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Os três grupos genéricos de heurísticas são: da Disponibilidade; da Representatividade; e da Ancoragem e Ajustamento. Heurística da Disponibilidade: é aquela que diz com que frequência avaliamos as chances de ocorrência de um evento pela facilidade com que conseguimos lembrar de ocorrências desse evento. Os gerentes avaliam a frequência, a probabilidade ou as causas prováveis de um evento por meio do grau em que as circunstâncias ou ocorrências do mesmo estão prontamente disponíveis na memória. A Heurística da Disponibilidade pode constituir uma estratégia gerencial muito útil para a tomada de decisão, tendo em vista que circunstâncias de eventos de maior frequência são, em geral, reveladas mais facilmente, em nossas mentes, do que as de eventos de menor frequência. Porém, não se deve considerar essa heurística infalível ou livre de vieses, em virtude de ser a disponibilidade da informação também afetada por outros fatores não relacionados com a frequência objetiva (real) do evento em julgamento. VIESES DA HEURÍSTICA DA DISPONIBILIDADE FACILIDADE DE LEMBRANÇA Os indivíduos julgam que os eventos mais facilmente recordados na memória, com base em sua vividez ou ocorrência recente, são mais numerosos do que aqueles de igual frequência cujos casos são menos facilmente lembrados. CAPACIDADE DE RECUPERAÇÃO Os indivíduos são enviesados em suas avaliações da frequência de eventos, dependendo de como suas estruturas de memória afetam o processo de busca. ASSOCIAÇÕES PRESSUPOSTAS Os indivíduos são enviesados ao analisarem a probabilidade de que dois eventos ocorram em conjunto, em função de desconsiderarem a possibilidade dessa correlação s serem afetados pela disponibilidade em suas memórias. Heurística da Representatividade: é o julgamento por estereótipo, em que a base do julgamento são modelos mentais de referência. Os gerentes avaliam a probabilidade de ocorrência de um evento por meio da similaridade da mesma com seus estereótipos de acontecimentos semelhantes. Em alguns casos, quando sob controle, o uso dessa heurística é uma boa aproximação preliminar. Porém, em outros, leva a comportamentos que muitos de nós encaramos como irracionais ou moralmente condenáveis - tais como a discriminação. Um problema evidente é o fato de que indivíduos tendem a basear-se em tais estratégias mesmo quando essas informações são insuficientes e há outras de melhor qualidade com base nas quais se pode fazer um julgamento correto. VIESES DA HEURÍSTICA DA REPRESENTATIVIDADE FALTA DE SENSIBILIDADE À PROPORÇÕES DA BASE Os indivíduos tendem a ignorar as proporções da base na avaliação da probabilidade de eventos, quando é fornecida qualquer outra informação descritiva, mesmo se esta for irrelevante. FALTA DE SENSIBILIDADE AO TAMANHO DA AMOSTRA Os indivíduos, frequentemente, não são capazes de apreciar o papel do tamanho da amostra na avaliação da confiabilidade das informações da mesma. CONCEPÇÕES ERRÔNEAS SOBRE O ACASO Os indivíduos esperam que uma sequência de dados gerados por um processo aleatório pareça ser "aleatória", mesmo quando for demasiado curta para que aquelas expectativas sejam estatisticamente válidas. REGRESSÃO À MÉDIA Os indivíduos tendem a ignorar o fato de que eventos extremos tendem a regredir à média nas tentativas subsequentes. A FALÁCIA DA CONJUNÇÃO Os indivíduos julgam erradamente que as conjunções (dois eventos que ocorrem em conjunto) são mais prováveis do que um conjunto mais global de ocorrências do qual a conjunção é um subconjunto. Heurística da ancoragem e ajustamento: é aquela em que se avalia a chance de ocorrência de um evento pela colocação de uma base (âncora) e se faz, então, um ajuste. Os gerentes começam a realização de suas avaliações com base em um valor inicial, que é posteriormente ajustado para fins de uma decisão final. O valor inicial, ou ponto de partida, pode ser sugerido por um precedente histórico, pela maneira na qual um problema é apresentado ou por uma informação aleatória. Em situações ambíguas, um fator trivial pode exercer um profundo efeito sobre nossa decisão, caso sirva como ponto de partida, do qual passamos a proceder a ajustamentos. Frequentemente, as pessoas serão capazes de perceber a falta de razoabilidade da âncora, mas seu ajustamento muitas vezes permanecerá, irracionalmente, próximo à mesma. O que se pode ver com grande constância é que, independentemente da base do valor inicial, os ajustamentos efetuados no mesmo tendem a ser insuficientes. Assim, podemos ter decisões distintas para o mesmo problema, dependendo de quais são os valores iniciais. VIESES DA HEURÍSTICA DA ANCORAGEM E AJUSTAMENTO INSUFICIENTE AJUSTAMENTO DA ÂNCORA Os indivíduos fazem estimativas para valores com base em um valor inicial (derivado de eventos passados, atribuição aleatória ou qualquer outra informação que esteja disponível) e, em geral, fazem ajustes insuficientes daquela âncora quando do estabelecimento de um valor final. VIÉS DE EVENTOS CONJUNTIVOS E DISJUNTIVOS Os indivíduos exibem um viés tendendo para a superestimação da probabilidade de eventos conjuntivos e para a subestimação da probabilidade de ventos disjuntivos. EXCESSO DE CONFIANÇA Os indivíduos tendem a ser excessivamente confiantes quanto à infalibilidade de seus julgamentos ao responderem a perguntas de dificuldade variando de moderada a extrema. VIESES QUE EMANAM DIVERSAS HEURÍSTICAS ARMADILHA DA CONFIRMAÇÃO Os indivíduos tendem a buscar informações de confirmação para o que consideram ser verdadeiro e negligenciam a busca de indícios de não confirmação. RETROSPECTO Após terem constatado a ocorrência ou não de um evento, os indivíduos tendem a superestimar o grau em que teriam antevisto o resultado correto. Os efeitos do enquadramento da informação: podem ser explicitados pela troca na maneira que uma informação é disponibilizada para o decisor. Ou seja, o conteúdo da informação é o mesmo, porém sua forma de apresentação é diferente. Em teoria isso não deveria alterar em nada as preferências e, por conseguinte, as decisões de uma pessoa; porém, o que sente na prática é uma mudança de atitude que impacta até o comportamento em relação ao risco, fazendo com que pessoas aparentemente avessas passem a ter um comportamento propenso ao risco. Teoria Prospectiva da Decisão ou Teoria dos Prospectos: desenvolvida por Kahneman e Tversky. É a teoria descritiva mais abrangente sobre a maneira como decidimos como agir sob condições de risco e uma das mais importantes tentativas de explicar os desvios comuns e sistemáticos da racionalidade. Essa teoria sugere o seguinte: • as recompensas e perdas são avaliadas com relação a um ponto de referência neutro; • os resultados potenciais são expressos como ganhos (pontos positivos) ou perdas. (pontos negativos) com relação a esse ponto de referência fixo e neutro; • as escolhas que as pessoas fazem são formadas com base na mudança resultante na posição de ativos, avaliada conforme uma função de valor no formato de um S. Um resultado importante dessa teoria é que a forma pela qual o problema é "enquadrado" ou apresentado pode alterar drasticamente o ponto neutro percebido da questão. Aspectos genéricos ou vieses a serem considerados em uma abordagem de situações incertas: O que se busca com essa organização dos vieses é tão-somente mostrar o que existe, em termos de estudos, acerca do enquadramento de decisões e de nossas reações diferenciadas aos variados tipos de risco. VIESES DESCRIÇÃO DECISÕES AFETADAS PELO ENQUADRAMENTO DAS ESCOLHASOs indivíduos tendem a ser avessos a risco no caso de escolhas enquadradas positivamente e a buscar o risco no caso de escolhas enquadradas negativamente. DECISÕES AFETADAS PELO ENQUADRAMENTO DOS RESULTADOS Depois que os indivíduos ganham ou perdem algum bem, as decisões futuras (no curto prazo) são avaliadas em termos da curva S, em relação à posição vigente de perda ou ganho certo. DECISÕES AFETADAS PELA PSEUDO-CERTEZA E PSEUDO-INCERTEZA ENQUADRADAS NAS ESCOLHAS Os indivíduos dão mais valor à redução da incerteza quando o resultado era inicialmente certo do que quando este era apenas provável. ENQUADRAMENTO DO PAGAMENTO DE PRÊMIOS VERSUS A ACEITAÇÃO DE PERDAS CERTAS Perdas certas são mais atraentes quando enquadradas como prêmios de seguro do que quando enquadradas como prejuízos monetários. QUALIDADE DE UMA TRANSAÇÃO AFETADA PELO ENQUADRAMENTO EM QUE É APRESENTADA O comportamento de compra individual é afetado pela utilidade de aquisição e pela utilidade transacional. A utilidade de aquisição está associada ao valor que o indivíduo atribui ao bem. A utilidade transacional refere-se à qualidade do negócio, em relação ao que o artigo “deveria” custar. DECISÕES AFETADAS PELO SOMATÓRIO DOS GANHOS E PERDAS Os indivíduos dão maior valor a uma série de pequenos ganhos do que a um único ganho de mesmo montante. E, ainda os indivíduos perdem menos valor através de uma só grande perda do que por uma de montante idêntico sofrida em diversas pequenas parcelas. ENQUADRAMENTO DO PROBLEMA E VALOR DE SEU TEMPO Os indivíduos dão valor a seu tempo segundo taxas extremamente diferentes, dependendo das normas sociais, da utilidade transacional, dos pontos-âncora com base nos valores de mercado e das expectativas de quanto “trabalho” eles devem fazer em um dado período de tempo. RACIONALIDADE DE SUAS ESCOLHAS INTERTEMPORAIS Os indivíduos denotam inúmeras inconsistências na tomada de decisões acerca de ter uma coisa boa agora ou mais tarde, assim como acerca de aceitar um resultado ruim agora ou adiar este evento negativo.
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