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EA D Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos 3 1. OBJETIVOS • Refletir sobre a presença dos livros didáticos na escola, sobre sua contribuição e sobre os cuidados que devemos ter ao adotá-los. • Conhecer o processo de didatização de textos e sua inser- ção no ensino de literatura. • Elaborar critérios para a escolha dos livros paradidáticos e de leitura que costumam acompanhar o ensino de Língua Portuguesa. • Observar a relação entre a literatura e as outras lingua- gens e perceber que contribuições as adaptações de obras literárias podem trazer para o aprendizado do aluno, bem como algumas restrições ao seu uso. © Metodologia do Ensino: Literatura84 2. CONTEÚDOS • Textos didáticos. • Textos didatizados. • Textos paradidáticos. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 1) Lembre-se sempre de que os conceitos contidos no Glossário e no Mapa Conceitual são ferramentas impor- tantes para o estudo das unidades. 2) Na bibliografia indicada ao final desta unidade, você en- contrará indicações importantes para complementar seu estudo sobre os temas que nela trabalharemos. Lembre-se de que este caderno contém apenas referências dos con- teúdos e que, para ampliar sua aprendizagem, você deverá consultar outras fontes indicadas. 3) Os links indicados nesta unidade também oferecem ex- celente material complementar para que você possa am- pliar seu conhecimento a respeito dos livros didáticos, di- datizados e paradidáticos. Acesse-os, leia-os e anote suas observações para discutir, depois, com seus colegas. 4) Nesta unidade, trabalharemos com conceitos e ideias advindos de um projeto de pesquisa desenvolvido na Universidade de São Paulo e que vale a pena conhecer melhor. A circulação de textos na escola Nos anos 1990 e seguintes, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um projeto temático que versava sobre a circulação de textos na escola, sob a coordenação da Profa. Dra. Ligia Chiappini, da USP. O projeto foi desenvolvido a partir da observação sistemática (estágios) de mais de mil horas-aula em es- colas, na sua grande maioria, da rede estadual de ensino; estas observações, registradas, constituíram um banco de dados que foi, depois, minuciosamente analisado por um corpo de pesquisadores que reunia bolsistas de iniciação cien- tífica, professores com bolsa de aperfeiçoamento, mestres e doutores. O resultado dos trabalhos da primeira fase foi apresentado em três volumes, cada um coordenado por um ou mais docentes da USP. O primeiro, denomina- do Aprender e ensinar com textos de alunos (CHAPPINI, 1997a), esteve sob a 85 Claretiano - Centro Universitário © U3 – Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos coordenação de João Wanderley Geraldi, docente da Unicamp e reuniu sete capítulos cuja temática girava em torno das relações entre a fala e a escrita na escola, a produção de textos, a reescritura de textos. O terceiro volume foi coordenado por Adilson Citelli, docente da USP, e teve como título Aprender e ensinar com textos não escolares (CHIAPPINI, 1997b). Nele são apresentadas reflexões sobre alguns meios de comunicação que inci- dem sobre a escola, tais como a televisão, o telejornal, o rádio, os quadrinhos, o teatro e os jogos interativos. O segundo volume, que é o que nos interessa nesta unidade, mais de perto, teve sua composição coordenada por Helena Brandão e Guaraciaba Micheletti, que eram, então, professoras da USP. Intitulado Aprender e ensinar com textos di- dáticos e paradidáticos (CHIAPPINI, 1997), esse volume inclui estudos sobre os textos didáticos e didatizados, a cópia e a leitura oral na escola, os exercícios de interpretação de textos e o trabalho com o poema na escola e os paradidáticos no contexto escolar. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Na unidade anterior, você estudou alguns aspectos que dizem respeito à presença de textos literários na sala de aula do ensino básico. Você deve ter percebido que grande parte dos textos que circulam na escola são provenientes dos livros didáticos, então é sobre eles que nos debruçaremos agora, nesta unidade. Além dos livros didáticos, há também os textos que não são produzidos com finalidades didáticas, mas tornam-se didáticos na medida em que o professor os recorta e os insere no contexto edu- cacional. Esse processo recebe o nome de "didatização", e será objeto do nosso trabalho, também, nesta terceira unidade. Além dos textos didáticos e didatizados, é importante voltar- mos os olhos ainda para os paradidáticos, que costumam acompa- nhar o estudo e suscitam uma série de reflexões. Nesta unidade, trabalharemos também, brevemente, sobre a relação entre a literatura e as outras linguagens, especialmente o cinema, o teatro e a música, procurando refletir sobre como as adaptações de obras literárias para outras linguagens podem con- tribuir para o ensino de literatura. Vamos, pois, aos textos! © Metodologia do Ensino: Literatura86 5. TEXTOS DIDÁTICOS Ao serem inseridos no contexto escolar, os textos – literários e outros – sofrem um processo de didatização, que pode ocorrer em dois níveis: o dos textos didatizados e o dos textos didáticos: O primeiro nível de didatização é o encontrado no livro didático: o autor do manual seleciona os textos que, no geral, não foram escritos visando ao ensino e elabora um trabalho sobre eles. Assim, o pro- fessor, ao adotar o livro, ou ao consultá-lo, estará lançando mão de textos já didatizados, sendo apenas um transmissor do processo de didatização do material que leva a seus alunos (SILVA, 1997, p. 32). Segundo as autoras, o livro didático está no meio estudantil desde antes, ainda, de 1965, quando seu uso é pela primeira vez regulamentado pela legislação educacional. Em 1971, o Parecer n. 853 do Conselho Federal de Educação citava o advento do livro didático "[...] como uma forma de eco- nomia, pois 'se o aluno leria ao final do ginásio cerca de 50 livros, passaria a ler 15 ao final do mesmo período, o que diminuiria o ônus das famílias'." (SILVA, 1997, p. 34). O uso do livro didático, assim, prosperou durante o período da ditadura militar, pois, apoiado pela ideia governamental de ser ele um material condensado e, por isso, mais econômico, facilitava a vida do professor na medida em que trazia para a sala de aula os materiais sancionados pelo governo. Seu uso tem permanecido nas práticas pedagógicas até hoje, em todo o território nacional – o que é, por si, uma questão com- plicada. Pois, veja: Atualmente o livro didático continua equivocado quando se pensa na individualidade do aluno, ou até de um grupo de alunos (o caso das diferenças regionais, por exemplo); no direito à cidadania; na preser- vação do patrimônio cultural etc., pois ele se coloca como um grande modelo que deve ser seguido do Norte ao Sul do país, suprimindo a voz do professor, que por sua vez suprime a voz e as inquietudes do aluno, não deixando acontecer "o cidadão/leitor que pretendemos". O momento histórico do controle ideológico do Estado passou, mas o posicionamento do livro didático permanece (SILVA, 1997, p. 35). 87 Claretiano - Centro Universitário © U3 – Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos Contudo, apesar dos inúmeros estudos que o livro didático vem suscitando ao longo das últimas décadas, seu uso ainda é pra- ticamente obrigatório, ao menos no que diz respeito à educação pública. Segundo informações colhidas no site da Fundação Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE), o governo federal sustenta hoje três programas voltados para a distribuição de livros didáticos: • Programa nacional do Livro Didático (PNDL); • Programa Nacional do Livro Didático para o EnsinoMédio (PNLEM); • Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA). Veja como é feita a distribuição desses livros: No ensino fundamental, os alunos do 1º e 2º ano recebem livros consumíveis (sem necessidade de devolução) de alfabetização matemática e alfabetização linguística. Há ainda a distribuição de obras reutilizáveis de ciências, história, geografia, matemática e lín- gua portuguesa. A partir de 2011, cada estudante do 6º ao 9º ano receberá também livros consumíveis de língua estrangeira (inglês ou espanhol). Já para o ensino médio, a distribuição envolve livros reutilizáveis de língua portuguesa, matemática, história, geografia, biologia, química e física. A novidade a partir de 2012 será o envio de livros consumíveis de língua estrangeira (inglês ou espanhol), filosofia e sociologia (FUNDAÇÃO NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO, 2010). Tanto o PNLD quanto o PNLEM, que nos interessam mais diretamente, têm a mesma forma de funcionamento. As edito- ras inscrevem suas coleções de livros didáticos para participar do processo avaliativo que o Ministério da Educação (MEC) promove. Os livros passam por uma triagem que procura garantir que estes atendam às exigências técnicas e físicas determinadas no edital. A seguir, os livros aprovados são enviados à Secretaria de Educação Básica (SEB), que nomeia um grupo de especialistas para avaliar o © Metodologia do Ensino: Literatura88 material, conforme os critérios da SEB. Os livros aprovados são re- senhados pelos especialistas, e passam a compor um documento denominado Guia do Livro Didático. Esse Guia é disponibilizado aos professores e diretores, que escolhem um, dentre eles, que será adotado em sua escola no ano letivo seguinte, e enviam suas escolhas ao FNDE, que passa, então, a negociar com as editoras a aquisição das obras selecionadas. Os livros reutilizáveis podem ser trocados a cada três anos; os demais são selecionados anualmente. Os critérios adotados pelos especialistas para a seleção dos livros didáticos do PNDL são os seguintes: 1. respeito à legislação, às diretrizes e às normas oficiais relativas ao ensino fundamental; 2. observância aos princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano; 3. coerência e adequação da abordagem teórico-metodológica assumida pela coleção, no que diz respeito à proposta didático – pedagógica explicitada e aos objetivos visados; 4. correção e atualização de conceitos, informações e procedi- mentos; 5. observância das características e finalidades específicas do ma- nual do professor e adequação da coleção à linha pedagógica nele apresentada; e 6. adequação da estrutura editorial e do projeto gráfico aos obje- tivos didático-pedagógicos da coleção (MINISTÉRIO DA EDUCA- ÇÃO, 2010, p. 14). O Guia de livros didáticos oferecido aos professores, com as descrições detalhadas das coleções assinadas pela equipe de es- pecialistas, apresenta uma parte geral, que dispõe sobre a legisla- ção do PNDL e sobre os procedimentos adotados nas escolas para a seleção dos livros. O documento conta também com cadernos de conteúdo es- pecífico, para as disciplinas de Ciências, Geografia, História, Lín- gua Estrangeira, Matemática e Língua Portuguesa. O caderno de Língua Portuguesa, que orienta a escolha de livros para o triênio 89 Claretiano - Centro Universitário © U3 – Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos 2011-2012-2013, indica ao professor os seguintes critérios para a seleção dos manuais: a) Critérios gerais: • Respeito à legislação, às diretrizes e às normas oficiais relativas ao ensino fundamental. • Observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano. • Coerência e adequação da abordagem teórico-metodológica assumida pela coleção, no que diz respeito à proposta didático- -pedagógica explicitada e aos objetivos visados. • Correção e atualização de conceitos, informações e procedi- mentos. • Observância das características e finalidades específicas do ma- nual do professor e adequação da coleção à linha pedagógica nele apresentada. • Adequação da estrutura editorial e do projeto gráfico aos obje- tivos didático-pedagógicos da coleção (MINISTÉRIO DA EDUCA- ÇÃO, 2010a, p. 13-16). b) Critérios específicos: • Relativos à natureza do material textual selecionado; • Relativos ao trabalho com o texto. • Leitura. • Produção de textos escritos. • Relativos ao trabalho com a oralidade. • Relativos ao trabalho com os conhecimentos linguísticos (MI- NISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2010a, p. 21-25). Para saber mais! No site da FNDE, você pode acessar o Guia do Livro Didático: PNDL 1001 – Língua Portuguesa. Acesse em: <http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-guia-do-livro-didatico>. Agora que você conhece o processo pelo qual os livros di- dáticos chegam às escolas públicas de educação básica, observe alguns aspectos analisados pelos pesquisadores do projeto "A cir- culação de textos na escola". © Metodologia do Ensino: Literatura90 A primeira verificação feita pela equipe é que, dentre os tex- tos que circulam na escola, o que predomina é o livro didático. A equipe analisou manuais utilizados nas escolas que fizeram parte da pesquisa, e constatou os seguintes fatos: a) uma dissociação entre o discurso de apresentação do autor da coleção didática e a prática, isto é, esses livros apresentam um programa teórico que se contradiz nas atividades propostas; b) geralmente, o manual didático não apresenta uma coesão in- terna à própria unidade, entre as unidades de um mesmo vo- lume e entre uma série e outra de uma coleção, em termos de gradação de dificuldades e de seleção de tópicos a serem estu- dados; a marca é a fragmentação ou a repetição de conteúdos de uma série para outra; c) uma estrutura comum permeia todas as unidades que se abrem sempre com um texto, que é seguido pelo estudo do vocabulá- rio, questões de interpretação, estudos de gramática e, às ve- zes, produção de texto; d) os livros didáticos são elaborados de forma a serem um ma- terial autossuficiente para o estudo de língua e literatura, pois não incitam a consulta de outros materiais (como dicionários, gramáticas, antologias, obras integrais etc.); e) nessa linha de autossuficiência, os textos são produzidos ou adaptados pelos autores do manual com intuito facilitador, principalmente para as séries iniciais; para as mais avançadas são apresentados fragmentos (nem sempre os trechos mais significativos da obra do autor) que, muitas vezes, retirados inadequadamente do contexto original, prejudicam a interação aluno-leitor-texto; f) a abordagem textual se marca pela "mesmice" dos questioná- rios, que apresentam padrão comum a qualquer texto, ignoran- do as especificidades de tipo e gênero (SILVA, 1997, p. 78). Diante dessas observações, você pode perguntar: então, qual a alternativa do professor, uma vez que a adoção de livros di- dáticos, muitas vezes feita por um período demasiadamente longo e indireto, ainda é uma prática generalizada nas escolas? É sempre bom lembrar o que já dizia Marisa Lajolo, no texto que estudamos (LAJOLO, 1991): é sempre possível fazer um bom trabalho a partir de qualquer texto. Para isso, o professor precisa 91 Claretiano - Centro Universitário © U3 – Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos desobrigar-se de seguir as instruções dos manuais didáticos que considerar inadequadas aos seus objetivos de ensino. Em seguida, o professor pode complementar o que é proposto no livro didático pela seleção de outros textos que complementem e aprofundem esses mesmos objetivos. Éessa a principal função da didatização de textos, que veremos a seguir. 6. TEXTOS DIDATIZADOS Depois do texto didático, segundo pesquisadores da USP, o tipo de texto que mais circula na escola é o didatizado. Já vimos que o livro didático institui-se como um primeiro nível de didati- zação de textos. Há, contudo, um segundo nível, que é o seguinte: O segundo nível [de didatização de textos] é aquele em que o edu- cador pode instituir-se como sujeito do processo, pesquisando tex- tos em diversas fontes e trazendo-os para a sala de aula, com a sua proposta de trabalho (SILVA, 1997, p. 32). Os textos didatizados são, então, selecionados e apresenta- dos aos alunos pelo próprio professor, sem a mediação do autor do manual didático. Ao observar o trabalho feito com estes textos na escola, os pesquisadores notaram que muitos textos coincidiam com aqueles trazidos por manuais diferentes daquele adotado pelo professor – isto é, sua pesquisa restringia-se a outros livros didáticos. Mesmo nos casos em que a seleção do professor recaía sobre textos que usualmente não comparecem nos livros didáticos, a forma de tra- balhar com eles era a mesma, ou seja, o texto muda, mas a dinâ- mica do trabalho continua a mesma. Muitas vezes, segundo essa pesquisa, os textos são levados para a sala de aula como pretextos para o estudo do vocabulário, ou, por exemplo, de aliterações, assonâncias e outros elementos da composição poética/textual. O texto fica, assim, em função de outras aprendizagens e seu conteúdo mais profundo fica perdido na leitura. © Metodologia do Ensino: Literatura92 Há, também, outro problema sério no que diz respeito aos tex- tos didatizados pelo professor: a ausência de dados que indiquem a autoria e a fonte bibliográfica da qual o professor retirou o texto. Omitindo estas informações, perde-se a oportunidade de evidenciar para os alunos que todo texto tem uma autoria, e que esta deve ser respeitada e referida sempre que lidarmos com o texto de outrem. Em tempos de propagação da internet como fonte de pesqui- sa e de acesso ao conhecimento de todas as áreas, o descuido com a autoria pode induzir o leitor/ estudante à ideia de que aquilo que está disponibilizado na rede pertence a qualquer um e pode, por isso, ser apropriado para os fins mais diversos. A apropriação de tex- tos de outra pessoa, sem referir a autoria e a fonte, constitui não apenas um erro de metodologia científica, mas fere o princípio de autoria – em síntese, constitui-se em crime contra o direito autoral. Os pesquisadores concluem: [...] hoje ocorre nas escolas uma naturalização do processo de di- datização, segundo os moldes do manual didático. O texto, mesmo que "original", está fadado a se encaixar em modelos de exercícios preestabelecidos pelo livro didático, presente implícita ou explicita- mente em sala de aula, e [...] o texto didatizados, da maneira que este trabalho o concebe, está ausente da sala de aula devido á ins- titucionalização do manual didático (SILVA, 1997, p. 76). Ora, o texto didatizado está ou não presente na sala de aula? Se está presente, como as autoras concluem pela sua ausência? Isso se explica porque a didatização de textos, no contexto escolar, pressupõe um trabalho que complemente aquele do ma- nual didático, ou que lhe sirva como alternativa. Se, contudo, o professor leva para a sala de aula textos de outros manuais e ainda trabalha com eles da mesma forma que o livro didático, onde está a novidade? Onde está a marca autoral do professor, que deveria ser o sujeito do processo de didatização? É nesse sentido que as autoras concluem que a didatização está ausente da escola. Parece que falta ao professor a ousadia de romper com os modelos do manual didático e de explorar, no 93 Claretiano - Centro Universitário © U3 – Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos texto, o que ele tem de melhor, que é a sua leitura, o acesso a ca- madas progressivamente mais profundas de significação para os diferentes leitores. O livro didático instala-se no processo de ensino e aprendi- zagem com uma autoridade inquestionável, que é reforçada não só pelo professor, que vê nele um facilitador de seu trabalho, abdi- cando, assim, de pensar por si só a respeito do texto literário. Muitas vezes, a ditadura do livro didático é reforçada por po- líticas como a do PNDL, em que o professor não tem autonomia de avaliar com seus próprios critérios o livro a ser adotado – e, menos ainda, de dispensar o uso do livro didático. Este, quando não é adotado nas escolas, é substituído pelas apostilas, que cumprem a mesma função. Políticas de formação de professores como a que adota, atualmente, o Estado de São Paulo também contribuem para o "emburrecimento" do professor. Este recebe do Estado um trei- namento para a condução do processo educativo e, quanto mais à risca o docente seguir as indicações do Estado, mais será valoriza- do – isto é, seu salário aumenta em função das gratificações dadas, por meio de avaliação periódica, aos professores que adotaram as proposições do Estado na íntegra. O que causa espanto e tristeza é concluir que as políticas públicas pressupõem que os professores não são mais capazes de desempenhar responsável e eficientemente o seu trabalho. Se isso é verdade, em muitos casos (basta para isso espiarmos os noticiá- rios), não será por que a profissão docente está tão desvalorizada que não incita mais no profissional da educação o gosto de tornar- -se um profissional cada vez melhor? Esta, porém, é uma questão que foge ao âmbito específico deste nosso Caderno de Referência de Conteúdo. Voltemos, pois, a ela. Além dos textos didáticos e didatizados, outro tipo de texto largamente adotado nas escolas, principalmente no ensino funda- mental, é o paradidático. © Metodologia do Ensino: Literatura94 7. TEXTOS PARADIDÁTICOS Etimologicamente, a palavra "paradidático" quer dizer "aqui- lo que está ao lado do didático". No contexto escolar, trata-se de um conjunto de obras produzidas para a leitura na escola e utiliza- das como complemento para a aprendizagem nas diferentes áreas do conhecimento. Os livros paradidáticos são adotados principalmente no ensi- no fundamental e acompanham todo o processo de alfabetização dos alunos. A produção editorial de paradidáticos responde pelo maior mercado de consumo de literatura do país. Dados de 1998 esti- mam que a venda desses títulos chega a 4 milhões de exemplares por ano, movimentando o que correspondia a um faturamento de vinte e cinco milhões de reais para as editoras. Na década de 1970, o mercado de paradidáticos oferecia aos lei- tores, prioritariamente, histórias de aventuras, tais como as que inte- gravam a antológica Coleção Vagalume, da editora Ática. Na década de 1980, a temática começou a incluir as histórias policiais. Nomes como Marcos Rey e Pedro Bandeira destacam-se nesse setor, obtendo algo difícil de conquistar pelos autores tradicionais de literatura: renda. Num país em que o livro está longe de ser um disputado bem de consumo, esses autores conseguiram a proeza de se profissionali- zar, ganhando um bom dinheiro para os padrões editoriais brasi- leiros. Muitos vivem confortavelmente apenas com o resultado do trabalho com a pena (GRAIEB, 1998). Embora haja muitos títulos desprezíveis publicados sob o selo de paradidáticos, o fato é que essa literatura está presente em todas as escolas e sua leitura é incentivada largamente pelos professores. As pesquisadoras Ana Maria Bonato Garcez Yasuda e Maria José Ciccone Teixeira, da USP, fizeram um estudo sobre a circula- ção dos paradidáticos no contexto escolar. As autoras comentam: 95 Claretiano - Centro Universitário © U3 – Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos Dianteda vasta produção editorial de obras chamadas paradidáti- cas, tanto ficcionais quanto informativas, bem como da significati- va produção acadêmica voltada para estes textos, esperava-se que sua circulação, nas escolas observadas, fosse considerável. Não é, entretanto, o que refletem os dados coletados nos quinze diários de campo, pelo número de episódios de leitura ou atividades de- senvolvidas com esses livros, considerando-se que foram levados em conta não só os paradidáticos usados em Língua Portuguesa, mas em todas as disciplinas (YASUDA; TEIXEIRA, 1997, p. 167). As pesquisadoras observaram que nas escolas quase não há oportunidades para a leitura dessas obras, nem para a manifesta- ção daquilo que os leitores puderam apreender de suas leituras. Consideradas como textos extraclasses, essas leituras são indica- das como complemento das atividades escolares, e devem ser fei- tas, via de regra, no tempo que o estudante está fora da escola. O paradidático é especialmente presente nos projetos e currí- culos que trabalham com a interdisciplinaridade. Isso ocorre porque há uma vasta linha de paradidáticos voltados para outras áreas do conhecimento, como Ciências, Física, Matemática, História, Geografia etc. Nesse sentido, o trabalho conjunto entre os docentes de Língua Portuguesa e de outras áreas específicas pode trazer resultados mais eficientes para o aproveitamento da leitura – desde que esse trabalho seja realmente orientado, e não legado apenas ao estudante, como se este, autonomamente, fosse capaz de apreender todos os níveis de significação de uma obra contando apenas com a sua própria leitura. O que se observou, em várias escolas, é que as proposta de trabalho escolar com os paradidáticos são muito variadas: As propostas de trabalho pedagógico com os paradidáticos, regis- tradas nos diários de campo, vão desde aquelas em que o professor age como mediador (e, baseando-se nas impressões verbalizadas pelos alunos, leva-os a perceber a estratégia de leitura mais ade- quada a cada texto), até as mais tradicionais, tais como resumo, preenchimento de fichas, que restringem a leitura à superfície do texto e não levam em conta a atribuição de sentido construída pelo leitor (YASUDA; TEIXEIRA, 1997, p. 169). Há, entre os títulos paradidáticos, alguns que rapidamente são esquecidos, e outros mais clássicos, cuja permanência nas es- © Metodologia do Ensino: Literatura96 colas atravessa décadas. Esse é o caso das produções de Montei- ro Lobato, Fernanda Lopes de Almeida, João Carlos Marinho, Ana Maria Machado, Ziraldo e outros. Suas obras são, geralmente, con- sideradas de boa qualidade, em relação a tantos outros autores que produzem obras paradidáticas de baixíssima qualidade literá- ria, cujos enredos repetem esquemas narrativos já banalizados e previsíveis de histórias de amor e de ação. A respeito dessas obras, Yasuda e Teixeira comentam: Dificilmente seriam importantes para a formação de um leitor críti- co, pois apenas espelham o nível de leitura, de conhecimento e de linguagem do jovem. A par disso, sem a magia dos contos de fadas nem o fabuloso do realismo fantástico, as aventuras rocambolescas ou pretensamente intimistas que contam tornam-se inverossímeis e dificilmente envolvem o leitor, mesmo sendo esse aluno da escola pública, com pequena bagagem de leitura, mas com rica experiên- cia de vida (YASUDA; TEIXEIRA, 1997, p. 174). As pesquisadoras comentam, também, que a escolha de um bom título não garante, por si, um bom trabalho com a leitura. É o que acontece, por exemplo, com os textos da coleção Para Gostar de Ler, também da Ática. São textos quase sempre presentes na lis- ta de livros lidos pelos alunos, não tanto por sua qualidade literá- ria, mas por serem textos curtos, geralmente crônicas, que tratam de temas do cotidiano. Parece, então, que a escolha do professor recai sobre os textos considerados de leitura mais fácil. Veja, no quadro a seguir, um fragmento do texto de Yasuda e Teixeira. As autoras abordam, com muita propriedade, os tipos de paradidáticos que mais circulavam na escola, nos anos 1990. O tipo de paradidático que mais circula na escola ––––––––– Ana Maria Bonato Grazes Yasuda Maria José Ciccone Teixeira Primeiramente é preciso esclarecer que existem no mercado excelentes publi- cações paradidáticas infanto-juvenis, mas que, infelizmente, não é o caso da grande maioria das que chegam à escola. [...] [Estas] são histórias cujo enredo consiste sobretudo em ação, em que o protagonista é um jovem adolescente que com sua turma vence o grupo adversário, representado pelos vilões, geralmente adultos. Ou são histórias que narram conflitos existenciais vividos por adoles- centes. 97 Claretiano - Centro Universitário © U3 – Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos São narradas numa linguagem estereotipada que tenta reproduzir a maneira de falar e de viver do jovem. Há casos em que a tentativa é tão forçada, pelo uso de gírias localizadas no tempo e no espaço e facilmente descartáveis, sobre- tudo pela rotatividade de expressões veiculadas pelos meios de comunicação de massas, que livros com cerca de dez, quinze anos de existência tornam-se velhos e necessitam ser "traduzidos" para o leitor/aluno. Com relação às publi- cações de meados da década de 80 em diante, começa a ocorrer uma inversão dessa linguagem: "a pressão da escola ocorreu no sentido de um retorno a uma linguagem distante da experiência de vida da criança..." [RAMOS, Maria Cecí- lia Mattoso. O paradidático: esse rendoso desconhecido. Tese de Doutorado, FFLCH-USP, 1987. (Inédito)]. Ou seja, a escola tende a incorrer em extremos, ora valorizando apenas as novidades, ora as obras estritamente didáticas. As publicações que apresentam uma linguagem bem cuidada, mas, no entanto, próxima da vivência do aluno, mais dificilmente chegam às mãos do professor, porque são, em grande parte, obras cujo custo editorial é mais elevado e não são endereçadas com exclusividade ao mercado escolar. Além disso, demandam maior esforço intelectual para sua fruição. Dois fatores – preço e facilidade – in- terferem na indicação, já que, numa sociedade de consumo, os bens culturais perdem espaço para os que podem ostentar maior prestígio social. Com relação à facilidade, o professor subestima o aluno por considerá-lo incapaz de entender textos mais elaborados; subestima também sua própria capacidade de leitor ao excluir de suas escolhas as obras que não se façam acompanhar de suplemen- tos de trabalho. Quer dizer, o professor abre mão de sua condição de sujeito que, assim como o aluno, constrói o conhecimento. A leitura de publicações destas diferentes épocas pode revelar obras que se tor- naram ultrapassadas, desinteressantes, porque, sem outros recursos a oferecer ao leitor, se apoiaram excessivamente na reprodução da linguagem atribuída ao jovem pela mídia da época. Outras, entretanto, como os primeiros livros de João Carlos Marinho, por sua qualidade literária, continuam encantando os leitores, além de aludirem ironicamente à história recente do país. É impossível, porém, ignorar a produção dos paradidáticos e a dificuldade de acesso, por parte dos professores, a uma maior variedade dessa produção. Já que, valendo-se da falta de tempo do professor para ler e selecionar melhor suas indicações, como também de baixos salários que não lhe permitem usufruir de bens culturais, como os livros, as editoras mais agressivas acabam impondo às escolas um determinado tipo de texto, e também como este deve ser abordado via suplemento de atividades. Assim, o esforço do professor para superar seus próprios limites de leitor crítico são desestimulados de antemão. Seria então necessário pensar se e como o paradidático poderia ocupar seu pa- pel na formação de leitores de literatura sem adjetivos: nem infantil, nem juvenil.[...] (YASUDA; TEIXEIRA, 1997, p. 177-180). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Se você já atua como professor de Língua Portuguesa, a rea- lidade descrita pelas pesquisadoras certamente é-lhe familiar. A escolha de títulos para a chamada leitura extraclasse é condicio- nada pelas oportunidades que tem o professor de ter acessos a essa produção. © Metodologia do Ensino: Literatura98 Vale lembrar, porém, que as políticas educacionais vêm atentando, há alguns anos, para essa questão. Além dos progra- mas de distribuição do livro didático, há outro programa do MEC que procura incentivar a leitura nas escolas: o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Criado em 1997, o PNBE busca promover o hábito de leitura em alunos e professores, mediante a seleção, feita anualmente por uma equipe de técnicos contratados pelo MEC, de títulos que vão compondo, para as escolas, tanto o acervo de leituras para os alu- nos do ensino fundamental e médio, quanto para os professores, incluindo títulos voltados para a reflexão sobre a prática docente. Vale notar que uma iniciativa desse porte, sem dúvida valio- sa, pode ser "boicotada" por um mau trabalho com o texto, ou por um trabalho que fique condicionado aos níveis mais superficiais de leitura. Para os paradidáticos, vale o mesmo que havíamos con- cluído a respeito dos textos didáticos, e que havia sido apontado por Marisa Lajolo, mesmo com um texto ruim, é possível fazer um bom trabalho. 8. TEXTOS COMPLEMENTARES Além da leitura dos textos integrais que comentamos aqui, você pode aprofundar mais o conhecimento sobre a temática desta unidade a partir da leitura dos seguintes textos complementares: • MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Guia de livros didáticos: PNDL 2011 – Língua Portuguesa. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica, 2011. • Neste Guia, elaborado para orientar os professores na escolha dos livros didáticos, você poderá encontrar não apenas as diretrizes de avaliação dos livros didáticos para o ensino de Língua Portuguesa, mas também a legislação nacional que regula a presença dos manuais didáticos nas escolas. 99 Claretiano - Centro Universitário © U3 – Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos • SANTOS, Cícero Gabriel dos; REINALDO, Maria Augusta Gon- çalves de M. A escolha do livro didático de língua portuguesa e o uso desse material em sala de aula: implicações para o ensino da escrita. Disponível em: <http://www.linguaeduca- cao.net/press/05.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2010. • Neste artigo, os autores fazem outras considerações so- bre o livro didático de Língua Portuguesa e enfocam, es- pecialmente, as propostas nele contidas para o trabalho com a produção de textos. • FARBIARZ, Jackeline Lima; CAVALCANTE, Nathália Sá. O livro didático de língua portuguesa em uma sociedade educacional. Disponível em: <http://www.maxwell.lamb- da.ele.puc-rio.br/11979/11979.PDF>. • Neste artigo, as autoras analisam o livro didático de Lín- gua Portuguesa do ponto de vista das imagens nele pre- sentes, tendo como critério de avaliação os mesmos di- vulgados no Guia do Livro Didático. 9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS As questões de autoavaliação a seguir foram sugeridas para que você possa avaliar os resultados de seu estudo neste Cader- no de Referência de Conteúdo. Lembre-se de que elas são mais um parâmetro para que você possa aferir a qualidade de sua apren- dizagem. Assim, se encontrar dificuldades em respondê-las, reto- me a leitura da unidade. Caso as dificuldades persistam, procure esclarecê-las com seu tutor. 1) Considere a seguinte afirmação: O uso do livro didático, assim, prosperou durante o período da di- tadura militar, pois, apoiado pela ideia governamental de ser ele um material condensado e, por isso, mais econômico, facilitava a vida do professor na medida em que trazia para a sala de aula os materiais sancionados pelo governo (SILVA, 2011, p. 5). © Metodologia do Ensino: Literatura100 Levando em conta o que você estudou nesta unidade, explique o caráter auto- ritário do livro didático, que permanece até os nossos dias. 2) Você viu, nesta unidade, que as políticas educacionais contemplam alguns programas que visam incentivar a leitura, seja mediante a distribuição de livros didáticos pré-selecionados para as escolas – é o caso do Programa Na- cional do Livro Didático (PNDL), seja com a ampliação do acervo bibliográfico das escolas, promovido pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Observe, agora, a Figura 2 com o gráfico a seguir: Gráfico 1 - Médias de Proficiência em Lingua Portuguesa - Brasil 1995 - 2005 Fonte: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, 2007, p. 6. Figura 2 Médias de Proficiência em Língua Portuguesa – SAEB. Você deve ter notado que, em termos gerais, as médias de proficiência em Língua Portuguesa no SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica - vêm diminuindo. Considerando o que você estudou nesta unidade, e considerando também que os professores têm em mãos material julgado de boa qualidade, qual a sua hipótese para a queda nos índices de Língua Portuguesa do SAEB? 3) As pesquisadoras da Universidade de São Paulo, no âmbito do projeto "A Circulação de Textos na Escola", afirmam que, depois do livro didático, os textos didatizados são os que têm mais presença na escola. Contudo, ao final, elas concluem o seguinte: [...] hoje ocorre nas escolas uma naturalização do processo de di- datização, segundo os moldes do manual didático. O texto, mesmo que "original", está fadado a se encaixar em modelos de exercícios preestabelecidos pelo livro didático, presente implícita ou explici- tamente em sala de aula, e [...] o texto didatizado, da maneira que este trabalho o concebe, está ausente da sala de aula devido à ins- titucionalização do manual didático (SILVA, 1997, p. 76). Explique por que os textos didatizados presentes na escola não correspondem a um modelo adequado de didatização. 101 Claretiano - Centro Universitário © U3 – Textos Didáticos, Didatizados e Paradidáticos 4) Por que é possível afirmar que os textos paradidáticos se prestam bem aos projetos intertextuais na educação fundamental? Procure entender esta questão, lembrando exemplos de textos que poderiam ser trabalhados, con- juntamente, em Língua Portuguesa e em outras disciplinas. 10. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade, fizemos algumas reflexões sobre os textos didáticos, didatizados e paradidáticos que circulam no ambiente escolar. Eles são importantes instrumentos de apoio ao professor e, por esse motivo, sua presença na sala de aula deve ser objeto da nossa atenção. Tudo o que ocorre na sala de aula é responsabilidade direta do professor, é ele quem responde, em primeira instância, pela sala de aula e pela condução do processo de aprendizagem de seus alunos. Questionar o uso dos materiais didáticos ou paradidáticos que circulam na escola é, portanto, parte de sua tarefa! 11. E-REFERÊNCIAS FUNDAÇÃO NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Programas – Livro Didático. [2010]. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-livro- didatico>. Acesso em: 12 ago. 2010. SANTOS, Cícero Gabriel dos; REINALDO, Maria Augusta Gonçalves de M. A escolha do livro didático de língua portuguesa e o uso desse material em sala de aula: implicações para o ensino da escrita. Disponível em: <http://www.linguaeducacao.net/press/05. pdf>. Acesso em: 13 ago. 2010. FARBIARZ, Jackeline Lima; CAVALCANTE, Nathália Sá. O livro didático de língua portuguesa em uma sociedade educacional. Disponível em: <http://www.maxwell.lambda.ele.puc- rio.br/11979/11979.PDF>. Acesso: 13 ago. 2010. GRAIEB, Carlos. Para gostar de ler. Disponível em: <http://veja.abril.com. br/130598/p_134.html>.Acesso em: 13 ago. 2010. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE): leitura e bibliotecas nas escolas públicas brasileiras. Brasília: Ministério da Educação, 2008. Coordenação-Geral de Materiais Didáticos; elaboração de Andréa Berenblum e Jane Paiva. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Avalmat/livro_mec_ final_baixa.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2010. © Metodologia do Ensino: Literatura102 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SAEB 2005 - primeiros resultados: Médias de desempenho do SAEB/2005 em perspectiva comparada. fev 2007. Disponível em: <http://www.inep. gov.br/download/saeb/2005/SAEB1995_2005.pdf>. Acesso em: 13 ago. 2010. 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAPPINI, Ligia (Coord.). Aprender e ensinar com textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez, 1997. v. 2, coordenado por Helena Brandão e Guaraciaba Micheletti. CHIAPPINI, Ligia (Coord.). Aprender e ensinar com textos não escolares. São Paulo: Cortez, 1997b. v. 3, coordenado por Adilson Citelli. CHIAPPINI, Lígia (Coord.) Aprender e ensinar com textos de alunos. São Paulo: Cortez, 1997a. v. 1, coordenado por João Wanderley Geraldi e Beatriz Citelli. SILVA, Ana Cláudia da et al. A leitura do texto didático e didatizado. In: CHIAPPINI, Ligia (Coord.). Aprender e ensinar com textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez, 1997. p. 31-93. SILVA, Ana Cláudia da. Metodologia de ensino: Literatura. Batatais (SP): Centro Universitário Claretiano, 2011. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Guia de livros didáticos: PNDL 2011. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica, 2010. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Guia de livros didáticos: PNDL 2011 – Língua Portuguesa. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica, 2010a. YASUDA, Ana Maria Bonato Garcez; TEIXEIRA, Maria José Ciccone. A circulação do paradidático no cotidiano escolar. In: CHIAPPINI, Ligia (Coord.). Aprender e ensinar com textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez, 1997. p. 167-195.
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