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ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS Conceito: anestesia dissociativa é um estado de catalepsia, definido por rigidez muscular, perda do tono postural e ataxia, amnésia e analgesia somática, com manutenção dos reflexos protetores (oculopalpebral e laringotraqueal). Usados na: Contenção química > procedimentos investigativos/diagnósticos Agentes de indução e manutenção anestésica > pequenos procedimentos cirúrgicos / ambulatoriais Via intramuscular ou intravenosa Efeitos no organismo: Produzem um estado de anestesia caracterizado por: Catalepsia (rigidez muscular) Amnésia (observada no homem) Perda do tônus postural Analgesia somática Anestésicos dissociativos + benzodiazepínicos alfa-2-agonistas Antagonizar efeitos colaterais > hipersensibilidade à estímulos ambientais, rigidez muscular, excitação, convulsões. Não suprime os reflexos faríngeo e laríngeo e deglutição persiste em grau variável mesmo associada com outros medicamentos Manutenção do reflexo oculopalpebral ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS (Cetamina) Farmacocinética: É 10 x mais lipossolúvel que o tiopental Rapidamente absorvida após administração intravenosa, intramuscular, intranasal, oral e retal Atravessa rapidamente barreira hematoencefálica (devido alta lipossolubilidade) Após 1 minuto de administração > atinge efeito máximo. Taxa de ligação as proteínas plasmáticas é baixa (53%) Aumenta disponibilidade do fármaco livre nos sítios de ação Duração da anestesia é dose dependente Biotransformação: hepática > Origina 2 metabólitos > Di-hidronorcetamina ou Norcetamina (Farmacologicamente ativa Potência similar ao composto original). Norcetamina > conjugada com ácido glicurônico > Compostos hidrossolúveis > Excretados urina (90%) e bile. Eliminação: renal e biliar Gato: 80% são excretados sob forma inalterada Cuidado em gatos nefropatas ou com obstrução uretral Pode prolongar recuperação anestésica Farmacodinâmica SNC: Aumento no: Consumo oxigênio cerebral Fluxo sanguíneo cerebral Pressão intracraniana Pressão líquido cérebro-espinhal Evitar: trauma cerebral e/ou hipertensão craniana Contraindicada em cães e gatos epilépticos> pode induzir convulsões Analgesia somática: doses menores que anestesia cirúrgica Analgesia somática: via epidural. Farmacodinâmica Efeitos oftálmicos: Aumento pressão intraocular no homem: resultados variáveis em animais. Globo ocular permanece centralizado e com reflexo oculopalpebral Causa midríase e aumento produção de lágrima ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS (Cetamina) Particularidades: Uso em pequenos animais: (5 a 7,5 mg/kg/IV, 10 a 20 mg/Kg/IM) Sempre empregada sob a forma de associações com outros fármacos > abolir efeitos indesejáveis, melhorar qualidade anestésica Extenso Metabolismo hepático e excreção renal (cães) 80% excretada inalterada pelos rins (gatos) Efeitos prolongados em gatos nefropatias, obstrução uretral. ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS (Tiletamina) Tiletamina: Apresentação: pó liofilizado associado ao benzodiazepínico (zolazepan) na proporção de 1:1 Após preparação solução aquosa: Estável temperatura ambiente > 4 dias Sob refrigeração > 14 dias Mais potente, Maior duração, Maior efeito analgésico Maior período de recuperação Quando comparada a cetamina. Farmacocinética: Após administração intravenosa início inconsciência em menos de 30 a 60 segundos Após administração intramuscular 2 a 5 min Biotransformação: hepática Eliminação: renal Meia-vida de eliminação: Gato: 2 a 4 hs Cão: 1,2 hs Farmacodinâmica SNC: Efeitos semelhantes aos da cetamina Farmacodinâmica Cardiovascular: Estimulação cardiovascular pacientes hígidos > secundária aumento tônus simpático Estímulo simpatomimético central e aumento das catecolaminas Efeito inotrópico e cronotrópico positivo Pressão arterial: Tiletamina (cães) > queda transitória da pressão arterial seguida de elevação. ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS (Cetamina): Cetamina: Substância ácida (pH 3,5-4,1), Causa dor administração intramuscular. Anestésico dissociativo Concentração 5 e 10% (50 a 100 mg/ml) Produz inconsciência e analgesia dose-dependente Intravenosa (IV) período latência curto/ efeito máximo após 1 minuto Duração anestesia> + ou – 10 a 20 min (IV) Curta duração devido: Rápida redistribuição do SNC para os demais tecidos Meia vida plasmática: Cavalo: 3 minutos Gato: 5 minutos Cão: 2 minutos Existe como dois isômeros: Isômero S (+) mais potente, menor incidência de efeitos adversos Isômero R (-). Vantagem: segura do ponto de vista cardiorrespiratório Desvantagem: não pode ser usada isoladamente devido à incidência de excitação do SNC. Cetamina-s: Maior eficácia, Menos efeitos adversos, Maior efeito analgésico Biotransformação, eliminação e recuperação mais rápidos Farmacodinâmica do Sistema cardiovascular: Estimulação cardiovascular > inibição vias parassimpáticas aumento atividade simpática Aumenta concentração plasmática de adrenalina e noradrenalina: Taquicardia Aumento DC Aumento PA Pouca alteração na resistência vascular sistêmica Uso isolado quetamina em cães causa: Taquicardia Aumento da contratilidade e débito cardíaco Hipertensão arterial Efeitos estimulatórios diminuídos: halotano, benzodizepínicos (-) e alfa-2-agonista Taquicardia e hipertensão resultam em aumento do trabalho cardíaco e consumo de O2 Pode apresentar certo risco em cardiopatas Farmacodinâmica Sistema respiratório: Via intravenosa pode causar apnéia transitória de forma dose-dependente Não interfere com as trocas gasosas pulmonares Padrão respiratório irregular > denominado respiração apnêustica: Paciente pausa a inspiração Aumento das secreções respiratórias É um potente broncodilatador > efeito relaxante muscular direto sobre musculatura lisa bronquial. Particularidades: Elevação pressão intraocular Olho permanece aberto > cuidado com ressecamento da córnea > aplicar lubrificante ocular Reflexos protetores (laringotraqueal e oculopalpebral são mantidos) Injeção perivascular não resulta em necrose tecidual. Sempre empregada sob a forma de associações com outros fármacos > abolir efeitos indesejáveis, melhorar qualidade anestésica. ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS (Cetamina) Associações da cetamina + outro fármaco: Benzodiazepínicos (midazolan e diazepam – 0,2 a 0,5 mg/kg/ IV ou IM) Podem ser associados à cetamina na mesma seringa Antagonizam > convulsões, hipertonia muscular, excitabilidade (cetamina) Benzodiazepínico + cetamina > associação segura indução anestésica pacientes debilitados Agonistas alfa-2 adrenérgicos (xilazina – 1 mg/kg/IM): Efeitos miorrelaxantes e sedativos > antagonizam hipertonia muscular e excitabilidade (quetamina) Controle da dor visceral (Agonistas alfa-2) Quetamina > controle dor somática (músculo-esquelética) Efeito analgésico complementar Cetamina + midazolan + propofol Cetamina + diazepan Contra-indicação: Animais com histórico de epilepsia / trauma craniano Taquicardia preexistente Animais com glaucoma, úlcera de córnea profunda, Animais com PIC elevada Farmacodinâmica do Sistema respiratório: Apnéia transitória > após administração rápida por via IV Depressão respiratória > doses elevadas Depressão respiratória dose-dependente Tiletamina + zolazepam: Pequenos animais (2 a 5 mg/kg/IV, 7,5 a 10 mg/kg/IM): Período anestésico hábil do que cetamina Custo + elevado Recuperação anestésica + prolongada que a cetamina Cães > pode ocorrer excitação, hipersensibilidade à estímulos visuais, sonoros e táteis durante recuperação anestésica Metabolismo/excreção zolazepam + rápido que metabolismo/excreção tiletamina Gatos: recuperação anestésica + prolongada que no cão Gatos: Recuperação anestésica > não acompanhada de fenômenos excitatórios. Meia vida plasmática zolazepam (4,5 h) excede meia vida plasmática tiletamina (2,5 h) Tiletamina + Cetamina: Reflexos protetores (laringotraqueal e oculopalpebral) não são abolidos completamente. Considerações anestésicos dissociativos(todos): Possibilidade de associação com praticamente todos os sedativos e anestésicos Muito utilizados em animais silvestres Normalmente associados a alfa2-agonistas, e/ou benzodiazepínicos para: Atenuar excitação SNC, Hipertonia muscular e estimulação cardiovascular Deve ser evitada: Pacientes com histórico de epilepsia Nunca usar de forma isolada em ruminantes, equinos e suínos > excitação SNC
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