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Aula 3: Fase de Recria Produção Animal 2 Professor: Sabrina Fase de recria → Corresponde ao período que vai da desmama até a terminação ou reprodução. Na recria o animal alcançará peso para cobertura ou para entrar na terminação, ou seja, é uma fase intermediária, ou entre terminação ou entre cobertura. Fase preparatória em que o animal atinge peso para terminação (11 - @) com 330 a 390 kg ou reprodução (10 – 12@) com 300 – 360 kg. Desmama – Recria – terminação Desmama – Recria – Engorda Recria geralmente associada cria ou engorda; atuar só na recria mais arriscado; → Como atuar só na recria é arriscado, geralmente é associada a cria ou engorda. Representa o grande gargalo da produção, pois é a melhor fase para ganhar peso, já que o animal apresenta um crescimento rápido (auto-aceleração) e boa conversão alimentar C:A que se relaciona com a deposição muscular. É nessa fase onde há uma melhor resposta a suplementação, e a recria é o alvo inicial então da intensificação. → Como demonstra o gráfico abaixo, a fase de cria e recria representa o momento de ímpeto de crescimento. Sem suplementação e nutrição adequadas o animal demora a alcançar a recria e a puberdade. → O Brasil recria a pasto e, logo, o ganho de peso é influenciado pela produção de forragem (sazonal), onde o maior ganho ocorre na época das águas, e menor ganho na época da seca. Na seca, o animal começa a perder peso. Portanto, o animal acaba por ser submetido a um crescimento estacional, com ganhos consideráveis na época das águas, mas com perdas durante a seca. Isso leva a uma idade de abate cada vez maior uma vez que depois da seca o animal, além de ter que ganhar mais peso, tem que recuperar aquele que perdeu durante a seca. Esse é o efeito sanfona, onde o animal ganha peso e perde durante as seca. Isso porque durante esse período, as forragens são de baixa qualidade e não chagam a atender as demandas de produção necessárias. → No sistema atual do Brasil, um animal é desmamado com 150 kg e precisa alcançar 360 kg e o produtor prefere não suplementar, fazendo com que o animal demore cerca de 32 meses pra terminar no caso da terminação e demore mais a ter o 1º parto. A solução se dá em contornar a sazonalidade, usando estratégias de suplementação e visando manter a curva de crescimento constante. Um dos gargalos da pecuária de corte. Perca de peso na seca durante a recria Conseqüências: Elevada idade ao abate e elevada idade ao 1º parto; Solução: Contornar a sazonalidade, usando estratégias de suplementação e visando manter a curva de crescimento constante Recria de Machos Reduzir idade de abate; principal alternativa; rentabilidade pecuária corte; Redução da recria é o gargalo → A recria de machos para terminação é onde se encontra a maior oportunidade de se reduzir o ciclo de produção. A fase de cria dura de 6 a 8 meses, a recria de 12 a 36 meses e engorda de 6 a 8 meses. Idade de Abate 18 – 20m 24m 31m 48m Duração da Recria 6m 12m 18m 36m → Importância da Recria: A duração da recria define a idade de abate, pois a cria e a terminação são constantes, ou seja, a diminuição da recria diminui o custo da arroba a ser produzida. A duração da recria, por fim, é influenciada pelo manejo nutricional que influencia no ganho de peso. Uma arroba equivale a 30 / 35 kg. → Um abate com 4,5 caracteriza-se por um GMD no período das água de 500g/dia, o que é ótimo. Porém, no período da seca ocorre um GMD de -100g/dia. Isso leva a um GMD ano de 200g/dia. A consequência é uma duração de recria de 36 meses e abate aos 4 anos e meio, já que o animal deve alcançar um peso mínimo de cerca 470 – 480 kg. Essa situação é quando se considera uma recria a pasto, sem suplementação. → Uma fase de recria com duração de 18 meses representa um abate com 2,5 anos. Isso ocorre devido a um ganho na seca de 200g/dia com um GMD de 350g/dia. Esse resultado reflete uma suplementação da recria, principalmente ureia. Nessa situação o animal passa por apenas duas secas. Nestas o pasto pode ser vedado e adicionado à nutrição uma suplementação proteica (40% PB). → Um abate com 18 meses possui uma seca apenas, com recria de 6 meses com GMD águas de 800g/dia e GMD seca de 600g/dia. Isso é refletido por uma situação na qual há um pasto vedado adicionado a uma nutrição com suplementação proteica e energética. Longa duração da fase de recria: Mais um gargalo da pecuária nacional Impacto da suplementação na redução da fase de recria. Abate com 2,5 anos Ganho águas: 500g/dia Ganho na seca: 200 g/dia Ganho médio: 350 g/dia Duração da recria: 18 meses Suplementação recria abate 2,5 anos 1º e 2 º seca: pasto vedado + suplemento protéico (40% PB); consumo: 0,1 a 0,3% do PV águas: pasto + sal mineral Recria com suplementação águas = 180 dias x 0,5 kg/dia = 90 kg seca = 180 dias x 0,2 kg/dia = 36 kg → Para resumir uma recria de machos para terminação eficiente ocorre com um bom manejo de pastagens, uma suplementação mineral nas águas, uma suplementação na época da seca e um manejo sanitário adequado. RECRIA DE FÊMEAS → A recria de fêmeas ineficiente levará a uma maior idade a puberdade e longo IEP, devido a ineficiência reprodutiva, refletida principalmente por um manejo nutricional e a genética. É importante salientar que as zebuínas são mais tardias que as vacas taurinas. Isso porque como a estrutura corporal dos zebuínos é maior, a demanda de peso é maior e ele alcançará a puberdade mais tardiamente. Grupo Genético Peso a Puberdade Taurinos 55 a 60% do peso adulto Zebuínos 65 a 70% do peso adulto → A perda de peso na época da seca impede o crescimento contínuo e leva a maior idade ao 1º parto (4 anos). A idade a 1ª primeira cria é um parâmetro zootécnico importante pois mede a eficiência reprodutiva. → O principal objetivo deve ser encurtar a recria e ter fêmeas aptas a reprodução mais rápido possível. Uma menor duração da recria leva a uma menor idade a 1ª cria e maior taxa de desfrute (faz referencia ao número de animais abatidos e vendidos em relação ao total de animais no rebanho). Idade a puberdade e a 1º cria: Influenciadas manejo nutricional; Pela genética; Zebuínas (6 a 12 m) mais tardias que taurinas; Geneticamente pré-determinado; Grupo genético Peso a puberdade Taurinas 55 a 60% do peso adulto Zebuínas 65 a 70% do peso adulto Manter curva de crescimento ascendente; Período águas: pasto + mistura mineral; Seca: mistura multipla + pasto vedado; GMD: 350 g/dia → Para uma fase de recria eficiente, deve-se manter a curva de crescimento ascendente, sem o efeito sanfona. Uma recria sem suplementação leva a idade ao primeiro parto de 4 anos, com uma GMD por ano de 200 g/dia. Isso não é o ideal. O melhor é que no período das águas a recria seja a pasto e seja fornceda a mistura mineral. Durante a seca a mistura múltipla (fonte mineral, suplemento proteico e ureia) e pasto vedado já garantem um GMD de 350 g/dia. NOVILHAS → As novilhas devem ter um manejo diferenciado na época da seca para entrarem na EM (Estação de Monta) em boas condições corporais. Apesar de parecer impossível, é possível que bezerras desmamadas entrem na 1ªEM após a desmama, sendo cobertas com 15 meses e parindo aos 24 meses. Isso implicaria a uma recria de 5 meses, com GMD de 800 g/dia, adicionado a 7 meses do nascimento até a desmama, o que resuta em 12 meses para concepção. Cobrição aos 15 meses Fêmeas zebuínas menor precocidade sexual; Puberdade aos 20-24m Maior gargalo das raças zebuínas Mestiças E-Z são mais precoces; Puberdade aos 12-13 m Alimentação: Evitar superalimentação; Novilhas muito gordas; Evitar ganhos acima de 900g/dia recria; Isso só é possível com uma suplementação de alta qualidade (energética e proteica). Além disso, devem ser suplementadas no aleitamento (creep feeding) e na 1ª seca após a desmama. A desvantagem é uma menor produçãode leite devido a substituição de tecido mamário por tecido adiposo pelo alto consumo de suplemento energético. Destino das novilhas recriadas com 10 a 11@ Vendidas para reprodução Descartadas para engorda Reposição do rebanho Práticas para reduzir a recria de machos e fêmeas suplementação mineral águas; suplementação na seca; manejo sanitário; ajustar a taxa de lotaçã baseada na necessidade de consumo do animal, e estimar o custo de produção dessa pastagem. O consumo de matéria seca por dia do animal, deve corresponde de 2 a 2,5% do seu peso vivo, que rende mais ou menos 6kg/dia. A taxa de lotação deve estar em 2,5 garrotes/ha/ano 1UA = 450 kg de peso vivo 279 kg = 0,6UA 2,5 garrotes x 0,6 UA = 1,5 UA/há, ou seja, um e meio animal por hectare é o favoravel para o crescimento eficiente do animal. SUPLEMENTAÇÃO MINERAL NAS ÁGUAS: mistura mineral a vontade no cocho; consumo 40 a 60 g/dia (50 g/dia) Espaço de cocho Com acesso aos dois lados; 2 cm/linear/cabeça; Cocho 4 m = 400 cm/ 2cm = 200 cabeças; Dimensões do cocho sal mineral Altura varia com a categoria Engorda = 1 metro; Cria = 50 cm (bezerro); Recria = 60 a 70 cm. Largura do topo –40 cm, Largura do fundo –30 cm, Profundidade –30 cm Cochos inadequados: molham e geram desperdício no consumo inadequado pelo animal. Localização dos cochos Localizados próximo as aguadas; Bem localizados: evitar atoleiros; e acúmulo de águas Pastos acidentados, maior nº de cochos; Características de uma boa mistura mineral: Mistura mineral deve conter 6 a 8% P; Mistura deve fornecer 50% dos requerimentos dos microelementos. SUPLEMENTAÇÃO NA SECA: Mistura mineral deve conter 6 a 8% P; Mistura deve fornecer 50% dos requerimentos dos micro elementos. Suplementar 1º e 2º seca após desmama; Diminuição da idade de abate e a 1°cria e aumento da taxa desfrute Por que o animal perde peso na época seca? A pastagem na época da seca, tem menor disponibilidade de matéria seca para o animal. Elevado estado de maturação. Diminui a % Proteína Bruta e aumenta a percentagem de fibra (lignina) Diminui a digestibilidade, o que leva a uma diminuição do consumo Gera como consequência a perda de peso Suplementação a pasto Fontes de PDR (uréia) e proteína verdadeira. É preciso ter um pasto mesmo que seco Vedar pasto época águas; Boa disponibilidade de capim mesmo que passado, pois esse capim é fonte de energia para permitir a síntese da proteína microbiana (PM). Ação dos suplementos com PDR: Aumenta a concentração de N no rúmen Promover maior crescimento microbiano, pois nutre as bactérias celulolíticas do rúmen. Aumenta a digestão fibra rúmen Diminui o tempo de retenção Aumenta o aporte PM no intestino Aumenta o peso do animal, após suplementação. Função nutrir bactérias ruminais; Boa relação custo/benefício; Suplementação de Mantença Sal mineral + Uréia Dias de suplementação Ureia (%) Sal Mineral Do 1º ao 7º dia 10 90 Do 7º ao 14º dia 20 80 3º Semana em diante 300 70 Sal + uréia 40% de uréia usar palatabilizante Ingredientes 100 Kg % Sal mineral 50 50 Uréia 40 40 Melaço em pó 6 6 Sulfato de amônia 4 4 Total 100 Kg 100 % Consumo = 0,03% PV = 200kg = 60g/dia Cocho para fornecimento sal + uréia Acesso apenas um lado = 4 cm/cab; Acesso aos 2 lados = 2 cm/linear/cabeça; 1 metro = 50 animais; Cocho 4 metros = 200 cabeças; Cocho coberto; Cuidados utilização uréia Usar de forma gradativa; Respeitar período de adaptação; Parar de fornecer (2-3 d) readaptar animais; Não fornecer animais famintos e debilitados; Intoxicação com uréia Sintomas aparecem 20 a 60 mim; Tremores musculares; Salivação, convulsões; Ranger de dentes, incordenação. Fornecer = 4 litros vinagre; Misturas múltiplas Suplementação para pequenos ganhos Misturas múltiplas devem conter: 12 % a 25 % sal branco: regular consumo; 5 % a 12 % de uréia (fonte de PDR); 15 % a 40 % de farelo de soja (p.verdadeira); 20 % a 30 % de milho (energia); 10 % Mistura mineral (macro e micro). 40 a 50% PB Para regular o consumo Sódio: único elemento que animal tem predileção por isso ele funciona como regulador de consumo, um bovino consume por volta de 27 g/NaCl/dia Mistura múltipla à 52% Ingredientes 100 Kg 100 % Milho 15 15 Farelo de Soja 39 39 Ureia 10 10 Sulfato de amônio 2 2 Sal Branco 20 20 Mistura mineral 14 14 Total 100 100 Consumo: 0,1 a 0,2 % do PV (baixo consumo) Tem que haver disponibilidade de forragem; Mesmo sendo de baixa qualidade; Maximizar síntese PM; Necessária vedação pastagens águas. MANEJO SANITÁRIO Principais Vacinas Recomendações Brucelose Fêmeas de 3 a 8 meses Carbúnculo Sintomático 1º dose aos 4 meses, reforço 60 dias e revacinação anual Febre Aftosa Semestral (março e setembro) Raiva e Botulismo 1°dose 4 meses revacinação anual Vermifugação Começo –meio –final do período seco da desmama até os dois anos. CARRAPATO, MOSCAS E BERNE Início (set) e final (maio) das águas; ou sempre que houver alta incidência no rebanho; 25 teleóginas em cada lado do animal CONSIDERAÇÕES FINAIS Fase de recria é de extrema importância para a redução da idade de abate e ao 1º parto
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