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Métodos Indiretos 6 9 2016

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Métodos Indiretos de Prospecção
		Geofísica é o estudo da Terra usando medidas físicas tomadas na sua superfície. Nem sempre é fácil estabelecer uma fronteira entre Geologia e Geofísica. A diferença fica, primariamente, no tipo de dados com os quais se manipula. 
     A Geologia envolve o estudo da Terra através de observações diretas de rochas que estão expostas na superfície ou de amostras retiradas de poços perfurados com esta finalidade e a consequente dedução de sua estrutura, composição e história geológica pela análise de tais observações. 
     A Geofísica, por outro lado, envolve o estudo daquelas partes profundas da Terra que não podemos ver através de observações diretas, medindo suas propriedades físicas com instrumentos sofisticados e apropriados, geralmente colocados na superfície. Também inclui a interpretação dessas medidas para se obter informações úteis sobre a estrutura e sobre a composição daquelas zonas inacessíveis de grandes profundidades. 
     A distinção entre estas duas linhas de ciências da Terra não é muito bem percebida. Perfis de Poços, por exemplo, são largamente usados em estudos geológicos, embora eles apresentem resultados meramente obtidos em observações instrumentais. O termo "Geofísica de Poço" geralmente é usado para designar tais medições. 
	     De uma maneira geral, a Geofísica fornece as ferramentas para o estudo da estrutura e composição do interior da Terra. Quase tudo o que conhecemos sobre a Terra, abaixo de limitadas profundidades que os poços e as minas subterrâneas atingem, provém de observações geofísicas. A existência e as propriedades da crosta terrestre, do manto e do núcleo foram basicamente determinadas através de observações das ondas sísmicas geradas por terremotos (figura ao lado), assim como por medições das propriedades gravitacionais, magnéticas e térmicas da Terra. 
     Muitas das ferramentas e técnicas desenvolvidas para tais estudos têm sido usadas na exploração de hidrocarbonetos e de minérios. Ao mesmo tempo, os métodos geofísicos usados nas aplicações de prospecção têm sido aplicados em pesquisas mais acadêmicas sobre a natureza do interior da Terra. 
     Dentre os diversos métodos geofísicos usados para prospecção e pesquisa, os principais são: 
	 
	     Gravitacional
	
	
	     Mede as variações do campo gravitacional terrestre provocadas por corpos rochosos dentro da crosta até poucos quilômetros de profundidade. Estas variações são influenciadas pelas diferentes densidades das rochas, tendo as mais densas, maior influência no campo gravitacional. A figura abaixo serve para ilustrar a variação deste campo gravitacional: um mesmo corpo (massa constante) mostrará pesos diferentes para diferentes locais, se as rochas subjacentes tiverem densidades diferentes, o que normalmente acontecerá. Entretanto, estas variações são de uma magnitude muito pequena, podendo apenas serem quantificadas por aparelhos especiais, denominados gravímetros. 
	
	 
	
	
	 
	     Magnético
	
	     Este método mede as variações do campo magnético da Terra, atribuídas a variações na estrutura da crosta ou na susceptibilidade magnética de certas rochas próximo à superfície. Emprega-se este método na prospecção de materiais magnéticos, como minérios de ferro, principalmente a magnetita.
	 
	     Elétricos
	
	     Os métodos elétricos fazem uso de uma grande variedade de técnicas, cada uma baseada nas diferentes propriedades elétricas e características dos materiais que compõem a crosta terrestre.
	 
	     Resistividade
	
	
	     Este método fornece informações sobre corpos rochosos que tenham condutividade elétrica anômala. É empregado pela engenharia para estudos de salinidade de lençóis de água subterrânea
	
	
	
	
	
	
	 
	     Potencial Espontâneo
	
	
	     É usado para detectar a presença de certos minerais que reagem com eletrólitos na subsuperfície de maneira a gerar potenciais eletroquímicos. Um corpo de sulfeto oxidado mais no seu topo do que na sua base dará origem a tais correntes elétricas, que são detectadas na superfície com o auxilio de eletrodos e galvanômetros. 
	
	
	
	
	 
	     Polarização Induzida
	
	     Fornece leituras diagnósticas onde existem trocas iônicas na superfície de grãos metálicos, tal como acontece em sulfitos. 
	 
	     Magnetotelúrico
	
	     Usa correntes naturais no interior da Terra e as anomalias são procuradas quando da passagem destas correntes através dos materiais. É bastante empregado na Rússia no mapeamento de bacias sedimentares no início de uma prospecção para petróleo.
	 
	     Bletromagnético
	
	     Como o nome sugere, este método baseia-se na propagação de campos eletromagnéticos de baixas frequências que variam ao longo do tempo, de dentro para fora e de fora para dentro da Terra. Este método é mais comumente usado na prospecção mineral.
	 
	     Sísmicos
	
	     São os métodos que baseiam-se na emissão de ondas sísmicas artificiais em sub-superfície ou no mar (geradas por explosivos, ar comprimido, queda de pesos ou vibradores), captando-se os seus "ecos" depois de percorrerem determinada distância para o interior da crosta terrestre, serem refletidas e refratadas nas suas descontinuidades e então retornando à superfície. Distinguimos dois tipos de métodos sísmicos: 
	     > Reflexão:
	
	
	     Neste método, observa-se o comportamento das ondas sísmicas, após penetrarem na crosta, serem refletidas em contatos de duas camadas de diferentes propriedades elásticas e retornarem à superfície, sendo, então, detectadas por sensores (geofones ou hidrofones). É o principal método usado na prospecção de hidocarbonetos (petróleo e gás) por fornecerem detalhes da estrutura da crosta, bem como de propriedades físicas das camadas que a compõem.
	 
	     > Refração:
	
	 
	
	
	     Aqui as ondas sísmicas propagam-se em sub-superfície e viajam a grandes distâncias, sendo após captadas por sensores (geofones). As informações obtidas por este método geralmente são de áreas em grande escala, trazendo informações pouco detalhadas das regiões abaixo da superfície, situadas entre o ponto de detonação e o ponto de captação.
	     Radioativo
	
	
	     Este método baseia-se nas propriedades radioativas de certos minérios (minerais de urânio são bons exemplos). Através de aparelhos especiais (contadores geiger e cintilômetros) estes minérios podem ser detectados a partir da superfície da Terra.
	
	
	 
	 
	     Perfilagem de Poços 
	
		
	     Os perfis de poços são usados principalmente na prospecção de petróleo e de água subterrânea. Eles têm sempre como objetivo principal, a determinação da profundidade e a estimativa do volume da jazida de hidrocarboneto ou do aquífero. Para fazer uma perfilagem em um poço, são usadas diversas ferramentas (sensores) acopladas a sofisticados aparelhos eletrônicos. Estes sensores são introduzidos poço adentro, registrando, a cada profundidade, as diversas informações relativas às características físicas das rochas e dos fluidos em seus insterstícios (poros). As ferramentas utilizam diversas características e propriedades das rochas, que podem ser elétricas, nucleares ou acústicas. Com os sensores elétricos, detecta-se, por exemplo, a resistividade das rochas e a identificação das mesmas se dá através de comparações dos valores obtidos na perfilagem com os valores das resistividades de diversas rochas conhecidas e determinadas em testes de laboratório. Com os sensores nucleares, detecta-se a intensidade de radioatividade das rochas e dos fluidos em seus poros, podendo-se inferir a composição mineralógica das mesmas. Com as ferramentas acústicas, ultra-sons são emitidos em uma ponta da ferramenta a intervalos regulares e detectados em sensores na outra ponta. O tempo que o sinal sonoro levou para percorrer esta distância fixa e conhecida (chamado de tempo de trânsito) atravésda parede do poço (ou seja, pela rocha) é medido e gravado no perfil. O geofísico, mais tarde, compara estes tempos de trânsito com os tempos determinados em laboratório para rochas de composições conhecidas, inferindo, desta maneira, as composições mineralógicas das rochas atravessadas pelo poço e determinando suas profundidades.
A utilização do petróleo através dos tempos
Estudos arqueológicos mostram que a utilização do petróleo iniciou-se 4000 anos antes de Cristo, sob diferentes denominações, tais como betume, asfalto, alcatrão, lama, resina, azeite, nafta, óleo de São Quirino, nafta da Pérsia, entre outras.
O petróleo é conhecido desde tempos remotos. A Bíblia já traz referências sobre a existência de lagos de asfalto e diversas ocasiões em que foi utilizado como impermeabilizante. O líquido foi utilizado por hebreus para acender fogueiras, nos altares onde eram realizados sacrifícios, por Nabucodonosor, que pavimentava estradas na Babilônia, pelos egípcios na construção de pirâmides e conservação de múmias, além do uso como combustível para iluminação por vários povos. Os gregos e romanos embebiam lanças incendiárias com betume, para atacar as muralhas inimigas. Após o declínio do Império Romano, os árabes também empregaram-no com a mesma finalidade. Há relatos de que, quando os espanhóis chegaram na América, Pizarro deu conta da existência de uma destilaria que era operada por incas. Supõe-se que o líquido citado representava resíduo de petróleo encontrado em surgências na superfície.
A moderna era do petróleo teve início em meados do século XIX, quando um norte-americano conhecido como Coronel Drake encontrou petróleo a cerca de 20 metros de profundidade no oeste da Pensilvânia, utilizando uma máquina perfuratriz para a construção do poço. Os principais objetivos eram então a obtenção de querosene e lubrificantes. Nessa época, a gasolina resultante da destilação era lançada aos rios (prática comum na época) ou queimada, ou então misturada no querosene, por ser um explosivo perigoso. Entretanto, a grande revolução do petróleo ocorreu com a invenção dos motores de combustão interna e a produção de automóveis em grande escala, que deram à gasolina (obtida a partir do refino do petróleo) uma utilidade mais nobre.
ESTUDO DAS ROCHAS
Definição de Rocha
É todo agregado natural composto por um ou mais minerais com características próprias quanto à sua origem, à natureza e disposição dos minerais que a constitui, portanto, o que caracteriza uma rocha é a sua morfologia, disposição e percentagens de minerais constituintes, bem como o mineral ou minerais dominantes.
Por exemplo, o granito é uma rocha ígnea formada por quartzo, feldespato e mica, que são minerais comuns na crosta terrestre. A palavra rocha, não reflete obrigatoriamente dureza. Mesmo as mais duras sofrem desintegração pela água e gases da atmosfera.
Classificação das Rochas
Rocha Ígnea: São aquelas produzidas pela solidificação de um magma (massa fundida do interior da terra), constituído de uma solução de silicatos e mantido líquido por uma temperatura extremamente elevada. Vulcões ativos nos dão amostra de vários tipos de magma. Ex: Basalto, granito
Rocha Metamórfica: São aquelas que se originam pela transformação de rochas preexistentes, em virtude de novas condições de pressão e temperatura.
Ex: Ardósia, gnaisse, xisto e o mármore.
Rocha Sedimentar: Rocha originada da consolidação de detritos de rochas que foram transportados, depositados e acumulados, ou de produtos de atividade orgânica, precipitados químicos por evaporação ou atividade bioquímica. Geralmente forma estratos ou camadas. Ex: Arenitos, siltitos, coquinas e carbonatos.
MEIOS DE TRANSPORTE E AMBIENTES DEPOSICIONAIS
Ventos, rios, correntes marinhas e geleiras são os principais responsáveis pelo transporte de rochas, fragmentos de rocha, animais e vegetais ao longo da superfície da terra. A tendência natural é que esses materiais sejam levados sempre para os locais mais baixos, ou seja, para as bacias sedimentares. Margens e fundo de rios, lagos e mares, são os principais ambientes deposicionais.
Correntes de turbidez (turbiditos), são fortes correntes marinhas que deslocam grandes massas no oceano. São elas que justificam a presença de areia e matéria orgânica em locais profundos do oceano.
BACIAS SEDIMENTARES BRASILEIRA
Uma bacia sedimentar é uma depressão da crosta terrestre preenchida por rochas sedimentares. Dentre os tipos existentes, encontramos no Brasil:
• Bacias de Margem Continental: Bacia da foz do Amazonas, bacia potiguar, Sergipe-Alagoas, Espírito Santo, Campos, Santos, etc.
• Bacias Intracratônicas: Bacia do Amazonas, Paraíba, Paraná etc. caracterizam-se por grandes dimensões e rampas com mergulhos suaves.
Origem das bacias da margem continental
As bacias sedimentares brasileiras, onde estão situados nossos principais campos petrolíferos são as da margem continental, ou seja, se encontra ao longo da costa leste brasileira. A Bacia de Campos se enquadra neste tipo de bacia e se destaca em termos nacionais pela sua produtividade e reservas. Existe uma estreita associação entre a formação destas bacias e o afastamento dos continentes Africano e Sul-Americano, gerado pela Tectonia de placas.
MOVIMENTOS TECTÔNICOS
São movimentos internos da terra que causam alteração na crosta terrestre, como dobras, fraturas e falhas. As erupções vulcânicas e os terremotos são exemplos vivos desses movimentos tectônicos. Graças a esses movimentos foi possível a formação de armadilhas estruturais capazes de acumular petróleo.
 O Petróleo
Substância oleosa menos densa que a água, constituída pela mistura de milhares de compostos orgânicos, formados pela combinação de moléculas de hidrogênio e carbono. Hidrocarbonetos, a palavra petróleo vem do Latim petra = rocha e oleum = óleo (óleo de rocha).
O petróleo tem origem a partir da matéria orgânica depositada junto com os sedimentos. A matéria orgânica marinha à basicamente originada de microorganismos e algas que formam o fitoplancton e não pode sofrer processo de oxidação.
A matéria orgânica proveniente de vegetais superiores também pode dar origem ao petróleo, todavia sua preservação torna-se mais difícil em função do meio oxidante em que vivem.
O tipo de hidrocarboneto gerado, óleo ou gás, é determinado pela constituição da matéria orgânica original e pela intensidade do processo térmico atuante sobre ela. A matéria orgânica proveniente do fitoplancton, quando submetida a condições térmicas adequadas, pode gerar hidrocarboneto líquido. O processo atuante sobre a matéria orgânica vegetal lenhosa poderá ter como consequência a geração de hidrocarboneto gasoso.
Admitindo um ambiente apropriado, após a incorporação da matéria orgânica ao sedimento, dá-se aumento de carga sedimentar e de temperatura, começando então, a se delinear o processo que passa pelos seguintes estágios evolutivos:
Tipos de matéria orgânica
• Tipo 1 – Matéria orgânica formada principalmente de algas.
• Tipo 2 – Matéria orgânica formada principalmente de organismos marinhos.
• Tipo 3 – Matéria orgânica formada principalmente de plantas superiores.
Teoria orgânica
A matéria orgânica depositada com os sedimentos é convertida por processos bacterianos e químicos, durante o soterramento, num polímero complexo chamado de querogênio. Este processo é acompanhado por remoção da água e compactação dos sedimentos. “O querogênio, por sua vez, é convertido em hidrocarbonetos por craqueamento térmico a maiores profundidades e temperaturas relativamente elevadas”.
Processos de Transformação
Na faixa de temperaturas mais baixas, até 65ºC, predomina a atividade bacteriana que provoca a reorganização celular e transforma a matéria orgânica em querogênio. O produto gerado é o “metano bioquímico” ou biogênio. Este processo é denominado de: DIAGÊNESE.
O incremento de temperatura, até 165ºC, é determinante da quebra das moléculas de querogênio e resulta na geração de hidrocarbonetos líquidos e gás, o processo é CATAGENESE.
Acontinuação do processo, avançando até 210ºC, propicia a quebra das moléculas de hidrocarbonetos líquidos e sua transformação em gás leve, o processo é METAGENESE.
Ultrapassando essa fase, a continuação do incremento de temperatura leva à degradação do hidrocarboneto gerado, deixando como remanescente grafite, gás carbônico e algum resíduo de gás metano: METAMORFISMO.
Assim, o processo de geração de petróleo como um todo é resultado da captação da energia solar, através da fotossíntese, e transformação da matéria orgânica com a contribuição do fluxo de calor do interior da terra.
CONDIÇÕES NECESSÁRIAS À ACUMULAÇÃO DE PETRÓLEO
1) Rocha Geradora
Para se ter uma acumulação de petróleo é necessário que, após o processo de geração, ocorra a migração e que esta tenha seu caminho interrompido, pela existência de algum tipo de armadilha geológica.
O petróleo é gerado numa rocha dita geradora, e se desloca para outra, onde se acumula, dita reservatório.
Podemos citar como exemplo de rocha geradora: (Argilitos, sapropel litificado).
2) Rocha Selante
Atendidas as condições de geração, migração e reservatório, para que se dê a acumulação do petróleo, existe a necessidade que alguma barreira se interponha no seu caminha. Esta barreira é produzida pela rocha selante, cuja característica principal é sua baixa permeabilidade.
Além da impermeabilidade, a rocha selante deve ser dotada de plasticidade, característica que a capacita a manter sua condição selante mesmo após submetida a esforços determinantes de deformação. Duas classes de rochas são selantes por excelência: os folhelhos e os evaporitos (sal). Outros tipos de rocha também podem funcionar como tal.
3) Rocha Reservatório
O petróleo, após ser gerado e ter migrado, é eventualmente acumulado numa rocha chamada de reservatório.
Ela é uma rocha porosa e suficientemente permeável para que o petróleo possa ter chegado a ela. É composta de grãos ligados uns aos outros por um material chamado de cimento. Para se constituir um reservatório deve apresentar espaços vazios no seu interior, e que estes vazios estejam inter conectados. Exemplos de rocha reservatório: arenito, carbonatos, calcarenitos.
POROSIDADE: Proporção entre o espaço livre (vazio) de uma rocha e o volume total da mesma.
PERMEABILIDADE: É definida como sendo a medida da facilidade de uma rocha reservatório ser atravessada por fluidos. A permeabilidade é grandemente influenciada pelo tamanho dos grãos; quanto menores forem os grãos, menor será a permeabilidade.
C) Migração
Primária: È o fluxo de petróleo, ao longo do tempo, da rocha geradora à rocha reservatório. Secundária: É o fluxo de óleo através da própria rocha reservatório, até encontrar uma armadilha ou um caminho para zonas de menor pressão.
A não contenção do petróleo em sua migração permitiria seu caminho continuado em busca de zonas de menor pressão até se perder através de esudações, oxidação e degradação bacteriana na superfície.
D) Aprisionamento do petróleo (Trapas)
Um dos requisitos para a formação de uma jazida de petróleo é a existência de armadilhas ou trapas, que podem ter diferentes origens, características e dimensões.
Convencionalmente, as armadilhas são classificadas em: estruturais, estratigráficas e mistas ou combinadas.
Estruturais: São trapas originadas por deformação local da rocha reservatório, causada por falhamento e/ou dobramento.
Estratigráficos: São originadas pela variação das características das rochas reservatório, como por exemplo: sua porosidade, seus constituintes ou simplesmente sua falta de continuidade. Discordância erosiva.
Combinados: Associação de trapas estruturais e estratigráficas. ex:: Domo salino.
A geração e a acumulação do petróleo pode ser resumido conforme abaixo:
1) Matéria Orgânica em qualidade e quantidade acumulada junto aos sedimentos
2) Soterramento rápido em ambiente adequado (redutor)
3) Preservação da matéria orgânica
4) Processo Geoquímico, pressão e temperatura
5) Transformação em hidrocarbonetos
6) Migração primária
7) Migração secundária
Acumulação nas rochas reservatório
A ausência de qualquer um desses elementos impossibilita a existência de uma acumulação petrolífera, portanto, a existência de uma bacia sedimentar não garante, por si só, a presença de jazidas de petróleo. Como podemos ver o petróleo não é encontrado por simples sorte e nem por acaso. Existem critérios geológicos que nos indicam onde devemos procurar as acumulações de petróleo.
RESERVATÓRIO DE PETRÓLEO
A palavra reservatório que pode ser encontrada em qualquer dicionário significa um recipiente onde se acumula alguma coisa, como por exemplo, uma caixa d’água, um tanque de combustível de um carro, uma represa e etc.
Em geologia e engenharia de petróleo, reservatório é o nome que se dá a uma rocha existente no subsolo, onde se acumulou petróleo em seu interior em épocas muito antigas.
O reservatório de petróleo, tem a mesma função qualquer outro reservatório ou seja armazenar. O que diferencia dos demais é sua forma física. Enquanto uma caixa d’água é um recipiente que tem um espaço interno amplo, no qual se deposita água, o reservatório de petróleo é um bloco aparentemente maciço de rocha.
No interior das rochas que compões o reservatório, existe uma significativa quantidade de espaços vazios, em geral de dimensões milimétricas, nos quais o petróleo é armazenado. Não existem grandes cavernas ou lagos subterrâneos cheios de petróleo.
A analogia mais próxima de um reservatório de petróleo seria a de uma esponja cheia de líquido.
Ao contrário de uma esponja que para retirar um fluido do seu interior basta espremê-la, a retirada de um fluido do interior de um reservatório de petróleo é feita através de poços e apresenta uma complexidade muito maior.
Um reservatório é composto de milhões de metros cúbicos de rocha que podem ser encontrados desde algumas centenas, até alguns milhares de metros abaixo da superfície da terra.
MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO
A descoberta de uma jazida de petróleo em uma nova área é uma tarefa que envolve um largo e dispendioso estudo e análise de dados geofísicos e geológicos das bacias sedimentares. Somente após exaustivo prognóstico do comportamento das diversas camadas do subsolo, os geólogos e geofísicos decidem propor a perfuração de um poço, que é a etapa que mais investimentos exige em todo o processo de prospecção.
Um programa de prospecção visa fundamentalmente a dois objetivos: 1)localizar dentro de uma bacia sedimentar as situações geológicas que tenham condições para acumulação de petróleo; 2) verificar qual, dentre estas situações, possui mais chance de conter petróleo. Não se pode prever portanto, onde existe petróleo, e sim os locais mais favoráveis para sua ocorrência.
A identificação de uma área favorável à acumulação de petróleo é realizada através de métodos geológicos e geofísicos, que, atuando em conjunto, conseguem indicar o local mais propício para a perfuração. Todo programa desenvolvido durante a fase de prospecção fornece uma quantidade muito grande de informações técnicas, com um investimento relativamente pequeno quando comparado ao custo de perfuração de um único poço exploratório.
Como minimizar o risco?
Conhecendo a Geologia da área.
Eliminando as áreas de alto risco e baixo prêmio.
Aplicando recursos ($ e humanos) nas áreas mais favoráveis.
Utilizando métodos de investigação cada vez mais sofisticados($).
MÈTODOS GEOLÓGICOS
A primeira etapa de um programa exploratório é a realização de um estudo geológico com o propósito de reconstituir as condições de formação e acumulação de hidrocarbonetos em uma determinada região. Para esse fim o geólogo elabora mapas de geologia de superfície com apoio da aerofotogrametria e foto geologia, insere a geologia de subsuperfície a partir dos mapas de superfície e dados de poços, como também analisa informações de caráter paleontológico e geoquímico.
Geologia de Superfície
Através do mapeamento das rochas que afloram na superfície, é possível reconhecer e delimitar as baciassedimentares e identificar algumas estruturas capazes de acumular hidrocarbonetos. Os mapas geológicos que indicam as áreas potencialmente interessantes são continuamente construídos e atualizados pelos exploracionistas. Nestes mapas, as áreas compostas por rochas ígneas e metamórficas são praticamente eliminadas, como também pequenas bacias com espessura sedimentar reduzida ou sem estrutura favoráveis à acumulação.
Nesta fase existe a possibilidade de reconhecimento e mapeamento de estrutura geológica que eventualmente possam incentivar a locação de um poço pioneiro. As informações geológicas e geofísicas obtidas a partir de poços exploratórios são de enorme importância para a prospecção, pois permitem reconhecer as rochas que não afloram na superfície e aferir e calibrar os processos indiretos de pesquisa como os métodos sísmicos.
a) Aerofotogrametria
b) Foto geologia
A) Aerofotogrametria: É fundamentalmente utilizada para construção de mapas base ou topográficos e consiste em fotografar o terreno utilizando-se um avião devidamente equipado, voando com altitude, direção e velocidade constantes.
B) Fotogeologia: consiste na determinação das feições geológicas a partir de fotos aéreas, onde dobras, falhas e o mergulho das camadas geológicas são visíveis.
Além das fotos aéreas obtidas nos levantamentos aerofotogramétricos, utilizam-se imagens de radar e imagens de satélites, cujas cores são processadas para ressaltar características específicas das rochas expostas na superfície.
• Sensoriamento remoto: Fotos feitas a partir de satélites
Geologia de Subsuperfície
Consiste no estudo de dados geológicos obtidos em um poço exploratório. A partir destes dados é possível determinar as características geológicas das rochas de subsuperfície. As técnicas mais comuns envolvem:
- A descrição das amostras de rochas recolhidas durante a perfuração;
- O estudo das formações perfuradas e sua profundidade em relação a um referencial fixo (o nível do mar);
- A construção de mapas e seções estruturais através da correlação entre informações de diferentes poços;
- Identificação dos fósseis presentes nas amostras de rochas provenientes da subsuperfície.
MÉTODOS POTENCIAIS
A geofísica é o estudo da terra usando medidas de suas propriedades físicas. Os geofísicos adquirem, processam e interpretam os dados coletados por instrumentos especiais, com objetivo de obter informações sobre a estrutura e composição das rochas em subsuperfície. Grande parte do conhecimento adquirido sobre o interior da terra, além dos limites alcançados por poços, vem de observações geofísicas.
A gravimetria e a magnetometria, também chamadas de métodos potenciais foram muito importantes no início da prospecção de petróleo por métodos indiretos, permitindo o reconhecimento e mapeamento das grandes estruturas geológicas que não apareciam na superfície.
• Gravimetria
Sabe-se que o campo gravitacional terrestre depende de cinco fatores: latitude, elevação, topografia, marés, e variações de densidade em subsuperfície. Este ultimo é o único que interessa na exploração gravimétrica para petróleo, pois permite fazer estimativas da espessura de sedimentos em uma bacia sedimentar, presença de rochas com densidade anômalas como rochas ígneas e domos de sal,, e prever a existência de altos e baixos estruturais pela distribuição lateral desigual de densidades em subsuperfície. A unidade de medida da aceleração do campo gravitacional terrestre é o “gal”.
• Magnetometria
A prospecção magnética para petróleo tem como objetivo medir pequenas variações na intensidade do campo magnético terrestre, consequência da distribuição irregular de rochas magnetizadas em subsuperfície. A unidade de medida é o “Gama”
Petróleo - Prospecção : Métodos Potenciais 
A geofísica é o estudo da Terra usando medidas de suas propriedades físicas. Os geofísicos adquirem, processam e interpretam os dados coletados por instrumentos especiais, com o objetivo de obter informações sobre a estrutura e composição das rochas em subsuperficie. Grande parte do conhecimento adquirido sobre o interior da Terra, alem dos limites alcançados por poços, vem de observações geofísicas. Por exemplo, a existência e as propriedades da crosta, manto e nucleo da Terra forma inicialmente determinadas através de observações de ondas sísmicas geradas por terremotos, como também através de medidas de atração gravitacional, magnetismo e das propriedades térmicas das rochas.
A gravimetria e a magnetometria, também chamadas métodos potenciais forma muito importantes no inicio da prospecção de petróleo por métodos indiretos, permitindo o reconhecimento e mapeamento de grandes estruturas geológicas que não apareciam na superfície.
Gravimetria 
A prospecção gravimétrica evoluiu do estudo de campo gravitacional, um assunto que tem interessado os geodesistas nos últimos 250 anos, preocupados em definir a forma da Terra.
Atualmente sabe-se que o campo gravitacional depende de cinco fatores: latitude, elevação, topografia, marés e variações de densidade em subsuperfície. Este último e o único que interessa na exploração gravimétrica para petróleo, pois permite fazer estimativas da espessura de sedimentos em uma bacia sedimentar, presença de rochas com densidades anômalas como as rochas ígneas e os domos de sal, e prever a existência de altos e baixos estruturais pela distribuição lateral desigual de densidades em subsuperfície.
A unidade de medida da aceleração do campo gravitacional terrestre é o gal em homenagem ao físico italiano Gallileo Galilei (1564-1642), e vale 1cm/s² . A aceleração media na superfície da Terra é 980 gal (aumenta 5% do equador para os pólos) e as anomalias produzidas por estruturas geológicas de interesse a prospecção de petróleo são da ordem de 10-³ gal. Conseqüentemente os gravímetros são instrumentos de medida bastante sensíveis e devem detectar variações de 10-³ gal em um campo de+³gal, ou seja, devem ter uma precisão da ordem de 1/1000000. 
O mapa gravimétrico obtido após a aplicação das correções de latitude, elevação, topografia e marés é denominado mapa Bouguer, em homenagem ao matemático francês Pierre Bouguer (1698-1758). A interpretação do mapa Bouguer é ambígua, pois diferentes situações geológicas podem produzir perfis gravimétricos semelhantes. Portanto, a utilização individual do método gravimétrico não consegue diagnosticar com confiabilidade a real estrutura do interior da Terra, muito embora possa mostrar a existência de algum tipo de anomalia. Contudo, quando utilizado conjuntamente com outros métodos geofísicos e com o conhecimento geológico prévio da área, permite um avanço significativo no entendimento da distribuição espacial das rochas em subsuperfície. 
A figura abaixo apresenta o mapa Bouguer da Bacia do Recôncavo e suas cercanias, no qual as tonalidades mais azuis indicam embasamento mais profundo, ou espessura maior de sedimentos, enquanto as cores mais vermelhas indicam embasa- mento mais raso. As grandes feições estruturais e o arcabouço do embasamento são bem visíveis neste mapa.
A maioria dos grandes campos de petróleo no Recôncavo Baiano foi desco- berta através da interpretação de mapas gravimétricos.
Magnetometria
A prospecção magnética para petróleo tem como objetivo medir pequenas variações na intensidade do campo magnético terrestre, conseqüência da distribuição irregular de rochas magnetizadas em superfície.
Embora similares, a matemática envolvida no método magnético é mais complexa do que no método gravimétrico devido às variações na direção do vetor magnético da Terra e também porque diferentes instrumentos medem diferentes componentes deste vetor. Enquanto no método gravimétrico o vetor aponta sempre para o centro da Terra, no método magnético o vetor é horizontal no equador e vertical nos pólos magnéticos, que por sua vez não coincidem com os pólos geográficos.
Nos levantamentos aeromagnéticos as medidas obtidas pelos magnetômetros dependem de vários fatores, dos quais se destacam: latitude, altitudede vôo ou elevação, direção de vôo, variações diurnas e presença localizada de rochas com diferentes susceptibilidades magnéticas. As variações diurnas são causadas por atividades solares, denominadas tempestades magnéticas, e pelo movimento de camadas ionizadas na alta atmosfera que atuam como correntes elétricas perturbando o campo magnético terrestre.
INTRODUÇÃO 
A palavra petróleo vem do latim, petra e oleum, correspondendo à expressão “pedra de óleo”. O petróleo ocorre na natureza ocupando vazios, existentes entre os grãos de areia na rocha, ou pequenas fendas com intercomunicação, ou mesmo cavidades também interligadas.Estudos arqueológicos mostram que a utilização do petróleo iniciou-se 4000 anos antes de Cristo, sob diferentes denominações, tais como betume, asfalto, alcatrão, lama, resina, azeite, nafta, óleo de São Quirino, nafta da Pérsia, entre outras.O petróleo é conhecido desde tempos remotos, foi utilizado por hebreus para acender fogueiras, nos altares onde eram realizados sacrifícios, por Nabucodonosor, que pavimentava estradas na Babilônia, pelos egípcios na construção de pirâmides e conservação de múmias, além do uso como combustível para iluminação por vários povos. Os gregos e romanos embebiam lanças incendiárias com betume, para atacar as muralhas inimigas. Após o declínio do Império Romano, os árabes também o empregaram com a mesma finalidade. Há relatos de que, quando os espanhóis chegaram na América, Pizarro deu conta da existência de uma destilaria que era operada por incas. Supõe-se que o líquido citado representava resíduo de petróleo encontrado na superfície.A moderna era do petróleo teve início em meados do século XIX, quando um norte-americano conhecido como Coronel Drake encontrou petróleo a cerca de 20 metros de profundidade no oeste da Pensilvânia, utilizando uma máquina perfuratriz para a construção do poço. Os principais objetivos eram então a obtenção de querosene e lubrificantes. Nessa época, a gasolina resultante da destilação era lançada aos rios ou queimada, ou misturada no querosene, por ser um explosivo perigoso. Entretanto, a grande revolução do petróleo ocorreu com a invenção dos motores de combustão interna e a produção de automóveis em grande escala, que deram à gasolina (obtida a partir do refino do petróleo) uma utilidade mais nobre.
Algumas pessoas dizem que o dinheiro faz o mundo girar. Outras acreditam que o ingrediente essencial é o amor, ou até a música. Mas o que quer que leve a humanidade a persistir dia após dia, nossa dependência quanto aos combustíveis fósseis deixa uma certeza: a graxa que lubrifica o giro do planeta é o petróleo.
Consumimos mais de 80 milhões de barris de petróleo ao dia. Para atender a essa demanda por combustíveis fósseis, as empresas petroleiras vasculham constantemente o planeta em busca de novas reservas. Como os oceanos recobrem três quartos da superfície da Terra, boa parte dessas reservas está sob a água. 
	
Plataforma de petróleo no sudoeste da Califórnia
Atingir esses locais de perfuração submarinos representa um grande desafio. Afinal, perfurar em terra já é bem complicado. Então, como fazer isso nas profundezas do mar e transportar o petróleo em estado líquido, gasoso ou sólido de volta à superfície? Como impedir que ele polua o oceano? E como fazer tudo isso, com toneladas de equipamento, em meio ao mar bravio?
Para superar esses obstáculos, as empresas petroleiras investiram bilhões no desenvolvimento de plataformas de petróleo offshore para a perfuração do leito do mar em busca de petróleo. A primeira delas foi construída em 1897, na ponta de um cais na Califórnia. Nos anos que se seguiram, os exploradores de petróleo avançaram mais e mais no oceano, primeiro em píeres e depois em ilhas artificiais. Em 1928, um empresário petroleiro do Texas criou a primeira plataforma móvel para prospectar em terras alagadas. A estrutura era pouco mais que uma balsa com uma torre de perfuração no topo, mas determinou o modelo para as décadas seguintes. 
Nos anos que se seguiram, as empresas petroleiras avançaram mais e mais pelo oceano. Em 1947, um consórcio de companhias construiu a primeira plataforma que não se podia avistar da terra, no Golfo do México. Mesmo no Mar do Norte, onde o clima quase sempre é instável, há hoje muitas plataformas petroleiras. 
As plataformas petroleiras modernas são estruturas verdadeiramente gigantescas. Algumas são como cidades flutuantes, que empregam e abrigam centenas de pessoas. Outras instalações imensas de produção ficam no topo de torres submarinas que descem até 1,2 mil metros sob o mar - muito mais altas que os mais ambiciosos arranha-céus do planeta. Em um esforço para satisfazer sua dependência dos combustíveis fósseis, os seres humanos construíram algumas das maiores estruturas flutuantes do planeta. 
PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO 
A descoberta de uma jazida de petróleo em uma nova área é uma tarefa que envolve um longo e dispendioso estudo e análise de dados geofísicos e geológicos das bacias sedimentares.
Os geológicos e geofísicos decidem propor a perfuração de um poço, que é a etapa que mais investimentos exige em todo o processo de prospecção.
Um programa de prospecção visa fundamentalmente a dois objetivos: (1) localizar dentro de uma bacia sedimentar as situações geológicas que tenham condições para a acumulação de petróleo; e (2) verificar qual, dentre estas situações, possui mais chance de conter petróleo.
A identificação de uma área favorável à acumulação de petróleo é realizada através de métodos geológicos e geofísicos, que, atuando em conjunto, conseguem indicar o local mais propicio para a perfuração. O programa desenvolvido durante a fase de prospecção fornece uma quantidade muito grande de informações técnicas.
 MÉTODOS GEOLÓGICOS 
A primeira etapa de um programa exploratório é a realização de um estudo geológico com o propósito de reconstituir as condições de formação e acumulação de hidrocarbonetos em uma determinada região. O geólogo elabora mapas de geologia de superfície a partir dos mapas de superfície e dados de poços, como também analisa as informações de caráter paleontológico e geoquímico.
 GEOLÓGIA DE SUPERFÍCIE 
Através do mapeamento das rochas que afloram na superfície, é possível reconhecer e delimitar as bacias sedimentares e identificar algumas estruturas capazes de acumular hidrocarbonetos. As informações geológicas e geofísicas obtidas a partir de poço exploratórios são de enorme importância para a prospecção, pois permitem reconhecer as rochas que não afloram na superfície e aferir e calibrar os processos indiretos de pesquisas como os métodos sísmicos.
 AEROFOTOGRAMETRIA E FOTOGEOLOGIA
A aerofotogrametria é fundamentalmente utilizada para construção de mapas base ou topográficos e consiste em fotografar o terreno utilizando-se um avião devidamente equipado, voando com altitude, direção e velocidade constantes.
A fotogeologia consiste na determinação das feições geológicas a partir de fotos aéreas, onde dobras, falhas e o mergulho das camadas geológicas são visíveis. As estruturas geológicas podem ser identificadas através da variação da cor do solo, da configuração de rios e de drenagem presente na região em estudo.
Além das fotos aéreas obtidas nos levantamentos aerofotogramétricos, utilizam-se imagens de radar e imagens de satélite, cujas cores são processadas para ressaltar características específicas das rochas expostas na superfície.
 GEOLOGIA DE SUPERFÍCIE
Consiste no estudo de dados geológicos obtidos em um poço exploratório. A partir destes dados é possível determinar a características geológicas das rochas de subsuperfície. As técnicas mais comuns envolvem:
- A descrição das amostras de rochas recolhidas durante a perfuração;
- O estudo das formações perfuradas e sua profundidade em relação a um referencial fixo (frequentemente o nível do mar);
- A construção de mapas e seções estruturais através da correlação entre as informações de diferentes poços;
- A identificação dos fósseis presentes na amostras derocha provenientes da superfície e subsuperfície através do laboratório de paleontologia.
Com os resultados obtidos pode-se correlacionar os mais variados tipos de rochas dentro de uma bacia ou mesmo entre bacias.
O geólogo trabalha na aferição direta das rochas e, utilizando-se de diferentes técnicas, consegue identificar as estruturas mais promissoras para a acumulação de petróleo em uma área.
 MÉTODOS POTÊNCIAIS
A geofísica é o estudo da terra usando medidas de suas propriedades físicas. Os geofísicos adquirem, processam e interpretam os dados coletados por instrumentos especiais, como o objetivo de obter informações sobre a estrutura e composição das rochas em subsuperfície. Grande parte do conhecimento adquirido sobre o interior da Terra, além dos limites alcançados por poços, vem de observações geofísicas.
A gravimetria e a magnetometria, também chamadas métodos potencias, foram muito importantes no início da prospecção de petróleo por métodos indiretos, permitindo o reconhecimento e mapeamento das grandes estruturas geológicas que não apareciam na superfície.
 GRAVIMETRIA
Atualmente sabe-se que o campo gravitacional depende de cinco fatores: latitude, elevação, topografia, marés e variações de densidade em subsuperfície. Este último é o único que interessa na exploração gravimétrica para petróleo, pois permite fazer estimativas da espessura de sedimentos em uma bacia sedimentar, presença de rochas com densidade anômalas como as rochas ígneas e domos de sal, e prever a existência de altos e baixos estruturais pela distribuição lateral desigual de densidades em subsuperfície.
A unidade de medida da aceleração do campo gravitacional terrestre é o Gal em homenagem ao físico italiano Galileo Galilei (1564-1642), e vale 1 cm/s2. A aceleração média na superfície da Terra é de 980 gal (aumenta 0,5% do Equador para os pólos) e as anomalias produzidas por estruturas geológicas de interesse à prospecção de petróleo são da ordem de 10-3 gal. Os gravímetros são instrumentos de medida bastante sensíveis, devem ter uma precisão da ordem de 1/1.000.000.
O mapa gravimétrico obtido após a aplicação das correções de latitude, elevação, topografia e marés é denominado mapa Bouguer, em homenagem ao matemático francês Pierre Bouguer (1998-1758). A interpretação do mapa Bouguer é ambígua, pois diferentes situações geológicas podem produzir perfis gravimétricos semelhantes. Portanto, a utilização individual do método gravimétrico não consegue diagnosticar com confiabilidade a real estrutura do interior da Terra, muito embora possa mostrar a existência de algum tipo de anomalia. Contudo, quando utilizado conjuntamente com outros métodos geofísicos e com o conhecimento geológico prévio da área, permite um avanço significativo no entendimento da distribuição espacial das rochas em subsuperfície.
Quando buscam combustíveis fósseis no mar, os geólogos petroleiros empregam equipamento de farejamento especial que detecta traços de gás natural na água marinha. Mas como esse método só ajuda a localizar depósitos que vazam, as grandes empresas petroleiras dependem de dois outros métodos para localizar as jazidas. 
Quando próximas à superfície, certas rochas afetam o campo magnético da Terra. Usando equipamento de levantamento magnético, um navio pode passar sobre uma área e mapear as anomalias magnéticas que venha a encontrar. 
 MAGNETOMETRIA
A prospecção magnética para petróleo tem como objetivo medir pequenas variações na intensidade do campo magnético terrestre, consequência da distribuição irregular de rochas magnetizadas em subsuperfície.
Nos levantamentos aeromagnéticos as medidas obtidas pelos magnetômetros dependem de vários fatores, dos quais se destacam: latitude, altitude de vôo ou elevação, direção de vôo, variações diurnas e presença localizada de rochas com diferentes susceptibilidades magnéticas. As variações diurnas são usadas por atividades solares, denominadas tempestades magnéticas, e pelo movimento de camadas ionizadas na alta atmosfera que atuam como correntes elétricas perturbando o campo magnético terrestre.
A unidade de medida em levantamentos magnéticos é o gamma, ou nanotesla, que vale 10-5 gauss, unidade definida em homenagem ao matemático alemão Karl F Gauss (1777-1855). O campo magnético terrestre é da ordem de 50.000 gammas e as anomalias de interesse na prospecção de petróleo são da ordem de 1 a 10 gammas. Os magnetômetros devem apresentar uma sensibilidade de 1/50.000.
Formação, acumulação e prospecção do petróleo e do gás natural
O termo petróleo, a rigor, envolve todas as misturas naturais de compostos de carbono e hidrogênio, os denominados hidrocarbonetos, incluindo o óleo e o gás natural, embora seja também empregado para designar apenas os compostos líquidos.
O petróleo é formado em depressões da crosta terrestre após o acúmulo de sedimentos trazidos pelos rios das partes mais elevadas, ao seu redor, em ambiente aquoso. A imagem mais facilmente compreensível depressões, ou bacias sedimentares, dessas uma bacia sedimentar é a de uma ampla depressão coberta de água, seja um lago ou um mar que sofre rebaixamento contínuo no tempo geológico.
Dentre diversas teorias existentes para explicar a origem do petróleo, a mais aceita, atualmente, é a de sua origem orgânica, ou seja, tanto o petróleo como o gás natural, são combustíveis fósseis, da mesma forma que o carvão. Sua origem se dá a partir de matéria orgânica, animal e vegetal (principalmente algas), soterrada pouco a pouco por sedimentos caídos no fundo de antigos mares ou lagos, em condições de ausência de oxigênio, que, se ali existisse, poderia destruí-los por oxidação. Entretanto, mesmo assim a matéria orgânica desses tecidos passou por drásticas modificações, graças à temperatura e à pressão causada pelo soterramento prolongado, de modo que praticamente só restaram o carbono e o hidrogênio, que, sob condições adequadas, combinaram-se para formar o petróleo ou gás.
A grande diferença entre a formação do carvão mineral e dos hidrocarbonetos e a matéria-prima, ou seja, principalmente material lenhoso para o carvão e algas para os hidrocarbonetos, o que é definido justamente pelo ambiente de sedimentação. Normalmente, o petróleo e o gás coexistem, porém, dependendo das condições de pressão e temperatura, haverá maior quantidade de um ou de outro.
Para que grandes quantidades de petróleo se formem, é necessária a presença de três fatores: vida exuberante, contínua deposição de sedimentos, principalmente argilas, concomitante com a queda de seres mortos ao fundo da bacia e, finalmente, o rebaixamento progressivo desse fundo, para que possam ser acumulados mais sedimentos e mais matéria orgânica sobre o material já depositado.
Em Geologia, o tempo desempenha um papel importantíssimo. As condições acima descritas têm que perdurar por milhões de anos, e a própria transformação da matéria orgânica original em petróleo demanda outros milhões de anos, para que a temperatura e a pressão atuantes na crosta, além do tempo, possam interagir na formação do petróleo.
O petróleo e o gás, entretanto, não é encontrado nas rochas em que se formou. Durante o longo processo de sua formação, ocorre sua expulsão da chamada rocha geradora, formada por sedimentos finos que consistem de folhelhos, argilitos, sal, etc, que é praticamente impermeável, para rochas porosas e permeáveis adjacentes (acima, abaixo ou ao lado), formadas normalmente por arenitos. Dessa maneira, o petróleo permanece sob altíssima pressão nas rochas porosas, denominadas rochas reservatório, até que seja eventualmente alcançado pela perfuração de um poço.
De um modo geral, a fase exploratória mais dispendiosa é a da perfuração de poços. A decisão de perfurá-los é antecedida de extensa programação e elaboração de estudos, que permitam um conhecimento tão detalhado quanto possível das condições geológicas presentes na região, tanto na superfície como em subsuperfície. As perfurações se orientarão, assim, para as áreas que tenham, de fato, as maiores possibilidades deconter acumulações de óleo ou gás.
Para localizar o petróleo ou gás numa bacia sedimentar, os especialistas firmam-se em dois princípios fundamentais: 1) o petróleo se aloja numa estrutura localizada na parte mais alta de um compartimento de rocha porosa, isolada por camadas impermeáveis. Essa estrutura é denominada armadilha ou trapa (veja na figura, no final do texto); 2) essas estruturas são resultantes de modificações sofridas pelas rochas ao longo do tempo geológico, especialmente a sua deformação, através do desenvolvimento de dobras e falhas na crosta terrestre.
Os diversos estágios da pesquisa petrolífera orientam-se por fundamentos de duas ciências: a Geologia e a Geofísica.
Os hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados unicamente por carbono e hidrogênio unidos tetraedricamente por ligação covalente assim como todos os compostos orgânicos. Os hidrocarbonetos são a chave principal da química orgânica, visto que são eles que fornecem as coordenadas principais para formação de novas cadeias e posteriormente para nomenclatura de outros compostos. Praticamente todos os alcanos ocorrem naturalmente no gás natural do petróleo, enquanto que os mais pesados, alcenos e alcinos são obtidos no processo de refinação. Podendo também ser sintetizados em laboratório.
O estado físico dos hidrocarbonetos geralmente é gasoso ou líquido, em virtude de seu baixo ponto de fusão e ebulição, por ser apolares, e unidos por forças intermoleculares fracas, são pouco solúveis em água, ou seja, seu grau de dissociação é bastante pequeno até que seja atingido o equilibrio. Os hidrocarbonetos são subdivididos em alcanos, alcenos e alcinos, podendo ser de cadeias ramificadas, cíclicos ou acíclicos, saturados e insaturados e aromáticos onde:
Ramificadas: possuem ramificações, que são radicais ligados ao carbono.
Cíclicos: formam ciclos representados através de formas geométricas.
Acíclico: são hidrocarbonetos que possuem cadeias abertas
Saturados: possuem somente ligações simples (σ) sendo saturado de hidrogênios (alcanos e cicloalcanos).
Insaturados: possuem ligações duplas (σπ) e triplas (σππ), em função destas subtrai-se o hidrogênio (alcenos e Alcinos).
Aromáticos: são os hidrocarbonetos que possuem o anel benzênico.
Hidrocarbonetos Saturados
Alcanos
São hidrocarbonetos saturados que possuem somente simples ligações em sua formula estrutural. O alcano mais comum é o metano CH4, estando presente não só no gás natural, mas também é produzido bioquimicamente pelos seres microscópicos e que podem viver na ausência de oxigênio, denominados “metanogênios”, presentes no estômago de bovinos e em lamas oriundas de valas oceânicas, sendo capazes de produzir o metano a partir do CO2 e do H2. Exemplos de alcanos:
	Nº de C 
	Hidrocarboneto 
	Cadeia carbônica 
	1 
	Metano 
	CH4
	2
	Etano 
	CH3CH2
	3
	Propano
	CH3 CH2CH3
	4
	Butano
	CH3 CH2 CH2CH3
	5
	Pentano
	CH3 CH2 CH2 CH2CH3
	6
	Hexano
	CH3 CH2 CH2 CH2 CH2CH3
	7
	Heptano
	CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2CH3
	8
	Octano
	CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2CH3
	9
	Nonano
	CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2CH3
	10
	Decano
	CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH3
Exemplos de alcanos:
3-metil-heptano
Cicloalcanos
São hidrocarbonetos cíclicos, de cadeia fechada, cujo os átomos de carbono estão ligados entre si e mais 2 hidrogênios.
Hidrocarbonetos insaturados
Alcenos
São hidrocarbonetos insaturados que além das ligações simples possuem também ligações duplas, os mais importantes alcenos são o eteno e o propeno, e a produção mundial desses compostos supera os 20 milhões de toneladas anuais. O eteno é encontrado na natureza como hormônio de plantas, além de estar presente em frutas e legumes, está ligado ao amadurecimento destes. O eteno é usado na síntese de diversos outros compostos químicos tais como etanol, óxido de etileno e acetona. É importante lembrar que todo alceno que possui 2 duplas ligações em seu esqueleto carbônico é chamado de alcadieno.
Alcinos
Etino ou Acetileno
São hidrocarbonetos insaturados que possuem ligações triplas (σ π π), em sua fórmula estrutural. O mais simples dos alcinos é o etino conhecido como acetileno amplamente utilizado na síntese de anticoncepcionais, antifúngicos e como gás de combustão em maçaricos, é um gás altamente inflamável e com odor de alho. Ocorrem naturalmente como hormônios, porém a maioria é sintetizada a partir do petróleo.
Hidrocarbonetos Aromáticos
São cíclicos e insaturados, que possuem três duplas ligações alternadas no esqueleto carbônico, cujo representante principal e mais simples é o benzeno. Esses hidrocarbonetos são chamados de aromáticos em virtude de possuírem um odor pronunciável. O benzeno é um produto químico muito utilizado, mas vem sendo substituído por outros com devido a seu potencial cancerígeno.
Benzeno
Nomenclatura dos hidrocarbonetos
	Hidrocarboneto 
	Prefixo de acordo com a quantidade de carbonos.
	Terminação 
	Alcano 
	1-Met, 2-Et, 3-Prop, 4-But, 5-Pent, 6-Hex, 7-Hept, 8-Oct, 9-Non, 10-Dec, 11-Undec, 12-Dodec, 13-Tridec, 14-Tetradec, 15-Pentadec, 16-Hexadec, 17-Heptadec, 18-Octadec, 19-Nonadec, 20-Icos, 21-Heneicos, 22-Docos, 23-Tricos, 30-Triacont, 31-Hentriacont, 40-Tetracont, 50-Pentacont, 60-Hexacont, 70-Heptacont, 80-Octacont, 90-Nonacont, 100-Hect ...
	ano
	Alceno 
	
	eno
	Alcino
	
	ino
	
	
	
	
	
	
No caso de ciclos: Ciclo + prefixo + terminação
Nomenclatura dos aromáticos
Um sistema antigo de nomenclatura sugere que a posição 1,2(o – orto), 1,3(m- meta e 1,4(p-para) acompanhada de xileno, é usada em função da adição de 2 grupos metila ao anel benzênico origina isômeros (compostos idênticos só diferindo na posição dos radicais).
A nomenclatura comum a todos os aromáticos é:
Numero indicativo de posição dos radicais + nome dos radicais + benzeno
Para todos os hidrocarbonetos
Vale lembrar que toda vez que um mesmo radical apresentar-se mais de uma vez na cadeia ele deverá ser acompanhado de di, tri, tetra, penta...etc. com os respectivos números indicativos de posição. Exemplo:
2,3,4-trimetil- 6,7-octadieno
Por favor desenhe a fórmula estrutural deste composto, para que tenhamos certeza que ela existe, Obrigado!
Referências:
ALLINGER, Norman L. et al. Química Orgânica. 2. ed. Rio de Janeiro : LTC, [1976].
SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C.B. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC Editora. 7.ed., 2001
RUSSEL, JOHN B. "Química Geral". 2a. Ed., Makron Books, São Paulo, 1994.
É chamado de petróleo o líquido oleoso de origem fóssil, formado ao longo de milhões de anos no subsolo, em profundidades variáveis, com acumulações tanto a poucos metros da superfície terrestre quanto a mais de três mil metros de profundidade, em meio a um terreno de rochas sedimentares. Sua cor varia segundo a origem, oscilando do negro ao âmbar e é muito rico em hidrocarbonetos (HC). De fato, sua composição química deriva da combinação de átomos de carbono e hidrogênio. Substância inflamável, possui uma densidade menor do que a da água, e é atualmente a principal fonte de energia do mundo moderno.
Há inúmeras teorias sobre a origem do petróleo, porém, a mais aceita é que este surgiu através de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares, sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. Os povos antigos conheciam o petróleo e alguns de seus derivados como o asfalto e o betume. Já na pré-história surgiram referências esparsas indicando que o petróleo era conhecido do homem. Os egípcios utilizavam-no para o embalsamamento de mortos ilustres e como elemento de liga nas suas seculares pirâmides. Os indígenas das Américas do Norte e Sul serviam-se do petróleo e derivados para inúmeras aplicações, entre elas a pavimentação das estradas do império Inca.
Para a obtenção dos produtos derivados, como gasolina, diesel, lubrificantes, nafta, querosene de aviação, o óleo bruto passa por uma série de processos nas refinarias. O primeiro poço de petróleo foi descoberto na Pensilvânia,Estados Unidos, no ano de 1859, em uma região de pequena profundidade, 21 metros (atualmente, as escavações atuais costumam ultrapassar os 6.000 metros). O maior consumidor mundial são os Estados Unidos, país que, para suprir sua necessidade, importa cada vez mais o produto.
A teoria mais aceita entre os geólogos é a de que o petróleo tem origem em substâncias de natureza orgânica. Tendo esta orientação por base, acredita-se que o produto é encontrado com maior probabilidade nas áreas em que, no decorrer de diferentes eras geológicas, houve deposição de rochas sedimentares e acumulação de restos orgânicos.
Os maiores produtores mundiais de petróleo são Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos da América, Irã, China, Venezuela, Kuwait, Líbia, Iraque, Nigéria, Canadá, Cazaquistão e Emirados Árabes Unidos. No Brasil, a maior parte das reservas está nos campos marítimos, em lâminas d’água com profundidades maiores do que as dos demais países produtores.
É chamado de petróleo o líquido oleoso de origem fóssil, formado ao longo de milhões de anos no subsolo, em profundidades variáveis, com acumulações tanto a poucos metros da superfície terrestre quanto a mais de três mil metros de profundidade, em meio a um terreno de rochas sedimentares. Sua cor varia segundo a origem, oscilando do negro ao âmbar e é muito rico em hidrocarbonetos (HC). De fato, sua composição química deriva da combinação de átomos de carbono e hidrogênio. Substância inflamável, possui uma densidade menor do que a da água, e é atualmente a principal fonte de energia do mundo moderno.
Há inúmeras teorias sobre a origem do petróleo, porém, a mais aceita é que este surgiu através de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares, sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. Os povos antigos conheciam o petróleo e alguns de seus derivados como o asfalto e o betume. Já na pré-história surgiram referências esparsas indicando que o petróleo era conhecido do homem. Os egípcios utilizavam-no para o embalsamamento de mortos ilustres e como elemento de liga nas suas seculares pirâmides. Os indígenas das Américas do Norte e Sul serviam-se do petróleo e derivados para inúmeras aplicações, entre elas a pavimentação das estradas do império Inca.
Para a obtenção dos produtos derivados, como gasolina, diesel, lubrificantes, nafta, querosene de aviação, o óleo bruto passa por uma série de processos nas refinarias. O primeiro poço de petróleo foi descoberto na Pensilvânia, Estados Unidos, no ano de 1859, em uma região de pequena profundidade, 21 metros (atualmente, as escavações atuais costumam ultrapassar os 6.000 metros). O maior consumidor mundial são os Estados Unidos, país que, para suprir sua necessidade, importa cada vez mais o produto.
A teoria mais aceita entre os geólogos é a de que o petróleo tem origem em substâncias de natureza orgânica. Tendo esta orientação por base, acredita-se que o produto é encontrado com maior probabilidade nas áreas em que, no decorrer de diferentes eras geológicas, houve deposição de rochas sedimentares e acumulação de restos orgânicos.
Os maiores produtores mundiais de petróleo são Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos da América, Irã, China, Venezuela, Kuwait, Líbia, Iraque, Nigéria, Canadá, Cazaquistão e Emirados Árabes Unidos. No Brasil, a maior parte das reservas está nos campos marítimos, em lâminas d’água com profundidades maiores do que as dos demais países produtores.
Estratégia de prospecção e pesquisa mineral
1. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA EXPLORAÇÃO MINERAL 
1.1 Introdução
A exploração e a pesquisa mineral, independentemente de definições formais, constiutuem a primeira etapa do ciclo da mineração.
Existirão sempre aventureiros e jogadores que, fascinados pela possibilidade da descoberta dos "tesouros enterrados", irão investir acodadamente na busca de seus objetivos; porém a indústria mineral é por demais importante para ser conduzida desta forma.
É importante que a exploração mineral seja entendida como uma etapa de investimento com características e peculiaridades próprias, e que estes fatores sejam apreendidos por todos aqueles envolvidos neste tipo de atividade, inclusive os seus beneficiários diretos ou indiretos. Se isto fosse possível, certamente a sociedade, em geral, e os políticos e os administradores públicos, em particular, seriam mais sensíveis aos esforços para o estabelecimento de uma política mineral mais racional e voltada para os verdadeiros interesses da sociedade.
A exploração mineral é uma atividade criativa. De nada vale a potencialidade mineral de uma nação, a menos que seus depósitos minerais tenham sido descobertos, avaliados e desenvolvidos criteriosamente.
O investimento em mineração, ao contrário do senso comum, não se inicia no desenvolvimento de um depósito mineral. Começa com a exploração mineral, que demanda muitas vezes um longo espaço de tempo, em que o investimento do capital deve ser cosiderado de alto risco (ou a fundo perdido) e que, se aplicado com competência e na região correta, resultará na descoberta de depósitos minerais economicamente lavráveis (Figura 1).
Tomando-se o exemplo da Austrália, verifica-se que para cada descoberta gerada entre os anos de 1955 e 1978, foram dispendidos 38 milhões de dólares australianos. Portanto, o investidor deveria estar preparado para dispender duas ou três vezes esta quantia para assegurar 90% da probabilidade de realizar pelo menos uma descoberta de interesse econômico.
Em decorrência do nível de desconhecimento de nossa geologia e da elevada potencialidade mineral do Brasil, muito provavelmente aqui tais valores sejam bem inferiores, mas, infelizmente, não existem estatísticas confiáveis que fundamentem tal tipo de avaliação.
O elevado volume de investimentos de alto risco que precede as descobertas minerais é desconhecido ou esquecido pelos políticos. A sociedade, em geral, por ser mal informada, não se preocupa com tais problemas relativos à política e à economia mineral.
A implantação dos contratos de risco para a pesquisa de petróleo fez com que o publico tomasse conhecimento dos elevados volumes de recursos aplicados e o risco inerente à prospecção de hidrocarbonetos. As empresas de mineração, a exemplo das empresas de petróleo, também necessitam aplicar, a risco pleno, grande soma de recursos, cujo retorno só se fará a longo prazo.
No desenvolvimento do processo exploratório, além de outros fatores que serão posteriormente discutidos, é fundamental a constante avaliação financeira realizada pelos investidores, pesando de um lado o volume do capital dispendido e de outro a expectativa sobre o resultado a ser obtido. Para que o investimento em exploração mineral seja racionalmente aplicado em termos financeiros, a expectativa do investimento tem que ser positiva (i.e. o valor presente do fluxo de caixa previsto deve ser positivo), e a taxa de retorno do empreendimento deve ser sensivelmente maior que o custo do capital, proporcionando lucratividade e premiando o investidor pelo risco assumido.
Aparentemente isto constitui um exercício de futurologia, mas as corporações minerais tradicionais utilizam tais métodos projetados para o futuro. Primeiramente é assumido que o depósito objeto da exploração assemelha-se, em termos econômicos, a outros descobertos no passado e que o custo de sua descoberta também seria similar.
Voltando ao caso australiano, uma análise realizada pela Western Mining Corp. (W.M.C.), em 1981, demonstrou que, para um custo médio de 38 milhões de dólares australianos por descoberta, o orçamento anual ótimo para uma unidade de exploração eficiente deveria ser de 2,5 milhões de dólares australianos. Tal análise foi realizada considerando-se uma taxa interna de retorno de 11% a.a., que não é muito atrativa para um empreendimento de tal nível de risco.
As taxas de remuneração do capital, para empreendimentos de elevado investimento e retorno a médio e longo prazo, variam entre 10 a 20% ao ano. No Brasil, durante o período de recessãoeconômica (1978-1984), com ao inflação extremamente acelerada, a remuneração do capital no setor financeiro superou em muito tais índices, constituindo-se em um fator inibidor para o investimento de risco no setor mineral.
Em princípio, é difícil acreditar que alguém pudesse ser otimista em relação aos investimentos em exploração mineral na Austrália. Analisando-se mais detidamente o caso da W.M.C., verifica-se que, ao longo de vinte e três anos, a empresa realizou a descoberta de cinco importantes distritos mineiros, com um custo médio de $ 22 milhões por descoberta e cuja taxa interna de retorno atingiu 17% ao ano (W00DALL, 1984).
Por que tal diferença? Segundo os dirigentes da W.M.C, foi uma questão de confiança: autoconfiança, confiança na aplicação de métodos científicos, confiança em sua estrutura organizacional, confiança na capacidade de seus empregados e, principalmente, confiança no esforço de criar e gerar prosperidade.
A W.M.C., ao lado de outras empresas de vários outros países, materializa experiências bem sucedidas em exploração mineral. No Brasil, empresas estatais, particulares e aquelas com participação de capital estrangeiro estão acumulando sucessos na pesquisa de inúmeros bens materiais metálicos, não metálicos e energéticos.
Concluindo esta introdução, é importante salientar que a exploração mineral é o primeiro elo de um ciclo de investimentos e, como tal, a sua dependência de fatores econômicos e financeiros é implicita. A recorrência cíclica de períodos de baixa e de elevada atividade exploratória constitui uma característica do setor, dependente tanto de fatores externos (variação dos preços dos insumos praticados no mercado internacional, conjuntura econômica e política tanto nacional como internacional) quanto de fatores internos (situação econômico-financeira de cada empresa).
Esta ciclicidade tem profunda influência sobre a organização das empresas e, especialmente, sobre os profissionais de exploração mineral.
Visto ser a exploração mineral uma atividade criativa, o sucesso do empreendimento é altamente dependente da competência e do esforço dos geólogos de exploração. 0 sucesso de uma empresa nos programas de exploração mineral pode ser medido pela eficiência em superar as dificuldades causadas pela frequência dos ciclos de baixo investimento, manter motivada e atualizada uma competente equipe técnica, e definir com clareza os seus objetivos, além de sustentar o investimento a longo prazo.
1.2 A evolução da exploração mineral (1835-2000)
A exploração mineral tem evoluído ao longo do tempo, em resposta à crescente necessidade de matérias primas. As técnicas exploratórias tiveram um grande impulso a partir do evento da revolução industrial e, posteriormente, com o advento dos ciclos industriais pré e pós-guerras mundiaís.
O primeiro ciclo de evolução, irrompido em meados do século XIX, foi proporcionado pelo surgimento do mapeamento geológico sistemático em muitos países europeus e na América do Norte, com o estabelecimento dos serviços geológicos nacionais.
No início de século XX, a adoção do mapeamento geológico em escala de detalhe e semidetalhe teve vital importância na descoberta e desenvolvimento de importantes jazidas minerais nos EUA. A técnica adotada na realização do mapeamento da região de Butte. Montana, foi muito eficiente para o reconhecimento do minério disseminado, das brechas, do minério de substituição e de outros tipos de minério ali existentes.
Até então, os conceitos sobre gênese e prospecção dos depósitos minerais permanaciam praticamente inalterados desde a Idade Média, tendo como guia os ensinamentos de AGRÍCOLA (1556).
A geoquímica pouco progrediu até 1935. Nesta época, os soviéticos inovaram ao ressaltar a importância dos halos de dispersão primários e secundários dos corpos de minério, tomando forma a utilização da geoquímica aplicada à exploração mineral. No entanto, a inexistência de equipamentos analíticos com sensibilidade na faixa de ppm, constitui um fator inibidor para o desenvolvimento da geoquímica.
A década de 40 assistiu ao desenvolvimento da hidrogeoquímica e, a partir de 1950, os métodos geoquímicos exploratórios convencionais já eram ativamente utilizados em todo o mundo. 0 avanço tecnológico e dos equipamentos de química instrumental (raios X, Absorção Atômica, ICP) exerceram um papel fundamental no crescimento da aplicação dos métodos geoquímicos.
No período 1835-1935 foram realizados discretos avanços no campo da geofísica. A magnetometria foi primeiramente empregada na Suécia, em 1879, na pesquisa de minério de ferro. Na prospecção de metais-base, a sua primeira aplicação foi realizada em Sudbury, no ano de 1885.
Após a 1ª Grande Guerra foram empregados na França, pela primeira vez, métodos de corrente elétrica contínua e polarização espontânea. A sua aplicação na exploração mineral disseminou-se posteriormente nos EUA e Canadá.
Na década de 20 foram concebidos e aplicados na Suécia, métodos indiretos de prospecção geofísica, como o de indução e o eletro-magnético.
Quase todos os avanços no campo da geofísica datam do período 1945-1955, incluindo-se a aeromagnetometria de campo total, a eletromagnetometria aérea, a espectometria de raios gama e a polarização induzida.
O aperfeiçoamento e a miniaturização dos equipamentos geofísicos tornaram a sua aplicação progressivamente mais econômica e difundida. Na década de 50, por exemplo, a utilização sistemática dos levantamentos aerogeofísicos constitui o pilar básico da progressão do boom mineral registrado no Canadá.
A utilização do computador multiplicou estas aplicações, na medida em que supriu a elaboração matemática e a formulação de modelos comparativos.
A fase atual (1935-1986) tem sido extremamente rica na diversificação e especialização dos métodos e técnicas exploratórias. 0 progresso mais surpriendente tem sido registrado no campo da metalogênese e dos conceitos sobre a evolução crustal. A tectônica de placas, cuja teoria foi enunciada no início da década de 60, proporcionou uma verdadeira revolução de conceitos e idéias, posteriormente aprofundadas pelo levantamento do fundo dos oceanos durante o Ano Geofísico Internacional.
SIEGEL (1985) tenta projetar para o século XXI as principais tendências da exploração mineral, salientando que as técnicas aplicadas exigirão determinações mineralógicas quantitativas, análises dos constituintes maiores e menores das rochas, caracterização dos padrões de dispersão dos elementos em superfície e na rocha-mãe, registro de elementos multiespectrais em maior número de faixas etc..
Na perseguição destes objetivos, é previsível o desenvolvimento de técnicas instrumentais e de análise, a exemplo dos analisadores portáteis de elementos, espectrómetros de refletância ótica (para minerais), analisadores de fotoluminescência (para minerais e elementos traços), métodos geoquímicos eletroquímicos, analisadores portáteis para gaseS, varreduras muitiespectrais por satélites e aeronaves (scanners) etc..
Apesar do notável avanço tecnológico, não se pode perder de vista o fato de que a utilização de métodos convencionais, aliados a observação e à criatividade, ainda deverão revelar inúmeras jazidas. Um excelente exemplo foi fornecido quando da descoberta do depósito de cobre de Viscaria, na Suécia. Este depósito, descoberto com o auxílio da investigação geoquímica, foi caracterizado somente em 1973, apesar do depósito de ferro de Kiruna, situado na mesma região, ser conhecido desde o início do século e dos depósitos de sulfetos de metais-base, também ali situados, serem lavrados desde 1920.
2. O COMPORTAMENTO DA DEMANDA DE BENS MINERAIS 
2.1 Parâmetros reguladores do processo
A atividade de mineração data de milênios. A extração de cobre no vale de Timna, em Israel, durante o quarto milênio a.C., foi certamente precedida, em tempos longínquos, pela mineração de ardósia ou obsidiana para produzir instrumentos primitivos, como pontas de flechas e machados.
A mineração esteve presente no florescimento das civilizações doOriente Médio e o grau de desenvolvimento social e cultural das civilizações subseqüentes esteve sempre relacionado à habilidade em aprimorar e utilizar os recursos minerais.
A civilização evoluiu da idade da pedra para a idade do bronze e atingiu, no final do Século XX, a era nuclear e espacial, sendo cada etapa marcada pela utilização de bens minerais diversos, o que demonstra claramente a relação entre a sua evolução e a crescente utilização de bens minerais.
RICHARD DE VOS (1984), presidente da Anway Corp., integra, na seguinte fórmula subjetiva, a relação entre a utilização dos recursos minerais e o conforto material da humanidade:
O conforto material da humanidade (CM) - incluindo suas necessidades básicas e acessórias como alimentação, vestuário, comunicação, transporte e manutenção da saúde - depende da utilização dos recursos minerais (RM), da aplicação da energia do homem (EH) a qual pode ser multiplicada pela aplicação de equipamentos e máquinas (M).
E possível que esta visão seja extremada, pelo fato de DE VOS pertencer ao setor de mineração, mas é inegável a influência dos insumos minerais sobre o padrão de vida das diversas sociedades.
Como corolário desta fórmula, verifica-se que o setor mineral é muito sensível às mudanças dos hábitos sociais ou às imposições das legislações reguladoras de determinadas atividades ou comportamentos. Melhor seria alterar a fórmula, adicionando uma potência (g) que simbolizaria a influência exercida pela sociedade (ou seus governos) na alteração dos hábitos e comportamentos:
A potência também poderia ser traduzida como o incentivo ou desestímulo à industria de mineração, a depender de seus reflexos neste campo. Como exemplos atuais, cita-se o provável decréscimo de interesse da humanidade pelo cobre, como condutor elétrico, e o incentivo à utilização de elementos de Terras Raras, como componentes químicos de capacitores e semicondutores, utilizados na indústria eletrônica.
Este mecanismo regula a evolução do setor mineral, que mantém uma forte dependência quanto aos rumos do desenvolvimento cultural e social da humanidade. Apesar disto, ao longo do tempo, têm sido registrados casos esporádicos em que o setor mineral modificou certas tendências sociais (ex: níquel, nióbio).
A população mundial, estimada atualmente em 5 bilhões de habitantes, tem uma projeção de 6 bilhões para o ano 2.000, o que naturalmente provocará uma demanda adicional de recursos minerais para suprir suas necessidades básicas.
Pode-se assegurar com certeza que a humanidade continuará utilizando, em escala crescente, os minérios constituídos de alguns elementos imprescindíveis, tais como o fósforo, o potássio e o enxofre. A estrutura industrial moderna não dispensará o ferro, o manganês, o alumínio, o nióbio, o titânio, terras raras etc.. A sociedade também não deixará de exigir o ouro, a prata, o diamante e as pedras preciosas, apesar do emprego supérfluo que lhes é atribuído.
A produção mineral ocupa uma importante posição no Produto Nacional Bruto (PNB) de diversas nações, variando de 0,5 a 0,1% do PNB dos países pouco desenvolvidos, até 8-10% do PNB em países industrializados e com potencial geológico favorável. Na última década a participação da produção mineral na composição do PNB brasileiro evoluiu de 2 para 4,6%.
Na tentativa de previsão do futuro da indústria mineira no mundo e em particular em determinadas nações, é indispensável analisar com clareza e objetividade três fatores fundamentais:
- rumos da utilização futura dos bens minerais;
- vocação mineral de cada país; e,
- estabilidade política e econômica.
O primeiro fator é dependente dos elementos anteriormente mencionados, e o segundo leva em consideração que a distribuição dos recursos minerais independe das divisões políticas, mas resulta do arcabouço e da evolução geológica das diversas regiões do planeta. 0 terceiro fator relaciona-se ao grau de favorabilidade oferecido por determinado país e aos detentores do capital, sejam eles empresas, agências financeiras ou governos, no sentido de atrair investimentos de risco em mineração.
Estas considerações, aparentemente primárias, são extremamente importantes na definição da estratégia exploratória assumida pelas nações e individualmente pelas corporações mineiras. Por mais incrível que possa parecer, muitas diretrizes exploratórias assumidas ao longo do tempo têm se revelado conflitantes, como decorrência do desconhecimento destes fatores básicos.
2.2 Análise da evolução atual e futura
O período 1981-1984 representou para a indústria mineira mundial o período mais negro da história contemporânea, comparável somente à época da Grande Recessão de 1929.
A década de 60 caracterizou-se pelo expansionismo, alta taxa de produtividade e de investimentos no setor. Vários fatores influenciaram fortemente a mineração no decorrer do período, salientando-se os seguintes:
- fortalecimento do dólar e da indústria americana;
- generalizado avanço da industrialização dos países desenvolvidos sustentado pelo baixo preço da energia (petróleo);
- aceleração do consumo e do desperdício;
- estado de beligerância no sudeste asiático; e,
- alerta do Clube de Roma sobre a possibilidade de carência de recursos naturais em curto espaço de tempo.
Os reflexos deste clima chegaram ao Brasil no final da década e início dos anos 70, quando assistimos a uma verdadeira avalanche de empresas estrangeiras atuando ou especulando no setor mineral. 0 período coincide com o "milagre brasileiro" e a implementação do II PND (Plano Nacional de Desenvolvimento).
Importantes modificações foram introduzidas no setor de mineração nacional, podendo-se destacar:
- criação da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM;
- criação da Rio Doce Geologia e Mineração S.A. - DOCEGEO;
- criação da NUCLEBRAS - Empresas Nucleares Brasileira;
- adoção da exploração mineral centrípeta;
- adoção dos levantamentos aerogeofísicos;
- adoção dos levantamentos geoquímicos;
- utilização de satélites para sensoriamento remoto;
- criação de incentivos fiscais para o setor de mineração; e,
- reinvestimento do Imposto Ünico sobre Mineração (IUM), via organismos estatais etc..
Com a menção da criação de organismos como a CPRM, DOCEGEO e NUCLEBRAS, tenta-se sintetizar a adoção de uma política de produção de documentos geológicos básicos e de exploração mineral sistemática cientificamente conduzida.
De todos os reflexos, talvez o mais importante e que ficará mais profundamente marcado na história da mineração nacional, seja o da mudança do conceito exploratório adotado no país. A prospecção mineral, que anteriormente era do tipo centrífuga, buscando a caracterização de depósitos minerais conhecidos e localizados, passou a ser centrípeta, orientada para identificar depósitos compatíveis com a sua vocação metalogenética, a partir de ambientes geológicos previamente selecionados.
É importante assinalar que à introdução de critérios científicos para a definição e condução de programas exploratórios, aliou-se a adoção de técnicas operacionais modernas na execução de projetos.
Nos anos 70, importantes modificações estruturais afetaram a taxa de crescimento do consumo de metais, com efeitos que se refletiram mais claramente somente no início dos anos 80. 0 cobre constituiu um exemplo maior. Sua progressiva substituição por condutores óticos e a elevação dos custos de produção têm equacionado o "paradigma do cobre". Os custos de comercialização do cobre "wire-bar" são determinados pelos preços oferecidos pelos Chile e Zaire, que colocam em risco a maioria das minas de cobre do resto do mundo ocidental. 0 preço mantém-se baixo e há superoferta do produto. Tal quadro tende a permanecer inalterado por um período indeterminado.
A partir de 1974 o panorama da pesquisa, produção e demanda de bens minerais no cenário mundial, evidenciou ritmo decrescente. Porém, as corporações mineiras, na expectativa de uma reversão da situação, adotaram somente medidas temporárias de ajuste, que se mostraram extremamente

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