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Apresentação CEPAL Prebisch 2017

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CEPAL – Comissão Econômica para América Latina e o Caribe 
Foi criada em 25 de fevereiro de 1948, pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), e tem sua sede em Santiago, Chile.
CEPAL – Comissão Econômica para América Latina e o Caribe 
A CEPAL é uma das cinco comissões econômicas regionais das Nações Unidas (ONU). Foi criada para:
monitorar as políticas direcionadas à promoção do desenvolvimento econômico da região latino-americana, 
assessorar as ações encaminhadas para sua promoção e 
contribuir para reforçar as relações econômicas dos países da área, tanto entre si como com as demais nações do mundo.
Posteriormente, seu trabalho ampliou-se para os países do Caribe, incorporando-se o objetivo de promover o desenvolvimento social e sustentável. 
https://www.cepal.org/pt-br/about
CEPAL - membros
Todos os países da América Latina e do Caribe são membros da CEPAL, junto com algumas nações desenvolvidas, tanto da América do Norte como da Europa, que mantêm fortes vínculos históricos, econômicos e culturais com a região. No total, os Estados-membros da Comissão são 44 e 8 membros associados, condição jurídica acordada para alguns territórios não-independentes do Caribe.
- Os Estados-membros são: Alemanha, Antigua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dominica, Equador, El Salvador, Espanha, Estados Unidos da América, França, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Itália, Jamaica, Japão, México, Nicarágua, Países Baixos, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República Dominicana, República da Coréia, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
Em fins de 1948, Prebisch aceitou convite da CEPAL para escrever a introdução do primeiro Estudo Econômico da América Latina, por três meses, como consultor. Esta introdução ("O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns de seus principais problemas", de 1949) lançava toda a teoria da industrialização por substituição de importações e da relação de preços de intercâmbio. A introdução foi apresentada na segunda Conferência da CEPAL, em Havana, maio de 1949 e foi recebido com entusiamo pelos países latino-americanos. Posteriormente, foi nomeado Secretário executivo da CEPAL, onde permaneceu até 1964.
Raúl Prebisch (1901-1986). Economista argentino, foi o mais destacado intelectual da CEPAL tendo iniciado a linha estruturalista do pensamento econômico. 
 As ideias de Raul Prebisch e, de modo geral, da CEPAL, fizeram parte de uma ampla gama de correntes de pensamento que reconhecem que os desafios do desenvolvimento dependem da forma como se estruturam as relações econômicas, sociais e políticas nas diferentes sociedades, as quais, por sua vez, integram um sistema mundial hierarquizado e desigual. 
O ponto de partida do método histórico-estrutural é a noção de que os países menos desenvolvidos e os desenvolvidos enfrentam problemas qualitativamente distintos e que a formulação de políticas e o fortalecimento das capacidades do Estado são condições determinantes para que os países menos avançados possam se transformar e atingir níveis de desenvolvimento mais altos.
Por outro lado, o método considera um enfoque próximo ao que se poderia identificar como a economia política clássica, um contexto em que os aspectos sociais e políticos desempenham um papel determinante para o funcionamento da economia, o que leva a enfoques que hoje seriam chamados de interdisciplinares. Ademais, o método histórico-estrutural parte da ideia de que os próprios pesquisadores são sujeitos sociais que ao procurar analisar a sua realidade, se veem sobrecarregados pelo peso da sua subjetividade, o que exige um esforço ainda maior em termos de análise crítica.
O método histórico-estrutural destaca a importância do contexto histórico para entender o funcionamento da economia e da sociedade. Nesse contexto, argumenta-se que, embora a ciência econômica e social deva buscar estabelecer leis gerais, também é preciso reconhecer que uma teoria geral encontra grandes obstáculos ao tentar explicar circunstâncias históricas em constante evolução. Como a economia é uma ciência social e as estruturas econômicas e sociais são tão variáveis, são reduzidas as possibilidades de elaborar teorias válidas para todo tempo e lugar.
O centro e a periferia eram o resultado histórico da maneira como se propagou o progresso técnico na economia mundial, dando lugar às estruturas produtivas diferentes tanto no centro como na periferia, além de funções também diferentes no sistema econômico mundial.
Centro: os países desenvolvidos produtores de bens manufaturados.
Periferia: os países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, produtores de bens primários. 
A América Latina, pertencente à periferia da economia mundial, seria o pano de fundo das ideias de Prebisch sobre o desenvolvimento econômico e o comércio exterior.
Centro- periferia
https://www.resumoescolar.com.br/geografia/divisao-internacional-do-trabalho-dit/
Divisão internacional do trabalho
Divisão internacional do trabalho
Segundo a divisão internacional do trabalho, o progresso técnico dos centros se distribuiria para a periferia pela baixa nos preços dos produtos manufaturados (em razão do aumento de sua produtividade). Desta maneira, os produtos primários da periferia, de menor produtividade, teriam um maior poder de compra, conforme evoluísse a técnica nos centros, não cabendo a industrialização da periferia do sistema.
Prebisch desmente este pressuposto da distribuição do progresso técnico, afirmando que desde o final do século XIX, os preços dos produtos primários vêm se deteriorando em relação aos preços dos produtos manufaturados dos centros. Ou seja, por não terem sido repassados os aumentos de produtividade na baixa dos preços, o progresso técnico tem se concentrado nos centros.
Deterioro dos termos de intercâmbio.
“A realidade está destruindo na América Latina aquele pretérito esquema da divisão internacional do trabalho que, depois de haver adquirido grande vigor no século XIX, seguia prevalecendo doutrinariamente até há bem pouco tempo” (Prebisch, 1949, p. 99)
Motivos que levavam os países periféricos a desequilíbrios em seus balanços de pagamentos: a deterioração dos termos de intercâmbio e o próprio processo de industrialização (que necessitava de importações) eram os . Creditava, contudo, a grande culpa do desequilíbrio ao baixo coeficiente de importações dos Estados Unidos.
Necessidade de encontrar novas regras na economia internacional, compatível com a nova realidade. Se não, “continuará a prevalecer (...) uma tendência pertinaz para o desequilíbrio. 
A deterioração é explicada pelo movimento cíclico da economia. Na fase descendente do ciclo, a queda nos preços dos produtos primários era maior do que a sua elevação na fase ascendente. Enquanto isto, os preços dos produtos manufaturados produzidos nos centros resistiam à queda. A rigidez dos preços manufaturados e a flexibilidade dos preços primários tinham como razão o maior poder sindical dos trabalhadores dos centros, que elevavam os salários na fase ascendente e mantinha-os na fase descendente. “Assim, quanto menos a renda pode contrair-se no centro, mas ela tem que fazê-lo na periferia”
Substituição de importações
Caminho para atacar o desequilíbrio externo: industrialização da América Latina, através do processo de substituição de importações. Observava, entretanto, que esta industrialização possuía limites: 
	- pequena escala de produção;
	- baixa poupança interna para inversões. 
Para evitar ou diminuir o desequilíbrio do balanço de pagamentos propunha o desestímulo às importações através do controle do câmbio e outras medidas seletivas. 
Crítica das formas imitativas de consumo (bens supérfluos importados) dos grupos de altas rendas, que prejudicava as inversões e acentuava o desequilíbrio externo.
Defesa da criação de
um mercado comum latino-americano 
“A industrialização na América Latina não é incompatível com o desenvolvimento eficaz da produção primária. Pelo contrário, uma das condições essenciais para que o desenvolvimento da indústria possa ir cumprindo o objetivo social de elevar o padrão de vida é que se disponha dos melhores equipamentos em termos de maquinaria e instrumentos, e que se aproveite prontamente o progresso da técnica em sua renovação sistemática. A mecanização da agricultura implica a mesma exigência. Necessitamos de uma importação considerável de bens de capital e também precisamos exportar produtos primários para consegui-la.
A solução não está em crescer à custa do comércio exterior, mas em saber extrair, de um comércio exterior cada vez maior, os elementos propulsores do desenvolvimento econômico”.
Importância da agricultura
- Tanto para o mercado interno como para o externo. Crítica à posse do solo e o enriquecimento dos proprietários de terra.
Aumento da produtividade + melhoria de renda do trabalhador    
“Naturalmente, para formar o capital necessário à industrialização e ao progresso técnico da agricultura, não parece indispensável refrear o consumo das grandes massas, que em geral é extremamente baixo. Além da poupança atual, seria possível que investimentos estrangeiros bem encaminhados contribuíssem para o aumento imediato da produtividade por trabalhador. Assim, atingida essa melhora inicial, uma parte importante do aumento da produção serviria para a formação de capitais, em vez de se destinar a um consumo prematuro.
Mas como obter aumentos de produtividade de magnitude suficiente? (...) O crescimento do emprego requerido pelo desenvolvimento industrial pode efetuar-se, embora não na totalidade dos casos, com a utilização de pessoas que o progresso da técnica vinha desalojando da produção primária e de outras atividades, especialmente de certos tipos de trabalhos e serviços pessoais de remuneração relativamente baixa, e mediante utilização do trabalho feminino.”
“Em épocas passadas, antes da grande depressão, os países da América Latina cresceram ao serem impulsionados, de fora para dentro, pelo crescimento persistente das exportações. Nada nos autoriza a supor, pelo menos por enquanto, que esse fenômeno venha a se repetir com intensidade análoga, a não ser em casos muito particulares. Já não existe a alternativa entre continuar crescendo dessa maneira, vigorosamente, ou crescer para dentro, a través da industrialização. Esta última passou a ser o modo principal de crescimento.”
(...)
Se, através do progresso técnico, conseguirmos aumentar a eficácia produtiva, por um lado, e se a industrialização e uma legislação social adequada forem elevando o nível do salário real, por outro, será possível irmos corrigindo gradativamente o desequilíbrio da renda entre os centros e a periferia, sem prejuízo dessa atividade econômica essencial.
Necessidade da industrialização
Perguntas 
1. Contextualize o texto de Prebisch, apresentando o que é a CEPAL e seu papel no cenário de final da década de 40 e início da década de 50.
2. Abordando a visão que prevalece sobre a divisão internacional do trabalho e a América Latina, Prebisch afirma: “É certo que o raciocínio concernente aos benefícios econômicos da divisão do trabalho é de incontestável validade teórica. Mas é comum esquecer-se que ele se baseia numa premissa que é terminantemente desmentida pelos fatos”. Explique a argumentação dada para contestar esta premissa e qual a proposta apresentada em contraposição a essa perspectiva.
3. Prebisch coloca como fundamental a industrialização dos países da América Latina, mas identifica uma série de limites e tensões que se apresentam, entre os quais: a) industrialização, desenvolvimento eficaz da produção primária e exportações; b) aumento da produtividade e melhora da renda percápita, elementos interligados que permitirão “ir atenuando sua disparidade com a renda dos grandes países industrializados”. 
Explique essas tensões e as propostas do autor.
4. Apresente seus comentários sobre esta perspectiva e sua pertinência para a análise dos problemas atuais do desenvolvimento latino-americano.

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