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Mobilização neural na Reabilitação da Síndrome do Ombro Doloroso – Artigo de Revisão

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1 
 
A Mobilização Neural na Reabilitação da Síndrome do Ombro 
Doloroso – Artigo de Revisão 
 
Monique Cristina Pinheiro de Vasconcelos
1
 
moniquecristina.fisio@gmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia de Souza
2
 
Pós-Graduação em Traumatologia e Ortopedia com ênfase em Terapia Manual – 
Faculdade Ávila 
 
 
Resumo 
 
Revisar a literatura relativa aos métodos fisioterapêuticos utilizados para tratar ombro 
doloroso. Descrever sobre a síndrome do ombro doloroso, os testes de tensão, a técnica de 
mobilização neural e seus efeitos como tratamento complementar. Método: O referente artigo 
terá como base o método de abordagem dedutivo e de procedimento histórico, assim como a 
pesquisa bibliográfica e recurso de internet, usando de documentação indireta e fontes 
secundárias. Resultados: De acordo com estudos pesquisados a mobilização neural promove 
resultados positivos no tratamento das alterações do sistema nervoso, devolvendo sua 
funcionalidade do ponto de vista neurodinâmico. Conclusão: A Mobilização Neural tem se 
mostrado capaz de diminuir a dor e melhorar a função do paciente, possibilitando a 
prevenção e o tratamento de pacientes com lombalgias relacionadas ao envolvimento neural, 
através de avaliações utilizando os testes de tensão neural seguidos da aplicação da técnica. 
Palavras-chave: Ombro Doloroso; Testes de tensão; Mobilização Neural. 
 
1. Introdução 
 
O ombro por se tratar de uma articulação móvel de grande utilidade em nossas atividades de 
vida diária é uma das articulações que mais sofrem de disfunções articulares. Ao ombro se 
articulam diversas fibras musculares, ligamentos, assim como o membro superior formado 
pelos ossos úmero, rádio e ulna e ligado ao punho através da articulação rádio-ulnar distal e 
articulação rádio-cárpica que por último se articula com a mão. Este conjunto ósseo está 
envolto por músculos que auxiliam no complexo do ombro, e interligam ao esqueleto axial 
tornando possível todos os movimentos da cintura escapular, tais movimentos são usados 
diariamente em nossas atividades, desde um simples escrever a varrer o chão, ou nos esportes 
como vôlei, basquete e natação. O ombro doloroso é uma síndrome caracterizada por dor e 
impotência funcional de graus variados que acomete estruturas responsáveis pela 
movimentação do ombro, incluindo as articulações tendões e músculos, ligamentos e bursas 
(FONTEQUE et al, 2004). 
De acordo com Junior et al (2006), a imobilização absoluta de um segmento leva à fraqueza e 
hipotrofia muscular por desuso, contraturas musculares, diminuição da massa óssea e 
degeneração articular. 
O ombro doloroso é a segunda maior queixa relacionada ao sistema músculo-esquelético, 
perdendo só para a lombalgia e que aproximadamente 60% das alterações do ombro estão 
ligadas a lesões do manguito rotador. O ombro é uma juntura móvel com uma fossa glenóide 
rasa, com o mínimo em suporte ósseo e a estabilidade da articulação depende dos tecidos 
moles como músculos, ligamentos e cápsula articular. Essa conformação anatômica determina 
maior mobilidade articular em troca de menor estabilidade. Em qualquer distúrbio neuro orto- 
________________________________________________________________ 
1 Fisioterapeuta; Pós-Graduada em Fisioterapia Orotpedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual. 
2 Fisioterapeuta; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda em Bioética e Direito em Saúde. 
2 
 
pédico é impossível que haja uma única estrutura envolvida. Assim como o sistema nervoso o 
tecido conjuntivo constituinte do tecido muscular, com suas propriedades elásticas e plásticas 
representa importante foco de restrição de amplitude de movimento (FONTEQUE et al, 
2004). 
Ao longo da história o homem conseguiu desenvolver técnicas que pudessem ser capazes de 
aliviar tensões na musculatura por meio de diversas formas, agindo direta ou indiretamente no 
músculo (ALMEIDA et al, 2011). 
As técnicas de mobilização neural consistem em colocar tensão nos nervos periféricos 
aplicando movimentos oscilatórios e/ou brevemente mantidos. A mobilização do sistema 
nervoso é uma técnica que visa restaurar o movimento e a elasticidade desse sistema 
(SANTOS et al, 2008). 
 
A técnica de mobilização neural promove facilidade na realização do movimento e a 
elasticidade do sistema nervoso, gerando e aperfeiçoando suas funções normais, com 
consequente aumento da amplitude. Essa modalidade de intervenção parte do 
pressuposto de que se houver uma alteração da mecânica ou da fisiologia do sistema 
neural, pode ocorrer disfunção no próprio sistema nervoso ou em estruturas 
(ALMEIDA et al, 2011). 
 
O ombro por ser uma articulação de arco flexível de bastante uso pelo membro superior é uma 
das articulações que mais sofrem desgastes e consequentes lesões tanto por sua parte 
adjacente muscular, ligamentar e óssea, também é uma das articulações por onde passam 
diversos nervos importantes para a realização dos movimentos do ombro na qual alcançam 
elevados graus de amplitude de movimento, portanto fáceis de serem lesionados por esforço 
repetitivo. A síndrome do ombro doloroso está associada a diversas causas sendo seu 
diagnóstico ligado a lesões nas estruturas que fazem parte do complexo do ombro, abrange 
também as causas de excesso de uso, traumas diretos, repetitividades etc. (ANDREWS, 2000). 
Por ter em vista restabelecer o movimento e elasticidade do sistema músculo-esquelético e 
principalmente neural a MN é uma técnica de grande importância. O objetivo deste artigo é de 
buscar quais são os efeitos da Mobilização Neural (MN) na reabilitação da síndrome do 
ombro doloroso (SOD), analisar quais são seus benefícios e assim prevenir possíveis injúrias 
relacionadas ao ombro tornando a MN uma técnica complementar na reabilitação de pacientes 
com SOD (LIPPERT, 2003). 
 
2. Fundamentação Teórica 
 
2.1. Anatomia do Ombro 
 
O ombro é responsável pela execução da maior parte da movimentação e posicionamento do 
membro superior no espaço. Ele não se faz de uma articulação única, mas sim de um conjunto 
funcional que permite unir o membro superior ao tórax. Este complexo articular trabalha 
sincronicamente, permitindo aos membros superiores grandes amplitudes de movimento 
(FONTANA, 2005). 
As demandas contraditórias de mobilidade e estabilidade são obtidas através de um intrincado 
controle de movimentos, pela ativação coordenada da musculatura peri-escapular e pelas 
restrições impostas à mobilidade, fornecidas pelos componentes passivos (FREITAS; 
ARAÚJO, 2005). 
A maioria das lesões do ombro representa o resultado de uma atividade repetitiva realizada 
acima da cabeça (microtraumatismo) ou de uma força significativa (macrotraumatismo) na 
região do ombro (DALBOSCO, 2004). 
3 
 
O ombro não está constituído por uma articulação, mas por cinco articulações que conformam 
o Complexo Articular do Ombro. Estas cinco articulações se classificam em dois grupos, o 
primeiro grupo formado pela Articulação Escápulo-Umeral e Articulação Subdeltóidea; o 
segundo grupo formado pela Articulação Escápulo-Torácica, Acrômio-Clavicular e 
Articulação Esternocostoclavicular. A articulação do ombro é uma articulação sinovial do tipo 
esferóidea formada pelo encaixe da cabeça do úmero com a cavidade glenoidal da escápula. O 
complexo do ombro possui quatro grupos de movimento, no plano sagital: flexão, extensão e 
hiperextensão; no plano frontal: abdução e adução; e no plano transverso: rotação medial e 
rotação lateral; abdução horizontal e adução horizontal e circundação (LIPPERT, 2003). 
De acordo com Ejnismann et al (2008) o ombro é uma juntura móvel, com uma fossa glenóide 
rasa, com mínimo em suporte ósseo e a estabilidadeda articulação depende dos tecidos moles 
como músculos, ligamentos e cápsula articular. Essa conformação anatômica determina maior 
mobilidade articular em troca de menor estabilidade. 
Os ossos são: úmero, escápula e clavícula. O ombro possui 3 ligamentos na face anterior que 
são os ligamentos gleno-umeral, superior médio e inferior. Na face posterior temos o 
ligamento gleno-umeral posterior, responsável pela estabilidade da articulação posterior, 
juntamente a cápsula articular (uma membrana que envolve as articulações) com os ossos e 
músculos compõem a cintura escapular (ANDREWS ET AL, 2000). 
São responsáveis para manter a articulação estável e alinhada para que os membros superiores 
possam manter sua fisiologia normal do movimento, podem ser classificado em 
estabilizadores estáticos e dinâmicos (SERRA, 2001). 
A cápsula articular, a fossa glenóide, o lábio glenoidal, os ligamentos glenoumerais e o 
intervalo dos rotadores (espaço entre a margem anterior do músculo Supra-espinhoso e a 
margem superior do músculo subescapular, contendo no seu interior o tendão da cabeça longa 
do bíceps, ligamento coracoumeral e o ligamento glenoumeral superior). Os principais entre 
os citados são: a cápsula glenoumeral e o ligamento coracoacromial (SERRA, 2001). 
Os quatros músculos do manguito rotador (supra-espinhoso, infra-espinhoso, subescapular e 
redondo menor) possuem sua inserção tendinosa no úmero, os músculos Escapuloumerais são 
estabilizadores mecânicos desta articulação. A biomecânica e a localização desses músculos 
proporcionam equilíbrio, estabilidade e mobilidade da articulação ombro (SERRA, 2001). 
De acordo com Serra (2011) as considerações anatômicas da cintura escapular e glenoumeral 
englobam a parte óssea da articulação glenoumeral que compreende três ossos: escápula, 
clavícula e úmero e a Cintura escapular que compreende dois ossos: escápula e clavícula. 
São cinco os músculos envolvidos mais primariamente nos movimentos da cintura escapular e 
todos possuem sua origem no esqueleto axial com inserção localizada na escápula e/ou na 
clavícula, são eles: peitoral menor, serrátil anterior, trapézio e rombóides e elevador da 
escapula. Para evitar confusão, com vem agrupá-los separadamente dos da articulação do 
ombro. O músculo subclávio também está incluído neste grupo, mas, não é considerado o 
motor primário em nenhuma ação da cintura escapular. Os músculos da cintura escapular não 
se fixam no úmero nem causam as ações da articulação do ombro. Eles têm um papel 
importante, pois, fornecem estabilidades dinâmicasa escápula (THOMPSON, 2001). 
 
2.2. Síndrome do Ombro Doloroso 
 
De acordo com Garzedin (2008) é uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema 
musculoesquelético na população em geral. Ombro doloroso é um termo genérico empregado 
por muitos profissionais da área da saúde para denominar diversas entidades dolorosas 
específicas que ocorrem na cintura escapular. A palavra síndrome vem identificar que vários 
são os fatores que ocasionam o aparecimento dessas patologias, ou seja, o ombro doloroso 
4 
 
não é uma doença propriamente dita, e sim um Sintomas de vários comprometimentos e que 
podem levar a essas disfuncionalidades do ombro doloroso (SERRA et al, 2001). 
Segundo Coelho et al (2010) a Síndrome do Ombro Doloroso (SOD) é caracterizada por dor e 
impotência funcional em graus variados, que acomete estruturas responsáveis pela 
movimentação do ombro. Esta é classificada pelas patologias: síndrome do impacto (SI), 
tendinites, capsulite adesiva (CAO) e artropatias. 
As causas mais comuns são: a síndrome do impacto do ombro, a capsulite adesiva também 
chamada de ombro congelado, e a osteoartrite glenoumeral e acromioclavicular (GARZEDIN, 
2008). 
 
2.2.1. Os Sintomas da Forma Aguda 
 
Dor intensa na região da articulação escápulo-umeral agravada pelos movimentos do ombro, 
irradiação da dor para o pescoço às vezes para o braço, na inserção do deltoide e nas pontas 
dos dedos; limitação dos movimentos com dor extrema a ligeira abdução ou rotação, 
hiperalgesia na região do troquiter, apófise coracóide e sulco bicipital. Os sinais radiológicos 
são encontrados em 50% dos casos (SERRA, 2002). 
 
2.2.2. Sintomas na Forma Crônica 
 
Pode ocorrer atrofia do Deltóide e do Supra-espinhoso, Incapacidade de movimentos 
articulares éscápulo-umeral (abdução-rotação), Dor localizada ou irradiada de pouca 
intensidade, Hiperalgesia em nível do troquiter. Os sinais radiológicos são de atrofia da 
grande tuberosidade do úmero e calcificações (SERRA et al, 2001). 
 
2.2.3. Principais manobras para análise do tendão supraespinhoso 
 
Manobra de Neer; 
Manobra de Hawkins; 
Teste de Jobe; 
Teste de Apley; 
Manobra de Yocum; 
(MAEDA, 2009). 
 
2.2.4. Diagnóstico 
 
É fundamentalmente baseado na tríade anamnese, exame físico e exames de imagens 
(CASTRO, 209). 
 
2.2.4.1. Anamnese 
 
 De acordo com Castro (2009) o paciente relata dor no ombro que, quase sempre, se propaga 
para o trapézio superior e para a face latero-externa do braço homólogo. A dor pode ser 
contínua ou intermitente e diária, de predominância noturna. É desencadeada, ou exacerbada 
por atividades da vida diária como movimentar o membro superior para escovar os dentes, 
ensaboar-se durante o banho, pentear os cabelos, vestir ou retirar do corpo blusas, camisas ou 
paletós (CASTRO, 2009). 
 
2.2.4.2. Exame Físico 
5 
 
 
Inicia-se pela palpação do ombro e do tendão da cabeça longa do bíceps braquial em seu 
trajeto dentro do sulco intertubercular (bicipital) do úmero (CASTRO, 2009). 
 
2.2.4.3. Exames Complementares 
 
Os exames complementares são necessários para confirmar os achados obtidos pelo exame 
físico. Empregam- se, na rotina diária, a radiografia e a ultrassonografia do ombro (CASTRO, 
2009). 
 
2.3. Principais patologias que causam disfuncionalidades no complexo do ombro 
 
2.3.1. Síndrome do Impacto 
 
Castro (2009) descreve que a síndrome do impacto do ombro é uma entidade dolorosa 
produzida pelo atrito dos tendões dos músculos supraespinal, infraespinal, redondo menor e 
subescapular do manguito rotatório e do tendão da cabeça longa do bíceps, em sua passagem 
pelo arco coracoacromial - processo coracóide, ligamento coracoacromial e borda ântero-
inferior do acrômio. 
 
2.3.2. Capsulite Adesiva 
 
De acordo com Filho (2005) capsulite adesiva ou ombro congelado é, dentre as síndromes 
dolorosas do ombro, a que mais tem suscitado controvérsias, tanto do ponto de vista 
diagnóstico como terapêutico. Isso se deve aos aspectos ainda obscuros da sua etiopatogenia, 
à sua história natural e características clínicas semelhantes às da distrofia simpático-reflexa e 
a sua associação com doenças aparentemente sem relação direta com o ombro. Dessa forma, 
ainda que a denominação ombro congelado continue sendo utilizada, na nossa opinião, 
capsulite adesiva deve ser preferida, por melhor definir essa peculiar condição clínica da 
articulação glenoumeral, caracterizada por dor, rigidez articular fibrosa de origem capsular, de 
início insidioso, muitas vezes relacionada a períodos de desuso do ombro, de evolução 
arrastada, associada ou não a outras doenças e que, em muitos casos, pode evoluir 
espontaneamente para cura. 
 
2.3.3 Tendinite Calcária 
 
Segundo Fernandes & Fernandes (2010) a tendinite calcária é uma das afecções mais comuns 
do manguito rotador, acometendo, principalmente, pacientes entre 30 e 50 anos, com 
incidência maior no sexo feminino. A etiologia ainda permanece desconhecida. Os depósitos 
calcários se originam com mais frequência na porção do manguito que suporta as forças de 
maior intensidadee que mais frequentemente apresenta alterações degenerativas: o tendão do 
supraespinal. 
 
2.3.4. Luxação da cabeça longa do bíceps 
 
A luxação da porção do tendão da porção longa do bíceps é pouco frequente e, 
etiologicamente, pode ser dividida a alterações anatômicas na corredeira bicipital que pode, 
inclusive, não existir, ou à degeneração e ruptura das fibras que vão da pequena à grande 
tuberosidade, protegendo a corredeira (SERRA et al, 2001). 
 
6 
 
2.3.5. Bursite 
 
Movimentos excessivos de abdução acima de 90º graus predispõem o indivíduo ao 
surgimento da bursite subacromial, devido à compressão mantida e repetitiva desta região, 
desencadeando dor e restrição da amplitude de movimento (SOARES et al, 2010). 
 
2.4 Tratamento 
 
A reabilitação física tem como objetivo principal a melhoria da amplitude do movimento 
(ADM), da força muscular, da mobilidade articular, das atividades da vida diária (AVDs), da 
vida profissional (AVPs), além da melhora da auto-imagem e educação do paciente 
(BIASOLI, 2007). 
Para alívio da dor podemos aplicar técnicas de mobilização dos tecidos moles e articulações. 
Essas manobras são aplicadas de forma suave e em pequena amplitude. As trações de grau I e 
II são mais comuns de se usar para alívio de dor, já as mobilizações articulares de grau III 
restabelecem e mantêm o funcionamento normal e indolor em articulações com 
hipomobilidade reversível e, podem retardar a hipomobilidade articular progressiva 
(KALTERBORN, 2001). 
 
2.4.1. Fisioterapia 
 
Um programa específico e individual deve ser elaborado conforme a condição clínica 
patológica, sendo a escolha dos recursos terapêuticos baseada na causa da disfunção e 
possíveis alterações fisiológicas. Dentre as modalidades de tratamento da síndrome do 
impacto, o fisioterapêutico é o mais recomendado, especialmente na SOD subacromial, 
mesmo nos casos em que se evidenciam alterações anatômicas como esporão subacromial. A 
reabilitação deve ser realizada com duração mínima de três a seis meses, devendo optar-se 
pelo tratamento cirúrgico somente nos casos em que o paciente não apresente melhora do 
quadro. Alguns fatores como idade, protocolo utilizado, tipo de atividades realizadas no 
trabalho e esporte e variações anatômicas do acrômio podem interferir no tempo ou resultados 
do tratamento, contudo, uma intervenção fisioterapêutica adequada e precoce, associada a um 
programa de reeducação e orientação do paciente, que enfatize mudanças de hábitos 
esportivos ou readaptações profissionais, são imprescindíveis para sucesso nos resultados 
(LIMA et al, 2007). 
Segundo Lederman (2001) o reabilitador tem papel educativo de extrema importância, sendo 
baseado na restrição de movimentos que exijam elevação do membro afetado acima do nível 
dos ombros. Os objetivos gerais no tratamento fisioterapêutico são alívio do quadro álgico, 
ganho de amplitude de movimento (ADM) e melhora da força muscular (FM) de maneira que 
permita maior funcionalidade no membro acometido, consequentemente, a elaboração de um 
protocolo de tratamento adequado depende da evolução clínica da patologia. 
 
A eficácia do tratamento fisioterapêutico na SI com a utilização de um protocolo 
baseado em metodologia na qual os recursos a serem aplicados variavam conforme a 
fase da doença. Ao se analisarem a funcionalidade e a percepção da dor em 
pacientes com síndrome, antes e após intervenção fisioterapêutica, concluíram que 
houve melhora substancial do quadro álgico e função do ombro pós-tratamento. O 
tratamento fisioterapêutico na fase inicial tem como objetivo a redução ou abolição 
da dor e diminuição do processo inflamatório instalado, sendo importante evitar 
exercícios exagerados que possam agravar ainda mais o quadro agudo. Nesta fase, o 
uso da TENS (estimulação nervosa elétrica transcutânea) é indicada no controle e 
modelação da dor e a crioterapia, por causa do efeito de resfriamento, pode 
favorecer a redução da inflamação. Do mesmo modo, a tração do ombro com 
7 
 
pequenos graus de abdução pode ser indicada como mecanismo de descompressão 
articular e alívio do quadro álgico (30), além dos exercícios pendulares (LIMA et al, 
2007). 
 
Após alívio da dor e redução do processo inflamatório agudo, os exercícios para ganho de 
ADM e melhora da flexibilidade dos músculos rotadores laterais e mediais do ombro e 
romboides devem ser inseridos no programa de reabilitação. O tratamento isolado da fonte da 
dor proporciona apenas alívio temporário, logo, a cinesioterapia ou exercícios terapêuticos 
devem fazer parte do plano de tratamento fisioterapêutico. Os exercícios pendulares devem 
permanecer com a objetivo de alongamento da cápsula articular e tração na articulação 
glenoumeral (LEDERMAN, 2001). 
 
A evolução do tratamento fisioterapêutico deve enfatizar atividades de reforço 
muscular dos estabilizadores da escápula, pois, a fraqueza persistente desse grupo 
muscular manterá alterado o ritmo escapuloumeral, favorecendo assim a impactação 
subacromial contínua. Outro fator preponderante no reequilíbrio muscular é o 
trabalho de força dos músculos rotadores do ombro que, desempenham papel 
fundamental na estabilidade e depressão da cabeça umeral. Além disso, os exercícios 
proprioceptivos devem ser implementados para o restabelecimento de uma aferência 
apropriada, determinando o equilíbrio das forças agonista e antagonista durante 
função do ombro (LEDERMAN, 2001). 
 
A cinesioterapia precoce melhora o condicionamento físico, metabolismo corporal, força 
muscular, resistência à fadiga, eficiência cardiovascular, flexibilidade, mobilidade, 
coordenação, equilíbrio e prevenção de deformidades e dores em geral, proporcionados pelo 
ato motor (JUNIOR & ÁKTOR, 2007). 
 
2.4.1.2. Mobilização Neural 
 
A Mobilização Neural visa minimizar e ou anular a dor causada por uma disfunção em um 
nervo periférico. É comum na apresentação clínica da disfunção de nervos periféricos a dor 
em Membros Superiores e Inferiores. Essa dor pode ser descrita de diferentes formas: 
“formigamento”, “choque”, “dormência”, diminuição de sensibilidade, “queimação”; sendo 
descrita sempre no trajeto do nervo periférico envolvido (FONTEQUE et al, 2008). 
Segundo Lima et al (2012) a Mobilização Neural é uma opção de tratamento para pacientes 
com distúrbios neurais, que utiliza técnicas específicas para restaurar o movimento e a 
elasticidade do sistema nervoso o que promove não só o retorno de suas funções normais, mas 
também das estruturas musculoesqueléticas que recebem sua inervação. 
Fonteque et al (2008) relata que o tratamento com mobilização neural tem como objetivo tirar 
a dor e o desconforto do paciente, agindo sobre a causa da dor, seja ela por inflamação ou por 
compressão do nervo periférico, assim como restabelecer o fluxo sanguíneo intra-neural, 
possibilitar o bom deslizamento do nervo dentro do canal neural, melhorar a condução do 
nervo. 
O tratamento de Mobilização Neural é indicado ainda para pessoas com comprometimento do 
nervo ciático (com ou sem hérnia de disco). Atua na raiz e no trajeto nervoso liberando-o de 
qualquer bloqueio (compressão ou aderência) e desta forma eliminando a dor localizada e/ou 
irradiada como, por exemplo, lombociatalgias e cervicobraquialgias. Também aplicado em 
LER / DORT e de forma preventiva em possíveis casos de disfunções de ordem neurogênica 
(FONTEQUE et al, 2008). 
 
O sistema nervoso periférico é composto por todos os nervos que estão fora do 
sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Fazem parte do sistema 
nervoso periférico os nervos cranianos que conectam a cabeça e a face diretamente 
8 
 
ao cérebro, os nervos que conectamos olhos e o nariz ao cérebro e todos os nervos 
que conectam a medula espinhal ao restante do corpo. O cérebro comunica-se com a 
maior parte do corpo através dos 31 pares de nervos espinhais que emergem da 
medula espinhal. Cada par de nervos espinhais inclui um nervo na parte anterior da 
medula espinhal, o qual transmite informações do cérebro aos músculos, e um nervo 
na parte posterior da medula, o qual transmite informações sensitivas ao cérebro. Os 
nervos espinhais conectam-se entre si através de plexos localizados no pescoço, no 
ombro e na pelve e, em seguida, dividem-se novamente para inervar as partes mais 
distantes do corpo (FONTEQUE et al, 2008). 
 
Os nervos estão conectados e comunicam seus sinais através de sinapses. O movimento de um 
músculo envolve duas vias nervosas complexas: a via nervosa sensitiva até o cérebro e a via 
nervosa motora até o músculo. Esse circuito é composto por doze etapas básicas, as quais são 
indicadas a seguir (FONTEQUE et al, 2008). 
 
1. Os receptores sensitivos da pele detectam as sensações e transmitem um sinal ao 
cérebro. 
2. Sinal é transmitido ao longo de um nervo sensitivo até a medula espinhal. 
3. Uma sinapse na medula espinhal conecta o nervo sensitivo a um nervo da medula 
espinhal. 
4. O nervo cruza para o lado oposto da medula espinhal. 
5. O sinal é transmitido e ascende pela medula espinhal. 
6. Uma sinapse no tálamo conecta a medula espinhal às fibras nervosas que transmitem o 
sinal até o córtex sensitivo. 
7. O córtex sensitivo detecta o sinal e faz com que o córtex motor gere um sinal de 
movimento. 
8. O nervo que transmite o sinal cruza para o outro lado, na base do cérebro. 
9. O sinal é transmitido para baixo pela medula espinhal. 
10. Uma sinapse conecta a medula espinhal a um nervo motor. 
11. O sinal prossegue ao longo do nervo motor. 
12. O sinal atinge a placa motora, onde ele estimula o movimento muscular. 
(FONTEQUE, 2008). 
 
De acordo com Santos & Domingues (2001), a técnica de mobilização do sistema nervoso 
consiste em restaurar o movimento e a elasticidade deste sistema. Tem sido utilizada como 
método de avaliação e tratamento das mais diversas patologias que acometem o sistema 
nervoso e as estruturas por ele inervadas. 
 
2.4.1.3. Teste de Tensão do Membro Superior ULTT1 
 
O ULTT1 é descrito como teste de tensão do plexo braquial (figura 1). É realizado com o 
paciente em decúbito dorsal. O examinador exerce força para deprimir a cintura escapular do 
paciente, que está com rotação lateral e abdução de glenoumeral, extensão de cotovelo, 
supinação de radioulnar e extensão de punho e dedos, além de inclinação da cervical para o 
lado oposto (JUNIOR E TEIXEIRA, 2007). 
9 
 
 
Fonte: Fisioterapia em Movimento, 2007 
Figura 1 - Teste de Tensão Membro Superior 1 
2.4.1.4. Teste de Tensão do Membro Superior ULTT2a 
 
O ULTT2 é utilizado para avaliar o nervo mediano (figura 2), quando realizado com 
despressão da cintura escapular e rotação externa de ombro. O teste ULTT2a é realizado com 
o paciente em decúbito dorsal. O examinador segura o cotovelo e o punho do paciente. 
Usando a coxa, deprime-se a cintura escapular do paciente, estendendo o cotovelo e o punho, 
dedos e polegar e, então, abduz o ombro do paciente (JUNIOR E TEIXEIRA, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Fisioterapia em Movimento, 2007. 
Figura 2 - Teste de Tensão Membro Superior 2a 
2.4.1.5. Teste de Tensão do Membro Superior (ULTT2b) 
 
O teste ULTT2b (figura 3) é realizado com as posições iniciais do ULTT2a, rotaciona-se 
medialmente o ombro do paciente, o punho é flexionado, adicionando-se então, desvio ulnar e 
flexão do polegar (JUNIOR E TEIXEIRA, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Fisioterapia em Movimento, 2007. 
Figura 3 - Teste de Tensão Membro Superior 2b 
10 
 
2.4.1.6. Teste de Tensão do Membro Superior 3 (ULTT3) 
 
Este teste (figura 4) é utilizado para reproduzir sintomas relacionados com o nervo ulnar e 
suas origens. É realizado com o paciente na mesma posição inicial de ULTT1: o punho do 
paciente está estendido e o antebraço supinado; o cotovelo é totalmente fletido e é feita a 
depressão do ombro pelo braço do examinador, empurrando o para a maca para manter a 
depressão; a cabeça do paciente pode ser empurrada em inclinação lateral durante o curso do 
teste (JUNIOR E TEIXEIRA, 2007). 
 
 
Fonte: Fisioterapia em Movimento, 2007 
Figura 4 - Teste de Tensão Membro Superior 3. 
 
3. Metodologia 
 
Foi realizada uma revisão de literatura, durantes os meses de Maio de 2011 a Dezembro de 
2012, tendo como base livros de acervo, pesquisa em revistas científicas (Revista Brasileira 
de Fisioterapia e Fisioterapia Brasil), além de pesquisa nos sites de busca Medline, Pubmed, 
Scielo, Google e em sites específicos de publicações científicas (Revista Brasileira de 
Ortopedia e Revista Brasileira de Epidemiologia), com as seguintes palavras chaves: Ombro 
Doloroso; Testes de tensão; Mobilização Neural. Dentre os artigos encontrados foram 
selecionados vinte e um que se adequavam ao estudo proposto nos anos de 2001 a 2011. 
 
4. Resultados e Discussão 
 
Segundo Junior & Teixeira (2007) a mobilização do sistema nervoso tem sido abordada nos 
últimos vinte anos com o objetivo terapêutico e recentemente a técnica vem sendo utilizada 
também com o objetivo de diagnóstico, avaliando as mais diversas patologias que acometem 
as raízes nervosas. 
Observa-se que há muitos estudos realizados a respeito da SIO em virtude da sua frequência 
na população. Os diversos autores consultados a respeito da reabilitação sugerem condutas 
parecidas visando, a princípio, o controle da fase inflamatória, seguidos de técnicas devolvam 
a função aos indivíduos (DUTTON, 2010). 
Entretanto há alguns estudiosos que contestam a conduta mais conservadora, pois acreditam 
que o tratamento deve ser mais invasivo e precoce, tendo em vista a evolução contínua da 
doença, principalmente se a causa do impacto for por deformidades anatômicas do acrômio, 
onde a cirurgia pode ser inevitável (METZKER, 2010). 
Junior apud Santos (2007) utilizou a técnica de mobilização do nervo mediano (ULTT1) em 
um indivíduo de 42 anos, portador da síndrome do escrivão há dois anos. Após dez 
atendimentos, observou redução da dor e melhora da coordenação do paciente durante a 
atividade escrita. 
11 
 
Dor no ombro é uma das queixas mais frequentes nos serviços que tratam doenças músculo-
esqueléticas, a despeito disto, muito ainda resta para ser estudado sobre esta condição. 
Existem vários relatos em populações selecionadas, tais como em pacientes clínicos, idosos, 
cirúrgicos e mesmo em cadáveres, entretanto, estudos descritivos em amostras retiradas da 
população geral são raros. Investigações populacionais são mais efetivas e provêm 
informações fidedignas que permitem melhor compreensão e adequação dos protocolos de 
tratamento (DALBOSCO, 2004). 
De acordo com Almeida & Moreira (2011) as técnicas de mobilização neural consistem em 
colocar tensão nos nervos periféricos aplicando movimentos oscilatórios e/ou brevemente 
mantidos. É importante salientar que, durante a aplicação dos testes de tensão neural, é 
necessário cautela por parte do terapeuta. 
Segundo Fonteque et al (2008) a mobilização do sistema nervoso tem se mostrado um 
importante recurso para o tratamento fisioterápico de pacientes com comprometimento neural, 
assim como em pacientes sem comprometimento. 
O afastamento laboral é refletindo um problema de saúde com consequências 
socioeconômicas. No Brasil, os dados oficiais sobre a prevalência de distúrbios músculos 
esqueléticos não apresentamestratificação segundo a região acometida, mas mostram um 
aumento significativo da concessão de benefícios por lesão por esforço repetitivo no membro 
superior. Além disso, os trabalhadores acreditam que o afastamento é a única possibilidade de 
evitar as dores e o agravamento das lesões (JOSIANE, 2008). 
A imobilidade é um factor perpetuador da sintomatologia pelo que interessa mobilizar desde 
logo a extremidade afectada, visando manter as amplitudes articulares (GASPAR at al, 2010). 
A mobilização neural se aplica a todas as condições que apresentam um comprometimento 
mecânico/fisiológico do sistema nervoso (ALMEIDA & MOREIRA, 2011). 
A mobilização neural é uma técnica relativamente nova que procura manter ou restaurar o 
movimento e a elasticidade do sistema nervoso (ZAMBERLAM & KERPPERS, 2007) 
De acordo com estudos pesquisados a mobilização neural promove resultados positivos no 
tratamento das alterações do sistema nervoso, devolvendo sua funcionalidade do ponto de 
vista neurodinâmico (ALMEIDA & MOREIRA, 2011). 
 
5. Conclusão 
 
O ombro é uma estrutura capaz de realizar movimentos de grande amplitude, graças aos 
movimentos coordenados das várias articulações que o compõem, e possui a maior liberdade 
de movimento do corpo humano. Por este motivo ele está sujeito a grandes males, como a 
SOD. A dor no ombro é a segunda causa de queixa de dor no aparelho locomotor, precedida 
apenas pela dor referida na coluna vertebral (ALMEIDA et al, 2009). 
Há uma tendência médica à valorização exagerada nos diagnósticos de doenças que afetam 
articulação ombro. Estudos mostram erros grosseiros relacionados à falta de conhecimento 
clínico das patologias que causam a síndrome dolorosa do ombro, podendo levar a falsos 
diagnósticos e aumentando assim a procura por serviços de saúde pelos pacientes com essa 
síndrome dolorosa, ocorrendo também solicitação excessiva de exames complementares e 
aposentadorias baseadas em diagnósticos equivocados. Diagnósticos clínicos totalmente 
improváveis têm sido feitos, tais como o de múltiplas tendinites crônicas e refratárias aos 
tratamentos, sem bases objetivas sólidas na literatura atual (ALGAFLY & GEORGE, 2007). 
Apesar da elevada sensibilidade e especificidade diagnóstica das tendinites. Usando-se 
somente métodos clínicos, observa-se uma demasiada solicitação de exames complementares 
para essas condições, aumentando a chance matemática de falsos resultados e acentuando a 
falsa-positividade diagnóstica de doenças não existentes naqueles pacientes. O Ultrassom é o 
12 
 
exame mais solicitado, com altos índices falso-positivos para tendinites, principalmente as dos 
membros superiores, regiões comumente dolorosas (WELLS, 2009). 
A aplicação do conhecimento clínico específicos com testes ortopédicos, achados clínicos, e 
uma anamnese minuciosa poderão superar os diagnósticos certas lesões tendínea desde que se 
tenha conhecimento real de cada doença apresentada de forma incisiva na literatura poderão 
ter grande êxito no diagnóstico, isso de modo algum elimina ou diminui a importância dos 
exames complementares, ao contrário acrescenta para um tratamento eficaz e específico. Na 
Síndrome do ombro doloroso e as principais patologias que causa disfuncionalidade da 
cintura escapular, podemos observar no levantamento bibliográfico que são patologias 
diferentes, com causas diferentes e por tanto, se bem tratadas podem ter grande eficácia no 
tratamento (TURTELLI, 2001). 
O presente projeto mostrou que além da síndrome dolorosa do ombro ser um vetor de 
distúrbios funcionais, pode levar um impacto socioeconômico significativo, aumentando do 
tempo de tratamento e sendo responsável também por um grande número de afastamento 
trabalho, um falso diagnóstico aumenta ainda mais esse impacto econômico ocorrido por 
desconhecimento clínico e uma avaliação equivocada. O fato é que, um bom diagnóstico 
dependerá de vários fatores para boa avaliação, uma anamnese minuciosa, achados clínicos 
compatível a síndrome e exames complementares para confirmar o diagnóstico se necessário 
(SANTOS & DOMINGUES, 2001). 
A grande diversidade de situações causadoras das doenças nos ombros e os numerosos 
sintomas que elas produzem, se restringem á dor, edema instabilidade, limitação dos 
movimentos, paralisias e deformidades. Um mesmo paciente pode apresentar, 
simultaneamente, várias queixas acima, o que dificulta a realização do diagnóstico correto. A 
coleta minuciosa e atenta das informações fornecidas pelo paciente, a inspeção dos 
movimentos da cintura escapular e da região cervical, associadas à padronização e a 
interpretação correta de algumas manobras semiológicas especiais oferecem ao examinador, 
os meios necessários para a detectação de grande parte das doenças do ombro (WELLS, 
2009). 
A Mobilização Neural tem se mostrado capaz de diminuir a dor e melhorar a função do 
paciente, possibilitando a prevenção e o tratamento de pacientes com lombalgias relacionadas 
ao envolvimento neural, através de avaliações utilizando os testes de tensão neural seguidos 
da aplicação da técnica. Porém, com a gama diversa de terapias disponíveis ao fisioterapeuta, 
é importante que este pratique uma terapia efetiva, baseada em evidências, de acordo com a 
avaliação clínica do paciente (TURTELLI, 2001). 
Na prática clínica a técnica de Mobilização Neural tem-se mostrado eficiente tanto no alívio 
de dor como no ganho de amplitude de movimento do ombro doloroso. 
A técnica de Mobilização Neural é um tratamento complementar capaz de auxiliar na 
reabilitação do ombro tanto em situações de lesões na fase aguda ou na fase crônica como nas 
diversas injúrias acometidas nesta região, local onde são realizados os principais movimentos 
do complexo articular do membro superior. 
 
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