Já, para designar um local, usa-se onde: 
Trabalho onde poucos teriam coragem de trabalhar. 
A frase inicial, devidamente corrigida, fica assim: 
Ninguém sabe onde eu moro! 
 
Pegadinha 41 
A obrigação do preenchimento da guia é do próprio contribuinte! 
A palavra obrigação exige um tipo de preposição, conforme o elemento ao qual se 
refere. Referindo-se a nomes, no sentido de fazer uma determinada ação, obrigação 
exige a preposição a. Referindo-se a verbos, exige a preposição de. Já, referindo-se a 
nomes, usada sempre no plural (obrigações), no sentido de compromisso, exige a 
combinação das preposições para com. Exemplos: 
A obrigação ao alistamento militar é intransmissível. (fazer o alistamento) 
A obrigação de pagar as custas é do requerente. 
Todo técnico de futebol tem obrigação para com seus jogadores. 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
A obrigação ao preenchimento da guia é do próprio contribuinte! 
 
Pegadinha 42 
Toda a mulher casada deveria saber dirigir automóvel. 
Todaa (note a presença do artigo) significa inteira. Depois desse entendimento, a frase 
parece esdrúxula da cabeça aos pés! 
Toda (note a ausência do artigo) significa qualquer. Agora, sim, a frase passa a ter sentido, 
pois se quer referir, na frase inicial, a qualquer mulher, e não à mulher inteira. 
Veja os seguintes exemplos: 
Todo homem deveria falar uma língua além da materna. (qualquer homem) 
Todo o homem tremia de frio. (o homem inteiro) 
Toda a cidade festejou a vitória do time. (a cidade inteira) 
Toda cidade tem problemas com drogas. (qualquer cidade) 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
Toda mulher casada deveria saber dirigir automóvel. 
 29 
 
Pegadinha 43 
Se você ver o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada! 
Esta frase representa uma pedra no sapato para muitos candidatos. O futuro do 
subjuntivo do verbo ver faz-se assim: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem. 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
Se você vir o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada! 
 
Pegadinha 44 
Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso por conhecer aquela cidade. 
Eis um equívoco no uso da regência nominal. Curioso e curiosidade pedem a 
preposição de para unirem-se a seus complementos. Algumas vezes, ficamos curiosos 
de ou temos curiosidade de alguma coisa, porém jamais por alguma coisa. Exemplos: 
Curioso de saber por que errava tanto, resolvi ler mais e estudar português. 
Curioso de vê-lo chegar àquela hora, quis saber onde estivera. 
A curiosidade infantil de entender como o rádio funcionava levou-o à faculdade de 
engenharia, na qual destacou-se como o mais qualificado aluno. 
A palavra curioso pode ser usada sem complemento. Algumas pessoas são levadas a 
confundir a regência nessa construção, achando, erroneamente, que curioso pede a 
preposição por. Exemplo: 
Sou curioso por estar sempre inquieto. 
Levando a frase acima à ordem direta, comprova-se que a preposição não é exigida pela 
palavra curioso, mas apenas é parte integrante do adjunto adverbial de modo: 
Por estar sempre inquieto, sou curioso. 
A frase correta seria: 
Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso de conhecer aquela cidade. 
 
Pegadinha 45 
Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolverem. 
A presente frase apresenta erro no uso do infinitivo. Não se flexiona o infinitivo que 
vem depois das expressões difíceis de, fáceis de, bons de, gostosos de etc. Exemplos: 
Filmes difíceis de compreender. 
As explicações da professora são fáceis de entender. 
São trabalhos bons de realizar. 
Bolos gostosos de saborear. 
A frase acima estará correta, se assim for escrita: 
Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolver. 
 
Pegadinha 46 
O preço do quilo da laranja varia entre um a dois reais. 
Esta frase é de relativa importância para quem vai prestar provas de concursos. Entre 
se relaciona com e, e não com a: 
O espetáculo começará entre vinte e vinte e uma horas. 
Se na frase não constar a palavra entre, tudo bem! Nesse caso, usa-se a preposição a: 
A altura da fogueira oscilava de trinta a quarenta metros. 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
O preço do quilo da laranja varia entre um e dois reais. 
 
 30 
Pegadinha 47 
O touro investiu no capataz. 
Nesta pegadinha, aborda-se a diferença de significado de um verbo, conforme a 
preposição que o acompanha. Veja, a seguir, os possíveis significados do verbo 
investir: 
1 - usado com a preposição em, significa empossar, aplicar dinheiro: 
O presidente do tribunal investiu Márcio no cargo de analista. 
O corruptos investem em bolsas estrangeiras. 
2 - no sentido de atacar é usado com as preposições contra ou sobre: 
A onça investe contra (ou sobre) o caçador. 
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 
O touro investiu sobre (ou contra) o capataz. 
 
Pegadinha 48 
Fiquem absolutamente tranquilos, eu ressarço os acionistas. 
Nesta pegadinha falaremos sobre um verbo com certas anomalias. Trata-se do verbo 
ressarcir. Esse verbo só é conjugado nas formas em que o acento tônico não incide no 
radical. Desse modo, o presente do indicativo só possui as formas: ressarcimos e 
ressarcis. 
Quando não existe uma determinada forma verbal, substituímos por outra de mesmo 
significado. Em nosso caso, podemos permutar pelas correspondentes formas dos 
verbos compensar, indenizar ou outro equivalente. 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
Fiquem absolutamente tranquilos, eu indenizo os acionistas. 
 
Pegadinha 49 
Estou sem nenhuma moral para fazer a prova. 
O vocábulo moral (a moral, no feminino) quer dizer relativo à moralidade, aos bons 
costumes, que procede conforme à honestidade e à justiça, que tem bons costumes, diz-
se de tudo que é decente, educativo e instrutivo (Dic. Michaelis).. Um indivíduo sem 
nenhuma moral é um devasso. 
Já, no masculino (o moral) quer dizer disposição do espírito, energia para suportar as 
dificuldades, os perigos; ânimo. Um indivíduo sem nenhum moral é alguém 
desanimado, desmotivado. 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
Estou sem nenhum moral para fazer a prova. 
 
Pegadinha 50 
A pessoa cuja a vida é tumultuada, certamente, não consegue 
concentrarse 
em nada. 
Não se pospõe artigo ao pronome cujo. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 
A pessoa cuja vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se 
em nada. 
 
Pegadinha 51 
Aos 14 anos, Emília resolveu ser fleira. 
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Algumas pessoas pronunciam e escrevem fleira incorretamente. A grafia correta é 
freira, e também é assim que se pronuncia. 
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 
Aos 14 anos, Emília resolveu ser freira. 
 
Pegadinha 52 
Estou defronte ao portão. 
Não existe essa construção na língua portuguesa. Faz-se somente defronte de. 
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 
Estou defronte do portão. 
 
Pegadinha 53 
As inscrições para o concurso encerrar-se-ão amanhã. 
Veja, a seguir, as corretas regências de inscrição, inscrito e inscrever. 
1 - Inscrição a: 
Fiz minha inscrição ao concurso do TRT. 
As inscrições ao vestibular iniciam-se amanhã. 
2 - Inscrito em, para: 
Você está inscrito no (ou para o) vestibular. 
Estão inscritos para o (ou no) concurso do TRE. 
3 - Inscrever em: 
Para inscrever-se neste concurso é necessário falar inglês fluentemente. 
Ele se inscreveu no vestibular. 
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim: 
As inscrições ao concurso encerrar-se-ão amanhã. 
 
Pegadinha 54 
O professor está para Salvador. 
Quem está, está em algum lugar, e não está para algum lugar. Só se admite estar para 
no cálculo de proporções: dois está para três, assim como nove está para x. 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
O professor está em Salvador. 
 
Pegadinha 55 
A pizza será servida na porta. 
Para se servir pizza na porta, esta precisa antes ser retirada de seu caixilho e, depois, 
usada como uma grande bandeja ou tampo de mesa. Aí, sim! A pizza será servida na 
porta, como usualmente é servida no prato, na pedra, ou na superfície de outro utensílio 
de cozinha próprio para servir refeições. Exemplos: 
A pizza foi servida no prato. 
A pizza foi servida na mesa de mármore branco. 
Agora, quando se desejar que a pizza seja servida próximo ou junto a um determinado 
local, usa-se a preposição a contraída com o artigo a ou o. Exemplos: 
Sirva-nos à mesa! 
A pizza foi servida ao balcão da lanchonete. 
A frase inicial, depois da correção, fica assim: 
A pizza será servida à porta. 
 
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Pegadinha 56 
O bandido passou desapercebido pela praça, sem que a polícia o notasse.

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