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Resenha Invenção da AMAZÔNIA cap 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS 
 INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS EDUCAÇÃO E ZOOTECNIA
 CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
 Natália Priscila Silva Modesto 
 
COMO O MAR DE ÁGUAS DOCES E SUAS DILATADAS PROVÍNCIAS SÃO PERCORRIDOS PELO IMAGINÁRIO DOS CRONISTAS VIAJANTES.
 Parintins, Amazonas
 Junho, 2017 
 Natália Priscila Silva Modesto
COMO O MAR DE ÁGUAS DOCES E SUAS DILATADAS PROVÍNCIAS SÃO PERCORRIDOS PELO IMAGINÁRIO DOS CRONISTAS VIAJANTES.
Trabalho solicitado pela Profa. Msc. Elaine Cristina Oliveira Farias Archanjo para obtenção de nota parcial na disciplina de História cultural da Amazônia, do curso de Serviço Social. 
 Parintins, Amazonas
 Junho, 2017 
COMO O MAR DE ÁGUAS DOCES E SUAS DILATADAS PROVÍNCIAS SÃO PERCORRIDOS PELO IMAGINÁRIO DOS CRONISTAS VIAJANTES.
O capítulo resenhado é parte da obra “Invenção da Amazônia” da autora Neide Gondim. Publicada pela Editora Valer, a obra teve sua primeira edição em 1994 e a segunda em 2007, sendo esta dividida em três capítulos: I Constatação da habilidade do antimundo de modificar a ciência e o imaginário europeu; II Como o mar de águas doces e suas dilatadas províncias são percorridos pelo imaginário dos cronistas viajantes; III Como a Amazônia é revisitada pelos ficcionistas europeus.
Neide Gondim fez mestrado em Teoria Literária pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC – RS) e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ( PUC – SP).
O capítulo em comento, trata-se de como a Amazônia foi inventada e idealizada pelo europeu. Gondim relata que, apesar das variações dos séculos e de serem os cronistas originários de diferentes nacionalidades, ao se depararem com o rio e a mata, grandiosamente avassaladora, estes, em algum momento pararam para ouvir e sentir tal grandeza, mesmo que familiarizados com a região ou, ainda que mantivessem o tom frio e distante de pesquisador, os viajantes, por vez deixavam de lado olhares já estruturados para uma contemplação extasiada da grandeza ao seu redor.
A autora conta a história de uma utopia, que foi formada a partir de relatos feitos pelos vários cronistas e expedicionários que estiveram nesta região, utopia esta que está fortemente ligada à natureza. 
Segundo a ideia de Gondim, a Amazônia foi, e ainda é, alvo das mais diferentes visões, estando assim, sujeita a informações errôneas. E por isso, vista na maioria das vezes como algo exótico, no que se refere a sua biodiversidade bem como seu povo nativo. A grande maioria desses aventureiros deixa seu registro de entusiasmo, preconceitos e fantasias. Muitas foram as ideologias disseminadas que ascenderam o imaginário do homem europeu, que sonhava com paraíso e riquezas.
Diante deste novo mundo, tendo em vista sua grandeza, os europeus tiveram seus sentidos aguçados, e portanto não poderiam deixar de se aventurar pela sua imaginação, ainda que esta os submetessem a falta de suporte alimentar, como aconteceu com a tripulação de Francisco Orellana, que fez-se necessário alimentar-se, juntamente com sua tripulação, de couros, cintas e solas de sapatos cozidos com algumas ervas, o que não era o suficiente para mantê-los de pé, como destaca a autora no texto.
Os expedicionários, segundo a autora, quando avistavam os nativos da região não hesitavam em invadir e combater, com o objetivo de conseguir alimentos, afinal, a fome e os embates eram o que de mais comum haveria em suas expedições. Valendo destacar que, houve grande resistência da parte dos nativos, e a medida em que as províncias foram deixadas para trás, mais dificuldades se apresentavam à expedição de Orellana. Relatos apontam que “apesar de ataques interruptos de mais de dez mil índios por água e por terra(...) não davam um só momento de descanso.”
 Os expedicionários, famintos, ao adentrarem no rio Trindade(Peru), terra dos Omágua, se depararam com uma aldeia que resistiu aos ataques por uma hora, onde foram encontradas, louças dos mais variados feitos, telhas e cântaros enormes, de mais de vinte e cinco arrobas, entre outras vasilhas pequenas, dentro de uma casa. Segundo o que consta no relato apresentado pela autora, os índios disseram que tudo o que havia dentro da casa feito de barro, poderia ser encontrado em ouro e prata terra adentro, e que levariam os invasores lá, já que ficava perto.
Segundo a autora, os expedicionários aportaram em terras dos pacíficos cervos de Paguana, ricas em prata, terra abundante em comidas e frutas, tais como pinhas, peras, guanas entre outras.
 A expedição pela Amazônia era seguida, e cada vez mais avançavam para este novo mundo, e agora adentravam em um rio tão preto como tinta, que foi batizado por eles de Rio Negro, rio este que mais despertou sua imaginação devido sua peculiaridade. Segundo o relato no texto apresentado, o rio corria tanto e com tal velocidade que mais e vinte léguas fazia uma faixa na outra água, sem misturar-se com a mesma. (p.103).
Mais tardar houveram seguidos embates com índios mais belicosos, o que para os invasores indicava a proximidade com o reino das temidas mulheres. Estes descrevem estas mulheres como;
 “muito alvas e altas, com o cabelo muito comprido, entrançado e enrolado na cabeça. Muito membrudas e andam nuas em pelo, tapadas as suas vergonhas, com seus arcos e flechas nas mãos, fazendo tanta guerra como dez índios. E em verdade houve uma que meteu um palmo de flecha por um dos bergantins, e as outras um pouco menos de modo que os nossos bergantins pareciam porco espinho”, e concluíram serem estas guardiãs do Éden Tropical.
A partir do descrito, viu-se a necessidade de uma batalha com essas alvas guerreiras já que elas eram, para os invasores o maior empecilho para a conquista do território desejado. Segundo a autora, mesmo em desvantagem numérica, os espanhóis mataram sete ou oito guerreiras e levaram consigo um índio, o qual foi interrogado pelo Capitão com um vocabulário que havia feito, e este explicou a respeito das mulheres e suas respectivas atividades e cultura.
Segundo Gondim, a cidade das Amazonas é a utopia de Carvajal, por se tratar de uma sociedade que lhe era familiar, onde não havia lugar para pacíficos selvagens, rigidamente hierarquizada, medieval, dividida entre plebeias e nobres, dominada por uma matriarca, cercada por uma corte feminina. As Amazonas escolheram um lugar frio para construir em pedra um reino mais duradouro e civilizado. (p.107)
Em um tópico intitulado, Relação do descobrimento do Rio Amazonas, hoje São Francisco de Quito, a autora discorre sobre o Descobrimento do Rio Amazonas, provavelmente escrito pelo jesuíta Alonso de Rojas em 1637, onde em vinte e oito parágrafos que compõe esses escritos, se opõe ao Descobrimento de Frei Gaspar de Carvajal.
A autora destaca que, em tom de absoluto entusiasmo com a grandeza do rio, o texto de Rojas contém comparações entre os grandes rios citados na Bíblia e o Amazonas.
O cronista destrói, um a um, argumentos anteriores sobre a origem edênica dos rios bíblicos, elegendo assim, o Amazonas um rio cristão o que o diferencia dos demais, pois não o localiza no Paraíso terrestre, mas em Quito, centro irradiador da religião católica.
Nessas comparações, o Amazonas sempre se sobressai como o mais nobre, o mais abençoado e o mais cristão, devido este banhar as terras de um reino católico.
“A crônica enfatiza a densidade populacional às margens do grande rio e tributários, informa sobre a diversidade linguística, habitações asseadas, alimentação farta, feiticeiros temidos e a inexistência de templos, ritos e cerimônias” (GONDIM, 1994, p. 90).
A visão de Rojar é tambémmercantilista, pois vagueia avaliando o valor monetário dos benefícios da natureza. Tendo em vista que, a visão edênica e a temporal e mercantilista não se contradizem. Pois tem a igreja e o estado que continuar a tradição ibérica, sendo mútua a ajuda, de tal modo que assegure a expansão da cora e da fé.
Dando seguimento ao capitulo comento, o tópico Novo Descobrimento do Grande Rio Amazonas, é referente ao relato de outro cronista, o jesuíta Cristóbal Acuña que, assim como o relato de Gaspar de Carvajal, este tem um caráter bastante pitoresco e imaginoso, como nas referências que faz à existência de um rio de ouro na Amazônia, mas traz importantes detalhes sobre o homem e a terra.
O último tópico do capítulo em questão, tem por nome Relato resumido de uma viagem no interior da América Meridional desde a costa do Mar do Sul até a costa do Brasil e da Guiana descendo o rio Amazonas, e relata a expedição que, segundo a autora, era composta somente por sábios, sendo La Condamine o relator.
 Por oito anos La Condamine permaneceu no Peru realizando trabalhos de mediação entre habitantes desconfiados das idas e vindas dos exploradores das mais diversas nacionalidades. Eram poucos os que tentavam uma aproximação com os habitantes, Jean Seniergue foi quem o fez, sendo este assassinado em abril de 1739.
Finalizados os trabalhos no Peru, La Condamine optou por descer o rio das Amazonas saindo de Jaén de Bracamoros, rota esta, mais difícil devido ao desfiladeiro do Pongo, mas que permitia uma via de acesso distinta que não era muito utilizada, e que por outro lado, os livraria de uma emboscada armada por Diego Léon, assassino de Seniergues, que visava apossar-se dos autos do processo que contra ele movia o viajante.
La Condamine cerca a construção de sua verdade com todas as possibilidades oferecidas pela probabilidade histórica e geográfica, ampliando seus domínios geográficos levando-os até a antiguidade de Diodoro e Sicília e de Justiano,- autores estes que trataram das Amazonas- conhecidos entre os europeus, mas impossível de tal fato ocorrer entre os índios mentirosos, crédulos, encasquetados com o maravilhoso. (p.152 – 153). 
A maravilhosa narrativa feita por Carvajal, deixou como herança à uma grande maioria dos viajantes, a história das Amazonas do império dourado de Canhori. Os pontos divergentes, as suposições, os equívocos, os temas inacabados, aas pistas, foram deixados como acenos para as aventuras e descobertas de cada um dos viajantes a seus herdeiros. (p. 169).
Para os estrangeiros, a Amazônia é a mescla do início e do fim, é o encontro dos opostos. E por isto, vem a ser, igualmente, o refúgio da insatisfação do homem diante dos seus iguais, conforme destaca pela autora no texto.
A partir do exposto, pode-se concluir que a Amazônia foi inventada e não descoberta, e que nos resta dar continuidade a esta invenção, pois, no próprio texto a autora não traz uma busca pela realidade, somente fala sobre a imaginação e invenção dos cronistas viajantes.
 REFERÊNCIA:
GONDIM, Neide. A invenção da Amazônia.2.ed.Manaus: Editora Valer, 2007.

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