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Adoção Internacional

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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho discorre acerca do tema Adoção Internacional. Através da evolução legislativa, pretende tratar sobre os requisitos, procedimentos, legislação aplicável, entre outros aspectos. Pretende ainda abordar temas relevantes como o tráfico internacional de crianças. A pesquisa busca delimitar limites e requisitos para a adoção internacional, tendo como objetivo analisar como é feita a proteção da criança e do adolescente no cenário mundial perante a legislação internacional e nacional. Discute-se a importância da inserção da criança em um lar, trata sobre conflito de leis nacionais e internacionais no espaço e no tempo e ressalta a importância da Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional.
2. ASPECTOS GERAIS DA ADOÇÃO
A adoção não é apenas um ato de bondade e caridade, mas significa aceitar uma pessoa estranha, como um filho biológico. A adoção tinha como finalidade dar aos casais que por algum motivo não poderiam ter filhos, a possibilidade de poderem formar uma família. 
2.1 Antecedentes históricos
A adoção se apresenta como um tema atual em quase todas as fases da história, portanto, a adoção não é uma prática pós-moderna. As adoções eram realizadas quando alguém não tinha herdeiro, logo, adotava-se para dar continuidade à família. Tendo como princípio básico o de que a adoção tinha que imitar a natureza, aquele que foi adotado teria direito ao nome e a mesma posição na sociedade de quem o adotou, teria ainda o direito de herdar tudo que pertencia a seu adotante. Até os anos 80 do século XX, cerca de 90% das adoções feitas no Brasil eram feitas de forma ilegal. Essa forma de adoção é mais conhecida como à brasileira, em que o registro das crianças é feito diretamente no cartório pelos pais, como se a criança fosse biologicamente sua, tal prática embora proibida por lei, ainda pode ser facilmente detectada na sociedade ate os dias atuais. Somente em 1828 a adoção apareceu pela primeira vez na legislação brasileira, buscando com isso, solucionar os problemas dos casais que não poderiam ter filhos.
2.2 Conceito e natureza jurídica da adoção
A adoção é um ato jurídico em sentido estrito e sua eficácia esta amarrada a atos e sentença judicial. A palavra “adoção” vem do latim, que significa dar o seu próprio nome a alguém no sentido de acolher alguém. Para definir adoção internacional, é preciso lembrar a diferença entre adoção interna e adoção internacional. A adoção nacional vincula-se a apenas um ordenamento jurídico, enquanto a adoção internacional vincula-se a dois ou mais sistemas jurídicos; em outras palavras, “as verdadeiras adoções transnacionais são aquelas que envolvem pessoas subordinadas a soberanias diferentes”. A adoção internacional acarreta em uma mudança cultural e social da criança, ela deixa suas raízes, tendo que conviver com uma cultura totalmente alheia à sua de origem.
2.3 Sujeitos no processo de adoção
No processo de adoção dois sujeitos distintos que se encontram, muitas vezes são pessoas totalmente diferentes. A primeira pessoa está naquela situação com a expectativa de se tornar pai ou mãe, a segunda pessoa está na esperança de poder ter uma família, superar a rejeição deixada por sua família biológica. Adotado é aquele que esta passível de adoção ou em processo de adoção. Já adotante é o sujeito ou casal que pretende adotar. A matéria adoção esta envolta em vários mitos e realidades. O tema adoção esta rodeado de desinformação que deve ser superada.
3. MUDANÇAS, REQUISITOS E PROCEDIMENTO PARA ADOÇÃO
A adoção internacional é caracterizada pela residência habitual do adotante ser diversa da do adotado, ou seja, adotado e adotante residem em países distintos, estando as partes sujeitas a ordenamentos jurídicos diferentes. Devido a esse problema de multiplicidade de ordenamentos, foi adotado em 1993 pela Convenção de Haia, a Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, a qual conseguiu em boa parte uniformizar os procedimentos específicos da adoção internacional.
3.1 Legislação aplicável
A legislação reflete a cultura e o tempo vivido pela sociedade da qual ela emergiu, logo o legislador evoluiu em matéria de adoção de acordo com a necessidade, cultura e costumes.
3.2 Adoção no Brasil
Nesse primeiro momento deve ser destacado, que a adoção como um todo, é um meio de oferecer um novo lar para aquelas crianças abandonado, as quais não foram aceitas dentro de sua família.
3.2.1 Requisitos
É importante destacar que é requisito essencial para adoção da criança o consentimento dos pais, ou seja, a autorização daqueles que detém o poder de família sobre a criança, em regra são os pais, porém a autorização pode ser dispensada nos casos de destituição do poder de família por qualquer motivo, ou caso os pais sejam desconhecidos, tal assunto é tratado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 45. Durante o processo de adoção é exigida uma serie de requisitos. Constatada a destituição do poder de família, deverá ser observado o fator idade. Para que seja possível o processo de adoção deve ser verificada a idade do adotado, que deverá ter idade máxima de dezoito anos, exceção feita se ele estiver sob a guarda ou tutela do adotante.
3.2.2 Processo
Em primeiro lugar, será necessário fazer uma petição para de início ao processo de inscrição para adoção, devendo dar entrada com a petição no Cartório da Vara da Infância, após aprovado, o nome do adotante será incluído no cadastro nacional e local à adoção, o candidato devera passar por um curso e avaliação, que é obrigatório, devendo primeiro participar do curso e ao comprovar a sua conclusão deve submeter-se a um exame psicológico, devendo ainda ter entrevistas e visitas domiciliares feitas por uma equipe. Ao fim da avaliação, ela será encaminhada ao Ministério Público e ao Juiz da Vara de Infância. A Vara devera emitir um laudo, o Ministério Público emitirá seu parecer, e a partir desses dados o juiz dará sua sentença, o pedido sendo acolhido será emitido o Certificado de Habilitação, com validade de dois anos, e o nome do candidato à adoção será inscrito no Cadastro. O próximo passo é o estágio de convivência, que devera ser monitorado pela justiça e devera ter visitas técnicas, em princípio o estágio de convivência é obrigatório, porém pode vim a ser dispensado caso o adotado tenho menos de um ano de idade.
3.3 Adoção internacional
A adoção internacional, também conhecida como adoção por estrangeiros, transnacional ou inter-racial, é assunto que deve ser tratado com todo respeito. A adoção internacional é um instituto constitucionalmente permitido pelo Brasil, com previsão no art. 227, § 5º, da Constituição Federal de 1988: “A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros”. A adoção internacional já foi tratada em várias Convenções, Declarações e Tratados Multilaterais, com a finalidade de criar mecanismos que garantam o melhor interesse para a criança, porém uma tem grande importância e destaque, a Convenção de Haia.
3.3.1 Convenção de Haia
Foi em 1967, o Conselho da Europa junto aos seus países-membros, reuniram-se e elaboraram a Convenção Européia em Matéria de Adoção de Crianças, tento como finalidade regulamentar e unificar regras relativas a adoção. Mas, foi em 1993, no âmbito da 17ª Conferencia de Direito Internacional Privado, que a Convenção Relativa à Proteção e a Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, foi concluída no dia 29 desse mesmo ano, mais conhecida como Convenção de Haia. Tal instrumento foi o primeiro a regular de uma maneira mais especifica a adoção internacional, fazendo assim ultrapassar as fronteiras regionais, sendo tal assunto de interesse mundial. Tendo como objetivo primordial impedir o tráfico internacional de crianças. A convenção de Haia tem como objetivo dar transparência aos processos de adoções internacionais, bem como buscando a legalidade delas. A convenção também tem como objetivo protegero interesse superior da criança e do adolescente e respeitar os direitos fundamentais.
3.3.2 Requisitos previstos na Convenção de Haia
A Convenção dispõe que cada país terá suas adoções internacionais controladas por uma Autoridade Central, no Brasil, essa autoridade é representada pela Secretaria Especial de Direitos Humanos. As Autoridades Centrais ficam responsáveis por receber as informações dos adotantes e dos adotados, possibilitando uma troca de informações entre eles, além disso tem o papel de “fiscalizar” ou “supervisionar” a criança quando é levada para o seu país de acolhida, buscando assim assegurar a integridade da criança e assegurar seus direitos. O processo de adoção internacional, para a Convenção de Haia tem início quando o adotante procura a Autoridade Central do Estado de sua residência habitual e lá mesmo providencia o processo de habitação. Após a expedição do laudo de habilitação, cujo sua validade é máxima de um ano, o estrangeiro interessado em adotar deverá dar início ao processo de adoção observando o referido prazo. A partir desse momento o processo de adoção internacional corre igualmente ao de adoção nacional.
3.3.3 Processo de adoção
Terá iniciado o pedido de adoção quando o adotante protocoliza na Vara da Infância e da Juventude do local onde se encontra a criança indicada pela Autoridade Central, devendo estar de posse do lado de habilitação. Tal pedido deverá conter os requisitos do art. 165 do Estatuto da Criança e do Adolescente, é valido ressaltar que o estrangeiro deverá permanecer no Brasil por um período mínimo de 30 dias no país para que aconteça o período de adaptação da criança, conhecido como estágio de convivência. Como a adoção internacional é uma medida excepcional e deve ser levada em consideração em ultimo caso, logo, o primeiro requisito para deferir a adoção internacional, que fique comprovado que não existe nenhum adotando brasileiro para adotar o menor. A adoção sendo concedida, a criança só poderá sair do país após o transito em julgado da sentença de adoção, devendo o juiz emitir o alvará de viagem, possibilitando assim sua saída.
4. CONVENÇÃO DE HAIA E O DIREITO BRASILEIRO
4.1 Adoção internacional como medida excepcional
A adoção internacional é um instituto jurídico de ordem pública que possibilita à criança e ao adolescente encontrar um lar em outro país. A adoção internacional está prevista no art. 51 do Estatuto da Criança e do Adolescente e regulada pela Convenção de Haia de 1993, é possível concluir que a decisão de transferir a criança para outro país por meio da adoção internacional deverá apenas ser tomada nos casos em que não for possível ou recomendável uma solução dentro do território nacional do adotado. A adoção é uma medida irrevogável, por isso deve ser tão bem analisada. Também por esse motivo a adoção internacional deve receber uma maior atenção, tendo em vista que a criança ou adolescente será levado para outro país, que possui cultura, língua e clima diferentes. A adoção internacional só deve ser considerada em ultimo caso, quando não se encontrar em território nacional um lar para a criança, mas não pode-se procurar infindamente um adotante nacional, pois o tempo é rápido e fatalmente dificulta esse encontro.
4.2 A adoção internacional e a problemática do tráfico de crianças
Depois do tráfico de drogas e armas, o tráfico de pessoas é o mais lucrativo do crime organizado, cerca de 1,2 milhões de crianças são vendidas por ano no mundo. Os crimes acontecem em maiores proporções em países menos desenvolvidos, devido ao poder aquisitivo das famílias, que se tornam vítimas fáceis para os criminosos, tendo em vista a situação financeira das famílias. As redes internacionais de tráfico agem de forma praticamente invisível para os olhos da sociedade e movimentam crianças no mundo inteiro. Essas redes agem dentro das favelas, em regiões afastadas e ate mesmo nos grandes centros urbanos. Quando uma criança é traficada ela pode ter destinos diversos: em alguns casos ela é vendida para uma família que a adota e a recebe como seu herdeiro consangüíneo, porem em outros casos, crianças e adolescentes são traficados para realizar algum tipo de trabalho forçado ou são até mesmo forçados a se prostituir, ou a mendigar e roubar, enquanto outras são vítimas do tráfico de órgãos. A Convenção de Haia foi um ponto de virada do tráfico de crianças no Brasil, devido à instalação de Comissões Estaduais Judiciárias de Adoção Internacional. 
4.3 Efeitos da adoção internacional
Uma vez reconhecida à adoção, reconhece-se o vínculo de ascendência, logo, nasce de forma implícita o reconhecimento do vínculo de filiação entre as crianças e os pais adotivos, a responsabilidade paterna dos pais a respeito da criança e a ruptura do vínculo de filiação preexistente entre a criança e sua mãe e seu pai, caso o estado de acolhida produza esses efeitos. A sentença de adoção que constitui o mérito da adoção ao estrangeiro possui todas as características de uma adoção nacional. Ao ser transitado em julgado a sentença de adoção, o autor daquela ação passa a ser o detentor do poder de família sendo a ele destinado todas as obrigações para com aquela criança. O efeito da sentença tem tal força que a partir do transito em julgado deixa de existir distinção entre os vínculos biológicos e o que foram constituídos pelo processo de adoção.
5. CONCLUSÃO
No desenvolvimento do trabalho foi possível verificar que o ordenamento jurídico brasileiro, aliado as convenções internacionais sobre adoção, é unânime quanto ao bem estar da criança e do adolescente, no qual todos visam o melhor interesse. A adoção seja ela, nacional ou internacional, terá sempre caráter excepcional, uma vez que a regra é a da permanência com a família biológica. O processo de adoção internacional é uma realidade e não pode ser negado, logo, deve ser encarado pelo Estado e por seus magistrados como um meio de disponibilizar uma família àquelas crianças que não tem. Após todo o estudo realizado, foi possível concluir que a Adoção Internacional sofreu grandes modificações, as quais tiveram aperfeiçoados seus mecanismos de proteção à criança e ao adolescente, acarretando assim efeitos benéficos, defendendo seus direitos fundamentais, além de preservar o melhor interesse da criança.
6. REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Senado, 1988
BRASIL. Constituição de 1967. Constituição do Brasil decretada e promulgada pelo Congresso Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 de janeiro de 1967. 
BRASIL. Decreto nº 3.087, de 21 de junho de 1999. Promulga a Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, concluída na Haia, em 29 de maio de 1993. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 22 de junho de 1999.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 de julho de 1990.

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