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clinica medica e cirurgica de equinos

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
 FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
 CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Clínica Médica e Cirúrgica de Eqüinos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA - 2008 
 
 ii
 
ALPHEU CARNEIRO LINS NETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Clínica Médica e Cirúrgica de Eqüinos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Medicina Veterinária da Universidade 
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial pra 
obtenção do Título Médico Veterinário. 
Professor Orientador: Dr.Welington Hartmann 
Orientador Profissional: Dra. Bárbara Doneux 
Rebske 
 
 
 
 
 CURITIBA - 2008 
 
 
 
 
 
 
 iii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha mãe 
Olívia, minha esposa Rose, aos meus 
filhos Davi, Breno e Isadora, e ao meu 
amigo Raymundo avô dos meus filhos 
(in memorian). 
 
 
 
 
 DEDICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 iv
Agradecimentos 
 
 
 
A Deus, por me iluminar e não me deixar desistir; 
Á Minha Mãe, por todo o apoio; 
Ao Meu Pai, pelo incentivo; 
Ao Amigo Raymundo (in memorian), pelas cavalgadas; 
Ao Professor orientador Welington Hartmann, pela dedicação; 
A Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske, pelo conhecimento 
transmitido; 
Aos Médicos Veterinários Juliano Souza de Liz e Rodrigo Polido, pela 
consideração; 
E aos cavalos, porque sem eles eu nem teria começado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 v
 
 
Epígrafe 
 
 
 
 
 
A Prece do Cavalo 
“Ao meu amo, ofereço minha oração”; 
Dá – me comida e cuida de mim, e quando a jornada terminar dá-me abrigo, 
uma cama limpa e seca e uma baia ampla para eu descansar em conforto; 
Fala comigo, tua voz muitas vezes, significa pra mim, o mesmo que as rédeas; 
Afaga-me às vezes para que eu te possa servir com mais alegria e aprenda a te 
amar; 
Não maltrates minha boca com o freio e não me faças ao subir no morro; 
Nunca, eu te suplico, me agridas ou me espanques quando eu não entender o 
que queres de mim, mas dá-me uma oportunidade de te compreender; 
E, quando não for obediente ao teu comando, vê se algo não esta correto nos 
meus arreios, ou maltratando os meus pés; 
E, finalmente quando a minha utilidade se acabar, não me deixes morrer de 
frio ou a míngua, nem me vendas para alguém cruel para ser lentamente 
torturado ou morrer de fome; 
Mas, bondosamente, meu amo, sacrifica-me tu mesmo e teu Deus te 
recompensareis para sempre e não me julgues irreverente se te peço isso em 
nome daquele que também nasceu num estábulo.”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vi
 
 
 
Reitor 
Prof° Luiz Guilherme Rangel Santos 
 
Pró Reitor Administrativo 
Sr. Carlos Eduardo Rangel 
 
Pró Reitoria Acadêmica 
Profª Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini 
 
Secretário Geral 
Profº Bruno Carneiro da Cunha Diniz 
 
Diretor de Faculdade de Ciência Biológicas e da Saúde 
Profº João Henrique Faryniuk 
 
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária 
Profª Neide Mariko Tanaka 
 
Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária 
Profª Neide Mariko Tanaka 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
Campus Professor Sidney Lima Santos 
Rua Sidney Antônio Rangel Santos, 238. 
Curitiba-PR 
 
 
 
 
 vii
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de 
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da 
Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do Título 
de Médico Veterinário, é composto de um Relatório de Estágio no qual são 
descritos as ocorrências e procedimentos realizados junto a Médica 
Veterinária Bárbara Doneux Rebske. Identificando através de quadros 
estatísticos, os números e tipos de enfermidades encontradas. 
Dentre essas enfermidades, foram relatados os seguintes casos clínicos e 
cirúrgicos: 
 
1) Periostite 
2) Osteíte Podal 
3) Exostose 
4) Tendinite 
5) Adenite 
6) Melanoma 
7) Trauma de Língua 
 
 
 
 
 viii
 
SUMÁRIO 
 
1- INTRODUÇÃO.................................................................................... 01 
2- RELATO DE CASOS.......................................................................... 05 
2.1- PERIOSTITE...................................................................................... 05 
2.1.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 05 
2.1.2- Avaliação do Caso Clínico Número 1 Periostite.............................. 06 
2.1..2.1- Histórico....................................................................................... 06 
2.1.2.2- Exame Físico................................................................................. 07 
2.1.2.3- Exame Radiográfico...................................................................... 07 
2.1.2.4- Diagnóstico................................................................................... 08 
2.1.2.5- Prognóstico................................................................................... 08 
2.1.2.6- Tratamento e Evolução do Caso................................................... 09 
2.1.2.7- Discussão do Caso........................................................................ 10 
2.2- OSTEÍTE PODAL.............................................................................. 12 
2.2.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 12 
2.2.2- Avaliação do Caso Clínico Número 2 Osteíte Podal....................... 13 
2.2.2.1- Histórico........................................................................................ 13 
2.2.2.2- Exame Físico................................................................................. 13 
2.2.2.3- Exame Radiográfico...................................................................... 14 
2.2.2.4- Diagnóstico.................................................................................... 15 
2.2.2.5- Prognóstico.................................................................................... 15 
2.2.2.6- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 16 
2.2.2.7- Discussão do Caso......................................................................... 16 
2.3- EXOSTOSE........................................................................................ 17 
 ix
2.3.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 17 
2.3.2- Avaliação do Caso Clínico Número 3 Exostose.............................. 18 
2.3.2.1.- Histórico....................................................................................... 18 
2.3.2.2- Exame Físico................................................................................. 18 
2.3.2.3- Exame Radiográfico...................................................................... 19 
2.3.2.4- Diagnóstico.................................................................................... 19 
2.3.2.5- Prognóstico.................................................................................... 20 
2.3.2.6- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 20 
2.3.2.7- Discussão do Caso.........................................................................20 
2.4- TENDINITE........................................................................................ 21 
2.4.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 21 
2.4.2- Avaliação do Caso Clínico Número 4 Tendinite............................. 22 
2.4.2.1- Histórico........................................................................................ 22 
2.4.2.2- Exame Físico................................................................................. 22 
2.4.2.3- Exame Ultra-songráfico................................................................ 23 
2.4.2.4- Diagnóstico.................................................................................... 24 
2.4.2.5- Prognóstico.................................................................................... 24 
2.4.2.6- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 25 
2.4.2.7- Discussão do Caso......................................................................... 25 
2.5- ADENITE............................................................................................ 27 
2.5.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 27 
2.5.2- Avaliação do Caso Clínico Número 5 Adenite................................ 28 
2.5.2.1- Histórico........................................................................................ 28 
2.5.2.2- Exame Físico................................................................................. 28 
2.5.2.3- Diagnóstico.................................................................................... 29 
2.5.2.4- Prognóstico.................................................................................... 29 
 x
2.5.2.5- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 29 
2.5.2.6- Discussão do Caso......................................................................... 30 
2.6- MELANOMA..................................................................................... 31 
2.6.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 31 
2.6.2- Avaliação do Caso Clínico Número 6 Melanoma............................ 32 
2.6.2.1- Histórico........................................................................................ 32 
2.6.2.2- Exame Físico................................................................................. 32 
2.6.2.3- Diagnóstico.................................................................................... 33 
2.6.2.4- Prognóstico.................................................................................... 33 
2.6.2.5- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 33 
2.6.2.6- Discussão do Caso......................................................................... 35 
2.7- TRAUMA DE LÍNGUA..................................................................... 36 
2.7.1- Revisão Bibliográfica....................................................................... 36 
2.7.2- Avaliação do Caso Clínico Número 7 Trauma de Língua............... 36 
2.7.2.1- Histórico........................................................................................ 36 
2.7.2.2- Exame Físico................................................................................. 37 
2.7.2.3- Diagnóstico.................................................................................... 38 
2.7.2.4- Prognóstico.................................................................................... 38 
2.7.2.5- Tratamento e Evolução do Caso.................................................... 38 
2.7.2.6- Discussão do Caso......................................................................... 39 
3-COCLUSÃO.......................................................................................... 40 
 
 
 
 
 
 
 xi
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1- Relação dos Casos de Clínica Médica e Cirúrgica.................... 
 
02 
Sub-Quadro A- Relação dos Casos de Afecções do Aparelho 
Locomotor.................................................................................................. 
 
 
02 
Sub-Quadro B- Relação dos Casos de Afecções do Aparelho 
Digestório................................................................................................... 
 
 
03 
Sub-Quadro C- Relação dos Casos de Afecções do Aparelho 
Respiratório................................................................................................ 
 
 
03 
Sub-Quadro D- Relação dos Caso de Trauma............................................ 
 
03 
Sub-Quadro E- Relação dos Casos de Tumor............................................ 
 
04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xii
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1- Radiografia Látero-Medial do osso Metacarpiano Principal 
apresentando lesões de Periostite............................................................. 
 
08 
Figura 2- Radiografia Látero-Medial da Falange Distal apresentando 
lesões de Osteíte Podal............................................................................. 
 
14 
Figura 3- Radiografia Dorso-Palmar da Falange Distal apresentando 
lesões de Osteíte Podal, e alargamento de canais vasculares................... 
 
15 
Figura 4- Radiografia Dorso-Palmar do Metacarpiano Principal 
apresentando lesões de Exostose.............................................................. 
 
19 
Figura 5- Ultra-som Transversal dos Tendões Flexores do Membro 
Torácico apresentando lesões de Tendinite............................................. 
 
23 
Figura 6- Ultra-som longitudinal dos Tendões Flexores do membro 
Torácico apresentando lesões de Tendinite............................................. 
 
24 
Figura 7- Foto da Face esquerda da cabeça do animal demonstrando o 
tamanho da incisão................................................................................... 
 
34 
Figura 8- Foto da Incisão feita pra a retirada do Melanoma.................... 34 
Figura 9- Foto do Melanoma aderido ao Linfonódo, exposto sobre uma 
luva de procedimento para demonstrar o tamanho do tumor................... 
 
35 
Figura 10- Foto da Língua durante o Exame Físico................................. 37 
Figura 11- Foto mais aproximada para demonstrar o tamanho da lesão. 38 
 
 
 
 
 
 xiii
 
RESUMO 
 
 
O estágio curricular foi realizado na cidade de Joinville e região norte de SC, 
no período de 10 de março a 14 de maio de 2008 orientado profissionalmente 
pela Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske na área de Clínica Médica e 
Cirúrgica de Eqüinos totalizando 360 horas, cumpridas em uma média de 8 
horas por dia. Dentre os casos atendidos na cidade e região foi possível 
acompanhar 33 casos clínicos e cirúrgicos, dos os seguintes foram 
apresentados detalhadamente: 1)Periostite; 2)Osteíte Podal; 3)Exostose; 
4)Tendinite; 5)Adenite; 6)Melanoma; 7)Trauma de Língua. Os casos citados 
foram descritos através das revisões bibliográficas e avaliações dos casos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xiv
1-INTRODUÇÃO 
 
O presente relatório descreve os casos clínicos e cirúrgicos 
acompanhados durante a realização do estágio curricular desenvolvido no 
período de abril e maio de 2008 junto a Médica Veterinária Bárbara Doneux 
Rebske, na cidade de Joinville e região. 
 Estima-se que na cidade de Joinville e Região Norte de Santa Catarina, 
tenham aproximadamente 3000 eqüinos, e o número de profissionais 
trabalhando neste campo é pequeno para o grande número de ocorrências, 
segundo a profissional que já atua em Joinville há mais e 15 anos. 
 A Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske éformada pela 
Universidade Federal de São Paulo há 18 anos. Desde o começo dos seus 
estudos sempre optou pela Medicina Veterinária de grandes animais, mais 
precisamente clínica de eqüinos. 
 A profissional trabalha com base situada na sua residência, e se desloca 
permanentemente às propriedades rurais para realizar os atendimentos. Possui 
uma caminhonete que proporciona o carregamento de todos os materiais 
necessários. Possui também um aparelho de raio-X , e quando necessário um 
aparelho de ultra-sonografia portátil que compartilha com outro profissional 
da área de clínica de pequenos animais. 
Dependendo do caso a Médica Veterinária realiza também 
procedimentos cirúrgicos que não envolvem anestesia geral, porque na região 
não existe hospital veterinário. Todos os procedimentos são feitos na 
propriedade em que o animal se encontra. 
Durante a realização do estágio foram atendidos 33 casos clínicos e 
cirúrgicos, conforme se pode observar no Quadro 1 e Sub-quadros A a E. 
 
 xv
 
Relação dos Casos acompanhados junto a Médica Veterinária Bárbara Doneux 
Rebske durante o Estagio Curricular, num período total de 360 horas, entre os 
meses de abril e maio 2008. 
 
Quadro 1 – Relação dos Casos de Clínica Médica e Cirúrgica 
FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske 
 
Sub-Quadro A - Relação dos Casos de Afecções do Aparelho Locomotor 
 
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) 
Periostite 03 21,42 
Osteíte Podal 01 7,14 
Exostose 01 7,14 
Tendinite 03 21,42 
Laminite 02 14,28 
Osteocondrite Dissecante 01 7,14 
Fratura de Metacarpo Acessório 01 7,14 
Miopatia Induzida por Esforço 02 14,28 
TOTAL 14 100 
FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASOS NUMERO DE CASOS (%) 
Afecções do Aparelho Locomotor 14 42,42 
Afecções do Aparelho Digestório 09 27,27 
Afecções do Aparelho Respiratório 06 18,18 
Traumas 02 6,06 
Tumores 02 6,06 
TOTAL 33 100 
 xvi
 
 
 
 
Sub-Quadro B - Relação dos Casos de Afecções do Aparelho Digestório 
 
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) 
Abdome Agudo por Estresse 03 33,33 
Abdome Agudo por Impactação 02 44,44 
Abdome Agudo por Torção de 
Cólon menor 
01 11,11 
Abdome Agudo Gasoso 03 33,33 
TOTAL 09 100 
FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske 
 
Sub-Quadro C – Relação dos Casos de Afecções do Aparelho Respiratório 
 
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) 
Adenite 02 33,33 
Bronquite 01 16,16 
Hiperplasia Laríngea 01 16,16 
Empiema das Bolsas Guturais 01 16,16 
Pneumonia 01 16,16 
TOTAL 06 100 
FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske 
 
Sub-Quadro D – Relação dos Casos de Trauma 
 
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) 
Trauma de Língua 01 50 
Traumas por Laceração 01 50 
TOTAL 02 100 
FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske 
 
 
 
 
 
 
 xvii
 
 
 
 
 
Sub-Quadro E – Relação dos Casos de Tumores 
 
CASOS NÚMERO DE CASOS (%) 
Melanoma 
Submandibular 
01 50 
Melanoma na Cavidade 
Nasal 
01 50 
TOTAL 02 100 
FONTE: Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske 
 
 
 
 Destes, estão relatados detalhadamente os seguintes casos: 1)Periostite; 
2)Osteíte Podal; 3)Exostose; 4)Tendinite; 5)Adenite; 6)Melanoma; 7)Trauma 
de Língua. Os casos citados foram descritos através das revisões bibliográficas 
e avaliações dos casos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xviii
2- RELATO DE CASOS 
 
 
2.1- PERIOSTITE 
 
2.1.1- Revisão Bibliográfica 
 
 É um tipo de enfermidade muito comum que ocorre no mundo todo 
acometendo eqüinos usados tanto para esporte trabalho ou lazer. 
 Segundo STASHAK (1994) é uma reação inflamatória do periósteo 
(membrana que envolve o osso), resultante de uma hemorragia subperiostal 
podendo ser conseqüência de traumas diretos ou indiretos. 
 A inflamação é uma resposta vascular, celular e humoral, que 
desencadeia um processo defensivo contra agentes agressivos. É uma resposta 
evolucionária, adaptável e benigna. 
 A função do processo inflamatório é reunir células e líquidos no local 
lesado que tem como objetivos diluir, localizar, destruir, remover o irritante e 
induzir a reparação do tecido agredido. 
 A periostite ocorre devido a exercícios forçados, treinamentos 
inadequados, traumas em geral, ferrageamento e casqueamento incorretos. 
 Exercícios forçados e treinamentos inadequados, não dão tempo de 
remoldagem ao estresse repetido de compressão levando ao colapso ósseo. 
 Conforme STASHAK (1994) durante o exercício a pata desliza para 
frente quando atinge o solo e se não for permitido que ela gire, o córtex dorsal 
do III metacarpiano é colocado sob compressão maior que o córtex caudal. 
Resultado que a superfície dorsal do osso metacárpico começa a se remodelar 
e gradualmente aumenta sua espessura em resposta ao estresse. Como a 
superfície medial do III metacarpiano esta sob um estresse maior, sofre maior 
 xix
grau de remodelação e se a remodelação não puder acompanhar o estresse 
repetido de compressão ocorre o colapso ósseo (hemorragia subperiostal e 
microfraturas). Então se o dano ao córtex dorsal ocorre mais rapidamente que 
o processo de reparo possa combatê-lo, tem-se a periostite. Conforme o córtex 
dorso-medial se remodela, tornando-se espesso, o córtex dorsolateral 
permanece menos afetado mantendo-se mais delgado e fraco, portanto mais 
suscetível á fraturas por estresse agudo. 
 Consideramos periostite aguda aquela onde se evidencia os sinais 
clínicos, calor, rubor, claudicação grau I, processo doloroso quando se palpa 
principalmente a face cranial do III metacarpiano da sua porção média para 
distal, próximo a falange proximal. O animal alivia o membro afetado 
alternando as patas. 
E a periostite crônica quando há presença de tecido conjuntivo fibroso, 
através de processos agudos mal curado ou decorrente de traumas ligeiros e 
constantes. 
O animal com periostite apresenta sensibilidade na região cranial de III 
metacarpiano. 
 
2.1.2- Descrição do Caso Clínico Número 1 Periostite Aguda 
 
2.1.2.1- Histórico 
 
Paciente eqüino de 6 anos de idade, da raça Puro Sangue Árabe, do sexo 
masculino, pelagem castanha, que ao começar sua carreira no esporte Enduro 
Eqüestre, devido ao treinamento excessivo apresentou sensibilidade no 
membro torácico esquerdo na região cranial do metacarpiano principal. 
 xx
2.1.2.2- Exame Físico 
 
Primeiramente foram feitos os exames rotineiros, freqüência cardíaca 32 
bpm, freqüência respiratória 18 movimentos por minuto, tempo de 
preenchimento capilar 1” , mucosas róseo claro , prega de pele 3”, pouco 
desidratado. Em seguida foi avaliado o animal em movimento onde 
observamos uma claudicação grau I do membro torácico esquerdo. À palpação 
do membro através da pressão digital do osso metacarpiano principal o animal 
apresentou mais sensibilidade do que no membro torácico direito. Foi pedido 
para o animal trotar e não houve qualquer indício de claudicação. 
 
2.1.2.3- Exame Radiográfico 
 
 Foi efetuada radiografia látero-medial do osso metacarpiano 
apresentando lesões de periostite (Fig. 1). 
 
 xxi
 
 
Figura 1- radiografia látero-medial do osso metacarpiano principal 
apresentando lesões de periostite. 
 
2.1.2.4- Diagnóstico 
 
 Periostite aguda na região cranial do osso metacarpiano principal. 
 
2.1.2.5- Prognóstico 
 
 Dependendo do tratamento a ser seguido o prognóstico é favorável, 
desde que sejam feitas todas as recomendações previstas pela Médica 
Veterinária. 
 
2.1.2.6- Tratamento e Evolução do Caso 
 xxii
 
 O tratamento prescrito foi crioterapia duas vezes por dia e repouso por 
dez dias. 
 Após esse período o animal voltou a trotar e aos poucos voltou ao 
treinamentonormal. Porém continuou apresentando sensibilidade no 
metacarpiano principal, sendo realizado a termocalterização, onde o animal foi 
tranqüilizado com Tartarato de Butorfanol1 0,1mg/kg via intravenosa mais 
Romifidina2 0,2mg/kg via intravenosa, em seguida foi feita a tricotomia na 
região do osso metacarpiano principal, anti-sepsia com solução de Iodo 
Degermante3, e depois Álcool, e com anestésico local Lidocaína4 a 2% foi 
realizado a anestesia subcutânea (região abaixo da pele) na região do osso 
metacarpiano principal para depois com o termocautério fazer pequenos 
pontos sendo esses alinhados em forma de losango sobre o osso metacarpiano 
principal. Em seguida foi passado iodo a 20% e foi feita atadura com algodão, 
gaze e faixa. 
 Após cinco dias foi trocada a atadura colocando apenas Povidine 
Degermante para secar a ferida e foi passada pomada a base de Clorexidina5 
até sua cicatrização completa. Enquanto ocorreu esse processo o animal 
permaneceu em repouso absoluto. 
 Foi administrada Penicilina620.000 UI/kg intramuscular 10ml a cada 
12 horas por sete dias mais 10ml de Flunexin Meglumine7 por três dias. Após 
sua cicatrização o animal voltou a caminhar, e não havia mais a sensibilidade 
no local da lesão, porém o retorno do treinamento somente após sessenta dias. 
 
1
 Turbogesic® 
2
 Sedivet® 
3
 Povidine® 
4
 Bravet® 
5
 Alantol® 
6
 Pencivet® 
7
 Banamine® 
 xxiii
2.1.2.7- Discussão do Caso 
 
O tratamento mais correto seria a minimização do processo inflamatório, 
sem agredir fisicamente o animal, mas o proprietário insiste que o animal 
esteja logo pronto a competir, por esse motivo foi escolhido este tipo de 
tratamento. 
 Conforme THOMASSIAN (1997) através do exame clínico, com 
manipulação de membro torácico na região cranial do metacarpiano principal 
e do exame radiográfico obtido através da posição látero-medial obteve-se a 
confirmação do diagnóstico. 
Na interpretação radiográfica é possível notar uma imagem pouco nítida 
dos limites da face cranial do osso metacarpiano principal, devido á 
inflamação do periósteo. Não é raro se encontrar linhas de fraturas 
incompletas e discretas no osso (GAROTTI, 2001). 
O tratamento varia com o grau de dor e decrécimo no desempenho dos 
cavalos. Na palpação os cavalos afetados ligeira e moderadamente mostram-se 
ressentidos e estão levemente sensíveis, o que desaparece dentro de 2 a 4 dias. 
Para cavalos de trabalho ou esporte o treinamento deverá ter continuidade, 
mas com menor intensidade, para a promoção de contínua adaptação do osso 
do esforço do trabalho. 
Em cavalos gravemente afetados, a dor permanece evidente após uma 
semana de repouso. Estes cavalos podem necessitar de repouso por no mínimo 
90 dias, antes que retornem aos trabalhos. 
Segundo THOMASSIAN (1997) muitas terapias adjuvantes como 
antiinflamatórioterapia, crioterapia ou até a termocauterização são comumente 
usadas. 
 xxiv
A crioterapia promove uma constrição dos vasos sanguíneos, assim com 
o fluxo diminuído, a perda de sangue para os tecidos será menor e haverá 
menos líquido acumulado nos tecidos para serem absorvidos durante o 
processo de recuperação, que conseqüentemente, será mais rápido. 
A crioterapia age no alívio da dor, pela diminuição da velocidade de 
condução do estímulo doloroso pelas fibras nervosas e por estimular a 
produção de endorfina. 
A crioterapia é feita por 15 minutos em toda a região do metacarpiano 
principal. Ela pode ser utilizada 2 a 3 vezes por dia, durante todo o tratamento. 
A termocauterização é indicada em processos crônicos por reverter em 
processo agudo. 
Contudo é difícil a avaliação da sua eficácia, sem considerar 
concomitantemente o treinamento ou terapia através do repouso. 
O prognóstico é favorável quando o animal permanece em repouso ou 
sem terapia adjuvante como a crioterapia e uso de antiinflamatório. 
O prognóstico é reservado quando o animal não permanece em repouso 
com ou sem terapia adjuvante. 
Quando é realizado a termocauterização o prognóstico é favorável, pois 
o animal permanece em repouso com antiinflamatório, antibioticoterapia e 
crioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 xxv
2.2- OSTEÍTE PODAL 
 
2.2.1- Revisão Bibliográfica 
 
 Conforme STASHAK (1994) é uma patogenia crônica freqüente em 
animais de esporte e que pode ser agravada por uso destes em pisos muito 
duros ou sem devidos cuidados do casco o farregeamento. 
 A osteíte podal é um processo degenerativo da falange distal por 
desmineralização resultante de inflamação ou infecção situadas no interior do 
estojo córneo. 
 O animal com osteíte podal apresenta claudicação, sensibilidade na 
base do casco sendo esta localizada ou difusa. Os sinais de claudicação são 
evidentes, pois o animal com osteíte podal em grau mais avançado não apóia o 
membro ao pisar no solo. 
 Através do exame clínico é manipulado o casco, pinçado a base do 
casco onde obtemos uma reação de sensibilidade intensa, pois, ocorre uma 
compressão entre a sola do casco e a falange distal. 
 Segundo GAROTTI (2001) no exame radiográfico podemos observar 
diminuição da densidade óssea da falange distal, mais ou menos intensa, com 
aumento de canais vasculares e frangeamento do bordo distal da falange distal 
(3ª Falange). Estas imagens são obtidas através das posições, dorsopalmar e 
látero-medial. 
 Conforme THOMASSIAN (1997) o tratamento seria Cloreto de Ca 
20mg ao dia na ração com Calcitonina na dose de 2 ampolas pela via 
intramuscular 2 vezes por semana durante pelo menos 2 meses. 
Ferrageamento com ferradura fechada com forros de borracha para que 
 xxvi
quando o animal ao apoiar o membro, o impacto do casco com o solo seja 
menor, mais antiinflamatório terapia. 
 O cálcio provoca um aumento de volume ósseo do osso cortical, 
restrição do canal medular e aumenta a resistência óssea. 
 Como tratamento em casos crônicos é indicado a neurectomia, onde é 
seccionado o suprimento do nervo palmar diante a falange proximal, onde 
alivia a dor e possibilita prolongar a vida funcional do cavalo por um período 
limitado. 
 As neurectomias podem ser realizadas sob analgesia local, mas 
recomenda-se que estas operações sejam realizadas com o cavalo em decúbito 
sob anestesia geral. 
 O prognóstico é reservado porque não tem cura, o que é tratado são as 
conseqüências (dor, claudicação) e não a patogenia. 
 
 
2.2.2- Descrição do Caso Clínico Número 2 Osteíte Podal 
 
2.2.2.1- Histórico 
 
 Paciente eqüino 8 anos de idade, da raça crioula, pelagem castanha, do 
sexo fêmea, está em plena atividade esportiva, praticando provas de laço e 
treinando para provas do freio de ouro, porem após treinamento diário 
apresentou claudicação grau 4 do membro torácico esquerdo. 
 
 
 
 xxvii
2.2.2.2- Exame Físico 
 
 Freqüência cardíaca 44 bpm, freqüência respiratória 16 movimentos por 
minuto, mucosas levemente coradas, tempo de preenchimento capilar 1” , 
prega de pele 2” . 
 Ao caminhar, o mesmo se recusava a trotar e foi observado que ao 
apoiar o membro torácico esquerdo o animal encurtava o passo e distribuía seu 
peso nos outros membros, indicando alteração do membro torácico esquerdo. 
 Ao pinçar o casco do membro torácico esquerdo o animal apresentou 
sensibilidade intensa na base do casco. 
 
2.2.2.3- Exame Radiográfico 
 Através do exame radiográfico (Fig. 2 e 3) pelas posições dorsopalmar e 
latero-medial, observou-se osteíte podal com calcificação de cartilagens alares. 
 
Figura 2- radiografia látero-medial da falange distal apresentando lesões de 
osteíte podal. 
 
 xxviiiFigura 3- radiografia dorso-palmar da falange distal apresentando lesões de 
osteíte podal, e alargamento de canais vasculares. 
 
 
2.2.2.4- Diagnóstico 
 
 Osteíte podal com calcificação de cartilagens alares. 
 
2.2.2.5- Prognóstico 
 
 Infelizmente para o desempenho do animal em esportes o prognóstico é 
reservado, devido afetar diretamente o seu resultado em provas onde a 
agilidade e o tempo de prova são inversamente proporcionais, quanto mais 
rápido menos tempo maior a pontuação. 
 
 xxix
2.2.2.6- Tratamento e Evolução do Caso 
 
 O tratamento sugerido foi a aplicação de solução de cálcio 8 
intramuscular durante 2 meses. 
 Parar imediatamente com os treinamentos, mas não deixar o animal 
encocheirado e sim solto durante o dia e preso durante a noite. 
 Aplicação imediata de antiinflamatório Monofenilbutazona9 na dose de 
10 ml intravenoso durante 5 dias consecutivos. 
 Doravante este animal será ferrageado com ferradura fechada. 
E mesmo assim não é descartada a hipótese de uma futura neurectomia. 
 
2.2.2.7- Discussão do Caso 
 
 Conforme WERNER (2001) osteíte é a inflamação do osso, 
independente da sua origem, o processo inflamatório sempre acaba atingindo 
o periósteo, vasos intracorticais e cavidade medular. Quando o processo 
inicia-se no periósteo recebe o nome de periostite, quando inicia-se na 
cavidade medular, de ostiomielite. Existem algumas formas comuns e 
específicas de osteítes em animais, como que segue a inflamação do casco de 
bovinos, ovinos e caprinos por Fusobacterium necrophorum (“foot rot” ou 
podridão do casco). Essa mesma bactéria pode infectar os ossos da face de 
suínos jovens devido ao corte mal feito dos dentes caninos. 
 Infecções piogênicas do osso são muito difíceis de ser controladas 
devido a irrigação insuficiente. Seqüestros ocorrem comumente no osso após 
fraturas cominutivas. O grande problema é que o osso necrótico não é 
 
8
 Calfomag® 
9
 Monofenew® 
 xxx
reabsorvido por osteoclastos e não é atingido por antibióticos parenterais. O 
resultado é a formação de um trajeto fistuloso que só desaparece após remoção 
ou destruição do fragmento. 
 
2.3- EXOSTOSE 
 
2.3.1- Revisão Bibliográfica 
 
 Segundo STASHAK (1994) é a proliferação de tecido osteóide que se 
projeta na superfície do osso de forma irregular, de aspecto rugoso e 
localizado. 
 Observamos um aumento de volume localizado ao longo dos ossos 
metacarpianos (principal e acessórios), podendo aparecer em qualquer das 
faces. Está mais relacionado com a má conformação, nutrição, ração, 
treinamento duro, do que com traumas, como acreditam os leigos. Os traumas 
também estão relacionados, porem os sinais são evidentes. 
 O animal com exostose apresenta aumento de volume de consistência 
firme, localizado em um ou mais pontos do metacarpiano principal, com 
presença ou não de sensibilidade ao exame de manipulação. 
 A claudicação ocorre em casos onde a posição e dimensão do sobre 
osso venha pressionar estruturas nobres do aparelho locomotor, como 
ligamentos ou tendões. 
 Através dos sinais clínicos e do exame radiológico podemos obter o 
diagnóstico. 
 xxxi
 Para executar o exame radiográfico, neste caso não há posições 
padrão a serem feitas, e sim uma avaliação da posição da lesão a partir da qual 
se fará o posicionamento do chassis e do aparelho radiográfico. 
 A imagem será de uma estrutura aderida ao osso, de densidade óssea e 
bordos irregulares, no caso de exostose ativa e mais suave ou lisa nas inativas. 
Pode ainda haver envolvimento dos tecidos moles adjacentes, o que pode levar 
á um aumento da região afetada. 
 
2.3.2-Descrição do Caso Clínico Número 3 Exostose 
 
2.3.2.1 Histórico 
 
 Paciente eqüino sexo masculino, 13 anos de idade, de pelagem tordilha, 
da raça Puro Sangue Árabe, cavalo já 2 vezes Campeão Catarinense de 
Enduro Eqüestre na categoria de regularidade. 
 Apresentou um pequeno aumento de volume na região do metacarpiano 
principal devido a uma periostite crônica, não alterando seu desempenho, 
porem impedindo que continuasse seu treinamento. 
 
 
2.3.2.2 Exame Físico 
 
 Aferidos os padrões normais como, freqüência cardíaca 28 batimentos 
por minuto, animal bradicárdico devido ao treinamento para as provas de 
enduro e também qualidade genética. Freqüência respiratória 19 movimentos 
por minuto, tempo de preenchimento capilar 1”, mucosas normais. O cavalo 
 xxxii
apresentava sinais de cansaço e excesso de treinamento. Devido a apresentar 
uma linha de crescimento no casco causada por estresse de treinamento. 
 Ao manipular o membro torácico esquerdo, e apalpar o osso 
Metacarpiano Principal foi constatado um aumento de volume na face medial 
proximal, onde havia um pouco de sensibilidade. 
 
 
2.3.2.3 Exame Radiográfico 
 
 Foi realizada uma radiografia dorso-palmar do metacarpiano principal 
apresentando lesão de exostose (Fig. 4). 
 
Figura 4- radiografia dorso-palmar do metacarpiano principal apresentando 
lesões de exostose. 
 
2.3.2.4- Diagnóstico 
 
 xxxiii
 A confirmação de exostose foi feita através do exame radiográfico que 
mostra uma reação do periósteo de consistência firme, localizada na região do 
metacarpiano principal. 
 
2.3.2.5- Prognóstico 
 
 O prognóstico é reservado, infelizmente na maioria dos casos o 
tratamento não cirúrgico não tem apresentado bons resultados, segundo a 
Médica Veterinária. 
 
2.3.2.6- Tratamento e Evolução do Caso 
 
 O tratamento prescrito foi a paralisação do treinamento, a aplicação de 
Óleo de Cróton10 , que é um revulsivo que agudiza o processo. Aplicação 
também de iodo a 10% e pomada antiinflamatória e antiflogística a base de 
Sufóxido de Dimetila11. 
 Após 7 dias de tratamento não obteve-se resultado positivo. O animal 
não apresenta mais sensibilidade na região, voltou ao treinamento, não 
apresenta sinais de claudicação, porem a exostose continua crescendo e esse 
aumento de volume poderá retirar o animal das competições de Enduro 
Eqüestre. O próximo tratamento a ser indicado seria a termocalterização, esta 
não tendo o resultado esperado, somente a remoção cirúrgica da exostose. 
 
 
 
10
 Baumecastic® 
11
 DMSO® 
 xxxiv
2.3.2.7- Discussão do Caso 
 
 O tratamento engloba cinco princípios fundamentais, estabilidade, 
sustentação, redução do aumento de volume, através da hidroterapia, 
crioterapia, antiinflamatório e repouso. 
 Conforme TURNER (2002) as exostoses exuberantes ao longo dos 
ossos metacarpiano principal e acessório podem ser cirurgicamente removidas. 
Este procedimento nunca deverá ser encetado levianamente visto que há 
grande tendência para a recidiva exostose. 
 Portanto, um período de 90 a 120 dias de repouso resulta numa 
resolução sem necessidade de intervenção cirúrgica. 
 
2.4- TENDINITE 
 
2.4.1- Revisão Bibliográfica 
 
 Segundo STASHAK (1994) é a inflamação do tendão e das inserções 
tendão-músculos e respectivas bainhas. Especialmente as inflamações dos 
tendões flexores devido ao esforço excessivo. 
 A tendinite geralmente resulta de um esforço excessivo ou 
hiperextenção do tendão. 
 A tendinite é acompanhada pelo rompimento do conjunto paralelo dos 
feixes de colágeno orientados longitudinalmente, que compõe o tendão. 
 A lesão mais comum é situada na região central do metacarpiano, 
onde o tendão do flexor digital superficial tem sua menor área de secção 
longitudinal. 
 xxxv
 Treinamento inadequado, fadiga muscular, esforços rápidos e 
repetidos, angulação excessiva da falange proximal, ferrageamento 
inadequado, pinças muito longas, ligasapertadas ocasionam tendinite. 
 O tendão do flexor digital superficial do membro anterior direito é 
afetado com maior freqüência. Isso relacionado à sua menor área de secção 
transversal e ao maior estresse que suporta durante a hiperextenção da 
articulação metacarpofalangeana, quando comparado ao tendão do flexor 
digital profundo. 
 Conforme THOMASSIAN (1997) a lesão e degeneração dos tendões 
acorrem em todos os graus de intensidade, esforços alem do limite de 
segurança podem provocar pequenos deslocamentos e rupturas nas fibras. Esta 
separação resulta em hemorragia capilar no interior do tendão. 
 A lesão aguda é acompanhada por hemorragia capilar, edema, 
acúmulo de fibrina e inchaço local. 
 O diagnóstico é obtido através dos achados clínicos e confirmado pelo 
exame ultra-songráfico. 
 
2.4.2- Descrição do Caso Clínico Número 4 Tendinite 
 
2.4.2.1- Histórico 
 
 Paciente jovem, fêmea, 4 anos de idade, raça Mangalarga Marchador, 
pelagem alazã após uma cavalgada de grande distância, apresentou 
claudicação e intensa sensibilidade a palpação, na região média do tendão 
flexor superficial digital palmar. O proprietário e também ginete do animal 
afirma que durante o percurso a égua nada sentiu. 
 xxxvi
 
2.4.2.2- Exame Físico 
 
 Como procedimento inicial foram realizados as auscutas para 
freqüência cardíaca 42 bpm e freqüência respiratória 20 mpm, prega de pele 
3”, animal um pouco desidratado devido a grande esforço físico, mucosa 
pouco congesta e tempo de preenchimento capilar 1”. 
 Ao caminhar a passo não apresentou claudicação, mas quando foi 
necessário o trote o animal claudicou. 
 No exame de palpação animal apresentava sinais de dor profunda por 
todo o tendão flexor digital superficial palmar do membro direito. Sendo que a 
região mais afetada e volumosa era a região média do tendão. 
 
2.4.2.3- Exame Ultra-songráfico 
 
 Foram feitas 2 posições para a realização do exame de ultra-
sonografia (Fig. 5 e 6), uma transversal dos tendões flexores do membro 
torácico, e outra longitudinal dos mesmos tendões. Ambas apresentaram 
lesões de tendinite. 
 xxxvii
 
Figura 5- ultra-som transversal dos tendões flexores do membro torácico 
apresentando lesões de tendinite. 
 
Figura 6- ultra-som longitudinal dos tendões flexores do membro torácico 
apresentando lesões de tendinite. 
 
2.4.2.4- Diagnóstico 
 
 Tendinite ou tendosinovite, localizada no tendão flexor digital 
superficial palmar do membro direito. 
 xxxviii
 Ocasionada por lesão do tendão e ruptura parcial das fibras tendíneas, 
acarretada pelo esforço excessivo dessa parte do aparelho locomotor durante 
uma cavalgada prolongada. 
 
2.4.2.5- Prognóstico 
 
 Reservado. É necessário que sejam seguidas a risca as recomendações 
prescritas pela Médica Veterinária. E se o animal apresentar breve 
recuperação, não deve ser retomado o trabalho sem orientação da profissional. 
 
2.4.2.6- Tratamento e Evolução do Caso 
 
 O tratamento prescrito pela Médica Veterinária foi, crioterapia 2 
vezes ao dia durante no mínimo 20 minutos e no máximo 30 minutos. 
 Aplicação intravenosa de Fenilbutazona12 na dose de 10ml por dia 
durante 5 dias consecutivos. Aplicação também de antiinflamatório esteróide 
Dexametazona 13 , mas a dosagem desse teve que ser administrada com 
diminuição gradativa do medicamento para evitar possíveis problemas 
hormonais. Primeiro dia 7ml, segundo dia 5ml, terceiro dia 4ml, quarto dia 
3ml, quinto e último dia 2ml. Foi necessário o repouso total do animal, no que 
tange a treinamento ou trabalho. 
 Aplicação tópica de Sulfóxido de Dimetila14, 1 vez por dia após a 
crioterapia. 
 
12
 Equipalazone 
13
 Azium 
14
 DMSO 
 xxxix
 Foi sugerida também uma caminhada de 20 minutos apenas a passo e 
em solo duro, para o alinhamento mais correto das novas fibras tendíneas. 
 E também foi de suma importância o correto ferrageamento do animal, 
poupando os talões para que os tendões não sejam forçados. 
 
2.4.2.7- Discussão do Caso 
 
 Segundo THOMASSIAN (1997) nos achados clínicos tem-se um 
inchaço difuso sobre a região, com calor e dor àpalpação, claudicação intensa, 
e o membro é mantido em posição flexionada. 
 Se o animal apresentar fibrose e inchaço firme na face palmar ou 
plantar, não claudica a passo ou trote, mas apresenta claudicação no trabalho 
forte, trata-se de um processo crônico. 
 A constrição do tendão flexor superficial pelo ligamento anular ou 
plantar da articulação metacarpofalangeana pode ocasionar um caso de 
tendinite. 
 Conforme STASHAK (1994) o tratamento está relacionado a 
minimizar a inflamação e rompimento dos feixes de fibras tendinosas e 
reduzir a intensidade da fibrose e das aderências que ocorrem durante a 
cicatrização. 
 É feito hidroterapia fria ou gelo para minimizar a hemorragia e o 
edema. 
 Drogas antiinflamatórias não esteróides e dependendo do caso até 
drogas esteróides são usadas no tratamento. 
 A injeção peritendínea de corticosteróide pode ser utilizada para 
minimizar as adesões peritendíneas sem comprometer a cura do tendão, mas a 
injeção intratendínea é contra indicado porque provoca aderência. 
 xl
 O Sulfóxido de Dimetila tópico pode ser usado para redução 
 É realizado o ferrageamento corretivo com elevação dos talões. 
 O repouso com manipulação passiva é recomendado porque, uma leve 
tensão no tendão afetado na fase inicial da cura pode auxiliar no alinhamento 
dos feixes de fibrina do coágulo inflamatório inicial e promover um 
alinhamento adequado do novo colágeno, assim como inibir a formação de 
adesões. 
 Na fase Crônica é utilizado como tratamento uma forma de contra-
irritação como a Termocalterização, irritantes de superfície e incisão cirúrgica 
do tendão. 
 O prognóstico é reservado, pois o tecido tendinoso cicatriza muito 
lentamente, há necessidade de um ano ou mais para que para que o processo 
se complete. 
 O exame do tendão por ultra-som é muito útil para o controle do 
progresso da sua cicatrização, e para a estimativa das lesões tendinosas. 
 
2.5- ADENITE 
 
2.5.1- Revisão Bibliográfica 
 
Conforme BEER (1983) são enfermidades infecto-contagiosas agudas 
ou sub-agudas, causadas pelo Streptococcus equi, com sede principal no 
sistema respiratório alto dos eqüídeos jovens. 
Esta doença, também conhecida com o nome de “Garrotilho” ou 
“Gurma”, é causada pelo Streptococcus equi. É um coco gram positivo, muito 
resistente à dessecação, pois a uma temperatura de 70-75ºC resiste até 1 hora. 
 xli
No pús de abscessos, permanece viável por 2,5 meses e no escarro, 5 
meses. 
São destruídos em poucos minutos pelos desinfetantes comuns, como 
soda a 5%, fenol e creolina. 
É uma doença específica de eqüinos, podendo ocorrer tanto em machos 
como em fêmeas. 
Animais jovens, com idade entre 1 e 2 anos são os mais sensíveis, muito 
embora possa ocorrer em animais adultos, principalmente naqueles animais 
oriundos de regiões onde o problema não é comum. 
O agente etiológico é endêmico nas criações de eqüinos, podendo ser 
encontrado nas mucosas orofaríngea e nasal normais. 
Os animais jovens, por possuírem uma resistência mais baixa, ao serem 
submetidos ao estresse pela desmama, rigores de mudanças climáticas 
estacionais, mudança de pelagem, treinamentos intensivos nos haras, e outros 
fatores, contraem a doença. 
 O contágio se dá pelo contato do animal com outros eqüinos doentes ou 
com tratadores, fômites, alimentos, água e ar contaminados por espirro, tosse e 
relinchos que espalham pús em aerossol. 
 
2.5.2- Descrição do Caso Clínico Número 5 Adenite 
 
2.5.2.1- Histórico 
 
Égua sem raça definida, de pelagem baia, idade 6 anos, animal usado 
para passeios de charrete. 
 xlii
Conforme o proprietáriodo animal, o paciente esta sem se alimentar há 
mais de 2 dias, apenas bebendo água e com muita dificuldade de respirar. 
Esses sinais clínicos foram observados por ele com mais evidência nos 
últimos 2 dias. Sendo que no dia que fez o contato com a Médica Veterinária 
reparou que, o paciente apresentava um corrimento nasal de secreção 
purulenta. 
 
 
 
2.5.2.2- Exame Físico 
 
 Primeiramente foram realizados os procedimentos para averiguar os 
parâmetros normais dentro da fisiologia do animal. 
 Freqüência cardíaca 54, taquicardia, freqüência respiratória 46 um 
pouco elevada, provavelmente para oxigenar melhor, devido o entupimento 
parcial das vias aéreas superiores. Temperatura corpórea 38,2ºC, febre 
aparente. 
Ao fazer um exame de manipulação dos linfonódos submandibulares, 
foi constatado que os mesmos encontravam-se congestos de pus. 
 
2.5.2.3- Diagnóstico 
 
Adenite eqüina, o diagnóstico clínico é final, em virtude da doença ser 
bem conhecida. 
 xliii 
A idade, sinais de rinorréia purulenta e linfadenite dão ao profissional a 
certeza do diagnóstico, que poderá ser confirmado com o gram do pús, que 
revelará a presença do agente. 
 
2.5.2.4- Prognóstico 
 
O prognóstico é bom para aqueles animais que não desenvolvem 
pneumonia ou generalização. Porém para aqueles animais em que haja a 
generalização do agente, o prognóstico é ruim, pois se não levá-los a morte, 
esses animais desenvolverão o garrotilho crônico. 
 
 
 
2.5.2.5- Tratamento e Evolução do Caso 
 
 A Penicilina Benzatina15 foi o antibiótico de escolha, na dose de 20.000 
UI/kg, via intramuscular, durante 7 dias consecutivos. Pode-se utilizar terapia 
na água ou ração, com Terramicina ou Penicilinas semi-sintéticas como 
ampicilina, a 20mg/kg/dia, durante duas semanas. Deve-se cuidar para 
administrar ração de fácil mastigação e deglutição. Alguns autores citam o uso 
de pomadas que auxiliem quando ocorre a fistulação dos linfonodos. 
 
 
 
 
 
15
 Pencivet® 
 xliv
2.5.2.6- Discussão do Caso 
 
 Segundo CORRÊA & CORRÊA (1983) os microorganismos existentes 
na mucosa nasal ou faríngea ou recém-adquiridos penetram nas glândulas 
nasais e no tecido linfóide faríngeo, causando inflamação com exsudato seroso 
ou seromucoso que em dois a quatro dias se transforma em purulento. Pelos 
vasos linfáticos vão aos linfonódos regionais, principalmente os 
retromandibulares que se infartam e sofrem fusão purulenta, geralmente 
abcedando e fistulando em mais quatro a dez dias. Não havendo complicações, 
haverá cura em duas a quatro semanas. 
 Em 1 a 2% dos casos, o S. equi escapa do foco primário e por via 
aerógena vai causar laringite, traqueíte, bronquite e pneumonia. Se alcançar a 
via linfo-hemática, causa abscessos metastáticos em outros linfonódos, fígado, 
baço e rins, podendo causar morte no período agudo ou tender a cronicidade. 
 
 
2.6- MELANOMA 
 
2.6.1- Revisão Bibliográfica 
 
 Os melanomas são tumores reconhecidos há muitos anos, tendo sido 
encontrados em cães das raças Boxer, Scothish, Cocker Spaniel, e algumas 
raças bovinas muito pigmentadas, que apresentam maior incidência de 
melanomas do que outras (ANAIS DE DERMATOLOGIA, 2008). 
 Entretanto a maior incidência ocorre na espécie eqüina, principalmente 
em animais de pelagem tordilha e acima de 6 anos de idade. 
 xlv
 Conforme WERNER (2001) a principal área afetada é a genital: períneo, 
ao redor do ânus, vulva e base da cauda, denominados “melanoma perianal ou 
perineal”. 
Outros locais afetados e citados na literatura de WERNER (2001) são: cabeça 
(base das orelhas, olhos, glândula parótida), pescoço, gânglios linfáticos, 
vértebras, cavidade torácica e musculatura esquelética. 
 São comuns as formações nodulares, podendo disseminar-se localmente 
e desenvolver-se em órgãos internos, o que é sugestivo de metástase. 
 O melanoma pode ser citado como a proliferação de melanócitos e 
melanófagos em diversos sítios anatômicos, denominados de melanocitose 
ectópica e multifocal. 
 
 
2.6.2- Descrição do Caso Clínico Número 6 Melanoma 
 
2.6.2.1- Histórico 
 
 Paciente do sexo fêmea, 16 anos de idade, da raça Mangalarga 
Marchador, pelagem tordilha, função cavalo de sela. 
 O proprietário constatou um pequeno nódulo entre os ossos da 
mandíbula, já havia 6 anos quando tal nódulo foi detectado pelo próprio dono 
do animal. Mas era pequeno e o animal não reagia à manipulação. Segundo 
ainda o proprietário o nódulo era menor do que uma “bola de gude”. 
 
 
 
 xlvi
2.6.2.2- Exame Físico 
 
 A égua apresentava-se com, freqüência cardíaca entre 32 e 38 normal, 
freqüência respiratória 19 movimentos por minuto, temperatura corpórea 37ºC 
normal, prega de pele 1”, bem hidratada, tempo de preenchimento capilar 1” 
normal. 
 No exame de manipulação, apresentou sinais de dor, e o tamanho do 
nódulo era aproximadamente o de uma bola de tênis. 
 Não foi possível saber se o nódulo era invasivo ao linfonódo ou estava 
aderido ao mesmo. 
 Ainda no exame de manipulação foi possível verificar que se tratava de 
um nódulo consistente, possivelmente com tecido adjunto e não mole com 
presença de liquido. 
 
 
 
2.6.2.3- Diagnóstico 
 
 Nódulo incluso ou aderido ao linfonódo submandibular, com histórico e 
características de melanoma. 
 
2.6.2.4- Prognóstico 
 
 Reservado, devido ao tipo de tumor, e se ocorreu metástase, e em qual 
órgão ou tecido. 
 
 xlvii
2.6.2.5- Tratamento e Evolução do Caso 
 
 O tratamento selecionado pela Médica Veterinária foi a remoção 
cirúrgica do tumor, sendo que com o animal em jejum foi feito uma lavação 
com água e sabão, uso tópico de solução de iodo a 2%. Em seguida aplicação 
de sedativo a base de Cloridrato de Xilazina16 a 10%, e logo após feita uma 
tricotomia ampla na região submandibular (Fig. 7). 
 A anestesia local foi feita com Lidocaína 17 2% , na dose de 25ml 
injetados a partir da base do tumor. 
 A incisão foi feita primeiramente na pele de modo que a Médica 
Veterinária pudesse divulcionar os tecidos até a retirada do tumor (Fig. 8). 
 Assim que tivemos acesso ao tumor foi logo identificado como 
melanoma, pela forma arredondada, cor escura quase preta, e invasivo ao 
linfonódo (Fig. 9). 
 Após a remoção do melanoma foi realizada uma sutura do tipo bolsa de 
tabaco, porque a incisão ficou em forma circular, mas no segundo dia 
subseqüente ao procedimento os pontos não agüentaram e ocorreu a 
deiscência. Em seguida prescrito tratamento a base de Penicilina Benzatina18. 
 
 
 
16Rompum® 
17
 Bravet® 
18
 Pencivet® 
 xlviii 
 
Figura 7- Foto da Face esquerda da cabeça do animal demonstrando o 
tamanho da incisão. 
 
 
Figura 8- Foto da Incisão feita para a retirada do Melanoma 
 xlix
 
Figura 9- Foto do melanoma aderido ao linfonódo, exposto sobre uma luva de 
procedimento para demonstrar o tamanho do tumor. 
 
2.6.2.6- Discussão do Caso 
 
 O levantamento do número de eqüinos no Brasil pelo IBGE atinge seis 
milhões de animas sendo que destes 3 a 8% são acometidos de melanoma. 
Pode-se, portanto, estimar que existam entre 180-480.000 eqüinos acometidos 
de melanoma no Brasil, levando em a uma perda econômica e genética 
considerável do mercado agropecuário (WATSON, 2007). 
O melanoma é particularmente comum em cavalos a partir de 5 anos de 
idade e de pelagem tordilha. Os tratamentos correntes constituem-se na 
aplicação de quimioterápicos, imunomoduladores e ou ressecções cirúrgicas 
os quais apresentam toxidade elevada, iatrogenia e pouca eficiência. 
 O uso de vacinas de células híbridas tumorais em pacientes humanos 
portadores de melanoma e carcinoma de células renaismostrou resultados 
promissores (ANAIS DE DERMATOLOGIA, 2008). 
 
 l
2.7- TRAUMA DE LÍNGUA 
 
2.7.1- Revisão Bibliográfica 
 
Segundo SISSON/GROSSMAN (1981) a língua está situada no 
assoalho da boca entre os ramos da mandíbula e apoiada principalmente em 
um tipo de forquilha formada pelos músculos milo-hióideos. Sua parte caudal, 
a raiz está afixada ao osso hióide, palato mole e faringe. Somente a superfície 
superior desta parte é livre e se inclina ventral e caudalmente. A parte média, o 
corpo, possui 3 superfícies livres: a superfície dorsal é ligeiramente 
arredondada. As superfícies laterais são quase planas em sua maior parte. A 
superfície ventral esta relacionada com os músculos hióideo e milo-hióideo. O 
termo dorso da língua é aplicado para a superfície dorsal, todo ele é livre 
quando a boca está fechada, está em contato com o palato exceto, na 
orofaringe. 
 Ainda conforme SISSON/GROSSMAN (1981) a estrutura da língua 
consiste em: membrana mucosa, glândulas, músculos, vasos e nervos. 
 
2.7.2- Descrição do Caso Clínico Número 7 Trauma de Língua 
 
2.7.2.1- Histórico 
 
Paciente eqüino fêmea da raça Mangalarga Paulista, 8 anos de idade, 
pelagem alazã, animal usado como cavalo de sela. Animal foi domado 
aproximadamente com 3 anos de idade e depois não mais foi montado, sendo 
 li
que agora o novo proprietário está aos poucos vem fazendo um trabalho para 
retornar a montaria. 
Na primeira remonta o animal disparou, e para contê-lo o seu 
proprietário e montador não evitou em puxar as rédeas até que o animal 
fizesse uma curva brusca e o derrubasse. 
 Devido a grande força de compressão da embocadura contra a língua da 
égua, ocasionou uma laceração do órgão. 
Infelizmente o proprietário esperou durante 2 dias até fazer o contato 
com a Médica Veterinária. 
 
2.7.2.2- Exame Físico 
 
 Freqüência respiratória 16, freqüência cardíaca 39, mucosa pouco 
congesta, tempo de preenchimento capilar 2”, pode representar a pressão 
arterial um pouco baixa. Prega de pele 3”, égua um pouco desidratada, normal 
seria até 2”. 
O exame de manipulação do órgão quase totalmente desfigurado está 
apresentado nas Figuras 10 e 11. 
 lii
 
Figura 10- Foto da língua durante o exame físico. 
 
 
Figura 11- Foto mais aproximada para demonstrar o tamanho da lesão. 
 
 
 liii 
2.7.2.3- Diagnóstico 
 
Trauma severo na língua, causando laceração em mais da metade do 
órgão. 
 
2.7.2.4- Prognóstico 
 
Reservado, devido a uma parte do órgão ter perdido a irrigação 
sangüínea e necrosado. 
 
2.7.2.5- Tratamento e Evolução do Caso 
 
 O tratamento foi sem muitas opções, sendo a mais viável a remoção 
cirúrgica de parte do órgão e tentativa de reconstrução da língua. 
 Devido a demora de 2 dias para o contato com o profissional, ocorreu a 
uma necrose parcial devido a falta de irrigação. 
 Primeiramente foi aplicado um sedativo à base de Cloridrato de 
Xilazina19 a 10%, e com o uso de um abridor de boca especial para tratamento 
odontológico, foi feita uma lavagem da língua e da cavidade oral, porque o 
animal mesmo com sérios ferimentos ainda tentava alimentar-se. 
 Em seguida houve a aplicação de anestésico local a base de Lidocaína20 
2%, começando pelos bordos do ferimento. À medida que o anestésico local 
fazia efeito à anestesia era mais aprofundada, até que se chegasse ao objetivo 
de analgesia total da parte do ferimento. 
 
19
 Rompum® 
20
 Bravet® 
 liv
 Foi feita então a remoção da parte medial da porção lateral esquerda da 
Língua, em seguida foi usado uma cureta para fazer a raspagem das bordas do 
ferimento para preparar o tecido para a sutura e melhor cicatrização. 
 
2.7.2.6- Discussão do Caso 
 
 Segundo a Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske, é comum este 
tipo de enfermidade, mas apenas pequenos traumas, e não grandes lesões 
como a que ocorreu nesse caso. 
 Conforme o relato do treinador e domador de cavalos Marcio Luiz 
Ribeiro, profissional que atua na área há mais de 20 anos, esse é um problema 
que pode ser acarretado tanto pela doma mal feita do animal, deixando-o 
nervoso e sempre querendo disparar, quanto a inexperiência do cavaleiro 
sendo essa última de suma importância para um desempenho desejado. 
 Um fato que também contribuiu para a complicação do caso foi a 
demora de 2 dias para o contato com a profissional, sendo que o relato deveria 
ser feito imediatamente após o acidente. Assim evitando a formação de tecido 
necrótico junto a lesão. 
 Segundo a Médica Veterinária, outro fator importante também 
contribuiu para a dificuldade da cirurgia. È o fato de que a língua é um órgão 
com muita irrigação sangüínea, e mesmo com o uso de anestésico local com 
vasoconstritor o sangramento é abundante, não chegando a causar risco de 
hemorragia no animal, mas dificultando visualmente o procedimento cirúrgico 
de reconstrução do órgão. 
 
 
 lv
3. CONCLUSÃO 
 
Durante o período de estágio na cidade de Joinville e Região, junto a 
Médica Veterinária Bárbara Doneux Rebske, pudemos colocar em prática os 
conhecimentos teóricos e práticos adquiridos na universidade. 
Nessas 360 horas de estágio, através da observação e do 
acompanhamento diário das funções de uma profissional, obtivemos 
conhecimento de técnicas clínicas e cirúrgicas, que serão fundamentais para 
nossa vida profissional. 
O convívio e a experiência profissional foi de grande valia para obter 
uma visão do Médico Veterinário na clínica e cirurgia de eqüinos. 
Sempre procuramos desenvolver nossas funções com responsabilidade e 
técnica profissional. 
Tivemos noção da importância e da responsabilidade da Profissão do 
Médico Veterinário, reforçando nossa preferência pelos grandes animais, 
especialmente os eqüinos. Ficou evidente a importância para o profissional de 
se manter sempre atualizado, consultando novas publicações na área em que 
atua, e mantendo-se informado sobre o contexto da Medicina Veterinária e do 
Agronegócio, estando habilitado a prestar informações seguras aos seus 
clientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 lvi
REFERÊNCIAS 
 
 
ANAIS DE DERMATOLOGIA, 2008. Disponível em 
www.anaisdedermatologia.org.br . Acesso em 15/05/2008 
BEER, J.; Doenças Infecciosas em Animais Domésticos. 2ª edição. 1983; 
Editora Roca, p. 380. 
 CORRÊA & CORRÊA, CÉLIA, N.M.; Enfermidades Infecciosas dos 
Animais Domésticos. 2ª edição. 1983; Editora Medsi, p. 843. 
GAROTTI, J.R.; Apostila de Diagnóstico por Imagem da Universidade 
Tuiuti do Paraná do ano de 2001, págs. 1-19. 
SISSON/GROSSMAN, S.J.D.; Anatomia dos Animais Domésticos Volume 
1. 5ª edição. 1975; Editora Interamericana, págs. 426-427. 
STASHAK, T.S.; Claudicação em Eqüinos Segundo Adams. 4ª edição. 
1994; Editora Roca, págs. 479-484; 536-538; 620-427. 
THOMASSIAN, A.; Enfermidade dos Cavalos. 3ª edição. 1997; Editora 
Varela, págs.101-104; 110-112; 129-131; 132-133; 214-216. 
WATSON, 2007. Disponível em www.watson.fapesp.br. Acesso em 
19/05/2008. 
WERNER, P.; Apostila de Patologia Especial Veterinária da Universidade 
Tuiuti do Paraná do ano de 2001, págs.91-97; 110-113.

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