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APOSTILA NECROPSIA UnB 2009 EDITADA

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APOSTILA PRÁTICA 
DE 
ANATOMIA PATOLÓGICA ESPECIAL 
 
 Prof. MÁRCIO BOTELHO DE CASTRO 
 Profa. VANESSA DA SILVA MUSTAFA 
 
 
 
 
 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA 
2009 
TÉCNICA DE NECROPSIA 
 
ANAMNESE 
 
1. Identificação do animal: espécie, raça, nome, número, sexo, idade, pelagem, 
procedência, sinais característicos. 
2. Identificação do proprietário: nome, endereço e telefone. 
3. Médico veterinário responsável: nome e CRMV. 
4. Histórico clínico: descrição completa dos sintomas clínicos e dados 
epidemiológicos. Com detalhamento do tempo de ocorrência dos sintomas e 
gravidade dos mesmos. 
5. Diagnóstico clínico provisório: diagnóstico(s) mais provável(eis) (suspeita clínica). 
6. Data e hora da morte: 
- Descrever se a morte foi natural ou eutanásia (método de eutanásia). 
7. Data e hora da necropsia: 
 
NECROPSIA 
“A necropsia é uma mensagem de sabedoria dos mortos para os vivos.” 
BENBROOK, 1947. 
 
EXAME EXTERNO 
 
1. Estado geral do animal: Constituição e estado nutricional. 
2. Alterações cadavéricas: Alterações post-mortem de todos os órgãos e tecidos. 
3. Tegumento: Integridade (ex.: lesões de continuidade, ulcerações), pêlos (ex.: áreas 
de alopecia, pêlo se soltando facilmente), pigmentação, elasticidade, parasitas. 
 Mamas: número, falhas, defeitos, presença de nodulações e massas. 
 Escroto: número, tamanho e consistência dos testículos e defeitos. 
 Chifres, unhas e cascos: deformidades e alterações. 
4. Cavidades e orifícios naturais (pálpebras, globo ocular, orifícios nasais, cavidade 
oral, pavilhão auricular, ânus e genitais): coloração, conteúdo, corrimentos (tipo e 
quantidade). 
 
ABERTURA DO CADÁVER 
A técnica correta a ser utilizada varia de acordo com a espécie do animal. 
 
 EQUÍNOS: decúbito lateral direito (Fig. 1 e Fig. 2). 
 BOVINOS: decúbito lateral esquerdo (Fig. 3 e Fig. 4). 
 PEQUENOS RUMINANTES: semelhante a bovinos ou decúbito dorsal. 
 CÃES E GATOS: decúbito dorsal (Fig. 5 e Fig. 6). 
 SUÍNOS: decúbito dorsal (Fig. 7). 
 
Os esquemas abaixo demonstram as técnicas mais comuns de abertura de cadáveres nos 
animais domésticos. 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.1 Decúbito lateral direito e linha de incisão para abertura do 
cadáver de um eqüino 
Fig.2 Pele rebatida e membros esquerdos desarticulados. Linhas de 
incisão para a abertura da cavidade torácica e abdominal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.3 Decúbito lateral esquerdo e linha de incisão para abertura do cadáver de um bovino. 
Fig.4 Pele rebatida e membros direitos desarticulados. Linhas de incisão para a abertura da 
cavidade torácica e abdominal de um bovino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME INTERNO 
 
1. Linfonodos (Submandibulares, cervicais superficiais, inguinais, pré-crurais, 
mamários e poplíteos): tamanho, coloração, consistência e superfície de corte. 
Comparando com o linfonodo contralateral. 
 
2. Cavidade torácica: Líquidos - presença, tipo, coloração e quantidade. Posição dos 
órgãos na cavidade - deslocamentos, ectopias, hérnias, aderências pleurais etc. 
 
3. Cavidade abdominal: Líquidos - presença, tipo, coloração e quantidade. Posição 
dos órgãos na cavidade - deslocamentos, torções, ectopias, hérnias, etc. 
 
 
 
 
Fig.5 Decúbito dorsal e linha de 
incisão para abertura do cadáver de 
um cão. Suínos são incisados na 
mesma forma. 
Fig.6 Abertura da cavidade torácica de um cão pela 
retirada do esterno (plastrão costal). 
EXAME DOS CONJUNTOS 
1. PRIMEIRO CONJUNTO (língua, faringe, laringe, tonsilas, esôfago, tireóides, 
paratireóides, traquéia, timo, pulmões e coração): Observar forma, volume, 
coloração, brilho, consistência, aspecto interno e externo, secreções, lesões e 
parasitas. Coletar fragmento de todos os órgãos. A Fig. 8 e Fig. 9 demonstram a 
retirada do primeiro conjunto em pequenos e grandes animais e na Fig. 10 a forma 
correta de exame do coração. 
 
 Fig.8 Retirada do primeiro 
conjunto em um cão 
Fig.9 Retirada do primeiro conjunto em um bovino. 
 Língua: aspecto do músculo, presença de nódulos, áreas com alteração de 
consistência, coloração, etc. 
* Realizar cortes transversais sequenciais em toda extensão. 
 Tireóides e paratireóides: tamanho, coloração, consistência, assimetrias, 
superfície, nodulações, etc. 
 Separar o esôfago da traquéia, deixando o mesmo ligado ao conjunto somente 
pela orofaringe. Com o auxílio de uma pinça e tesoura romba-fina, com cuidado 
para não danificar a mucosa, abrir o órgão em toda sua extensão. 
 Esôfago: coloração, presença de conteúdo, parede do órgão e mucosa. Observar 
se há presença de nódulos, parasitas, etc. 
* Coletar o esôfago com a serosa sobreposta em papel, isopor ou outro anteparo, 
evitando que o mesmo deforme após a fixação ou que a mucosa sofra alterações 
após manipulação. 
 Traquéia: com auxílio de uma tesoura romba-fina abrir o orgão desde a 
cartilagem epiglote até a carina. Abrir os brônquios principais e acessórios 
incisando juntamente o parênquima pulmonar. Observar a coloração das 
mucosas da traquéia e brônquios, formato dos anéis cartilaginosos, presença de 
conteúdo, lesões, etc. 
 Pulmões: tamanho do órgão (impressão das costelas), coloração, consistência, 
presença de nódulos/cistos/abscessos, áreas fibrosadas, regularidade da 
superfície do órgão, presença de pigmentos (antracose). Observar áreas das 
lesões descrevendo minuciosamente a localização dessas alterações. O órgão 
deve ser fragmentado sequencialmente para observar o parênquima do mesmo. 
* Cuidado ao manipular o pulmão, evitar excesso de manipulação antes da coleta 
de fragmento para histopatologia. 
 Analisar linfonodos mediastínicos: observando tamanho, coloração, 
consistência, etc. 
 Timo: coloração, consistência, tamanho, etc. 
* É observado somente em animais jovens. 
* Em aves observa-se uma diminuição desse órgão, mas não seu 
desaparecimento. Devendo ser analisado em aves adultas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.10 Exame do coração de um eqüino. 
 
 Inicialmente deve-se inspecionar cuidadosamente o pericárdio, sua aparência; 
presença, volume e aspecto do líquido pericárdico. Fazer a remoção do 
pericárdio. 
 Inspecionar o volume, forma e a superfície cardíaca em busca de alterações. 
Iniciar o exame interno do órgão ao abrir o ventrículo direito até a veia cava 
(A). Fazer nova incisão atingindo a artéria pulmonar (B). Incisar o ventrículo 
esquerdo até alcançar a veia pulmonar (C). Acessar e analisar a artéria aorta 
(D). 
* Ter o cuidado de não atingir o septo interventricular. 
 Inspecionar o diâmetro das câmaras, espessura do miocárdio dos ventrículos e 
átrios, superfície de corte, presença e tipo de coágulos. 
 Inspecionar cuidadosamente as valvas cardíacas: superfície, irregularidades, 
espessamento, etc. 
C D 
A B 
2. SEGUNDO CONJUNTO (omento e baço): 
 
 Observar forma, volume (borda do órgão), coloração, brilho, consistência, 
superfície de corte e lesões. O baço deve ser seccionado transversalmente em 
toda sua extensão. 
 Deve-se observar no omento presença de nódulos, áreas de hemorragia, edemas, 
aderências, etc. 
 
3. TERCEIRO CONJUNTO (diafragma, fígado, vesícula biliar, pré-estômagos, 
estômago, porção inicial do duodeno e pâncreas): 
 
 Diafragma: observar possíveis alterações. Deposição de fibrina, hérnia, etc. 
 Pré-estômagos: observar mucosa (retirar epitélio pigmentado que recobre as 
mucosas, com auxílio da faca, para analisar as mucosas), integridade da parede, 
lesões, corpos estranhos e conteúdo alimentar. 
* Amarração dupla com barbante à entrada do esôfago paraevitar a saída de 
conteúdo alimentar estomacal. 
 Estômago e duodeno: Abrir o estômago iniciando pelo esôfago e seguindo pela 
curvatura maior até abertura completa do duodeno. Observar coloração e aspecto 
da mucosa, espessura da parede, conteúdo (quantidade e tipo), parasitas, corpos 
estranhos e lesões. 
* Amarração dupla na saída do duodeno. 
 Fígado: coloração, tamanho, consistência, superfície, lobulação, bordas, 
superfície de corte, lesões e parasitas. O órgão deve ser todo seccionado. 
 Vesícula biliar: inspeção externa e manobra de Virchow (comprimir a vesícula 
biliar e observar na saída do colédoco, no duodeno, o fluxo de bile - esta prova 
detecta processos obstrutivos que dificultam a saída da bile). Após, observar tipo 
de conteúdo, coloração, volume, espessura e cor da mucosa. 
 Pâncreas: coloração, tamanho, consistência, superfície, superfície de corte, 
lesões e parasitas. 
 
4. QUARTO CONJUNTO (intestinos) 
 
 Separar as alças intestinais do mesentério com uma faca e inspecionar a serosa e 
os linfonodos mesentéricos. 
* Amarração dupla das extremidades (início do jejuno e final do cólon) dos 
intestinos para evitar extravasamento do conteúdo. 
 Abrir toda a extensão do órgão com tesoura (ponta romba voltada para luz do 
órgão) ou enterótomo. 
 Observar coloração, espessura e integridade da mucosa, conteúdo intestinal, 
corpos estranhos, parasitas e lesões. 
* Coletar fragmentos de intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) e de intestino 
grosso (ceco, cólon e reto) com a serosa sobreposta em jornal, isopor, etc, 
evitando que o fragmento deforme após a fixação ou que a mucosa se altera 
devido manipulação excessiva. 
 
 
 
 
 
 
 
5. QUINTO CONJUNTO (orgãos urogenitais) 
 
SISTEMA URINÁRIO 
 
 Rins: 
 Exame externo: aspecto (liso ou rugoso), coloração, tamanho, 
consistência. 
* Destacar a cápsula renal e observar a presença de aderências. A 
cápsula é retirada após secção do órgão. 
 Exame interno: ao corte, observar o aspecto, coloração e lesões na 
região cortical e medular. Analisar relação cortico-medular. Na pelve 
renal inspecionar o volume, conteúdo e alterações. 
 Ureteres: dilatações e lesões. A análise é externa. Não sendo aberto 
normalmente. 
 Bexiga: exame externo; volume, coloração. Exame interno: quantidade, cheiro e 
aspecto da urina, exame da mucosa. 
* Se a bexiga se encontrar repleta deve ser feita compressão na mesma para 
observar se existe obstrução no fluxo normal da urina. 
 
SISTEMA GENITAL 
 Machos: 
 Próstata: coloração, tamanho, consistência, superfície de corte e 
lesões. 
 Uretra: mucosa, presença de estenoses e lesões. 
 Pênis: coloração da mucosa e lesões. 
 Prepúcio: coloração da mucosa e lesões. 
 Testículos: coloração, forma, tamanho, consistência, simetria e 
lesões. 
 
 Fêmeas: 
 Prenhez: presente ou ausente, número de fetos e tempo de gestação 
aproximado. 
 Ovários: coloração, tamanho, forma e simetria; presença e número de 
folículos, corpos lúteos, corpos hemorrágicos e corpos albicans. 
Observar e descrever lesões. 
 Corpo, cornos uterinos e cérvix: aspecto, tamanho, coloração das 
mucosas, simetria, lesões, exame dos anexos embrionários se houver 
prenhez. Presença de conteúdo (tipo e quantidade). 
 Vagina: coloração da mucosa, espessura e alterações. 
 Vulva: posição, presença de nódulos, secreções (tipo e quantidade). 
 Uretra: mucosa, presença de estenoses e lesões. 
 
 
6. SEXTO CONJUNTO (sistema nervoso - cérebro, cerebelo, bulbo, medula e 
meninges): 
 
 Remover a cabeça do animal na região da articulação atlanto-occipital. 
* Tentar remover o máximo possível de fragmento medular. 
 O exame do sistema nervoso requer técnica especial para a retirada do encéfalo e 
medula. O encéfalo (cérebro, cerebelo e bulbo) pode ser removido de maneiras 
distintas nas várias espécies de animais domésticos. Porém, o uso de uma 
machadinha é o ideal na maioria das situações, além da praticidade desse 
método. Quando disponível, principalmente para pequenos animais, pode-se 
usar uma serra pequena ao invés da machadinha. Esta técnica permite a retirada 
completa dos hemisférios cerebrais, cerebelo, bulbo e parte inicial da medula 
espinhal. O exame da medula espinhal é bastante laborioso, e por razões óbvias, 
só é realizado quando houver indicação. 
 A técnica de abertura da caixa craniana pode ser também realizada com uma 
serra comum, formão, martelo ou faca e tesoura. O local de acesso para retirada 
do encéfalo independe do material utilizado. Esta técnica está apresentada nas 
Fig.11 e Fig.12 (bovinos), Fig.13 (eqüinos) e Fig.14 (cães). 
 Depois de remover a calota craniana a dura mater deve ser separada do encéfalo, 
para isso são realizadas secções lateralmente a foice do cérebro (sentido rostro-
caudal) e acima do tentório cerebelar (sentido latero-lateral), retirando os 
mesmos (Fig. 15). Com cuidado deve se retirar o encéfalo, 
cortando/desconectando os bulbos olfatórios (região rostral do cérebro – córtex 
frontal), nervos ópticos (base do cérebro - quiasma óptico) e os pares de nervos 
cranianos que ainda conectam o encéfalo à caixa craniana. 
 Após a remoção do sistema nervoso, observar tamanho, coloração, consistência, 
substância branca e cinzenta, ventrículos e alterações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.11 Técnica para retirada do encéfalo de bovinos. Local para retirar calota craniana e acessar encéfalo. 
Fig.12 Técnica para retirada do conjunto Gânglio de Gasser (G) /hipófise (H) /rede admirável (R) (GRH). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. SÉTIMO CONJUNTO (sistema ósteo-muscular – músculos, ossos, articulações, 
etc) 
 
 Realizar cortes na musculatura dos membros e abrir as articulações à procura de 
lesões. 
 Examinar algumas articulações principais (ex: articulação coxo-femural; 
articulação fêmuro-tíbio-patelar; articulação úmero-radio-ulnar) à procura de 
desgaste anormal e inflamações. 
 Analisar quantidade, consistência e aparência do líquido sinovial. 
 Forçar a fratura das costelas (técnica usada principalmente em pequenos 
animais) para observar o indício de descalcificação óssea. Quando há distúrbios 
na calcificação óssea, ocorre a flexão anormal do osso ou a formação de fraturas 
em “galho verde”. 
 
 
Fig.14 Técnica para retirada do encéfalo de cães 
(A). Vista panorâmica após a remoção da calota 
craniana (B). 
A 
B 
Fig.13 Técnica para retirada do encéfalo de 
eqüinos. As linhas representam o local onde os 
ossos devem ser serrados. 
Fig.15 Técnica para retirada do encéfalo. Retirada da dura mater. 
8. DIAGNÓSTICO ANATOMOPATOLÓGICO: 
 
 Consiste no resultado da necropsia. 
 Deve ser claro e conciso. Precisar a etiologia do processo e as lesões mais 
importantes. 
 Quando possível, estabelecer a “causa mortis” se o animal não foi sacrificado. 
 
 
 IMPORTANTES ACHADOS DURANTE A NECRÓPSIA 
 
 
LOCAL NORMAL PATOLÓGICO CAUSA 
SUPERFÍCIE 
PULMONAR 
PLEURA PLISSADA E 
PULMÃO 
CREPITANTE. 
 
PLEURA LISA. 
AUMENTO DO VOLUME 
PULMONAR. 
 PLEURA PLISSADA E 
PULMÃO 
CREPITANTE. 
PULMÃO 
HIPERCREPITANTE 
E PÁLIDO. 
 
ENFISEMA ALVEOLAR 
 PLEURA PLISSADA E 
PULMÃO 
CREPITANTE. 
PULMÃO 
HIPOCREPITANTE. 
ATELECTASIA, EDEMA 
PULMONAR E BRONCO-
PNEUMONIAS. 
 
TESTE DA 
FLUTUAÇÃO 
PULMONAR 
 
 
FLUTUA. 
 
 
AFUNDA. 
ACÚMULO DE LÍQUIDOS 
OU AUSÊNCIA DE AR. 
* NEONATOS QUE NÃO 
CHEGARAM A RESPI-
RAR. 
CONTEÚDO NA 
TRAQUÉIA E 
BRÔNQUIOS 
AUSENTE OU 
PEQUENO 
REVESTIMENTO 
MUCOSO. 
LÍQUIDO ESPUMO-SO 
OU HEMOR-RÁGICO E 
EXSUDATOS. 
EDEMA OU 
HEMORRAGIA 
PULMONAR E 
BRONCOPNEUMONIAS 
CÁPSULA RENAL LISA E FACILMENTE 
DESTACÁVEL. 
IRREGULAR E 
ADERIDA. 
PROCESSOS 
INFLAMATÓRIOS.BORDAS DO BAÇO 
E FÍGADO 
BORDAS 
CORTANTES. 
BORDAS 
ARREDONDADAS. 
INDICA AUMENTO DE 
VOLUME DO ÓRGÃO. 
SUPERFÍCIE 
HEPÁTICA 
LISA E SEM 
DEPRESSÕES. 
IMPRESSÕES DAS 
COSTELAS NA 
SUPERFÍCIE. 
 
HEPATOMEGALIA. 
 
MANOBRA 
DE 
VIRCHOW 
PRESSIONANDO A 
VESÍCULA BILIAR, A 
BILE FLUI 
NORMALMENTE ATÉ 
O DUODENO. 
 
A BILE NÃO FLUI SOB 
PRESSÃO DA 
VESÍCULA. 
 
OBSTRUÇÃO COM OU 
SEM ICTERÍCIA. 
 
COSTELAS 
FRATURAM AO MEIO 
E ESTALAM AO 
SEREM 
ENVERGADAS. 
FRATURAM EM 
GALHO VERDE. 
 
DESMINERALIZAÇÃO. 
MUCOSA DOS 
PRÉ- ESTÔMAGOS 
PIGMENTADA E 
DESPRENDENDO-SE 
FACILMENTE APÓS 
ALGUMAS HORAS 
ALTERAÇÕES NA 
PIGMENTAÇÃO E 
ADERÊNCIAS 
 
PROCESSOS 
INFLAMATÓRIOS. 
 
 
ÓRGÃOS OCOS 
PAREDE 
APARENTEMENTE 
COMPOSTA POR UMA 
ÚNICA CAMADA. 
PAREDE 
APARENTEMENTE 
COMPOSTA POR TRÊS 
CAMADAS DISTINTAS. 
 
EDEMA MURAL 
 
COLHEITA DE MATERIAL PARA EXAMES COMPLEMENTARES 
 
1. HISTOPATOLOGIA 
 Colher fragmentos de vários órgãos e tecidos que sejam necessários para 
elucidar o diagnóstico. Isto deve ocorrer o mais precocemente possível após a 
morte do animal. 
 Os fragmentos de tecido devem ter no máximo 0,5 cm (meio centímetro) de 
espessura para que o fixador atue de forma adequada. 
* O tamanho do fragmento deve ser representativo do tecido ou lesão, devendo 
apenas, ser sempre respeitada a espessura máxima. Sempre, ao colher amostras 
de uma área com lesão, incluir também no mesmo fragmento uma área de tecido 
normal adjacente. 
 O fixador utilizado com maior freqüência para histopatologia é o formol 
tamponado a 10%. É um bom fixador, econômico, fácil de ser adquirido e se 
presta a grande maioria dos exames histopatológicos usuais. Deve ser formulado 
da seguinte maneira: 
 
 FORMOL 37-40% (encontrado no comércio) .......... 100 ml 
 ÁGUA ....................................................................... 900 ml 
 Após o preparo, acondicionar em frasco plástico bem vedado e colocar 
carbonato de cálcio até a saturação (pode-se usar alguns fragmentos de giz 
branco no fundo do recipiente). 
 Deixar a solução em repouso e usar o sobrenadante. 
 
 Os fragmentos de tecido devem ser acondicionados em frascos de boca larga e 
de tampa plástica (preferencialmente) contendo no mínimo 10 a 15 vezes o 
volume das peças em fixador. Estas normas devem ser sempre seguidas para que 
ocorra a fixação adequada dos tecidos. Jamais envie o órgão todo ou grandes 
blocos de tecidos comprimidos em pequenos frascos, ou frascos de boca estreita, 
e com pequenas quantidades de fixador. Neste caso será necessário a quebra do 
recipiente para a retirada do material, que quase certamente estará mal fixado, e 
não se prestará ao estudo. Isto acima descrito demostra erro grosseiro e 
inconcebível a um Médico Veterinário. 
 Após acondicionado adequadamente em seu recipiente com o fixador, o frasco 
deve ser etiquetado e bem identificado. Junto ao material, devem ser enviados 
todos os dados clínicos, epidemiológicos e laudo de necrópsia, para que o 
patologista possa orientar-se. 
 Dê sempre preferência para enviar as amostras a um patologista veterinário, pois 
alguns patologistas médicos, apesar de excelentes profissionais, não estão 
habituados a muitas afecções só observadas nos animais e a freqüência com que 
ocorrem. 
BIBLIOGRAFIA 
 
BENBROOK, E.A. The value of necropsy in veterinary medicine. J. Am. Vet. Med. 
Assoc., Illinois, v.111, p.65-66, 1947. 
 
JONES, T.C.; GLEISER, C.A. Veterinary Necropsy Procedures. Rochester, J. B. 
Lippincott, 1954. 136p. 
 
SANTOS, J.A.; MELLO, M.R. Diagnóstico Médico-Veterinário (colheita de 
material). Rio de Janeiro, Nobel, 7a ed., 1987. 190p. 
 
SUMMERS, B.A.; CUMMINGS, J.F.; DE LAHUNTA, A. Veterinary 
Neuropathology. St. Louis, Mosby -Year Book, 1995. 
 
 
 
EXEMPLO DE FICHA DE NECROPSIA: 
 
Proprietário: Prontuário: Data: 
Nome do animal: Espécie: Sexo: 
Idade:
 
 Raça: Pelagem: 
Médico Veterinário responsável: CRMV: 
NECROPSIA 
EXAME EXTERNO: 
1. Estado geral do animal (constituição, estado nutricional, sinais externos, cicatrizes, alterações cadavéricas, etc): 
 
 
 
2. Tegumento (Pele, cascos, unhas, chifres, mamas e bolsa escrotal): 
 
 
 
3. Cavidades naturais e mucosas (pálpebra, conjuntiva e olhos, narinas, boca, pavilhão auricular, ânus e genitais): 
 
 
 
EXAME INTERNO: 
1. Linfonodos: Submandibulares_____________________ Cervicais superficiais 
Inguinais__________________________________________ Poplíteos 
Outros: 
 
2. Cavidade torácica: Apresenta líqüidos: Não Sim Quantidade:________ml. Coloração: 
Tipo:_______________________________________________ Posição dos órgãos na cavidade: Normal Alterada 
Descreva: 
3. Cavidade abdominal: Apresenta líqüidos: Não Sim Quantidade:________ml. Coloração: 
Tipo:_______________________________________________ Posição dos órgãos na cavidade: Normal Alterada 
Descreva: 
 
EXAME DOS CONJUNTOS: 
1. PRIMEIRO CONJUNTO (língua, faringe, laringe, tonsilas, esôfago, tireóides, paratireóides, traquéia, pulmões e coração): 
 
 
 
 
 
2. SEGUNDO CONJUNTO (epiplon e baço): 
 
 
3. TERCEIRO CONJUNTO (diafragma, fígado, vesícula biliar, pré-estômagos, estômago, início do duodeno e pâncreas): 
Diafragma: 
Fígado: 
 
 
 
Vesícula biliar: 
 Manobra de Virchow: positiva negativa 
 
Pré-estômagos,estômago e início do duodeno: 
 
 
 
 
 
Pâncreas: 
 
 
4. QUARTO CONJUNTO (intestinos): 
 
 
 
 
 
 
5. QUINTO CONJUNTO (Sistema urinário: rins, ureteres, bexiga e uretra. Aparelho genital - Machos: próstata, uretra, pênis, 
prepúcio e testículos. Fêmeas: presença de prenhez, vagina, cérvix, corpo e cornos uterinos, tuba uterina e ovários): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. SEXTO CONJUNTO (Sistema nervoso: cérebro, cerebelo, ponte, bulbo, meninges e medula): 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO: 
 
 
 
Causa mortis: 
 
 
Material colhido para histopatologia e fixador utilizado: 
 
 
Observações: 
 
 
Professor responsável: 
 
Equipe de execução da necropsia (nome e número):

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