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direito penal resumo parte especial

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Direito Penal – Parte Especial
Dos crimes contra a pessoa
Dos crimes contra a vida
Homicídio: BJ vida humana.
Simples
Dirigir embriagado (art. 302, §2º, CTB)
STJ: dirigir embriagado: os crimes de trânsito são em regra culposos (art. 302, CTB), devem existir elementos concretos que indiquem o oposto.
STF: desclassificou de homicídio doloso para culposo na direção de veículo automotor, pois a teoria da actio libera in causa somente é admissível para justificar a imputação de crime doloso em embriaguez preordenada comprovada.
Privilegiado: causa de diminuição de pena/ direito subjetivo do condenado
Motivo de relevante valor social ou moral
Social: interesse da coletividade/ Moral: interesse particular, de acordo com princípios morais da sociedade.
Eutanásia
Injusta provocação da vítima: possibilidade do ato ser dirigido a terceiros ou contra animal, mas na presença de quem reage.
Possibilidade de provocação injusta mesmo em fato culposo.
Possibilidade de reação a provocação a terceiro
Domínio de violenta emoção
Homicídio emocional é incompatível com a premeditação.
Emoção e paixão não excluem a imputabilidade (art. 28, I, CP).
Atenuante genérica – art. 65, III, c, CP – não exige o domínio, bastando a mera influência, sem necessidade de imediatidade.
Homicídio privilegiado-qualificado – circunstâncias qualificadoras de natureza objetiva. Por incompatibilidade axiológica, já que havendo concurso entre um privilégio e uma qualificadora, deve o primeiro preponderar, e por falta de previsão legal, não integra o rol dos crimes hediondos.
Logo em seguida – imediatidade
Redução – 1/6 a 1/3
Qualificado (Hediondos)
Paga ou promessa de recompensa
Predomina que deve possuir valor econômico
Comunicabilidade da qualificadora ao mandante:
Não há comunicabilidade (art. 30, CP), pois é circunstância subjetiva e não elementar.
Há comunicabilidade, por ser circunstância elementar.
Ou outro motivo torpe (ofende sentimento ético e moral)
Vingança: predomina que pode ser considerada torpe; necessidade de exame do caso.
Ciúme, por si só, não é motivo torpe (STJ)
STJ: possibilidade de coexistência com as atenuantes genéricas do art. 65, II, a, c, CP, pois concorrem no mesmo fato.
Motivo fútil: insignificante, desproporcional, desarrazoado.
≠ Motivo injusto – todo crime possui motivo injusto, que nem sempre será fútil
Ausência de motivo: predomina que não é motivo fútil.
Predomina na doutrina que o motivo torpe não pode coexistir com o motivo fútil.
Emprego de veneno...
Veneno: só ocorre se a vítima desconhecer o que está ingerindo. Se a vítima for forçada a ingerir o veneno, não incide a qualificadora, mas pode ser meio cruel.
Cruel
Tortura com resultado morte (art. 1º, §3º, 9455/97)
Perigo comum: necessidade de prova de ocorrência do risco efetivo para outras pessoas, não sendo legítima a possibilidade abstrata de risco (minoritário).
Perigo comum (art. 250 a 257) com resultado morte (c/c art. 258, CP)
 Traição, emboscada, dissimulação, recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima
STF: dolo eventual não se compatibiliza com a qualificadora do art. 121, §2º, IV.
STJ: dolo eventual se compatibiliza com qualificadoras, em princípio.
Assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime
Não deve incidir quando há crime putativo, declarado inexistente por sentença judicial definitiva ou impossível.
Contra mulher por razões da condição de sexo feminino (Feminicídio – L. 13.104/15 – 10/03/15)
Pressupõe situação de violência praticada contra a mulher, em contexto caraterizado por relação de poder e submissão, praticada por homem ou mulher sobre mulher em situação de vulnerabilidade.
Considera-se que há razões de condição de sexo feminino (§2º)
Violência doméstica e familiar (art. 5º, 11.340 – “baseada no gênero”)
Menosprezo ou discriminação à condição de mulher
Rogério Sanches: o §2º é explicativo, mas faz confusão entre feminicídio e femicídio. Só há feminicídio se a conduta do agente é movida pelo menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Aumento de pena: 1/3 até ½
Durante a gestação ou nos 3 meses posteriores ao parto
Quando se inicia o parto? Controvérsia.
Contra pessoa menor de 14, maior de 60 ou deficiente
Apesar de repetir o §4º, permite a variação.
Pessoa portadora de deficiência (Arts. 3º e 4º do Dec. 3298/99)
Na presença de descendente ou ascendente da vítima
Necessidade que ele esteja no local da agressão?
LFG: Ao juiz compete (quando não há prova nem sequer indiciária da violência de gênero) rejeitar a denúncia parcialmente, recebendo-a definitivamente com os expurgos necessários, por falta absoluta de justa causa. A qualificadora do feminicídio tem que ter justa causa específica (provas mínimas sobre esse ponto). Sem isso, rejeita-se parcialmente a denúncia. Deixar essa tarefa para o momento da sentença, quando se sabe da inexistência de justa causa, é uma anomalia inqualificável (para além de uma tirania deplorável violadora da dignidade humana). No sentido de que o juiz pode corrigir desde logo o excesso acusatório
Pode figurar como vítima transexual?
Não, pois ele, geneticamente, não é mulher. Há analogia in malam partem.
Sim, desde que transmude suas características sexuais (por cirurgia e modo irreversível), deve ser encarada de acordo com sua nova realidade morfológica, eis que a jurisprudência admite, inclusive, retificação de registro civil.
Sim, desde que haja decisão transitada em julgado, pois tal fato deverá repercutir em todos os âmbitos de sua vida, inclusiva o penal.
Reconhecido o privilégio pelos senhores jurados, pode o juiz quesitar o feminicídio? Não! Pois só é possível homicídio privilegiado-qualificado quando estas são de natureza objetiva. O feminicídio é qualificadora subjetiva. Logo, se o Conselho de Sentença reconhece a forma privilegiada do crime, fica afastada, automaticamente, a tese do feminicídio.
Aumento de pena no homicídio doloso: idade da vítima verificada no momento da conduta. Tempo do crime. (§4º)
Culposo
Trânsito – art. 302, CTB.
Causas de aumento de pena
STF: a imputação da causa de aumento de pena por inobservância de regra técnica de profissão, só é admissível quando fundada na descrição de fato diverso daquele que constituiu o núcleo da ação culposa.
STJ: a causa de aumento referente à inobservância de regra técnica de profissão no campo da culpabilidade, demonstrando que o comportamento do agente merece maior censurabilidade. Não se pode usar o mesmo fato para a um só tempo tipificar a conduta e aumentar a penam pois configuraria bis in idem.
Se o agente abandona o local para evitar sérias represálias, não incide a qualificadora.
Morte instantânea da vítima e fuga:
Com a morte cessa a obrigação de prestar socorro, não incidindo a majorante por ausência de lesividade.
STF: para caracterização da omissão basta o não fazer, pois não compete ao agente aquilatar da intensidade do perigo ou gravidade das lesões da vítima.
STJ: No homicídio culposo, a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento de pena prevista no art. 121, § 4°, do CP – deixar de prestar imediato socorro à vítima –, a não ser que o óbito seja evidente, isto é, perceptível por qualquer pessoa.
Vítima socorrida imediatamente por terceiros:
Incide a majorante.
Vítima não precisará de socorro (necessidade-possibilidade)
STJ: caso o sujeito tenha prestado socorro, segundo o STJ, não poderá ser beneficiado pela atenuante genérica da alínea b do inciso III do art. 65 do CP, eis que traduz dever legal do agente causador do delito
Fugir para evitar flagrante: duvidosa constitucionalidade. Minoritário. Ninguém pode ser obrigado a aguardar a chegada da autoridade para ser preso. Seria uma forma de autoincriminação (8°, 2, g, CADH).
Perdão Judicial: causa de extinção da punibilidade (art. 107, IX, CP). Direito subjetivo do réu.
Relação de parentesco não é requisito para concessão
Extensão de efeitos em relação a terceiros: é razoável a possibilidade e já foi reconhecido pelo STJ.
NJ dasentença – S. 18, STJ.
Possibilidade de aplicação no homicídio culposo e lesão corporal culposa no trânsito – art. 300, CTB vetado por ser mais restrito.
Forma Majorada – Lei de extermínio de seres humanos (12.720/12) – novatio legis in pejus.
Milícia privada
Grupo de extermínio
Só esse é considerado crime hediondo (art. 1º, I, 8072/90) – homicídio simples hediondo.
RR: para caracterização de grupo de extermínio, seria necessária, pelo menos, a morte de duas pessoas.
Crime material
Necessidade de exame de corpo de delito
Admissão de exame indireto: tecnicamente é a perícia realizada por meio de outros elementos (fotografias e testemunhas), mas a jurisprudência admite a ocorrência quando não se encontra o cadáver.
S. 605, STF está superada pelo art. 71, p.u., CP.
Eutanásia: homicídio privilegiado ou causa de exclusão supralegal da ilicitude.
Ortonásia (omissão dos medicamentos): fato atípico, já que ninguém possui dever de prolongar inutilmente a vida.
Não há de se falar em condenação por porte ilegal de arma de fogo se o porte se deu especialmente e para a prática de homicídio. Este crime será absorvido pelo crime-fim (homicídio), em virtude do princípio da consunção.
Infanticídio: BJ vida humana.
Concurso de Pessoas
Possível, pois os dados pessoas (qualidade de mãe e estado puerperal) são elementares do crime e se comunicam ao coautor ou partícipe, desde que seja de seu conhecimento (art. 30, CP).
Estado puerperal
Dominante que basta a prova de sua existência, presumindo-se, a partir dele, que a mulher agiu sob sua influência. Presunção iuris tantum.
≠ doença mental que elimine completamente a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a capacidade de autodeterminação – Art. 26, caput, CP – isenção de pena.
Não há modalidade culposa Atipicidade (ou homicídio culposo)
Se a mãe expõe ou abandona o filho recém-nascido para ocultar desonra própria (estando ou não sob a influência do estado puerperal), sustenta-se que ocorre crime de exposição ou abandono de recém-nascido, qualificado quando houver lesão corporal grave ou morte, nos termos do art. 134 e §§. CP.
Incabíveis as agravantes do art. 61, II, e, h, CP (descendente e criança), pois são elementares do crime.
Aborto: BJ vida humana. OBS: aborto provocado por terceiro: + incolumidade da gestante.
Aborto de gêmeos: o feto não seria o sujeito passivo, mas sim o Estado, de forma que não configuraria concurso de crimes (Fragoso). Se se considera impossível o fracionamento da vida intrauterina, também há crime único.
Autoaborto (124, CP)
Possibilidade de participação, mas não coautoria (crime de mão própria)
Terceiro que provoca aborto: art. 126, CP. Exceção à teoria monista.
Aborto sem consentimento (125, CP)
Ausência de consentimento presumida nas hipóteses do art. 126, p.u, CP
Aborto com consentimento
Se a gestante desiste do aborto antes do início, mas o mesmo nela é realizado, o executor responde pelo art. 125, CP, e a conduta da gestante é atípica.
Majorantes: apenas nos crimes dos arts. 124 e 125, por não se punir a autolesão.
Lesão corporal grave
≠ Art. 129, §2º, V, CP – dolo na lesão e culpa de aborto
Morte
OBS: não ocorre o aborto, mas sim o resultado agravador (lesão ou morte da gestante) em consequência dos meios empregados – (1) tentativa de aborto com aumento de pena (Fragoso); (2) aborto consumado, com a mesma ratio da S. 610, STF.
Legal ou Permitido
Natureza Jurídica
Predomina que são excludentes da ilicitude
Aborto social ou econômico
É crime, mas configura, em alguns casos, causa supralegal de exclusão da culpabilidade, com fulcro na teoria da coculpabilidade do Estado (inexigibilidade de conduta diversa) – Cristiano Rodrigues.
Para instauração da ação penal é imprescindível a prova de sua materialidade (que incumbe ao órgão acusador), não sendo suficiente a simples confissão da acusada.
Se a mulher grávida tenta o suicídio e o feto sobrevive, predomina que ela não deve responder por tentativa de aborto, pois o fato decorre de uma autolesão (impunível) que absorve a tentativa de aborto. Já se a tentativa vem a provocar o aborto, parte da doutrina continua entender que trata-se de fato atípico, pois o aborto não prevê modalidade culposa. Outro segmento entende que a mulher deve responder por autoaborto com dolo eventual.
Das Lesões Corporais
Lesão Corporal: BJ incolumidade física, fisiológica e mental do indivíduo.
Se a intenção é apenas de agredir, há vias de fato (art. 21, LCP).
Violência esportiva praticada dentro das regras:
Exercício regular do direito (art. 23, III, CP), não sendo ilícito
Atipicidade conglobante quando a conduta ocorreu dentro da prática regulamentar do esporte
Atipicidade, em virtude da ausência de criação de risco juridicamente proibido
Admissibilidade do consentimento do ofendido, desde que válido.
Admissibilidade do princípio da insignificância, desde que leve a lesão, apesar de a matéria ser controversa.
Corte de cabelo ou barba sem autorização: não é lesão, mas pode ser injúria real, constrangimento ilegal ou vias de fato.
Intervenções médicas e cirúrgicas
Exercício regular de direito (art. 23, III, CP), não sendo ilícito
Atipicidade em virtude da ausência de dolo de ofender a incolumidade pessoal
Atipicidade Conglobante, por ser conduta fomentada pelo Estado
Atipicidade em razão da ausência de criação de risco juridicamente proibido
Multiplicidade de lesões num mesmo contexto fático gera apenas um crime de lesão corporal.
Crime de maus tratos é especial. Art. 136, CP c/c Art. 18-A, p.u., I, b, ECA.
Lesão corporal grave (§1º) – só se aplica à lesão dolosa
Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias
Desnecessidade de que seja trabalho ou atividade lucrativa; deve ser lícita
A vergonha de sair de casa em razão da lesão não qualifica
Necessidade de comprovação por exame complementar (art. 168, §2º, CPP)
30 dias contados da data do crime (art. 10, CP)
Perigo de vida: não deve ser presumido, só o concreto.
Debilidade permanente de membro, sentido ou função
Redução ou enfraquecimento que não significa perpétua
Órgãos duplos: a perda de um pode caracterizar
Aceleração de parto
Nascimento com vida seguida de morte em razão das lesões provocadas anteriormente
MAJ: 129, §2º, V, CP
Art. 129, §1º, IV, CP
Gravidez deve ser conhecida
Todas essas circunstâncias são objetivas e comunicam-se, se conhecidas pelo outro agente – art. 30, CP.
Lesão corporal gravíssima (§2º) – só se aplica à lesão dolosa
Incapacidade permanente para o trabalho
Necessidade de prognóstico de que a vítima não poderá retornar ao trabalho
Melhor posição: para qualquer trabalho.
Enfermidade incurável
Saúde é atingida de forma permanente, segundo o conhecimento médico
AIDS: discute a tipificação do portador que, tendo ciência da doença, deliberadamente a oculta de seus parceiros.
Tentativa de homicídio (ultrapassada)
Lesão corporal gravíssima em razão de enfermidade incurável (art. 129, §2º, II, CP). STJ.
Perigo de contágio de moléstia grave (art. 131, CP)
Perda ou inutilização de membro, sentido ou função
OBS: perda de um dedo e perda de um olho são debilidade permanente
Debilidade permanente
Predomina que deve ser dano estético irreparável, visível e capaz de causar transtorno ou impressão vexatória
Vítima não está obrigada a se submeter a cirurgia plástica, mas se a fizer, não haverá qualificadora
STJ: A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º, IV, do CP) não é afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a deformidade na vítima.
Aborto (necessidade de gravidez conhecida)
Não existe tentativa de lesão qualificada pelo aborto, pois se o sujeito atua com dolo de aborto, mas o resultado não se produz por circunstâncias alheias à sua vontade, a hipótese é de tentativa de aborto, e não de tentativa de lesão corporal qualificada pelo aborto.
Todas essas circunstâncias são objetivas e comunicam-se, se conhecidas pelo outro agente – art. 30, CP.
Lesão corporalseguida de morte (§3º)
Resultado decorrente de caso fortuito, força maior ou imprevisibilidade: não há culpa, não se pode responsabilizar o agente pela morte.
Causa de diminuição e de substituição de pena (§§4º e 5º): 1/6 a 1/3
Lesão corporal culposa (§6º)
AP pública condicionada à representação (9099/95, art. 88)
Delitos de trânsito: art. 303, CTB (ação penal pública incondicionada – art. 291, §1º, CTB)
Lesão corporal majorada (§7º): aumenta-se de 1/3
Lesão Culposa
Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício
Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima
Não procura diminuir as consequências do seu ato
Foge para evitar prisão em flagrante
Lesão dolosa
Menor de 14 anos
Maior de 60 anos
Praticada por milícia privada sob o pretexto de prestação de serviço de segurança
Grupo de extermínio (mesmas considerações do homicídio)
Perdão Judicial (§8º) – aplica-se à lesão culposa; causa extintiva da punibilidade (art. 107, IX, CP)
S. 18, STJ
Violência doméstica e familiar
Lesão corporal leve qualificada pela violência doméstica e familiar (não necessariamente será contra mulher – se for contra a mulher, aplica-se a lei 11.340)
Ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro
Quem conviva ou tenha convivido
É relativa ao inciso anterior?
Não, refere-se a outras pessoas.
Sim, pois não basta que sejam aquelas pessoas, é necessário que conviva.
Prevalecendo-se de relações domésticas de coabitação ou hospitalidade
Forma majorada (grave ou seguida de morte - §§ 1º a 3º): aumenta de 1/3 se for cometido contra portador de deficiência
Ação Penal
Lesão corporal grave e seguida de morte: pública incondicionada
Lesão corporal leve e culposa: pública condicionada à representação (art. 88, 9099)
Lesão corporal leve qualificada contra a mulher, praticada no âmbito doméstico ou familiar: controvérsia – art. 41, 11.340 (afasta aplicação da lei 9099)
Ação penal pública condicionada à representação, pois o art. 41 não abrange o art. 88, 9099. O próprio art. 16, 11.340 admite ação penal pública condicionada à representação. Arts: 12, I, 16 e 17, 11.340 e 98, I, e art. 5º, I, CF.
Sobre o cabimento de suspensão condicional do processo: ainda, o art. 89 adveio de outra lei que não a 9099, sendo norma geral aplicada a qualquer crime. A lei 11.340 trouxe o art. 45 que modificou a LEP (art. 152), indicando que a restrição de liberdade pode não ser a solução, possibilitando o encaminhamento a programa de recuperação e reeducação. 
Ação penal pública incondicionada em virtude do afastamento previsto no art. 41, 11.340.
ADI 4424: STF assentou a natureza incondicionada da ação penal no crime de lesão, pouco importando a extensão desta, praticada contra mulher no ambiente doméstico.
Agressão decorrente de abuso de poder
Concurso material entre art. 3º, i, 4898/65 e lesão corporal do art. 129, CP
Concurso formal entre art. 3º, i, 4898/65 e lesão corporal do art. 129, CP
O abuso absorve a lesão corporal e o agente responde apenas pelo 3º, i, 4898/65
Lesão corporal absorve o abuso, respondendo pelo 129, CP, com aumento de pena do art. 65, II, g, CP ou, se praticado pelo militar, pelo crime de lesão corporal do art. 209, CPM
Lei Maria da Penha (11.340/06)
RR: para que incida a agravante do art. 61, II, f, CP, a violência contra a mulher deve estar taxativamente subsumida a uma das espécies e formas previstas nos arts. 5º a 7º, 11.340.
Entra em vigor em 22/09/06
Regulamenta o art. 226, §8º, CF, apenas em relação à mulher e art. 7º, Convenção de Belém do Pará
NJ: conteúdo processual e civil.
Interpretação teleológica da lei (art. 4º)
Conceito de violência doméstica e familiar contra a mulher (art. 5º c/c art. 7º): apenas a ação ou omissão baseada no gênero justifica a incidência da lei – vulnerabilidade.
Crimes culposos não devem ser regulados por esta lei, só os dolosos, já que ela exige “ação ou omissão baseada no gênero”, que pressupõe intencionalidade.
O conceito amplo de violência doméstica e familiar viola o princípio da legalidade por ser vago e amplo – nullum crimen nulla poena sine lege certa.
Âmbito da unidade doméstica: mulher deve fazer parte do convívio permanente
STJ: inexiste a exigência de coabitação ao tempo do crime
Não se exige vínculo familiar
Abrange a empregada doméstica, mas não a faxineira
Qualquer relação íntima de afeto
Necessidade de convivência independente de coabitação
STJ: no caso de ex-namorados, aplica-se a lei se a situação de violência decorreu do relacionamento anterior.
Relações esporádicas e relacionamentos furtivos não ensejam a aplicação em virtude da falta da convivência.
STJ: presença de estado de vulnerabilidade caracterizado por uma relação de poder e submissão.
Irrelevância da orientação sexual
Maria Berenice: todos que fazem parte do gênero feminino lato sensu estariam protegidos pela lei maria da penha.
Transexuais: ver nas considerações do feminicídio.
Formas de violência (rol exemplificativo)
Física
Psicológica (ameaça)
Sexual
Patrimonial (OBS: continua a haver incidência das imunidades absolutas e relativas dos arts. 181 a 183, CP, a não ser no caso de vítima idosa em virtude do EIDOSO)
Moral
Atendimento pela autoridade policial (rol exemplificativo)
Registro de ocorrência: dá origem a dois procedimentos
IP
Expediente apartado para concessão de medidas protetivas urgentes (art. 18) requeridas pela ofendida.
Esclarecimento da verdade sobre a infração penal
Pedido de imposição de medidas de urgência: remessa, pela autoridade policial, em 48h, de expediente apartado ao juiz com pedido da ofendida para concessão de medidas protetivas de urgência (art. 22).
Requisitos do pedido: art. 12, §1º
Laudos ou prontuários médicos são admitidos como meios de prova (§3º) no procedimento cautelar que objetiva o deferimento das medidas de urgência. E na ação penal? Controvérsia!
Sim, pois a lei não faz ressalva.
Não. Sabe-se pelo processo penal (art. 158, CPP) que o exame pericial é imprescindível nos crimes que deixam vestígios. Inteligência dos arts. 11, II (encaminhamento ao IML) e 12, IV (outros exames periciais necessários). Para a condenação é necessária cognição plena e não sumária,
Aplicação subsidiária do CPP e CPC (art. 13)
Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
Competência mista: julga o delito praticado em situação de violência doméstica e familiar contra a mulher e são praticados atos de natureza cível.
Crime doloso contra a vida – Art. 5º, XXXVIII, d, CF – Prevalece o Tribunal do Júri
Há posicionamento de que na primeira fase haveria competência do JVDFM, mas isso fere a celeridade processual.
Interceptação telefônica (art. 2º, II, 9.296/96)
Deve ser o único meio disponível para formação da prova na infração penal
JVDFM competente para autorizar ou Juízos criminais (art. 33)
Competência territorial por opção da vítima (art. 15) apenas para processos cíveis, remanescendo a competência criminal prevista no art. 70, CPP.
Retratação da representação (art. 16) ou renúncia da representação?
Controvérsia, apesar de os dois levarem à extinção da punibilidade...
Retratação: possibilita a retratação da retratação
Renúncia: impossibilita o posterior exercício do direito
Ex: ameaça e estupro simples (lesão leve é controverso – ver acima)
Necessidade de audiência específica para esse fim, na presença do juiz, com oitiva do MP, sob pena de nulidade.
Tribunais superiores: só há necessidade de designação se existir manifestação da vítima no sentido de não querer mais aquele processo.
Discute-se se o não comparecimento a audiência pode ou não acarretar à renúncia tácita do direito de representação.
Antes de a denúncia ser recebida (STJ) – norma especial
OBS: art. 25, CPP: até o oferecimento da denúncia.
Penas – vedações (art. 17)
Cesta básica ou outras de prestação pecuniária ou substituição que implique pagamento isolado de multa
A multa não está vedada, apenas seu pagamento isolado
Cesta básica: alternativa à PRD de prestação pecuniária
Mascabem outras penas restritivas de direito previstas no art. 43, CP
Medidas Protetivas de Urgência (art. 18 e ss)
Possibilidade de concessão de ofício pelo juiz, pois não está promovendo persecução penal
Em sentido contrário: não, pois ofende o Princípio da Inércia.
Imediatidade na concessão de medidas (independentemente de audiência das partes e oitiva do MP)
Aplicação isolada ou cumulada
Possibilidade de revisão das medidas protetivas de urgência
Art. 19, §2º é a sede legal para requerer a revogação de medida cautelar, ante a alteração fática, em favor do ofensor.
Medidas em espécie (art. 22): não tem natureza processual e predomina que o rol é exemplificativo. Em sentido contrário: medidas restritivas se submetem ao princípio da taxatividade.
Suspensão da posse ou restrição do porte de armas
Porte funcional de arma de foto (art. 6º, I, 10.826/03)
Afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida
Proibição da prática de determinadas condutas
Proibição de aproximação até dos familiares, fixação de limites mínimos de distância (obrigação do autor do fato e não ad vítima)
Vedação de contados por qualquer meio de comunicação
Proibição de requentar determinados lugares
Restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores
Não pode ser decretada de ofício, sendo imprescindível a oitiva da equipe multidisciplinar.
Prestação de alimentos provisionais ou provisórios
Aplicação do art. 461, caput e §§ 5º e 6º, CPC (§4º) – multa cominatória
Descumprimento das medidas por parte do agressor
Conduta atípica de desobediência (art. 330, CP), pois o art. 20, 11.340, já estabelece decretação da PP como consequência, à luz do princípio da intervenção mínima e subsidiariedade do direito penal (STJ).
Medidas protetivas à ofendida (art. 23)
Cabimento de prisão preventiva (art. 20, 11.340 c/c 313, III, CPP)
Finalidade de garantir a execução das medidas protetivas de urgência
Observância: necessidade, excepcionalidade e adequação
Pode ser decretada a qualquer tempo
Pode ser de ofício?
Possibilidade de revogação e nova decretação a depender dos motivos que a justifiquem
Há quem sustente que o decreto de PP, na hipótese, violaria o princípio da proporcionalidade, pois, condenado o indivíduo permaneceria solto. O fato, entretanto, é que existe essa regra do art. 313, III, CPP.
Notificação da ofendida de todos os atos processuais (art. 21)
Intervenção do MP (arts. 25 e 26)
Assistência judiciária (arts. 27 e 28)
Não aplicação da lei 9099/95 (art. 41)
ADC 19 e ADI 4424: constitucionalidade do dispositivo.
STJ: inaplicabilidade da transação penal e ação penal pública incondicionada
Refere-se “aos crimes”, de forma que indica a possibilidade do uso da lei 9099 em contravenções penais, em que pese decisão do STJ, em contravenção penal de vias de fato, que entendeu ser inadmissível ante a interpretação teleológica do art. 4º.
Da periclitação da vida e da saúde
O crime de perigo é absorvido pelo crime de dano.
Omissão de Socorro
Condutas
Deixar de prestar assistência
Não pedir socorro à autoridade pública
Dever de assistência: possibilidade-capacidade
A existência de risco pessoal retira a tipicidade
Risco moral ou patrimonial: conforme o caso concreto, pode excluir a ilicitude por força do estado de necessidade.
Presença do sujeito ativo no lugar em que o periclitante precisa de socorro: controvérsia!
Desnecessidade, bastando que a situação ingresse em sua esfera de conhecimento
Necessária, pois, na ausência poderá existir egoísmo, mas não crime em espécie
Vários omitentes: todos respondem pelo 135, mas se um agente socorre a vítima, os demais estão desobrigados a fazê-lo, já que se está diante de dever solidário.
Vítima idosa Art. 97, EIDOSO (princípio da especialidade)
Vítima com morte instantânea Crime impossível
Omissão de socorro no trânsito (art. 304, CTB): há permanência do delito mesmo que haja morte instantânea da vítima.
Formas majoradas
Lesão corporal de natureza grave: aumenta metade
Morte: triplica a pena
Ação penal: pública incondicionada
Submete-se ao rito dos juizados
STJ: Caso o ofendido não represente em relação ao delito de lesão corporal culposa praticado na direção de veículo automotor, o crime de omissão de socorro não poderá ter processamento autônomo, em face do princípio da consunção.
Crimes contra a honra: BJ honra.
Honra objetiva: reputação social
Honra subjetiva: amor próprio e autoestima
Elemento subjetivo especial: firme propósito de ofender, não se configurando quando há apenas narração, crítica, defesa própria, correção ou brincadeira.
Consentimento do ofendido será causa supralegal de exclusão da ilicitude, por ser BJ disponível.
Calúnia: BJ honra objetiva.
Sujeitos passivos
PJ (controvérsia, prevalecendo que pode)
Doente mental e menor de 18 anos podem
Mortos não são sujeitos passivos, mas sim seus familiares
Idoso – norma especial – art. 96, §2º, EIDOSO
Criança e adolescente – norma especial – art. 232, ECA
Imputar a alguém falsamente fato definido como crime
O fato deve ser determinado ou específico
Imputação falsa
Inexistência do fato
Falsa autoria de crime ocorrido
Crime
Se for contravenção: difamação (art. 139, CP)
Propalar e divulgar (art. 138, §1º, CP)
Predomina que exige dolo direto.
Exceção da verdade
Gera atipicidade ao retirar a elementar falsamente.
É incidente processual e prejudicial
É meio facultativo de defesa indireta
É admitida, salvo
Se for crime de ação privada e o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível
Se o ofendido foi absolvido
Exceção de notoriedade (art. 523, CPP) Se o fato for notório, o crime é impossível
≠ denunciação caluniosa (art. 339, CP)
Agente dá causa a instauração de procedimento ou processo
Ação penal pública
Pode haver imputação falsa de contravenção penal (art. 339, §2º, CP)
≠ Autoacusação falsa (art. 341, CP)
≠ Falso testemunho (art. 342, CP): diferença de intenção
Difamação: BJ honra objetiva.
Impor fato ofensivo à reputação
Não precisa ser falso
Pode ser contravenção (se for crime será calúnia)
Fato determinado ou específico
Não há previsão expressa para aquele que propala ou divulga a difamação
Em regra, não será cabível a exceção da verdade, somente se (requisitos cumulativos):
Ofendido funcionário público
Ofensa possuir relação com o exercício da função
Exceção de notoriedade - = calúnia
Seu acolhimento gera exercício regular de direito (art. 23, III, CP)
Atipicidade Conglobante por ausência de Antinormatividade na conduta do sujeito ativo
CP não incrimina a difamação contra os mortos
Injúria: BJ honra subjetiva.
Sujeito ativo: deve possuir capacidade de compreender a expressão lesiva à sua honra, sob pena de ser crime impossível.
Sujeito passivo
Funcionário público
Se estiver presente... desacato e esteja no exercício da função, ainda que a injúria não diga respeito ao exercício dessa função
Se não estiver presente... injúria
Inadmissível a exceção da verdade ou notoriedade do fato
Perdão judicial (art. 140, §1º)
Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria
No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria
S. 18, STJ
Injúria real (art. 140, §2º)
Violência: lesão corporal tentada ou consumada
Vias de fato
Somente essa será absorvida pela injúria real
Injúria preconceituosa/ racismo impróprio (art. 140, §3º)
No crime do art. 20, caput, da L. 7.716/89, haverá manifestação preconceituosa genérica (vítima indeterminada). Já no crime do art. 140, § 3°, do CP, a manifestação preconceituosa dirige-se contra vítima determinada.
Inadmissibilidade do perdão judicial
Subsidiariamente, em relação ao idoso, aplica-se o art. 96, §1º
Disposições comuns
Causas de aumento (art. 141, CP)
1/3
Contra funcionário público, em razão de suas funções
Se a ofensa for na presença do funcionário, poderá ser desacato
Se a ofensa é feita na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação
Deve ter, no mínimo, 3 pessoas que compreendam a ofensa à honra da vítimaCalúnia e difamação praticadas contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência.
1/2: se cometida mediante paga ou promessa de recompensa
Exclusão do crime (art. 142, CP) de injúria e difamação, não abrange calúnia
Retratação (art. 143, CP): cabível da calúnia ou difamação
Não é necessário que a vítima aceite a retratação (ato unilateral ≠ perdão do ofendido)
É circunstância incomunicável
Só os apurados por meio de ação penal privada
Só pode ocorrer até a publicação da sentença
STF: após a sentença, deve ser considerada na fixação da pena.
Ação penal privada, salvo no art. 140, §2º quando da violência resulta lesão corporal (ação penal pública incondicionada)
OBS: se resultar vias de fato a ação penal será privada
Ação penal pública condicionada à representação: art. 142, p.u, CP
OBS: quando da violência resultar lesão corporal leve (art. 88, 9099)
STJ: É possível que se impute de forma concomitante a prática dos crimes de calúnia, de difamação e de injúria ao agente que divulga em uma única carta dizeres aptos a configurar os referidos delitos, sobretudo no caso em que os trechos utilizados para caracterizar o crime de calúnia forem diversos dos empregados para demonstrar a prática do crime de difamação.
Lei de Drogas (11.343/06)
Substituiu a L. 6.368/76
Caráter preventivo em relação ao usuário e repressivo em relação ao tráfico
Política de redução de danos
Consumo Pessoal (arts. 27 e 28)
Penalidades
Advertência sobre os efeitos da droga
Prestação de serviços à comunidade
Medica de comparecimento à curso educativo
Aplicação isolada ou cumulada
Ausência de critérios Art. 68 e 59, CP
Substituição: possível na execução, com abertura de contraditório, não podendo ser de ofício
Não é admissível o acréscimo
Política de drogas para consumo pessoal
6.369: detenção e pagamento de multa
11.343: advertência, PSC e medida educativa (art. 28, caput)
Porte para consumo: adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer consigo
Natureza Jurídica:
Descriminalização formal e transformação em infração sui generis (LFG)
Descriminalização substancial e transformação em infração de direito judicial sancionador (Alice Bianchini, Grandinetti entende que é administrativa)
Despenalização e manutenção do status de crime
Posição posta em cheque/ norma que teve sua presunção de constitucionalidade abalada
Violação ao princípio da alteridade ou transcedentalidade
Há invasão da privacidade e criminalização da autolesão
O BJ na verdade é a saúde individual
Discriminação no tratamento penal de drogas ilícitas e não penal das drogas lícitas, violando a igualdade
STJ: a condenação transitada em julgado pelo porte gera reincidência e maus antecedentes que são fundamentos idôneos para agravar a pena na primeira e segunda fase da dosimetria (DP: bis in idem, a mesma circunstância não pode servir para aumentar duas vezes a pena).
STJ: É inconstitucional o preceito secundário do art. 273, § 1º-B, V, do CP – “reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa” –, devendo-se considerar, no cálculo da reprimenda, a pena prevista no caput do art. 33 da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), com possibilidade de incidência da causa de diminuição de pena do respectivo § 4º.
Norma penal em branco com complemento na Portaria 344, MS
Dolo + Especial fim de agir: consumo pessoal
Análise dos critérios do §2º, sem nenhum preponderante (crítica aos antecedentes, por darem aso a um direito penal do autor).
Novatio legis in mellius Cabe ao juízo da execução (art. 66, LEP)
Atipicidade material: possibilidade – a quantidade ínfima faz desaparecer o perigo social causado pela circulação da droga
A tentativa seria impunível, já que não há risco social causado pela circulação da droga
STF entendia que a condenação pelo art. 28 gera reincidência
Não se imporá prisão em flagrante
RR: não pode ensejar futura reincidência, porque tais crimes são ontologicamente menos graves que as próprias contravenções penais. Já que não se opera reincidência quando há prática anterior de contravenção penal, com maior razão ainda não pode existir para esses delitos.
Cultivo da droga para consumo pessoal (art. 28, §1º) – tipificação que não existia antes, gerando três interpretações, sendo novatio legis in mellius, que só não retroage se se considerou a atipicidade.
Elementares: consumo pessoal e pequena quantidade
Plantio para consumo compartilhado com pequena produção e sem intenção de venda
Art. 28, §1º
Posse de sementes é atípico, pois ato preparatório de semear e impunível
Aplicação das penas (art. 27)
Critérios do art. 68, CP
Se as medidas forem aplicadas por meio de transação penal, não valem para efeito de reincidência/ antecedentes e o descumprimento injustificado não dá azo ao oferecimento da denúncia, mas sim audiência admonitória.
RR: possibilidade de nova transação dentro dos 5 anos por inexistir na lei 11.343 qualquer impedimento para tanto, haja vista a inexistência de PPL para a conduta.
Prazo máximo
5 meses réu primário
10 meses reincidente
Só se justifica uma reincidência específica – interpretação teleológica
Prazo mínimo: 1 dia nos dois casos
Descumprimento da pena não gera reincidência
Salo de Carvalho: advertência verbal e prestações comunitárias acrescidas de comparecimento a curso gera bis in idem. A estrutura da punição revive o sistema duplo binário.
Prazo prescricional: 2 anos
Tráfico
Tipo misto alternativo
Especial fim de agir: comprovação da traficância
Importar para uso próprio tipifica o 28/ proporcionalidade
RR: a entrega gratuita a consumo e fornecimento gratuito a consumo não podem ostentar caráter equiparado a hediondo, inclusive diante da manifesta desproporção entre esta e as demais condutas.
Salo de Carvalho: apenas as condutas de importação, exportação, venda e exposição a venda poderiam ser equiparadas, pois só elas são atos de comércio. As demais seriam sistematicamente incompatíveis.
STF entende que não se aplica o princípio da insignificância
S. 145, STJ
Se o agente não souber que traz consigo ou se equivocar quanto a autorização, há erro de tipo, impondo-se absolvição (art. 20, CP, c/c art. 386, III, CPP)
Prevalece que o §1º tem natureza de crime subsidiário, absorvido pelo caput – progressão criminosa, pois atinge o mesmo BJ
Inc. I. Necessidade de perícia; acusação deve provar o fim de produção.
Inc. II – seria cultivo para consumo pessoal a se enquadrar no art. 28
Inc. III. – necessário comprovar a existência do tráfico; crime próprio: só quem tem a propriedade, posse, guarda ou vigilância pode praticar.
Se a denúncia for pelo caput e o agente confessar alguns dos crimes do §1º, será necessário aditamento
Induzir ao consumo da droga (§2º)
Não é equiparado a hediondo, por ausência de previsão legal
Na lei anterior era equiparada a tráfico, havendo novatio legis in mellius
Exceção à teoria monista, pois quem usa responde pelo art. 28
Só deve haver consumação quando terceiro efetivamente dizer o uso da droga (melhor entendimento)
Uso compartilhado (§3º) – novatio legis incrimnadora
Necessária presença de todos os elementos especiais
Eventualidade
Ausência de objetivo de lucro
Consumo conjunto com pessoa do relacionamento
Menor potencial ofensivo, cabível transação penal
Possibilidade de aplicação do princípio da insignificância
RR: não pode ser equiparado a hediondo, pois não possui o sentido de tráfico.
Tráfico privilegiado (§4º): redução de 1/6 a 2/3 (aplica-se tanto ao caput, quanto ao §1º)
RR: qualquer redução de pena que não seja a máxima precisa ser fundamentada.
Requisitos
Primário
Bons antecedentes
Não se dedique às atividades criminosas
Nem integre organização criminosa
RR: não se dedicar ou integrar organizações criminosas são imputações vagas e frágeis, violando a legalidade. Além disso, a vedação peremptória fere a presunção de inocência, pois impede a diminuição em virtude de um ser.
RR: não há óbice à aplicação dessa causa de diminuição aos demais crimes, sobretudo aos que não possuem caráter hediondoou equiparado.
Utilizar conceito da L. 12.850 e não mera associação criminosa
PPL pode ser substituída por PRD
É crime hediondo?
O privilégio é incompatível com a hediondez (homicídio privilegiado-qualificado)
Novatio legis in pejus (art. 12, 6368), mas traz causa de diminuição de pena que não era prevista na lei anterior
S. 501, STJ
Não possui caráter vinculante
Art. 2º, p.u., CP não proíbe a combinação
Fabrico e maquinário (art. 34) – antigo art. 13, 6368
Atos preparatórios para o tráfico (inconstitucionalidade)
RR: imprescindível que que os instrumentos tenham funcionalidade de gerar ou modificar a droga de modo significante (aplicável princípio da insignificância)
RR: ainda assim é indispensável o fim de comércio
Dispositivo subsidiário
Associação (art. 35)
Requisitos
Caráter estável, permanente, que entre os integrantes exista vínculo associativo e uma consecução de finalidade comum
RR: é atípica a participação banal na associação (ex: cozinheira).
Lei 6368: art. 18, III (causa de aumento no concurso de pessoas) e art. 14 (associação estável permanente com animus duradouro)
Admite-se concurso material entre os arts. 35 e 33, pois os BJ’s são distintos
É hediondo?
Interpretação histórica do STF que, quanto ao art. 14, 6368, não considerava hediondo por interpretar restritivamente o art. 5º, XLIII, CF; não está no rol da lei 8072.
RR: aplicação do art. 33, §4º por analogia in bonam partem.
Art. 35, p.u.: associação para financiamento do tráfico
Financiamento (art. 36)
L. 6368: tráfico em concurso de pessoas (art. 29, CP)
Objeto material: crimes do 33, caput, §1º e 34
Inaplicabilidade da causa de aumento do art. 40, VII
Traficante que se autofinancia: controvérsia
STJ: responde só pelo 33 com a causa de aumento do 40, VII
Responde só por tráfico, pois o financiamento é inerente à sua atividade
Colaboração (Fogueteiro, radinho, art. 37) – participação de menor importância
Há entendimento de que se ele integra a estrutura da organização, há crime de associação para o tráfico previsto no art. 35. Só incide o 37 se ele colabora eventualmente. O 37 seria subsidiário ao 35, nos casos em que não se consegue demonstrar a estabilidade.
Todavia, o legislador entendeu por abrandar o tratamento de quem presta informações, integrando ou não a associação.
Se colabora com um único traficante também aplica, pela razoabilidade.
RR: a contribuição banal do informante é atípica e não se pode dispensar a comprovação da materialidade da dorga.
Ministrar culposamente (art. 38)
Erro de diagnóstico
RR: Não pode ser considerado hediondo, pois delitos culposos são incompatíveis com hediondos.
Aplicação da lei 9099
Condução de veículo automotor após o consumo de drogas: art. 306, CTB
Causas de aumento (art. 40): aumento de 1/6, ao contrário do art. 18 que fixava o aumento de 1/3 (novatio legis in mellius)
Não existe mais a causa de aumento da associação eventual (art. 18, III, 6368)
Inc. II: necessidade que o indivíduo esteja no exercício da função ou se prevaleça desta
Inc. III: segundo os tribunais superiores, só se aplica quando a venda for realizada dentro do transporte público.
Inc. IV: violência ou intimidação – emprego de arma vinculado à traficância
Não há: 33, 11.343 c/c 16, 10.826; todavia, esse entendimento é melhor para a execução penal
Inc. V: fornecimento de droga para criança
Outra substância – art. 243, ECA
Colaboração premiada (art. 41)
Voluntária, que não precise ser espontânea
Pode ser tanto no IP quanto na ação penal
Identificação dos coautores ou partícipes
Recuperação de total ou parte do produto do crime
Critério específico de fixação de pena (art. 59)
Circunstâncias preponderantes:
Natureza e quantidade – circunstâncias objetivas
Personalidade e conduta social do agente – circunstâncias subjetivas
Fixação dos dias multa (art. 43) – critério bifásico de aplicação de multa
Vedações – art. 44
STF: vedação à liberdade provisória e conversão em PRD inconstitucionais
Isenção de pena (art. 45) – hipótese de inimputabilidade para qualquer crime
Redução de pena do semi-imputável
RR: qualquer diminuição de pena diferente do máximo legal previsto deve ser devidamente fundamentado.	
Crimes contra a liberdade individual
Constrangimento ilegal: BJ liberdade pessoal e autodeterminação.
Sujeito ativo
Se se tratar de funcionário público (sujeito ativo) há exercício arbitrário ou abuso de poder (art. 350, CP) ou mesmo abuso de autoridade (4.898/65)
Sujeito Passivo
Doentes mentais e crianças de tenra idade, que não possuem capacidade de entendimento e autodeterminado, não podem ser vítimas.
Criança ou adolescente sob sua guarda vou vigilância – art. 232, ECA
Idoso – art. 107, 10.741
Consumidor – art. 71, CDC
Eleitor – art. 301, 4737/65
Constrangimento ilegal (mal injusto) ≠ Ameaça (mal injusto e grave)
No CI a ameaça é usada como um meio/ ação não depende de representação
Na A a ameaça é um fim em si mesmo/ ação depende de representação
Necessidade de pretensão ilegítima
Se for legítima – art. 345, CP
Especial fim de agir: constranger a vítima à ação u omissão pretendida
Forma majorada (art. 146, §1º): cumulativamente (detenção + multa) e em dobro
Mais de três pessoas
Emprego de armas
Concurso material obrigatório (art. 146, §2º, CP)
Exclusão da tipicidade (art. 156, §3º, CP)
Ameaça: BJ liberdade pessoal física e psíquica e autodeterminação.
Sujeito ativo
Funcionário público – abuso de autoridade (4.898/65)
Sujeito passivo
Doentes mentais e crianças de tenra idade não podem ser vítimas
Cegos se a ameaça é com gestos e surdos se é verbal – art. 17, CP, crime impossível
Vítima determinada
Parte no processo ou no inquérito – coação no curso do processo (art. 344, CP)
Mal injusto e grave
Injusto: ofendido não está obrigado a suportar
Grave: capaz de intimidar a vítima
Somente o mal futuro
Fragoso: exclui o crime o estado de ira.
Afastamento automático do delito em face da embriaguez do agente
Ação penal pública condicionada à representação
Sequestro e cárcere privado: BJ liberdade de locomoção.
Formas qualificadas (art. 148, §1º)
Ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente maior de 60 anos
Não se aplica o art. 61, II, e, h, CP
Mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital
Privação de liberdade dura mais de 15 dias (conta-se conforme o art. 10, CP)
Contra vítima menor de 18 anos
Não se aplica o 61, II, h, CP
Para fins libidinosos – novatio legis in pejus (art. 219, CP)
Em razão de maus tratos ou da natureza da detenção, resulta grave sofrimento físico ou moral (art. 148, §2º)
Crimes contra a inviolabilidade do domicílio
Violação de domicílio
Pressupõe dissenso
Não há crime quando a casa está desabitada
Se houver ânimo de furto, a violação de domicílio ficará absorvida
Formas qualificadas
Durante a noite
Local ermo (só se o lugar for habitualmente ermo)
Emprego de violência
Emprego de arma
Por duas ou mais pessoas (apenas coautoria e não participação)
Formas majoradas: 1/3: por funcionário público, fora dos casos legais
Excludentes da ilicitude
Crimes contra o patrimônio
Furto
Coisa alheia
Coisa sem dono, própria, abandonada não são objeto de furto. Coisa perdida pode ser 169, p.u., II, CP.
Coisa móvel
STF entendeu que furto de sinal de TV a cabo é conduta atípica, por não ser energia e não se admitir analogia in malam partem. STJ já decidiu que há furto.
STJ: folhas de cheque e cartões bancários não podem ser objeto material do crime, uma vez que desprovidos de valor econômico, indispensável à caracterização do delito contra o patrimônio.
Elemento subjetivo especial: para fim ou para outrem – releva fim de assenhoramento definitivo
Atipicidade do furto de uso
STJ (Recurso Repetitivo): A existência de sistema de segurança ou de vigilância eletrônica não torna impossível, por si só, o crime de furto cometido no interior de estabelecimento comercial.
Furto majorado (§1º) – só deve incidir sobre o furto simples e não o qualificado
Repouso noturno (melhor entendimentoexige que a casa esteja habitada)
STJ: A causa de aumento de pena prevista no § 1° do art. 155 do CP – que se refere à prática do crime durante o repouso noturno – é aplicável tanto na forma simples (caput) quanto na forma qualificada (§ 4°) do delito de furto.
Furto privilegiado (§2º)
Requisitos
Primário
Coisa de pequeno valor
Consequências
Substituição da pena de reclusão pela de detenção
Diminuir a pena de 1/3 a 2/3
Aplicar somente a pena de multa
Possibilidade do furto privilegiado-qualificado. S. 511, STJ
Furto qualificado
Destruição ou rompimento de obstáculo
Necessidade de perícia
Não incide quando a violência é contra a própria coisa furtada.
Com abuso de confiança (subjetiva)
Mediante fraude
Escalada (meio anormal com esforço incomum)
Necessidade de perícia
Destreza
STJ: No crime de furto, não deve ser reconhecida a qualificadora da “destreza” (art. 155, § 4º, II, do CP) caso inexista comprovação de que o agente tenha se valido de excepcional – incomum – habilidade para subtrair a coisa que se encontrava na posse da vítima sem despertar-lhe a atenção. Por isso, a prisão em flagrante (próprio) do punguista afasta a qualificadora, devendo responder por tentativa de furto simples; na verdade, a realidade prática comprovou exatamente a inabilidade do incauto”.
Emprego de chave falsa
Ligação direta em automóvel não incide a qualificadora
Concurso de pessoas: no mínimo 2
Furto famélico: inclui alimentos e remédios indispensáveis à sobrevivência
Exclui a ilicitude pelo EN
Ainda que não configurado o caráter famélico, subsiste a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância
Roubo
STJ: No delito de roubo, se a intenção do agente é direcionada à subtração de um único patrimônio, estará configurado apenas um crime, ainda que, no modus operandi, seja utilizada violência ou grave ameaça contra mais de uma pessoa para a consecução do resultado pretendido.
STJ: No crime de roubo, o emprego de arma de fogo não autoriza, por si só, a imposição do regime inicial fechado se, primário o réu, a pena-base foi fixada no mínimo legal. S.’s 440, STJ e 719, STF.
Estelionato
STJ: Não extingue a punibilidade do crime de estelionato previdenciário (art. 171, § 3º, do CP) a devolução à Previdência Social, antes do recebimento da denúncia, da vantagem percebida ilicitamente, podendo a iniciativa, eventualmente, caracterizar arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP. Não se aplica por analogia a causa extintiva da punibilidade prevista no art. 9º, 10.684/03.
STJ: O delito de estelionato não será absorvido pelo de roubo na hipótese em que o agente, dias após roubar um veículo e os objetos pessoais dos seus ocupantes, entre eles um talonário de cheques, visando obter vantagem ilícita, preenche uma de suas folhas e, diretamente na agência bancária, tenta sacar a quantia nela lançada.
Crimes contra a fé pública
STJ: Não se aplica o instituto do arrependimento posterior ao crime de moeda falsa. Os crimes contra a fé pública, semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em geral, são incompatíveis com o instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade material de haver reparação do dano causado ou a restituição da coisa subtraída.
Súmula 522: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.
STJ: É possível a condenação por infração ao disposto no art. 304 do CP (uso de documento falso) com fundamento em documentos e testemunhos constantes do processo, acompanhada da confissão do acusado, sendo desnecessária a prova pericial para a comprovação da materialidade do crime, mormente se a defesa não requereu, no momento oportuno, a realização do referido exame.
Crimes contra a Administração Publica
STJ: O pagamento do tributo devido não extingue a punibilidade do crime de descaminho (art. 334 do CP). Não se aplica o art. 9º, 10.684/03.
STJ: No crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se pela exigência – e não pela entrega – da vantagem indevida.
Crimes contra a dignidade sexual
STJ: Constatando-se a ocorrência de diversos crimes sexuais durante longo período de tempo, é possível o aumento da pena pela continuidade delitiva no patamar máximo de 2/3 (art. 71 do CP), ainda que sem a quantificação exata do número de eventos criminosos.
STJ: Em se tratando de crime sexual praticado contra menor de 14 anos, a experiência sexual anterior e a eventual homossexualidade do ofendido não servem para justificar a diminuição da pena-base a título de comportamento da vítima.
STJ: Nos crimes sexuais contra vulnerável, a inexistência de registro de nascimento em cartório civil não é impedimento a que se faça prova de que a vítima era menor de 14 anos à época dos fatos.
STJ: o ato libidinoso diverso da conjunção carnal, que caracteriza o delito tipificado no revogado art. 214 do CP, inclui toda ação atentatória contra o pudor praticada com o propósito lascivo, seja sucedâneo da conjunção carnal ou não, evidenciando-se com o contato físico entre o agente e a vítima durante o apontado ato voluptuoso.
STJ: Procede-se mediante ação penal condicionada à representação no crime de estupro praticado contra vítima que, por estar desacordada em razão de ter sido anteriormente agredida, era incapaz de oferecer resistência apenas na ocasião da ocorrência dos atos libidinosos. A interpretação que deve ser dada ao referido dispositivo legal (art. 225) é a de que, em relação à vítima possuidora de incapacidade permanente de oferecer resistência à prática dos atos libidinosos, a ação penal seria sempre incondicionada. Mas, em se tratando de pessoa incapaz de oferecer resistência apenas na ocasião da ocorrência dos atos libidinosos – não sendo considerada pessoa vulnerável –, a ação penal permanece condicionada à representação da vítima, da qual não pode ser retirada a escolha de evitar o strepitus judicii
Código de Trânsito Brasileiro
STJ (Recurso Repetitivo): É de perigo abstrato o crime previsto no art. 310 do Código de Trânsito Brasileiro. Assim, não é exigível, para o aperfeiçoamento do crime, a ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na conduta de quem permite, confia ou entrega a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou ainda a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança.
STJ: Na primeira fase da dosimetria da pena, o excesso de velocidade não deve ser considerado na aferição da culpabilidade (art. 59 do CP) do agente que pratica delito de homicídio e de lesões corporais culposos na direção de veículo automotor, pois é inerente a este delito, caracterizando a imprudência.
STJ: O juiz, na análise dos motivos do crime (art. 59 do CP), pode fixar a pena-base acima do mínimo legal em razão de o autor ter praticado delito de homicídio e de lesões corporais culposos na direção de veículo automotor, conduzindo-o com imprudência a fim de levar droga a uma festa.
Estatuto do Torcedor
STJ: Para a configuração do crime de “cambismo” – “Vender ingressos de evento esportivo, por preço superior ao estampado no bilhete” –, previsto no art. 41-F da Lei 10.671/2003, não há necessidade de comprovação de que, no momento da oferta, não havia ingressos disponíveis na bilheteria.

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