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Exercícios Terapêuticos de ADM Passiva��� Prof˚ Me. Itana Spinato Exercícios terapêuticos de ADM passiva��� ✤ Os movimentos passivos são usados quando o movimento ativo pode romper o processo de cicatrização, quando o paciente é física ou cognitivamente incapaz de se movimentar ativamente, ou quando o movimento ativo é doloroso. ✤ Os objetivos relacionados à prescrição da ADM passiva dependem do paciente e das circunstâncias. Em um ambiente terapêutico, a ADM passiva é usada frequentemente para evitar os efeitos deletérios da imobilização após uma lesão ou cirurgia. ✤ A prevenção das contraturas articulares e da rigidez dos tecidos moles ou encurtamento adaptativo, a manutenção das relações móveis normais entre as camadas de tecidos moles, a redução da dor e o aprimoramento da dinâmica vascular e da difusão sinovial são objetivos da ADM passiva. Exercícios terapêuticos de ADM passiva��� ✤ Os exercícios terapêuticos de ADM passiva são usados para determinar a quantidade de amplitude de movimento (AM) realmente existente em uma articulação, assim como a “sensação” ao final da AM articular (sensação final). Exercícios terapêuticos de ADM passiva��� ✤ Durante os movimentos passivos, você deverá comparar os dois lados e estar atento a(o): ✤ Quando e onde a dor ocorre durante cada movimento; ✤ Se o movimento altera a intensidade e a qualidade da dor; ✤ Padrão de limitação do movimento; ✤ Sensação final do movimento; ✤ Movimento de articulações associadas; Exercícios terapêuticos de ADM passiva��� ✤ Esta força externa pode ser realizada pelo terapeuta, por aparelhos, ou até mesmo pelo próprio paciente. ✤ É utilizado em casos onde a pessoa é incapaz de produzir o movimento ativo por paralisia muscular (força grau 0), por fraqueza muscular grave (força grau 1) ou quando o movimento ativo é doloroso. Conceitos básicos do movimento articular��� ✤ A questão é simples, mas vamos elucidar aqui uma dúvida que, por vezes, confunde: Osteocinemática? Artrocinemática? ✤ “Osteo” e “cinemática” já dizem tudo, são os movimentos dos ossos, os movimentos que aparentam realizar, como flexão e extensão. São os movimentos angulares grosseiros do corpo dos ossos descritos nos três planos do corpo: flexão e extensão no plano sagital, abdução e adução no plano frontal e rotação medial e lateral no plano transverso. São os movimentos fisiológicos ou clássicos da diáfise óssea. ✤ Já “artro” e “cinemática” fazem referência aos movimentos articulares propriamente ditos, como rotação, rolamento, giro, compressão e tração, que ocorrem dentro da articulação. São os movimentos acessórios que ocorrem entre superfícies articulares durante movimentos fisiológicos. Movimentos osteocinemáticos��� ✤ O PLANO SAGITAL divide o corpo em lados direito e esquerdo. ✤ Os movimentos que ocorrem neste plano são os movimentos de flexão e extensão. ✤ Quando dois segmentos se aproximam um do outro é realizado o movimento de flexão e quando eles se afastam é realizado o movimento de extensão. Movimentos osteocinemáticos��� ✤ O PLANO HORIZONTAL divide o corpo em partes superior e inferior. Os movimentos que ocorrem neste plano são os movimentos de rotação. ✤ O movimento de rotação interna ocorre quando a superfície articular roda anteriorizando-se em relação ao corpo, ou seja, uma rotação para dentro ou medial. ✤ Já o movimento de rotação externa a superfície articular roda em direção a parte posterior do corpo, ou seja, uma rotação para fora ou lateral. ✤ No antebraço, a rotação interna é chamada de pronação e a rotação externa, de supinação. Movimentos osteocinemáticos��� ✤ O plano frontal divide o corpo em partes da frente e de trás. Os movimentos realizados neste plano são o de abdução e o de adução. ✤ Quando um segmento se afasta da linha mediana do corpo é realizado o movimento de abdução. ✤ E quando um segmento se aproxima da linha mediana é realizado o movimento de adução. Movimentos Artrocinemáticos��� ✤ Os movimentos artrocinemáticos são os movimentos que ocorrem no interior da articulação e, eles descrevem a distensibilidade na cápsula articular permitindo que os movimentos fisiológicos ocorram ao longo da amplitude de movimento sem lesar as estruturas articulares. ✤ Estes movimentos não podem ser realizados ativamente pelo paciente, geralmente são muito utilizados para restaurar a biomecânica articular normal diminuindo a dor, alongando ou liberando com menos trauma determinadas estruturas. Movimentos Artrocinemáticos��� ✤ São cinco os movimentos artrocinemáticos: giro, rolamento, tração, compressão e deslizamento. ✤ Rolamento : durante o rolamento um osso rola sobre o outro, e temos as seguintes características: ✤ As superfícies são incongruentes. Novos pontos de uma superfície encontram novos pontos na superfície oposta. ✤ Nas articulações com a biomecânica normal o rolamento só ocorre em combinação com os movimentos de deslizamentos e giro, porém quando o rolamento ocorre sozinho causa compressão nas superfícies do lado que o osso esta se movendo, o que pode provocar uma lesão articular, e uma separação no outro lado. ✤ A superfície que se move seja ela convexa ou côncava não influencia a direção do movimento ósseo. Movimentos Artrocinemáticos��� ✤ Deslizamento: durante o deslizamento um osso desliza sobre o outro com as seguintes características: ✤ As superfícies articulares são congruentes. O mesmo ponto em uma superfície faz contato com novos pontos na superfície oposta. ✤ O deslizamento não ocorre sozinho devido as superfícies articulares não ser totalmente planas, ou seja, completamente congruente. ✤ Diferentemente do rolamento, a superfície articular que se move influencia a direção do deslizamento, o que é chamado como regra convexo-côncava. ✤ Quando a superfície articular que se move é convexa o deslizamento ocorre na direção aposta à do movimento angular do osso. ✤ Quando a superfície que se move é côncava o deslizamento ocorre na mesma direção do movimento angular do osso. A regra do côncavo – convexo é importante para o terapeuta determinar a direção da força mobilizadora em técnicas de manipulação articular. Movimentos Artrocinemáticos��� ✤ Giro: durante o giro um osso gira sobre o outro com as seguintes características: ✤ O osso faz uma rotação sobre um eixo mecânico estacionário. ✤ O ponto na superfície que se move faz um círculo na medida em que o osso gira. ✤ O giro dificilmente ocorre sozinho, mas geralmente em combinação com o deslizamento. Movimentos Artrocinemáticos��� ✤ Compressão: durante a compressão uma superfície articular se aproxima uma da outra com as seguintes características: ✤ A compressão causa diminuição no espaço articular entre as partes ósseas. ✤ Ocorre normalmente nos membros inferiores e na coluna durante a sustentação do corpo. ✤ Ocorre compressão com a contração muscular gerando estabilidade articular, impedindo lesões articulares. ✤ Com a compressão o líquido sinovial move-se para as estruturas articulares avasculares nutrindo-as e lubrificando- as. ✤ Cargas excessivas de compressão causam lesões articulares, principalmente na cartilagem articular. Movimentos Artrocinemáticos��� ✤ Tração: durante o movimento de tração as superfícies articulares afastam se uma da outra com as seguintes características: ✤ Ocorre separação das superfícies articulares quando são puxadas distalmente uma da outra. ✤ Pode ocorrer tração no eixo longo do osso resultando em deslizamento caudal. ✤ Pode ocorrer tração em ângulo retoonde resulta na separação articular propriamente dita. Regra do Côncavo- convexo��� ✤ O movimento articular é uma combinação variável de movimentos acessórios (rolamento, deslizamento ou giro), como relatado anteriormente. ✤ E a variação dessa combinação depende da direção em que ocorre o movimento, da área de superfície do osso estacionário ou em movimento. ✤ "Se um osso da convexidade move-se sobre o osso que apresenta a concavidade, a superfície convexa move-se em sentido oposto ao do segmento ósseo." ✤ Explicação: Quando um osso convexo move-se sobre um côncavo, ele deve primeiro realizar um movimento de rolamento anterior e deslizamento posterior. Portanto, as direções são opostas Regra do Côncavo- convexo��� ✤ Se o osso com a concavidade for movido sobre o osso com a convexidade, a estrutura côncava se moverá no mesmo sentido do segmento ósseo." ✤ Explicação : Quando um osso côncavo for movido sobre um osso convexo, a estrutura côncava deve primeiro rolar anterior e deslizar anterior. Portanto, as direções dos dois movimentos são para o mesmo sentido. Regra do Côncavo- convexo��� Exercícios de ADM passiva, efeitos fisiológicos, indicação e��� contraindicação��� ✤ A principal meta da ADM passiva é diminuir as complicações que poderiam ocorrer em virtude da imobilização, como degeneração da cartilagem, formação de aderências e contraturas e má circulação. Especificamente as metas são: ✤ Manter a mobilidade da articulação e do tecido conjuntivo; ✤ Minimizar os efeitos da formação de contraturas; ✤ Manter e elasticidade mecânica do músculo; ✤ Auxiliar a circulação e a dinâmica vascular; ✤ Favorecer o movimento sinovial para nutrição da cartilagem e difusão de materiais dentro da articulação; ✤ Diminuir ou inibir a dor; ✤ Auxiliar o processo de cicatrização após lesão ou cirurgia; ✤ Ajudar a manter no paciente a percepção dos movimentos. Indicações para o uso de exercícios de ADM passiva:��� ✤ Locais com processos inflamatórios sem edema articular (efusão) devido a trauma ou doença. ✤ Quando o paciente não é capaz ou não está autorizado a exercer o movimento ativo (comatoso, paralisado ou em repouso absoluto). ✤ Hipomobilidade articular causada por processos degenerativos como traumas, microtaumas de repetição, imobilização, maus hábitos posturais, desuso, idade avançada. ✤ Dor e espasmo muscular. ✤ Patologias que causam uma hipomobilidade articular progressiva, como artrite reumatoide. Limitações para a ADM passiva.��� ✤ Prevenir atrofia muscular; ✤ Ganhar força ou resistência à fadiga; ✤ Não auxilia a circulação na mesma extensão de ativação que a contração muscular voluntária. Contraindicações relativas e cuidados��� ✤ Hipermobilidade; ✤ Dor articular ou muscular severa; ✤ Imediatamente após rupturas agudas, fraturas e cirurgias; ✤ Quando prejudicar o processo de cicatrização; ✤ Efusão articular: Devido ao acumulo de líquido no interior da cápsula articular (líquido sinovial, sangue, exsudado etc.) que já está distendida, provocando dor devido ao estimulo dos nociceptores, um alongamento ou mobilização articular irá provocar uma maior distensibilidade causando mais dor. Porém movimentos delicados oscilatórios podem em alguns casos ajudar a diminuir a dor e o edema articular por melhorar o fluxo de líquido e manter a mobilidade já existente da articulação lesionada. ✤ Devemos ter precauções com doenças ósseas detectadas no RX, fraturas não consolidadas, tecido conectivo recém-formado (processos cirúrgicos), artrite reumatoide e idosos (devido ao enfraquecimento do tecido mole). Princípios e procedimentos para aplicação das técnicas de��� exercícios de ADM��� ✤ 1. Examinar e avaliar os comprometimentos e o grau de função do paciente, determinar as precauções e o prognóstico e planejar a intervenção. ✤ 2. Determinar as habilidades do paciente para participar da atividade de ADM e se os exercícios de ADM podem suprir as metas imediatas – escolha dos exercícios passivos, ativos ou ativo-assistidos. ✤ 3. Determinar a quantidade de movimento que pode ser aplicada com segurança para condição dos tecidos e saúde da pessoa. ✤ 4. Decidir quais padrões podem alcançar as metas de forma mais adequada. Data Exercícios de ADM auto assistidos��� Profa. Me. Itana Spinato Exercícios de ADM auto assistidos��� ✤ O envolvimento do paciente nos cuidados pessoais deve começar assim que a pessoa for capaz de compreender e aprender o que fazer. ✤ Mesmo com fraqueza ou paralisia, o paciente pode aprender como mover a parte comprometida e ser instruído sobre a importância do movimento dentro de parâmetros seguros. Formas de exercícios de ADM auto assistidos:��� ✤ Manual; ✤ Com equipamentos: bastão, escada de dedos. Polias, prancha com rodas, dispositivos para exercícios recíprocos. Diretrizes para ensino de exercícios de ADM auto assistidos��� ✤ Oriente o paciente sobre a importância do movimento; ✤ Ensine o paciente o alinhamento e a estabilização corporais corretos; ✤ Observe o desempenho do paciente e corrija movimentos compensatórios ou perigosos; ✤ Se for usado equipamento, certifique-se de ter eliminado todos os riscos para que a aplicação seja segura; ✤ Forneça ilustrações e diretrizes claras sobre o número de repetições e frequência. Exercícios com bastão��� ✤ Quando um paciente tem controle muscular voluntário em um membro superior, mas precisa de condução ou motivação para completar a ADM de ombro ou cotovelo, um bastão (vara de cortina, cano de PVC, bengala) pode ser usado para assistência Escada de dedos ��� ✤ O exercício de escalar a parede (ou usar um dispositivo como a escada de dedos) pode dar ao paciente um reforço objetivo, e desse modo, motivação para realizar exercícios de ADM de ombro. O braço pode ser usado em flexão ou abdução Polias elevadas��� ✤ Se os exercícios forem ensinados de forma correta, sistemas de polias podem ser usados efetivamente para assistir os movimentos de um membro comprometido funcionalmente na realização de exercícios de ADM. ✤ Tem sido comprovado que a polia utiliza uma atividade muscular significativamente maior que a ADM assistida pelo fisioterapeuta e por aparelhos de mobilização passiva contínua. É uma forma de assistência que deve ser usada apenas quando a atividade muscular for desejada. Pranchas deslizantes (skates)��� ✤ O uso de uma superfície lisa pode encorajar o movimento sem a resistência da gravidade ou atrito. ✤ Se for possível poderá ser usada uma prancha com rodas para estimular e assessorar o movimento. ✤ Outros métodos incluem colocar talco ou óleo em uma superfície para que o movimento se processe por deslizamento. Equipamentos para exercícios recíprocos��� ✤ Vários dispositivos como bicicleta, ergômetros de membro superior e inferior podem ser usados para fornecer alguma flexão ou extensão ao membro, além de encorajar o movimento e aumentar a ADM. ✤ Existem dispositivos móveis que pode ser fixados no leito do paciente, cadeira de rodas ou cadeira comum. Mobilização passiva contínua��� ✤ Mobilização passiva contínua (CPM) refere-se ao movimento passivo feito por um dispositivo mecânico que move uma articulação de forma lenta e continuada ao longe de uma ADM controlada. ✤ A CPM (figura 2.13) é empregada em diversas articulações, tanto dos membros superiores quanto dos inferiores. No que se refere à articulação do joelho, seus benefícios já foram evidenciados no pós- operatório de artroplastia total do joelho, fraturas depatela, fraturas de platô tibial e nas reconstruções ligamentares do joelho.
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