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Ação Penal Pública
Princípios
1. Princípio da obrigatoriedade
Este princípio nasce quando o membro do MP possui em suas mãos indícios suficientes de autoria e participação e prova da materialidade. Neste caso, a partir deste momento, o membro do Ministério Público está obrigado a oferecer a denúncia, pois o interesse é público.
Na dúvida, deve-se oferecer a denúncia, pois vige o princípio do “in dubiu pro societates”, ou seja, não vige o princípio do “in dubiu pro reu”.
Esse princípio não é absoluto, pois há transação penal (art. 76 da Lei 9.099/95). O MP, nesta oportunidade, tem uma discricionariedade regrada (regrada, pois há discricionariedade apenas diante da transação penal).
2. Princípio da indisponibilidade
O art. 42 do CPP dá sustentabilidade a este princípio. Apenas se fala em princípio da indisponibilidade a partir do oferecimento da denúncia (note que a obrigatoriedade surge antes do oferecimento da denúncia). Segundo este princípio, oferecida a denúncia, o Membro do Ministério Público não pode desistir, pois o interesse envolvido é público.
Este princípio não é absoluto em razão do instituto da suspensão condicional do processo. A proposta de Suspensão condicional do processo é realizada após o oferecimento da denúncia e deve respeitar os requisitos do art. 77 do CP. Após oferecer a denúncia, o membro do Ministério Público possui, também aqui, uma discricionariedade regrada.
Lembre-se que, se o juiz discordar, deve o Juiz enviar os autos ao Procurador Geral (analogia ao art. 28 do CPP).
3. Princípio da oficialidade
Tem base no art. 129, inciso I, da Constituição Federal, bem como no art. 257 e 24 do CPP, e ainda, no art. 100 do CP.
O único órgão apto a oferecer a denúncia é o Ministério Público.
4. Princípio da intranscendência (ou pessoalidade/ intransmissibilidade)
A pena não passará da pessoa do condenado, pois a responsabilidade penal, no Brasil, é subjetiva. Portanto, a ação somente pode ser ofertada contra aquele (s) que de alguma maneira contribuíram, como autor ou partícipe, para pratica da infração penal. Por esse motivo, por exemplo, os herdeiros não podem ser responsabilizados.
O STF criou a Teoria da Dupla Imputação que terá aplicabilidade, apenas, nos crimes ambientais que envolvam pessoa jurídica. Nestes casos, não absta a denúncia ser oferecida apenas contra pessoa jurídica. A denúncia deve também ser oferecida contra a pessoa física, porém, não é pessoa física responsável pela empresa, sob pena de responsabilização objetiva.
5. Princípio da indivisibilidade/ divisibilidade
Princípio da Indivisibilidade significa que havendo indícios de autoria ou participação contra vários investigados, o Ministério público não pode escolher. Deve oferecer denúncia contra todos se em relação a todos eles houver indícios de autoria e participação.
O problema é que, na prática, o STF, em 2009, ao julgar uma questão, suscitou Princípio da Divisibilidade, de modo que, hoje, a maioria da doutrina diz que o nome correto é divisibilidade. Ocorre que a ótica do STF foi diferente, embora a conclusão fosse a mesma. A Ação continua sendo indivisível, contudo, naquele caso concreto, havia alguns réus em que ainda não haviam indícios suficientes de autoria e participação, razão pela qual o STF mandou voltar quanto a estes dividindo. Passou, então, a chamar de divisibilidade, embora a ação continue a ser indivisível.
Espécies 
1. Ação Penal Pública Incondicionada
É a regra dentro dos crimes de Ação Penal Pública, pois há o princípio da proporcionalidade, segundo o qual serão de ação penal pública incondicionada os crimes mais graves.
A doutrina erra ao dizer que o crime de ação penal pública será incondicionada quando a lei fica em silêncio. É o caso, por exemplo, dos Crimes licitatórios declara, expressamente, no art. 100, que todos os crimes ali são de crimes de Ação Penal Pública Incondicionada, portanto, nem sempre a lei fica em silêncio. Pela proporcionalidade, é fácil concluir que é incondicionada, pois há probidade administrativa envolvida, etc. Outro exemplo é o crime de estupro de vulnerável (art. 225 do CP) são crimes de ação penal pública incondicionada por declaração expressa da lei.
STF Súmula nº 608 – 17/10/1984 – DJ de 29/10/1984, p. 18113; DJ de 30/10/1984, p. 18201; DJ de 31/10/1984, p. 18285.
Estupro – Violência Real – Ação Penal
No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada.
Problema: Em 2009, o art. 225 do CP, que trata dos crimes contra a dignidade sexual, foi alterado, passando a dispor o seguinte: os crimes contra dignidade sexual, a ação penal é pública condicionada, salvo contra vulnerável e menor de 18 anos.
Ação Penal – Crime de Sonegação Fiscal
É pública incondicionada a ação penal por crime de sonegação fiscal.
O crime tributário só está tipificado como crime, desde que haja o lançamento definitivo do crédito tributário, porém, isso não é condição de representação, mas condição de tipificação. Antes do lançamento, o fato é atípico. A partir do momento que o fato passa a ser típico, o MP pode oferecer a denúncia, sem necessidade de representação.
2. Ação Penal Pública Condicionada
É condicionada a representação da vítima ou de seu representante legal, ou ainda, condicionada a requisição do Ministro da Justiça.
Ação Penal Pública condicionada a representação
A representação é uma condição de procedibilidade. Cuidado, pois não é condição de prosseguibilidade (condição de prosseguimento) que ocorre após o oferecimento da inicial, ao passo que a procedibilidade ocorre antes do oferecimento da inicial.
Esta representação não exige rigor formal. Pode ser feita oralmente, ou ainda, por escrito. Pode, também, ser feita pessoalmente ou por meio de procurador com poderes especiais (não precisa ser advogado) 
Caso a pessoa seja menor de 18 anos, a representação será feita por intermédio de representante legal. Entretanto, caso haja um conflito de interesses entre o representante e o menor, então, o magistrado da vara da infância e juventude deverá nomear um curador especial. E se o indivíduo é maior de 18 anos e seja incapaz? Neste caso, também será nomeado um curador especial, porém pelo juiz da vara criminal.
O curador especial, quando nomeado, não está obrigado a representar.
Havendo a representação, o Ministério Público não está vinculado a oferecer a denúncia, pois pelo princípio da obrigatoriedade, o MP só está obrigado a oferecer a denúncia quando entende presentes os indícios de autoria e prova da existência do crime.
A representação poderá ser endereçada para a autoridade policial ou para o Ministério Público, ou ainda, para o Magistrado.
Ademais, a representação deve ocorrer no prazo de 6 meses contados do conhecimento da autoria delitiva. Note que não é necessariamente da ocorrência do fato. O conhecimento da autoria delitiva significa a certeza a autoria delitiva. Esse prazo de 6 meses está previsto no art. 38 do CPP, bem como no art. 103 do CP. Problema: Se está nos dois códigos, qual é a natureza jurídica desse prazo? A natureza, para contagem, é de direito material, portanto, inclui o dia do começo e exclui o dia do fim. Assim, será computado nos termos do art. 10 do CP. Caso não seja observado, gera a extinção da punibilidade pela Pecadência. (art. 107, IV do CP) – este prazo não se interrompe, nem se suspende.
Retratação da Representação
O art. 25 do CPP e art. 102 do CP preveem a matéria. Pode ocorrer a retratação, desde que seja antes do oferecimento da denúncia. Deve ser antes do oferecimento da denúncia, pois há o princípio da indisponibilidade.
Ação Penal Pública condicionada a requisição do Ministro da Justiça
Há nos crimes:
1. Praticados contra a honra do Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro (art. 141 c.c art. 145, parágrafo único do CP);
2. Praticados estrangeiro contra brasileiro fora do território nacional (art. 7º, § 3º, alínea b, CP).
A requisição, aqui, não pode ser interpretada como ordem, mas apenas como condição de procedibilidade, ouseja, a requisição do Ministro da Justiça não vincula/ obriga o membro do MP a oferecer a denúncia.
Segundo prevalece na doutrina, o Min. Da Justiça tem a faculdade/ discricionariedade ao requisitar, ou seja, não está obrigado a requisitar. Trata-se de um ato político.
A lei não prevê um prazo para requisição do Ministro da Justiça. Entretanto, prevalece no Brasil que o prazo não pode ser perpétuo, pois estaria se criando um crime imprescritível que apenas poderia estar previsto na CF. Assim, entende-se que o prazo prescricional segue o prazo de prescrição do crime em análise.
A petição inicial é a denúncia. Para que não seja inepta (art. 41 do CPP), tem que preencher alguns requisitos legais, quais sejam:
Exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias. A jurisprudência diz que significa mostrar qual foi a conduta do indivíduo para que ele possa se defende. Não se exige a exposição pormenorizada. Tem que apontar a conduta do indivíduo, evitando, assim, a denúncia genérica.
Qualificação do acusado ou dados que possam identifica-lo.
Classificação do crime: é essencial, pois e ela quem delimita o rito, embora possa ser alterada pelo instituto da mutatio libeli.
Não é requisito o arrolamento de testemunhas. O rol de testemunhas é prova preclusiva (se não houver, o MP perde o direito de arrolar testemunhas que poderão, porém, ser ouvidas a critério do juiz em homenagem ao princípio da verdade real), entretanto, a falta de arrolamento não torna a denúncia inepta.
O prazo para oferecimento da denúncia é, em regra, aquele enunciado no Código de Processo Penal:
a. Investigado preso: 5 dias
b. Investigado solto: 15 dias

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