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DIREITO ADMINISTRATIVO II EXERCÍCIOS Av2

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SEMANA 09 
 
CASO CONCRETO 
(OAB - CESPE ) A empresa “X” foi multada por um fiscal do IBAMA (autarquia federal) em 
virtude da prática de uma infração ambiental. Contra a aplicação da multa a empresa interpôs, 
quando já transcorrido o prazo legal, recurso hierárquico impróprio, sem efeito suspensivo, 
dirigido ao Ministro do Meio Ambiente. O Ministro, em seu despacho, embora reconhecendo a 
inexistência da infração, se negou a anular o ato, 
com base nos seguintes argumentos: 
(I) o recurso administrativo não fora subscrito por advogado; 
(II) o recurso fora interposto fora do prazo legal; 
(III) a lei não contemplava o recurso hierárquico impróprio ao Ministro do Meio 
Ambiente. 
 
Analise cada um dos argumentos do Ministro, à luz dos dispositivos constitucionais e 
legais pertinentes e dos princípios aplicáveis ao processo administrativo. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
(OAB – CESPE) Com relação ao recurso administrativo que poderá ser impetrado a qualquer 
tempo, desde que haja fatos novos é o/a, assinale a opção correta: 
(A) recurso administrativo, propriamente dito; 
(B) pedido de reconsideração; 
(C) revisão; 
(D) recurso hierárquico próprio. 
 
GABARITO – 
(I) O argumento é improcedente. A legislação vigente não exige tal formalidade para a 
interposição de recursos administrativos. No âmbito federal, a Lei 9.784/99 confere 
legitimidade para interpor recurso administrativo aos próprios titulares dos direitos e 
interesses que forem partes no processo (art. 58) e estabelece apenas que “o recurso 
interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do 
pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes” (art. 60). Assim, 
é certo que o recurso deve ser apresentado em petição 
escrita e assinada, mas pode ser interposto pelo próprio interessado, sendo desnecessário que 
seja subscrito por advogado. Além disso, convém lembrar que, embora a Administração não 
possa negar o direito à defesa técnica nos processos administrativos, esta não é obrigatória, já 
que a lei não exige. Nesse sentido, o art. 3º, IV da Lei 9.784/99 dispõe ser um direito do 
administrado “fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a 
representação, por força de lei”. 
 
(II) O argumento é parcialmente procedente. Com efeito, a interposição do recurso fora do 
prazo é um dos motivos para não conhecer do recurso, nos termos do art. 63, I da Lei 
9.784/99. Contudo, se foi reconhecida a inexistência da infração, a multa aplicada à empresa 
era ilegal e deveria ter sido anulada de ofício pela autoridade administrativa, a despeito do 
recurso intempestivo, nos termos do art. 63, § 2º. Trata-se, ademais, da aplicação do princípio 
da autotutela, consagrado pela Lei 9.784/99 (art. 53) e pelas Súmulas 346 e 473 do STF. 
 
(III) O argumento é procedente, uma vez que os recursos hierárquicos impróprios são 
interpostos perante órgão ou pessoa jurídica distinta da que decidiu a questão. Uma vez que 
entre o órgão controlador e o controlado não há relação hierárquica de subordinação, mas 
apenas relação de vinculação, este tipo de recurso depende de previsão legal expressa. 
GABARITO: “C” 
 
Refere-se especificamente ao processo administrativo disciplinar, com previsão nos arts. 174 a 
182, Lei 8.112/90.O art. 174 traz, logo de saída dois pressupostos básicos da revisão: 
 
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, 
quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do 
punido ou a inadequação da penalidade aplicada. 
É de se ficar atento, pois o recurso de revisão jamais será intempestivo pelo simples fato de 
que, a qualquer tempo, poderá ser impetrado. Não há lapso temporal para sua utilização. 
Aparecendo um fato novo, é possível questionar tudo que foi feito em relação ao processo 
administrativo disciplinar do servidor público. Isso é de suma importância, bastando, para 
tanto, uma simples leitura do § 1º, do art. 108: 
 
§1º: em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da 
família poderá requerer a revisão do processo. 
O recurso de revisão, efetivamente, exige fato novo: 
 
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para revisão, 
que requer elementos novos ainda não apreciados no processo originário. A lei, inclusive, cria 
um juízo de admissibilidade na figura de Ministro de Estado: 
 
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou 
autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do 
órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar. 
Em matéria de revisão, cabe a seguinte indagação: pode o servidor, na revisão, apresentando 
um fato novo, agravar ainda mais sua situação? A resposta é negativa, não sendo gênero para 
qualquer processo administrativo, pois é dispositivo específico no processo disciplinar e que 
não admite reformatio im pejus. 
 
Art. 182. Parágrafo único: da revisão do processo não poderá resultar o agravamento de 
penalidade. 
 
SEMANA 10 
 
CASO CONCRETO 
(OAB-CESPE) Um grupo de policiais militares realizou a ronda em determinado local da Zona 
Norte, onde praticaram delito em conluio com traficantes da região, em razão do qual, foram 
denunciados. Aberta Sindicância para apuração dos indícios, a comissão sindicante, após 
instruir e colher os devidos depoimentos, opina pela abertura do processo administrativo 
disciplinar para aplicação da pena de demissão com relação aos quatro integrantes. Com a 
abertura do processo administrativo disciplinar, alegam os policiais que a eles não fora dado o 
direito de ampla defesa e contraditório na sindicância. 
Diante do caso concreto, você como integrante da corporação e responsável pelo processo 
administrativo disciplinar que puniu com demissão os policiais, necessita de esclarecimentos 
sobre as seguintes questões, considerando as correntes e legislações que tratam dos institutos 
da sindicância e do Processo Administrativo disciplinar: 
 
a) Qual é a natureza jurídica da sindicância administrativa? 
b) quais as principais diferenças entre a sindicância e o processo administrativo 
disciplinar? 
c) Com base nas respostas anteriores, quais argumentos você apresentaria para 
fundamentar o posicionamento da instituição. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
(OAB – CESPE) Acerca do processo administrativo no âmbito da administração pública federal, 
assinale a opção incorreta. 
a) O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. 
b) O servidor ou autoridade que esteja litigando judicial ou administrativamente em 
determinado processo administrativo com o interessado ou com o seu cônjuge ou 
companheiro está impedido de atuar no processo administrativo. 
c) O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários decai em três anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé. 
d) Toda decisão administrativa admite recurso, em face de razões de legalidade ou de mérito. 
Avaliação 
GABARITO – 
Instaurado o processo administrativo disciplinar não há que se alegar mácula na fase de 
sindicância, porque esta apura as irregularidades funcionais para depois fundamentar a 
instauração do processo punitivo, dispensando-se a defesa do investigado nessa fase de mero 
expediente investigatório. Cabível o ato administrativo precedido do processo regular que, 
baseado na fundamentação legal da punição, determina a demissão do servidor investigado. 
Ressalta-se que o procedimento de sindicância tem caráter prévio, preparatório e inquisitório 
e visa instruir de elementos para a instauração do processo administrativo disciplinar, 
chamado de principal. Contudo a sindicância pode embasar ou não o processo principal, já que 
o processoadministrativo posterior é autônomo podendo prescindir da sindicância. Diante do 
caso,não cabe aos ex-policiais argüirem cerceamento de defesa na fase da sindicância, pois 
neste momento não há acusados e sim investigados que somente assumirão esta posição no 
processo administrativo principal. 
 
GABARITO: “C” 
 
Lei n" 9784/99, in verbis: "Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos 
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da 
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
 
SEMANA 11 
 
CASO CONCRETO 
(OAB – CESPE) O Tribunal de Contas da União, em inspeção ordinária em uma autarquia 
federal, detectou o firmamento de um contrato administrativo em desconformidade com a Lei 
8.666/93 e, por isso, assinou prazo de 30 dias para que a referida autarquia pudesse 
restabelecer a legalidade. Passados os 30 dias, a autarquia manteve-se inerte e não corrigiu a 
ilegalidade. O TCU então sustou a execução do contrato. Inconformado com a medida do TCU, 
a autarquia federal ingressa em juízo reivindicando a invalidação do ato de sustação expedido 
pelo TCU. Analise a questão à luz da disciplina legal acerca do tema. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
(OAB/FGV) Acerca do controle da administração pública, assinale a opção correta. 
(A) No exercício de suas funções constitucionais, cabe ao Tribunal de Contas da União julgar as 
contas dos administradores e demais respon-sáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, bem como as contas daqueles que provocarem a perda, o 
extra-vio ou outra irregularidade que cause prejuízo ao erário público. 
(B) O controle judicial da atividade administrativa do Estado é sempre exercido a posteriori, ou 
seja, depois que os atos administrativos são produzidos e ingressam no mundo jurídico. 
(C) Cabe à assembléia legislativa de cada estado da Federação exercer o controle financeiro do 
governo estadual e das prefeituras, com o auxílio do tribunal de contas do estado respectivo. 
D) A prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar a receita, a despesa e a gestão dos 
recursos públicos abrange somente os atos do Poder Executivo, estando excluídos dessa 
apreciação os atos do Poder Judiciário. 
Avaliação 
GABARITO – 
A autarquia federal está com a razão. O TCU agiu ilegalmente, afrontando o art. 71, § 1.º da 
Carta da República. Em primeiro lugar, em vez de sustar o contrato, deveria ter comunicado ao 
Congresso a ilegalidade. Somente na inércia do Congresso por mais de noventa dias daria 
competência ao próprio Tribunal de Contas para sustar o contrato, consoante previsão do § 2.º 
do mesmo dispositivo constitucional. 
 
GABARITO: “A” 
A; art. 71, II, da CF; B: o controle pode ser prévio, concomitante ou a posteriori à edição do ato 
administrativo (art. 5°, XXXV, CF - "lesão ou ameaça a direito"); C; a fiscalização financeira das 
Prefeituras é feita pelo Poder Legislativo Municipal (pelas Câmaras dos Vereadores), com o 
auxílio dos Tribunais de Contas Estaduais ou dos Municípios, quando houver (art. 31 da CF); D: 
art. 70, parágrafo único , da CF. 
 
SEMANA 12 
 
CASO CONCRETO 
(OAB – CESPE) Moradores do bairro de Santa Tereza estão revoltados com o barulho 
produzido pelos bailes, música ao vivo e outras atividades do Clube X todas as noites, até 
quase ao amanhecer, perturbando o sossego e o repouso de todos. Alegam, também, ter 
aumentado a violência no bairro após o início das atividades do Clube, em razão do uso de 
bebida alcoólica, drogas, acidentes de trânsito etc. Procuraram a Prefeitura em busca de uma 
solução, pois se a licença para funcionar não tivesse sido dada o Clube não poderia exercer tais 
atividades, mas nenhuma providência foi tomada. A licença foi deferida, apesar do artigo 4 do 
Decreto XXX, que regulamentou a Lei 444, não contemplar a atividade de clube no bairro de 
Santa Tereza. À luz do exposto, tomando os fatos narrados como verdadeiros, responda 
fundamentadamente. Qual seria a medida judicial cabível, quem teria legitimidade para propô-
la e onde? O que seria pleiteado, contra quem e com que fundamento? 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
(OAB-FGV) Decisão judicial que determine, conjuntamente, a suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao 
erário, pode ser exarada em 
a) ação popular por dano ao erário, com pedido de liminar. 
b) ação civil pública por improbidade administrativa. 
c) mandado de segurança coletivo proposto pelo Ministério Público. 
d) ação de inconstitucionalidade de ato administrativo. 
Avaliação 
GABARITO – 
A poluição sonora configura dano ao meio ambiente. É também uma das hipóteses de 
interesse difuso, cujo conceito se encontra no art. 81, I do Código do Consumidor. Logo, 
cabível na espécie a Ação Civil Pública prevista na Lei nº 7.347/85. Legitimados para a ação civil 
pública são as entidades relacionadas no artigo 5º da mencionada lei e o Ministério Público. 
No caso específico, a ação poderia ser proposta pela Associação de Moradores do bairro Santa 
Tereza, desde que exista e preencha os requisitos dos incisos I e II do artigo 5º da mesma Lei. 
Não existindo a Associação (ou não preenchendo os requisitos) terão os moradores que 
provocar o Ministério Público, já que a Prefeitura manifestou desinteresse. O órgão 
competente dependerá de quem for incluído no polo passivo da ação. No caso, além do Clube 
X, o Município deve também ser incluído como réu pois, conforme alegado, concedeu a licença 
para funcionamento irregularmente. Nesse caso, o Órgão competente será uma das Varas de 
Fazenda da Capital (se o Município for o do Rio de Janeiro). Contra o Município e o Clube deve 
ser pleiteado a nulidade da licença por vício de ilegalidade e, contra o clube, preceito 
cominatório para fazer cessar o barulho sob pena de multa diária. 
 
GABARITO: “B” 
O remédio da ação civil pública, com fulcro no art. 37, § 4.°, da CF, acarreta as sanções 
previstas no enunciado. 
 
SEMANA 13 
 
CASO CONCRETO 
(OAB-CESPE) - Lei estadual, de iniciativa de deputado, cria, em determinada entidade 
autárquica, cinqüenta novos cargos públicos destinados ao provimento em comissão, sendo 
metade de “chefes de seção” – destinados à chefia imediata dos diversos setores da entidade 
– e metade de “analistas administrativos”, com atividades de apreciação processual ordinária. 
Aprecie a juridicidade do diploma normativo. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
(OAB/FGV) O jurado, no Tribunal do Júri, exerce: 
A) cargo efetivo. 
B) função paradministrativa. 
C) cargo comissionado. 
D) cargo gratificado. 
E) função pública. 
Avaliação 
GABARITO – 
A referida lei deve ser analisada sob dois aspectos. (I) Em primeiro lugar, há vício de iniciativa, 
já que lei que cria cargos no Executivo deve ser de iniciativa privativa de seu Chefe (art. 61, 
par. primeiro, II, alínea “a” da Constituição da República, aplicável, por simetria, a Estados e 
Municípios). (II) Quanto à criação de “analistas administrativos”, há inconstitucionalidade 
material, porque os cargos cuja forma de provimento seja em comissão destinam-se, com 
exclusividade, a atribuições de “direção, chefia e assessoramento”, e não a atividades de 
“apreciação processual ordinária”, cujo preenchimento deve-se dar por intermédio de 
concurso público (cf. art. 37, V, da CRFB/88; ver, também, por ex., a decisão do STF na ADIN 
3706). 
 
GABARITO: “E” 
Particulares em colaboração com o Poder Público são as pessoas naturais ou jurídicas privadas 
que, transitoriamente, prestam serviços voluntária ou compulsoriamente à Administração 
Pública. São agentes que exercem funções especiais que podem ser qualificadas como 
públicas, em razão do vínculo jurídico que os prendem ao Estado. Não ocupam cargo ou 
emprego público, não possuindo qualquer vínculo empregatício ou estatutário com o Estado, e 
na realização de determinadasfunções, sequer percebem remuneração. 
 
SEMANA 14 
 
CASO CONCRETO 
(OAB-FGV) O PODER PÚBLICO ESTADUAL, com o escopo de promover a reestruturação 
orgânica de seus quadros funcionais, com a modificação dos níveis de referências das carreiras 
para realizar correções setoriais, promulga lei que altera a nomenclatura, as classes e as 
referências do quadro da Fazenda, de modo a promover reclassificação de cargos na escala 
funcional. Determinado grupo de funcionários sentiu-se prejudicado pelo fato de terem sido 
posicionados em nível inferior, na classe F-1 (apesar de continuar percebendo vencimento 
equivalente ao anterior), quando deveriam ter sido mantidos na última referência e, em 
conseqüência, enquadrados na classe F-5. Sustentam que a implantação de nova estrutura 
administrativa, ao reposicionar os níveis funcionais de uma carreira, deve preservar as 
referências em que os servidores encontravam-se enquadrados, sob pena de violação do 
direito adquirido, bem como de afronta ao artigo 40, § 4º da CRFB e do artigo 20 do ADCT. 
Estudada a hipótese, responda fundamentadamente: 
a) É lícito à Administração Pública proceder à reestruturação orgânica de seus quadros 
funcionais? 
b) Em caso afirmativo, há no ordenamento jurídico algum limite a essa mudança? 
c) Qual a natureza do regime jurídico entre o servidor público e a Administração? 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
 
(OAB/FGV) Servidores aprovados em concurso público para provimento efetivo, em vez de 
serem nomeados para esses cargos, são contratados temporariamente, a título precário, 
contratações essas que são prorrogadas por várias vezes. Este posicionamento pode ser 
considerado correto? 
a)Não, sob o aspecto de que a autoridade administrativa estaria incidindo em desvio de 
finalidade, por não proceder à nomeação em situação que não se trata de necessidade 
temporária. 
b)Sim, porque a Constituição Federal permite a contratação temporária, a qualquer tempo, e o 
administrador estaria obedecendo ao princípio da eficiência, postergando as conseqüências 
pecuniárias do direito à estabilidade no serviço público. 
c)Nunca, porque na contratação por tempo determinado para atender à necessidade 
temporária de excepcional interesse público não se permite a contratação de servidor efetivo. 
d)Sim, visto que se trata de provimento em comissão, em que há discricionariedade do 
administrador na contratação e na exoneração. 
Avaliação 
GABARITO – 
a) De acordo com decisão proferida em ROMS 9341-CE, o Supremo Tribunal Federal entendeu 
que “a ordem constitucional confere à Administração Pública poder discricionário para 
promover a reestruturação orgânica de seus quadros funcionais, com a modificação dos níveis 
de referências das carreiras para realizar correções setoriais”. Dessa forma, verifica-se que a 
Administração Pública, no exercício do seu poder discricionário, tem o poder de proceder 
reestruturação orgânica de seus quadros funcionais. 
b) Da mesma forma que o nosso ordenamento constitucional permite que a Administração 
Pública promova reestruturação orgânica de seus quadros funcionais, impõe limites a essa 
atuação, qual seja: princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos. 
c) Regime estatutário. Conforme reiteradas decisões de nossos Tribunais Superiores, não há 
que se falar em direito adquirido à imutabilidade do regime estatutário. Como as normas 
estatutárias são contempladas em lei, segue-se que têm caráter genérico e abstrato, podendo 
sofrer alterações como ocorre normalmente, em relação aos demais atos legislativos, visando 
à melhoria dos serviços, à melhor organização dos quadros funcionais. Essas normas, 
logicamente, não são imitáveis. O servidor, desse modo, não tem direito adquirido à 
imutabilidade do estatuto, até porque, se o tivesse, seria ele um obstáculo à própria mutação 
legislativa. Suponha-se que o estatuto do servidor, quando este foi nomeado para o cargo, 
contemplasse uma licença para estudar no exterior. Nada impede que o Poder Público extinga 
a licença posteriormente, por entendê-la inconveniente à Administração. O servidor não tem 
direito adquirido a manutenção da referida licença. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
SERVIDOR PÚBLICO: é da jurisprudência do Supremo Tribunal que não há direito adquirido a 
regime jurídico, no qual se inclui o nível hierárquico que o servidor ocupa na carreira. 
(STF – AI 598.229-AgR - Rel. Min. Sepúlveda Pertence) 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - SERVIDOR PÚBLICO ESTATUTÁRIO - INALTERABILIDADE DO 
REGIME JURÍDICO - DIREITO ADQUIRIDO - INEXISTÊNCIA - REMUNERAÇÃO - PRESERVAÇÃO 
DO MONTANTE GLOBAL - AUSÊNCIA DE OFENSA À IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS – 
RECURSO IMPROVIDO. - Não há direito adquirido do servidor público estatutário à 
inalterabilidade do regime jurídico pertinente à composição dos vencimentos, desde que a 
eventual modificação introduzida por ato legislativo superveniente preserve o montante global 
da remuneração, e, em conseqüência, não provoque decesso de caráter pecuniário. 
Precedentes. 
(STF – RE 158.649/PA - Relator(a): Ministro(a) CELSO DE MELLO) 
 
GABARITO: “A” 
Cuida-se de desvio de finalidade do agente público ao manobrar ato diferente da nomeação. 
 
SEMANA 15 
 
CASO CONCRETO 
(OAB-CESPE) Carlos exerce os cargos públicos de professor de universidade federal, em regime 
de 40 horas semanais, e de professor da rede municipal de ensino, também em regime de 40 
horas semanais. A administração federal, ao constatar tal acumulação, considerou-a ilícita e 
notificou o servidor para que optasse por um dos cargos. O servidor manifestou seu interesse 
em continuar apenas na universidade fede-ral. Na sequência, a administração federal 
promoveu os descontos relativos à restituição da remuneração que o servidor havia percebido 
durante o período em que acumulara os referidos cargos. 
Considerando essa situação hipotética, discorra, com a devida fundamentação, sobre a 
regularidade dos referidos descontos na remuneração percebida pelo servidor. 
 
Questão Objetiva 
 
(OAB/FGV) Na administração pública, há servidores estáveis, nomeados por concurso e 
aprovados em estágio probatório, e os que adquiriram a estabilidade excepcional. Acerca 
cessas duas modalidades de estabilidade, assinale a opção correta. 
(A) estabilidade excepcional não foi concedida aos ocupantes de cargos, funções e empregos 
de confiança ou em comissão, além de não ter sido concedida, ainda, aos ocupantes de cargos 
declarados, por lei, de livre exoneração. 
(B) De acordo com a CF, o servidor celetista tem direito à estabilidade nos mesmos moldes do 
servidor nomeado para cargo de provimento efetivo. 
(C) A CF reconheceu tanto a estabilidade quanto a efetividade aos servidores que, apesar de 
não nomeados por concurso público, estavam em exercício, na data da promulgação da CF, há, 
pelo menos, cinco anos continuados. 
(D) Os servidores, nas duas modalidades de estabilidade, possuem a garantia de permanência 
no serviço público, de modo que somente podem perder seus cargos, empregos e funções por 
sentença judicial transitada em julgado. 
Avaliação 
GABARITO 
O caso apresentado configura acumulação ilegal de cargos pú-blicos, porque, muito embora se 
trate de dois cargos públicos de professor, o que a princípio poderia atrair a exceção à 
inacumulabilidade de cargos públicos prevista na alínea "a" do inciso XVI do art. 37 da CF/88, 
há in-compatibilidade de horários, tendo em vista a carga horária semanal ser exatamente a 
mesma. Assim, resta impossível que Carlos desempenhe os dois cargos, exatamente no 
mesmo horário. O art. 133, caput, da Lei n. 8.112/90, determina que a Administração, ao 
detectar a acumulação ilegal de cargos, deve notificar o servidor para que através de sua 
chefia imediata apresente, no prazo improrrogável de 10 dias, opção por um dos cargos. Em 
sendo omisso, a Administração adotará procedimento sumário para apurar o caso e regularizá-
lo, veicu-ladoatravés de processo administrativo disciplinar. 
Presume-se que o servidor age de boa-fé se, ao ser notificado da acu-mulação ilegal, 
imediatamente opta por um dos cargos, ou se, após ins-taurado o processo administrativo 
disciplinar referido, realiza a opção até o último dia do prazo para defesa (art. 133, § 5). Em 
ambos os casos ocorrem, automaticamente, o pedido de exoneração do outro cargo. 
Ante a presunção da boa-fé, por ter Carlos optado pelo cargo de professor da Universidade 
Federal assim que notificado da irregularidade, não pode sofrer efeitos prejudiciais da conduta 
tida como irregular, não sendo cabível o desconto de remuneração relativa ao período em que 
acumulava ilicitamente os dois cargos públicos, conforme entendimento do STF. 
 
GABARITO: “A” 
A: de fato. tais cargos e funções são incompatíveis com a estabili-dade, pois a exoneração é 
livre (art. 37, II, da CF). 
B: a estabilidade só existe para servidores que detém cargo efetivo (art. 41 da CF); 
C: art. 19 do ADCT; 
D: servidores estáveis podem perder o seu cargo não só por sentença transitada em julgado, 
como também por processo disciplinar (pela prática de infração disciplinar), processo adminis-
trativo com ampla defesa (em avaliação periódica de desempenho), hipóteses previstas no art. 
41, § 1 °, da CF, e também para atender a limites de despesa com pessoal (art. 169, § 4", da 
CF). 
 
 
SEMANA 16 
licação: articulação teoria e prática 
CASO CONCRETO 
(OAB-CESPE) José, nomeado, pela primeira vez, para cargo de provimento efetivo no serviço 
público, foi exonerado de ofício, durante o período de estágio proba-tório, em razão da 
extinção de seu cargo. Inconformado, José requereu a revisão de sua exoneração alegando 
que a extinção do cargo, durante o estágio probatório, deveria garantir-lhe, pelo menos, a 
prerrogativa constitucional da disponibilidade. 
Com base na situação hipotética acima apresentada, responda, de forma fundamen-tada, às 
seguintes indagações. 
José poderia ter sido exonerado de ofício, mesmo durante o período de estágio probatório, ou 
o estágio deveria protegê-lo contra a extinção do cargo? 
José teria direito à prerrogativa da disponibilidade? Em caso de resposta afirmativa, 
especifique os termos em que tal prerrogativa ocorreria. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
(OAB/FGV) Com referência ao regime de remuneração de agentes públicos por meio de 
subsídios, assinale a opção correta. 
(A) O subsídio dos deputados estaduais é fixado por lei de iniciativa da respectiva assembléia 
legisla-tiva e, em razão da autonomia federativa, o seu valor pode chegar a superar aqueles 
fixados para os deputados federais. 
(B) A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da 
admi-nistração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos poderes da 
União, dos estados, do DF e dos municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais 
agentes polí-ticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória percebidos 
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não 
podem exceder o subsídio mensal, em espécie, do presidente da República. 
(C) A remuneração dos servidores públicos e os subsídios somente podem ser fixados ou 
alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa estabelecida para cada caso. 
assegurada, ainda, revisão geral anual, sempre na mesma data, mas com a possibilidade de 
aplicação diferenciada de índices. 
(D) O subsídio dos vereadores é fixado pelas respectivas câmaras municipais em cada 
legislatura para a subsequente, e a característica peculiar do sistema federativo brasileiro, 
segundo a qual o município constitui ente participante da federação, possibilita que a CF fixe 
limites a serem obedecidos quanto aos valores máximos que podem ser fixados pelas câmaras 
municipais. 
Avaliação 
GABARITO – 
Tendo em vista que o cargo ocupado por José foi extinto, o ser-vidor poderá ser exonerado de 
ofício, em razão de não ser estável, pois estava ainda cumprindo o período de estágio 
probatório. O Pretório Excelso, inclusive, tem enunciado de Súmula 22, a respeito do assunto: 
"O estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo". 
Note-se que não há nem mesmo a possibilidade de recondução de José a cargo anteriormente 
ocupado, pois o servidor fora "nomeado, pela pri-meira vez, para cargo efetivo", inaugurando-
se então um provimento originário de cargo público, não se aplicando o parágrafo 2° do art. 20 
da Lei n. 8.112/90, só restando a exoneração. 
Em relação à hipótese de disponibilidade, José não tem direito à prer-rogativa 
constitucionalmente prevista, nos termos do art. 41, S 3-, da CF, pois só é cabível para servidor 
estável, em caso de extinção do cargo: "Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o 
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo". 
 
GABARITO: “D” 
A: art. 27, § 2°, da CF; 
B: art. 37, XI, da CF; 
C: art. 37, X, da CF; 
D: art. 29, VI, da CF.

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