Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSIDADE ESTACIO - FIC Curso de nutrição ESTUDO DE CASO APLV ÁDILA VASCONCELOS CAVALCANTE Estágio Supervisionado - Nutrição em Saúde Coletiva Matricula: 201308104227 – Turno: Tarde Preceptora: Maria Katielle Oliveira Fortaleza-CE Outubro de 2017 SUMÁRIO 1 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA PACIENTE.......................................................................... 3 2 – GENOGRAMA........................................................................................................................... 4 3 – DADOS SOCIAIS...................................................................................................................... 5 4 – HISTÓRICO DE ACOMPANHAMENTO.................................................................................. 5 5 – EPIDEMIOLOGIA..................................................................................................................... 5 6 – FISIOPATOLOGIA.................................................................................................................... 6 7 – AVALIAÇÃO NUTRICIONAL..................................................................................................... 8 7.1 – Avaliação Antropométrica...................................................................................................... 8 7.2 – Necessidades energéticas................................................................................................... 10 8 – FUNDAMENTAÇÃO DIETOTERÁPICA.................................................................................. 10 9 – ANAMNESE ALIMENTAR....................................................................................................... 13 10 – INTERAÇÕES DROGA-NUTRIENTES................................................................................. 15 11 – CONDUTA NUTRICIONAL .................................................................................................. 15 12 – PLANO TERAPÊUTICO SINGULAR.................................................................................... 18 13 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................... 19 14 – ANEXOS ............................................................................................................................... 20 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA PACIENTE Nome: A. G. R. G. Sexo: Masculino Idade: 1 ano e 3 meses Data de Nascimento: 03/07/2016 Nacionalidade: Brasileira Naturalidade: Fortaleza - CE Data de Admissão na instituição: 03/10/2017 GENOGRAMA DADOS SOCIAIS Mãe teve depressão pós-parto e atualmente faz tratamento psiquiátrico. Família apresenta dificuldades financeiras e geralmente os alimentos são doados. HISTÓRICO DE ACOMPANHAMENTO Criança foi admitida na instituição (IPREDE) no dia 03/10/2017 acompanhado da mãe que relatou que seu filho apresenta APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca). Segundo ela, a criança ficou internada durante 4 dias devido a presença de diarreia (fezes com sangue). Segundo dados coletados, criança não teve aleitamento materno exclusivo e teve como alimentação inicial a fórmula infantil (NAN A.R.) até os seis meses de idade. Atualmente faz uso da fórmula Neocate (sem lactose). Criança também apresenta disfagia e dificuldade de mastigação. EPIDEMIOLOGIA Existe uma grande variação entre as taxas de prevalência de alergia alimentar nas diversas regiões do mundo. A prevalência de alergia referida por pacientes e familiares é até 10 vezes maior que a alergia comprovada por exames e testes de provocação. Além disso, ocorre uma variação natural de frequência da doença ao longo da vida, e também uma mudança no perfil de alérgenos alimentares mais comuns entre a infância e a vida adulta. Em alguns estudos, a prevalência de alergia percebida, mas não confirmada, por pacientes ou pais chega a 60%, o que evidencia a dificuldade de diferenciação entre reações adversas gerais e verdadeiras alergias. Estima-se que a prevalência real de alergia alimentar seja de 6% entre crianças e 3% entre adultos Inquérito epidemiológico multicêntrico realizado em consultórios de gastroenterologistas pediátricos de 20 cidades brasileiras apontou uma prevalência de sintomas suspeitos de alergia alimentar em 7,4% de 9478 crianças, sendo a prevalência de suspeita de alergia a proteína do leite de vaca de 5,7% (VIEIRA et al., 2010). A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é a alergia alimentar mais frequente na primeira infância e constituiu um sério problema de saúde pública. Essa alergia é caracterizada como um efeito adverso derivado de uma resposta imunológica específica que acontece de forma reprodutível após exposição a proteínas do leite de vaca, sendo distinto de outras respostas adversas como a intolerância alimentar (não imune mediada e que envolve reações enzimáticas) ou reações mediadas por toxinas. Antes de 1950, a incidência da APLV no primeiro ano de vida era baixa e atingia aproximadamente 0,1% a 0,3% das crianças. Estudos prospectivos realizados em 1970 e 1988 demonstraram que a incidência da APLV alcançou 1,8% a 7,5%, uma grande variedade explicada devido às diferenças nos critérios de diagnóstico adotados em diferentes estudos. Estudos mais recentes demonstram que a incidência varia de 2% a 6%, com a maior prevalência durante o primeiro ano de vida. Aproximadamente 50% das crianças têm demonstrado resolver a APLV espontaneamente até o primeiro ano de vida, e 80-90% até o quinto ano. Muitos profissionais, no passado, eram céticos a respeito da alergia alimentar, em decorrência da ausência de métodos sensíveis e de critérios objetivos para o seu diagnóstico. Por tais razões a investigação clínica nesta área é muito difícil e os resultados obtidos por vários autores frequentemente são duvidosos ou discrepantes. Somente nos últimos 15 anos é que a existência desta patologia passou a ser mais bem aceita, embora persistam as mesmas dificuldades metodológicas. A APLV pode ocorrer, inclusive, em crianças alimentadas exclusivamente com leite materno. A incidência neste grupo é baixa, cerca de 0,5%. Sua apresentação clínica é geralmente leve a moderada, pois a concentração da proteína do leite de vaca no leite humano é 100.000 vezes menor do que no leite de vaca. 6. FISIOPATOLOGIA As doenças alérgicas vêm sendo apresentadas como uma característica da herança poligênica, a qual é transmitida pelos genes dos pais, sendo assim responsável por 50-80% em crianças que apresentam histórico familiar positivo e cerca de 20% para aquelas que não possuem quadro clínico favorável em seus antecedentes. A alergia alimentar é uma patologia clínica resultante da sensibilidade de um indivíduo a uma ou mais proteínas alimentares, absorvidas através da mucosa intestinal permeável. Trata-se de um assunto de grande importância para o nutricionista, dada as repercussões gastrointestinais e nutricionais que ela pode acarretar, principalmente em crianças de baixa idade A alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) constituiu a alergia alimentar mais frequente em crianças com idade inferior a três anos, podendo as suas manifestações gastrointestinais ocorrer em qualquer idade. As manifestações clínicas são variadas, dependendo do órgão-alvo, dos mecanismos imunológicos envolvidos e da idade do paciente. Podem ocorrer manifestações no trato gastrointestinal, nos aparelhos respiratório e cardiovascular ou na pele. A alergia alimentar atinge o sistema imunológico, desencadeando mecanismos de ação contra o antígeno causador, gerando sinais e sintomas após a ingestão do alimento. Neste caso em especial o agente causador é encontrado principalmente no leite e seus derivados. O agente responsável por toda essa reação são proteínas do leite de vaca, tais como a caseína, -lactoglobulina, -lactoalbumina, soroalbumina, imunoglobulinas.Embora sejam alimentos construtores e o organismo tenha a capacidade de digeri-las, as proteínas do leite por vezes não são reconhecidas pelo sistema imune, provocando assim o desenvolvimento de alergias. Tal situação passa, então, a ser diagnosticada como alergia à proteína do leite de vaca, acarretando a necessidade de terapia nutricional. O leite de vaca é o alérgeno alimentar mais representativo para o grupo etário pediátrico, não apenas por ser o mais utilizado, como também pelo seu forte potencial alergênico. Estudos recentes demonstram que a fração beta-lactoglobulina é a que mais frequentemente induz sensibilização e ela é precisamente uma fração ausente no leite humano. As reações fisiológicas normalmente ocasionadas pelo sistema imunológico são ostentadas por um conjunto de células, órgãos e estruturas especializadas e não especializadas, cuja função é identificar e destruir invasores estranhos antes que qualquer mal seja feito ao organismo. Essas reações, quando de forma organizadas, são classificadas como Mecanismos de Hipersensibilidade do Tipo I ou mediados por IgE, Tipo II ou de Citoxicidade, Tipo III ou por Imunocomplexos e, Tipo IV ou Celular; porém, os mais presentes nas APLV são as do Tipo I por IgE e do tipo III por imunocomplexos. A barreira mucosa gastrintestinal engloba um componente fisiológico e outro imunológico. O primeiro inclui a camada de células epiteliais com junção firme entre as mesmas. Estas são cobertas por espessa camada de muco, que dificulta a ação de antígenos, vírus e bactérias. Enzimas, sais biliares e o pH gástrico ajudam a destruir patógenos e antígenos menos imunogênicos. Além disso, são secretadas substâncias pelas células produtoras de muco do estômago e intestino que ajudam no reforço e restauração da barreira mucosa. O componente imunológico inclui o sistema imune inato (neutrófilos, macrófagos e linfócitos natural killer) e o sistema imune adaptativo (linfócitos intraepiteliais e da lâmina própria, placas de Peyer, IgA secretora e citocinas). A imaturidade desses componentes em neonatos e lactentes jovens resulta em maior ocorrência de infecção intestinal e alergia alimentar nessa faixa etária. A despeito da evolução da complexa barreira mucosa, em torno de 2% dos antígenos alimentares ingeridos são absorvidos, mesmo em barreiras mucosas maduras. A maioria dos alérgenos absorvidos não causa sintomas, devido ao fenômeno de tolerância imunológica. A alergia alimentar é desencadeada por resposta imune aberrante à administração oral de antígenos dietéticos, que ocorre quando barreiras imunológicas são quebradas. Para atuação do sistema imunológico é preciso que o sistema linfático também esteja ativo, proporcionando, dessa maneira, a produção das defesas necessárias ao organismo contra as inúmeras patologias. Pode-se considerar que este último sistema é constituído por gânglios e vasos linfáticos por onde circula a linfa, rica em glóbulos brancos, que contribui para que as substâncias dos tecidos corporais retornem à corrente sanguínea. Uma das várias funções do sistema linfático é a de produzir e lançar também na corrente sanguínea os linfócitos-T, T-citotóxico, T-supressores, linfócitos-B e NK, que estão diretamente interligados na reação de produção das imunoglobulinas que, por sua vez, se encaminharão para locais específicos, atuando de diferentes formas. Caso o caminho determinado das imunoglobulinas seja a superfície celular, sua função será a de receptor; no entanto, a rota pode ser a corrente sanguínea ou os tecidos onde atuará como anticorpo. As reações alérgicas causadas pelo Mecanismo de Hipersensibilidade do Tipo I são as mediadas pela Imunoglobulina IgE, as quais são produzidas quando expostas ao alérgeno. São caracterizadas como reações imediatas ou diretas, que correspondem às manifestações clínicas mais precoces, sendo minutos após ou até 08 horas depois do contato ao suposto antígeno, ficando mais fácil associação dos sintomas ao alérgeno que o provocou. Na ocorrência de alergias alimentares é fundamental a presença de anticorpos IgE. A produção de anticorpos inicia-se quando as células apresentadoras dos antígenos se acoplam aos alérgenos, onde o antígeno é processado e exposto aos linfócitos T auxiliares (TH2), que, através da liberação de citocinas específicas, ativam os linfócitos B que são responsáveis pela produção de IgE. Após a proliferação em massa de IgE ligam-se as células específicas, como mastócitos e basófilos, estabelecendo um estado de sensibilização. A exibição posterior aos mesmos alérgenos ocasiona ligações cruzadas de IgE (mastócitos, basófilos e epítopos) aumentando o fluxo de cálcio intracelular e a liberação de mediadores pré-formados (histamina, proteases) e neoformados (leucotrienos, prosglandinas). Estes mediadores são os responsáveis por caracterizar as alterações fisiológicas e anatômicas que caracterizam as alergias alimentares. Essa cascata de eventos descrita anteriormente desencadeia o aumento da permeabilidade vascular, ativação do endotélio, contração do músculo liso, constrição das vias aéreas, secreção de muco, atração de leucócitos circulantes ao local da ativação dos mastócitos, produção e ativação de eosinófilos e plaquetas, sendo estes os efeitos característicos da reação alérgica. As manifestações tardias são identificadas como mecanismo de hipersensibilidade tipo III ou celular, podendo aparecer entre 2 horas a 3 dias após o primeiro contato com o alérgeno. As reações de hipersensibilidade do tipo III como alergia escondida, são mediadas principalmente por IgG e também o IgM. Neste processo pode coexistir liberação de anticorpos IgE e IgM, liberação de histaminas (em pequenas quantidades), formação de imunocomplexos, no qual este conjunto de fatores tornam as reações do tipo III como não imediata. A liberação gradativa de histaminas e formação de imunocomplexos nesta ocasião são as responsáveis pela reação tardia, sendo que o alérgeno responsável foi ingerido mais de uma vez, para desencadear as reações fisiológicas. Esse conjunto de reações pode produzir danos celulares, sendo pouco compreendidas e confundidas com outros sintomas clínicos, desencadeando sintomatologias físicas, mentais e emocionais que variam em tempo, intensidade e gravidade, mesmo quando proporcionadas por um mesmo alérgeno, pois os fatores que determinam os sintomas são somatórios. Devido à grande variação de sintomas, é muito difícil o diagnóstico clínico, sendo muitas vezes tratadas de maneira incorreta por apresentarem sintomas, semelhantes ou idênticos a outras patologias. Sinais e sintomas Os sinais e sintomas característicos partem da hipersensibilidade gastrintestinal imediata após a ingestão do alérgeno, podendo gerar náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia, ocorrendo déficit no ganho de peso e desnutrição, decorrente também da má absorção intestinal ou perda da energia dos alimentos eliminados nos vômitos e regurgitações. Em alguns pacientes ocorre urticária, prurido, angiodema, broncoespasmo, alergia oral, esofagite eosinofílica, refluxo-gastresofágico, cólicas, gastroenteropatia eosinofílica, enteropatia, enterocolite, colite alérgica, constipação intestinal crônica, manifestações cutâneas e respiratórias. No primeiro ano de idade é comum que crianças apresentem patologias como APLV e refluxo gastresofágico (RGE), sendo muitas vezes doenças interligadas. Os sintomas como baixo peso e desnutrição, vômitos, hematêmese, constipação intestinal com dores, diarreia crônica com má absorção e sangramento retal podem resultar de RGE secundário à gastrite por APLV, sendo uma expressão não muito comum desta patologia. Diagnóstico A sintomatologia de APLV é variável, acarretando assim grandes dificuldades de ser diagnosticada precisamente. A dieta de exclusão provocação sempre foi um método utilizado para determinar a APLV, contudo ocorre um predomínio de sintomas gastrointestinais e reações na pele gerando assim confusões no momento da caracterização. Todavia, quando é associadaesta dieta com os testes cutâneos de hipersensibilidade imediata, obtém-se um diagnóstico mais exato. Porém, não se indica apenas a utilização dos testes cutâneos para ter um diagnóstico; é preciso a junção de vários resultados. O diagnóstico baseia-se na história clínica, exame físico, dieta de eliminação e prova de provocação oral (PPO). Deve colocar-se a suspeita de APLV na presença de um ou mais sintomas sugestivos (particularmente se persistentes e a envolver vários sistemas) e/ou ausência de resposta adequada ao tratamento prévio para dermatite atópica, DRGE (doença do refluxo gastroesofágico) ou sintomas GI crônicos. Existem testes subsidiários, como biópsias de esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso como coadjuvantes na detecção da doença. A magnitude das manifestações clínicas da alergia é muito extensa a sua confirmação é muito trabalhosa. Para alguns autores os testes para detectar alergia alimentar devem ser baseados ou mediada por IgE, sendo estes para a determinação de IgE específica através do teste in vitro – testes cutâneos de hipersensibilidade imediata e IgE sérica específica, quantificação da liberação de histamina por basófilos e por último e mais fidedigno o desencadeamento oral. Este último se baseia em oferta de alimentos e/ ou placebo através de supervisionamento médico com doses crescentes e intervalos regulares, analisando assim as possíveis reações clínicas. O desencadeamento oral pode ser classificado como: aberto, em que o médico e o paciente estarão cientes; o simples-cego, o médico saberá o que o paciente esta ingerindo, e por fim o duplo-cego, que será realizado por placebo controlado, na qual nem o paciente e nem o médico saberão o que está sendo ingerido, o duplo-cego é considerado como padrão ouro para diagnosticar APLV; porém, a sua utilização para clínica diária é muito cara, além de requerer tempo pode ocasionar reações graves. Conforme já citado, o diagnóstico de alergia é muito amplo e, dentre eles, encontramos o radioallergosorbent test (RAST), que é utilizado para determinar o nível total de IgE específica, sendo quantificada e contada pela repercussão da radioatividade. Existe também o Phadiatop®, que atualmente tem sido um teste in vitro amplamente empregado nos diagnósticos de alergias por ser um teste simples e por ter a capacidade de detectar a presença de IgE específica como o RAST. Os testes realizados para detecção de IgE total são vantajosos para a diferenciação entre alergias alimentares ou respiratórias, dado o fato da correla- ção existente das reações de IgE. Essa quantificação de IgE pode ser realizada a partir de testes cruzados entre Phadiotop®, sendo este teste de rastreio para pesquisa de anticorpos IgE específicos para misturas de alergênicos inalantes, e Fx5E, que é o teste de rastreio para pesquisa de anticorpos IgE específicos para misturas de alergênicos alimentares. Ambos os testes são realizados a partir da coleta sanguínea do paciente. Terapia Nutricional Nesta fase é muito importante que a conduta nutricional não vise apenas a curar a patologia, mas, sim, levar o conhecimento ao paciente para que ele entenda e saiba distinguir os alimentos alergênicos que desenvolvem os sintomas. A dietoterapia na alergia à proteína do leite de vaca se baseia essencialmente na exclusão do leite e seus derivados. A eliminação bem sucedida de alimentos requer a leitura cuidadosa dos rótulos. Deve ser explicado que em rótulos de alimentos processados termos como “caseína”, “soro lácteo” entre outros, significam a presença de PLV. Os alimentos que contêm lactose geralmente são seguros para o consumo, desde que não contenham outros componentes do LV. Quando ocorre a eliminação total dos alimentos alérgenos, preserva-se a função de barreira do intestino, evitando que se desencadeiem distúrbios pela resposta imunológica causada pela proteína do leite de vaca, tornando, assim, o paciente assintomático. A maioria das crianças, quando amamentadas até os dois primeiros anos de vida, sem a ingestão de leite de vaca apresenta tolerância alimentar a ele, fato este que pode ser constatado após os três anos de vida. Já os lactentes que tiveram o contato antes deste tempo previsto, podem reintroduzir em alguns casos os alimentos alergênicos como o leite de vaca e seus derivados. Por isso, depois do tratamento de seis a doze meses de exclusão, o organismo pode tornar-se assintomático, por criar as defesas necessárias. A reintrodução alimentar requer cuidados, como a realização de um novo teste de desencadeamento, para verificar se ainda existe intolerância ou resposta imunológica. Caso não haja, deve ser procedida cuidadosamente através de intervalos semanais. A terapêutica nutricional da APLV é um grande desafio aos profissionais da área da saúde por ser diretamente ligada à retirada de um alimento e seus derivados do cardápio diário. A escolha da substituição do leite de vaca pode ser feito por alimentos à base de soja e os hidrolisados proteicos, desde que o paciente/lactente apresente apenas APLV. A adequação alimentar deve ser avaliada cuidadosamente, considerando as necessidades nutricionais para a faixa etária e a aceitação pelo paciente e seus familiares; a ingestão de cálcio, quando não é obtida pela dieta, deve ser efetuada por suplementação com o devido acompanhamento, para que assim o fator de crescimento não seja atingido. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL A avaliação do estado nutricional é a utilização de procedimentos diagnósticos que permitam identificar a situação nutricional de um indivíduo ou de uma população tornando possível que se identifique grupos de riscos e intervenções não apenas quanto aos efeitos, mas também ao das causas (RIBAS, 1999). O estado nutricional infantil é obtido pela analise das informações obtidas de dados bioquímicos, antropométricos, clínicos e pelo consumo alimentar podendo afetar o estado de saúde da criança. 7.1 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Os índices mais utilizados na avaliação nutricional de uma criança são estatura, peso e IMC relacionados com a idade e o sexo. Essas medidas formam os seguintes índices específicos para cada gênero para crianças de 5 a 10 anos: Peso por idade, IMC por idade e Estatura por idade (WHO, 2007). Esses índices quando fora do padrão da curva nutricional permitem a detecção de algum problema nutricional. Foram utilizados para a avaliação antropométrica da paciente A.C.C.R, o peso por idade, IMC por idade e Estatura por idade. Para os indicadores antropométricos, foi utilizado o parâmetro escore-Z. Para crianças de 5 a 10 anos (Referência; OMS, 2007) Estatura para Idade Valores Críticos Diagnóstico Nutricional Percentil 0,1 < Escore – z < Escore – z -3 Muito baixa estatura para a idade ≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Baixa estatura para a idade ≥ Percentil 3 ≥ Escore ≥ Escore-z -2 Estatura adequada para a idade Peso para Idade Valores Críticos Diagnóstico Nutricional < Percentil 0,1 < Escore – z < Escore – z – 3 Muito baixo peso para a idade ≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Baixo peso para a idade ≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 97 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +2 Peso adequado para a idade > Percentil 97 > Escore-z +2 Peso elevado para a idade* *Observação: Este não é o índice antropométrico mais recomendado para a avaliação do excesso de peso entre crianças. Avalie esta situação para interpretação dos índices de peso para estatura ou IMC para idade. IMC para idade Valores Críticos Diagnóstico Nutricional < Percentil 0,1 < Escore – z -3 Magreza acentuada ≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza ≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 85 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +1 Eutrofia > Percentil 85 e ≤ Percentil 97 > Escore-z +1 e ≤ Escore-z +2 sobrepeso > Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 ≥ Escore-z +2 e ≤ escore-z+3 Obesidade > Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade grave OBS: Não tem os parâmetros de peso para estatura na referência da OMS (2007) RESULTADO PESO/IDADE +1 e +2 Peso elevado para a idade ESTATURA/IDADE +2 e +3 Estatura adequada para a idade IMC/IDADE +2 e +3 Obesidade Que a paciente se encontra com o peso elevado para idade, estatura adequada e obesidade de acordo com seu IMC por idade. 7.2 NECESSIDADES ENERGETICAS O cálculo de necessidade energética utilizado foi o GET de manutenção de peso para meninas de 3-18 com Sobrepeso e em risco de ficarem sobrepeso (IMC>Percentil 85 para sobrepeso). DRI (IOF, 2002; 2005) Fórmula: GET= 389 – 41,2 x idade (anos) + AF x (15 x peso [kg] + 701,6 x estatura [m]). GET= 389 – 41,2 x 8 + 1,0 x (15 x 31 + 701,6 x 1,40) GET= 389 – 329,6 + 1,0 x 465 + 982,24 GET= 59,4 + 465 + 982,24 GET= 1.506,64 Foi utilizado o coeficiente de atividade física (AF): 1,0 (sedentária) Peso utilizado: 31kg/m² (peso ideal de acordo com o escore – z) 8. FUNDAMENTAÇÃO DIETOTERÁPICA E RECOMENDAÇÕES ESPECIFICAS Dietoterapia é o manejo terapêutico dos alimentos, cujo objetivo é produzir um balanço negativo de energia para reduzir o peso e melhorar a composição corporal. Uma dieta equilibrada e rica em alimentos saudáveis é essencial para levar a vida em plena harmonia. Porém, por vezes não conseguimos distinguir os alimentos mais saudáveis daqueles que são mais prejudiciais à nossa saúde. A alimentação completa é aquela onde ingerimos uma porção de cada tipo de alimento, de preferência um prato bem colorido e diversificado é o ideal. Deste modo, nas refeições devem-se incluir alimentos variados, como carnes, verduras, legumes e cereais apresentado na figura. GRUPOS DE ALIMENTOS PIRÂMIDE ALIMENTAR BRASILEIRA (PORÇÔES) CONSUMO DIÁRIO PORÇÕES Grupo dos cereais, pães, tubérculos e raízes 5 – 9 Porções 5 porções Grupo de frutas 3 – 5 Porções 4 porções Grupo de verduras e legumes 4 – 5 porções 3 porções Grupo de leguminosas 1 porção 1 porção Grupo de iogurte, queijo, leite e produtos lácteos 3 porções 3 porções Grupo de carnes e ovos 1 – 2 porções 1 porção Grupo de óleos e gorduras 1 – 2 porções 1 porção Grupo de açúcares e doces 1 – 2 porções 1 porção Fonte: Piramide alimentar adaptada . ESPECIFICOS DIETOTERÁPICOS NAS DISLIPIDEMIAS Recomendação nutricional para pacientes dislipidêmicos Nutrientes Ingestão recomendada Gordura total 20-35% das calorias totais Ácidos graxos saturados ≤ 7% das calorias totais Ácidos graxos poli-insaturados ≤ 10% das calorias totais Ácidos graxos monoinsaturados ≤ 20% das calorias totais Carboidratos 50-60% das calorias totais Proteínas 15% das calorias totais Colesterol ≤ 200 mg por dia Fibras 20-30 g por dia Calorias Ajustado ao peso desejável Recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias •Ácidos graxos polinsaturados: Promovem redução dos triglicérides plasmáticos pela diminuição da síntese hepática de VLDL, Podem ainda exercer outros efeitos cardiovasculares, como redução da viscosidade do sangue, maior relaxamento do endotélio e também efeitos antiarrítmico. (Arquivos Brasileiros de Cardiologia -Volume 88, Suplemento I, Abril 2007). ÔMEGA-6 (ÁC. LINOLÉICO) •Grande quantidade, possuem maior capacidade de induzir estresse oxidativo e inflamatório. •Fontes alimentares são os óleos vegetais de soja, milho, e girassol. ÔMEGA-3 (ÁC. LINOLÊNICO) • Essencial ao ser humano, presente nos vegetais. • EPA e DHA: peixes de água muito frias e profundas. • Reduzem níveis de TGL por inibir a síntese e secreção de VLDL. • São encontrados nos vegetais •(soja, canola e linhaça) e em peixes de águas frias (cavala, sardinha, salmão, arenque). • Ácidos graxos Monoinsaturados: ÔMEGA-9 (ÁC. OLÉICO) • Suas principais fontes dietéticas são o óleo de oliva, óleo de canola, azeitona, abacate e oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes, amêndoas). • Redução do colesterol total e do LDL, efeito antitrombótico e inibição da agregação plaquetária. • Dieta do mediterrâneo (azeite de oliva): redução de TGL plasmáticos. (IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007) • Ácidos Graxos Saturados Para diminuir o consumo de ácidos graxos saturados aconselha – se a redução da ingestão de gordura animal (carnes gordurosas, leite e derivados), de polpa e leite de coco e de alguns óleos vegetais, como os de dendê. • Fibras A recomendação de ingestão de fibra alimentar total para adultos é de 20 a 30g/dia, 5ª 10g destas devendo ser solúveis, como medida adicional para a redução do colesterol. • Fitosteróis Os fitosteróis desempenham funções estruturais análogas do colesterol. A ingestãode 3 a 4g/dia de fitosteróis pode ser utilizada com o adjuvante ao tratamento hipolipemiante (redução de LDL). (IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007). •Antioxidantes Os antioxidantes, dentre eles os flavonóides, presentes na dieta podem inibir a oxidação das LDL, diminuindo sua aterogenicidade e, conseqüentemente, o risco de doença arterial coronária .Os flavonóides são antioxidantes polifenólicos encontrados nos alimentos, principalmente nas verduras, frutas (cereja, amora, uva, morango, jabuticaba), grãos, sementes, castanhas, condimentos e ervas e também em bebidas como vinho, suco de uva e chá. 9. ANAMNESE ALIMENTAR CARDÁPIO HABITUAL Tabela - Alimentação habitual Refeição Alimentos Medida caseira Qt (g/ml) Desjejum Leite com nescau Pão francês Ovo mexido Requeijão 1 copo pequeno 1 unidade 1 unidade Média quantidade 165 50 50 22 Colação Biscoito de leite (maisena) Suco de fruta (natural) 5 unidades 1 copo pequeno 25 165 Almoço Arroz cozido Frango cozido (peito e coxa) Feijão carioca Alface Tomate Cebola Azeite 6 colheres de sopa 2 unidades 1 concha pequena 1 folha grande 1 fatia 1 fatia 1 colher de sopa 150 235 40 15 15 4 8 Lanche da Tarde Leite com nescau Pão francês Ovo mexido Requeijão 1 copo pequeno 1 unidade 1 unidade Média quantidade 165 50 50 22 Jantar Sopa (carne e legumes) Suco de laranja (natural) 1 prato fundo 1 copo pequeno 520 165 Dados fornecidos pela paciente A.C.C.R Valor Energético total da dieta habitual: 1933 Kcal/dia Necessidades/Recomendações de Energia: 1.506,64 kcal Comparação e porcentagens de adequação do cardápio apresentado pela paciente e as Recomendações EER (IOF, 2002; 2005) Macronutrientes Recomendações Kcal Gramas % de adequação Proteína 10 – 15% 458 114,50 23,69% Carboidrato 55 – 65% 911,44 227,86 47,15% Lipídeo 25 – 35% 563,22 62,58 29% ÁCIDOS GRAXOS ENCONTRADO Ácidos graxos Recomendações Gramas Kcal % de adequação Classificação Monoinsaturado <20% 23,39 210,51 11% Inadequado Poliinsaturado <10% 10,47 94,23 5% Inadequado Saturado <7% 20,05 180 9% Inadequado QUADRO DE FIBRAS E COLESTEROL ENCONTRADO Micronutrientes Recomendações Encontrado Classificação Fibra (g) 20 – 30 15,52 Inadequado Colesterol (mg) < 200 879,08 Inadequado Comparação e porcentagens de adequação dos micronutrientes apresentado pela paciente. Recomendações da DRI. (Criança de 4 – 8 anos) Micronutrientes Quantidade Recomendação Classificação Cálcio 469,18 800 – 2,5Inadequado Ferro 10,73 10 - 40 Adequado* Sódio 3100,50 1,2 – 1,9 Inadequado Fósforo 1484,96 500 – 3,0 Adequado* Potássio 2427,02 3,8 - ND Inadequado Zinco 12,89 5 - 12 Inadequado Vitamina A 311,86 400 - 900 Inadequado Vitamina C 134,0916 25 - 650 Adequado* Vitamina E 1,02 7 - 300 Inadequado Vitamina D 0,23 5 - 50 Inadequado Tiamina (B1) 1,44 0,6 - ND Adequado* Riboflavina (B2) 2,30 0,6 - ND Adequado* Piridoxina (B6) 1,67 0,6 - 40 Inadequado Niacina (B3) 31,36 8 - 15 Inadequado Cobalamina (B12) 0,28 12 - ND Inadequado Avaliação da Freqüência do Consumo de Alimentos (Anáise crítica do recordatório) A freqüência do consumo alimentar da paciente encontra-se de forma inadequada, com as quantidades de micronutrientes como vitaminas e minerais abaixo do valor de referência, com alto consumo de proteína, baixo consumo de carboidratos complexos, deixando de favorecer um aporte de fibras desses macronutrientes, auto consumo de colesterol, associando ao consumo freqüente de ovo e frango cozido na qual a paciente relatou, e sua ingestão de gordura poliinsaturada inadequada e seu baixo consumo de água diário. 10. INTERAÇÕES DROGA X NUTRIENTES Que a paciente não usa nenhum medicamento, mas que foi recomendado pelos profissionais de nutrição à consumir 1 cápsula por dia de ÔMEGA-3 kids. Portanto não há interferência na absorção do ômega-3, contribuindo um melhor aproveitamento do nutriente. 11. CONDUTA NUTRICIONAL CARDÁPIO PLANEJADO Tabela - Alimentação planejado Refeição Alimentos Medida caseira Qt (g/ml) Desjejum Vitamina de banana c/ aveia Açúcar Pão francês 1 copo pequeno 1 colher de sopa 1 unidade 90 18 50 Colação Iogurte natural desnatado Castanha de caju 1 unidade 5 unidades 90 12,5 Almoço Arroz integral cozido Salmão grelhado Feijão carioca Alface Tomate Cebola Azeite Beterraba ralada Cenoura ralada 5 colheres de sopa 1 unidade 1 concha pequena 1 folha grande 1 fatia 1 fatia 1 colher de sopa 1 colher de sopa 1 colher de sopa 150 100 65 15 15 4 8 16 12 Lanche da Tarde Vitamina de abacate Açúcar Farinha de aveia 1 copo pequeno 1 colher de sopa 1 colher de sopa 165 18 13,6 Jantar Canja 1 concha média 130 Ceia Maçã (fruta) 1 unidade 230 Necessidades/Recomendações de Energia: 1.506,64 kcal Comparação e porcentagens de adequação do cardápio planejado para a paciente e as Recomendações EER (IOF, 2002; 2005) Macronutrientes Recomendações Kcal Gramas % de adequação Proteína 10 – 15% 226,68 56,67 15% Carboidrato 55 – 65% 916,96 229,24 59% Lipídeo 25 – 35% 400,50 44,50 26% ÁCIDOS GRAXOS ENCONTRADO Ácidos graxos Recomendações Gramas Kcal % de adequação Classificação Monoinsaturado <20% 19,37 174,33 11% Inadequado Poliinsaturado <10% 9,51 85,59 6% Inadequado Saturado <7% 11,74 105,66 7% Adequado QUADRO DE FIBRAS E COLESTEROL ENCONTRADO Micronutrientes Recomendações Encontrado Classificação Fibra (g) 20 – 30 20,90 Adequado Colesterol (mg) < 200 97,12 Adequado Comparação e porcentagens de adequação dos micronutrientes apresentado pela paciente. Recomendações da DRI. (Criança de 4 – 8 anos) Micronutrientes Quantidade Recomendação Classificação Cálcio 443,32 800 – 2,5 Inadequado Ferro 42,25 10 - 40 Adequado* Sódio 1005,17 1,2 – 1,9 Inadequado Fósforo 1119,22 500 – 3,0 Adequado* Potássio 2.299,82 3,8 - ND Inadequado Zinco 5,47 5 - 12 Adequado Vitamina A 155,20 400 - 900 Inadequado Vitamina C 78,31 25 - 650 Adequado* Vitamina E 1,86 7 - 300 Inadequado Vitamina D 1,73 5 - 50 Inadequado Tiamina (B1) 0,97 0,6 - ND Adequado* Riboflavina (B2) 1,04 0,6 - ND Adequado* Piridoxina (B6) 0,93 0,6 - 40 Adequado* Niacina (B3) 9,94 8 - 15 Adequado Cobalamina (B12) 0,79 12 - ND Inadequado Objetivos dietoterápicos para cada patologia • Aumentar o consumo de ÔMEGA-6 e ÔMEGA-3. • Aumentar o consumo de fibras. • Reduzir o consumo de alimentos ricos em colesterol, gordura saturada e trans. •Reduzir valores de colesterol total, LDL-colesterol e aumentar o HDL. •Controlar fatores da dieta de risco cardiovasculares doenças associadas. •Adequar o estado nutricional. •Promover educação alimentar. (Análise crítica do cardápio planejado) Foi feita a dieta planejada com a realização da adequação dos macronutrientes, com quantidades recomendáveis de fibras e colesterol, diferente do que acontecia, a paciente em questão, fazia um uso exagerado de alimentos ricos em colesterol, o que na verdade não é saudável para o corpo humano pelo fato em excesso e pôr longos períodos chega a ser prejudicial. Em relação aos micronutrientes, não foi possível adequadar, pois a paciente tem algumas restrições alimentares. 12. PLANO TERAPÊUTICO SINGULAR Ação Responsável Período Manter acompanhamento no ambulatório de nutrição Unidade de Atendimento Primário da Saúde (UAPS) Mínimo 6 meses 13. REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Vieira MC, Morais MB, Spolidoro JVN, et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’ milk allergy. BMC Pediatr. 2010;10:25. doi:10.1186/1471-2431-10-25. ANEXOS 60 Saudável Mãe materno 65 Saudavel Pai maternop 62 Diabetica Mãe paternoo 68 Hipertensão nNNndedeNaddesDesconheceHipertensãomaemaeDiDiabete papater Pai paterno 36 Saudável Pai 34 Saudável Mãe 8 Saudavel Filho 8 dislipidemia Filha �PAGE � �PAGE �11�
Compartilhar