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RESUMO – PROCESSO PENAL I 2ª ETAPA JURISDIÇÃO É a função estatal que consiste na aplicação do direito no caso concreto através do Poder Judiciário. A jurisdição é una e indivisível. É um dos pressupostos de existência de um processo. COMPETÊNCIA Por motivos lógicos e práticos o Estado distribui a competência de julgar entre os vários juízes e tribunais. A competência é conhecida como o limite no qual a jurisdição será validamente exercida e sua definição é dada através da carta magna brasileira: a Constituição da República Federativa do Brasil. A competência também é pressuposto de validade do processo. A competência no âmbito penal é classificada pela doutrina levando em consideração quatro aspectos distintos: 01. Competência em razão da matéria – ratione materiae: é estabelecida a partir da natureza da infração praticada. Ex.: justiça militar julga crimes militares; justiça federal julga crimes federais. 02. Competência por prerrogativa de função – ratione personae: são critérios para estabelecer tal competência as funções exercidas pelo agente que pratica o crime. Ex.: o PR é julgado pelo STF em caso de prática de crimes comuns. 03. Competência territorial – ratione loci: é critério para estabelecimento o local da infração penal. 04. Competência funcional: fixada conforme a função que cada um dos órgãos jurisdicionais exerce no processo. Ex.: 1º e 2º grau de jurisdição, fase do processo (conhecimento e execução). COMPETÊNCIA ABSOLUTA A competência absoluta é fixada pela CR, vez que é o interesse público que fundamenta a criação dessas normas. Vincula o juiz e é indisponível as partes. São espécies de competência absoluta: a) competência em razão da matéria; b) por prerrogativa de função, e; c) funcional. A decisão que for proferida por juiz absolutamente incompetente desafia a nulidade absoluta. Pode ser questionada até o trânsito em julgado, porém, no caso em que a sentença versar sobre condenação ou absolvição imprópria, é possível que seja arguido após o trânsito em julgado. COMPETÊNCIA RELATIVA A competência relativa é fixada por normas infraconstitucionais, vez que atende o interesse das partes. Geralmente para facilitar o acesso do autor ao judiciário ou para facilitar a produção de provas. É possível que a competência relativa seja prorrogada. Se não for observada a competência relativa em tempo oportuno poderá gerar nulidade relativa, e para que seja anulado o ato deverá haver comprovação de prejuízo. Um exemplo da competência relativa é a territorial. ARGUIÇÃO DA COMPETÊNCIA (ART. 95 – CPP) De regra a incompetência relativa e a absoluta serão arguidas por meio de exceção de incompetência, que se dá em autos apartados, porém, como a incompetência poderá ser arguida de ofício pelo juiz, nada impede que ela seja suscitada por outros meios. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATEÉRIA – RATIONE MATERIAE Para analisar tal competência, é necessário atentar-se a tal esquema: Súmula 38 – STJ: compete à justiça estadual comum, na vigência da constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou de suas entidades. Súmula 140 – STJ: compete à justiça comum estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vitima. JUSTIÇA MILITAR Julga os crimes militares, assim definidos em lei. OBS: Crimes de característica dolosa contra a vida praticados por militar contra civil não são de competência da justiça militar, salvo nas disposições da nova lei 13.491/17. Abuso de autoridade praticado por policial militar é competência da justiça comum. Súmula 172 – STJ: compete à justiça comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATERIA JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA FEDERAL (ART. 109, CR/88) JURI FEDERAL JUSTIÇA ESTADUAL (competência residual) JURI ESTADUAL JUSTIÇA ESPECIALIZADA JUSTIÇA MILITAR JUSTIÇA ELEITORAL JUSTIÇA POLÍTICA
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