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Aula 5 Doença de New Castle

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SANIDADE AVÍCOLA
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Doença de New Castle
Enorme importância na avicultura. Doença de notificação obrigatória. Pneumoencefalite das aves
Etiologia:
Família: Paramyxoviridade
Sub-Família: Paramyxovirinae
Gênero: Avulavirus . 
 Parainfluenzavirus tipo 1 (APMV-1). Genoma: RNA IPCI>0,7
Possui certa importância na saúde pública porque as pessoas que manipulam animais com o vírus em necropsia, abatedouro, etc, podem desenvolver uma conjuntivite branda. Mortalidade altíssima, pode dizimar todo um plantel sem que haja sintomatologia. 
O vírus avulavirus perpetua em carcaças congeladas e chegou ao Brasil através das importações dos estados de Belém e Manaus de cortes de carne de frango congelados dos EUA na década de 50.
O avestruz geralmente funciona apenas como reservatório.
Resistência: Inativado a temperatura ambiente pelos seguintes agentes químicos:
Álcool etílico 70%, Fenol 3%, Tintura de iodo 1%, Lisol 1%, Soda caustica 2%, Acetona 50%, Permanganato de potássio (1:5000) e Temperatura. 
Possui resistência muito grande quando está associado ao congelamento, resfriamento ou quando está em material fecal. Quando isso acontece, perpetua-se por muito tempo. 
É inativado em temperatura ambiente pelos agentes: álcool 70%, fenol 3%, soda cáustica 2% e acetona 50%; ou seja, um controle sanitário simples pode inativar o agente, o que justifica a ausência de vacinação em algumas áreas que mantem essa manutenção sanitária eficiente.
O vírus permanece viável em: Penugem de pinto (37ºC) - 87 dias, Superfície de ovos – 126 dias, em aviários – 235 dias, Órgãos de aves (37ºC) – 125 dias.
Sensibilidade: o cozimento (100ºC) destrói o vírus
EPIDEMIOLOGIA
Velogênico viscerotrópico – quadro de comprometimento respiratório; severas lesões hemorrágicas em vários órgãos, podendo chegar a 100% de mortalidade. Algumas cepas podem causar morte súbita anda sem lesões, são altamente patogênicas.
Velogênico neurotrópico – cepas altamente patogênicas, mas com tropismo pelo SNC além do tropismo pelo sistema respiratório, causando quadros de paralisia, podendo chegar a 80% de mortalidade do plantel. Inicialmente também há quadro de comprometimento respiratório, evoluindo para lesões severas no SNC. Fazer diagnóstico diferencial com a deficiência de vitamina E, que causa sintomatologia nervosa assim como a doença de New Castle. 
Mesogênico – seria uma forma mais branda da anterior, onde tem-se um quadro respiratório e neurológico mais brando com mortalidade mais baixa – cerca de 10%.
Letogênica ou vacinal – cepas que tem a capacidade de causar reação das vias respiratórias, mas não leva ao aparecimento da doença clínica. Essas cepas são usadas muito rotineiramente como vacina.
Entérica assintomática – não há sintomatologia; os vírus, quando isolados, podem ser usados para vacinas.
Hospedeiros:
Além das aves, o VDN pode infectar várias espécies de répteis, mamíferos e até o homem. Experimentalmente ou naturalmente, mais de 241 espécies de aves, representando 27 das 50 ordens de aves existentes
Panzootias:
A primeira em 1926 e a sua difusão para a maioria dos países do mundo.
A segunda o final de 1960 no Oriente Médio (até 1973).
A terceira em 1970 (doença neurotrópica em pombos). Até 1984 na Inglaterra
A doença no Brasil:
- Belém e Macapá, em 1953 
- Na década de 70 – Newcastle viscerotrópica.
 - De 1971 a 1979 a doença (9,8% prevalência) constitui-se no terceiro problema sanitário.
 - Entre 1975 e 1980 a DN (10,68% prevalência) constitui-se no segundo problema sanitário.
- Entre 1980 e 1995 – vários focos/vários estados 
- Em 1997 (Avestruzes) e 1999 (Aves Exóticas)
 - De 1995 até hoje: vários focos (aves de criação de subsistência)
Difusão :
 Através de produtos contaminados ou por aerossóis de aves infectadas (aves com sintomas respiratórios excretam o vírus em aerossóis), por fezes contaminadas (ração ou água contaminada), animais (pequenos roedores, insetos e artrópodes), produtos e subprodutos de aves abatidas. 
Subprodutos de aves infectadas e utilizadas com matéria-prima para rações.
Contato com humanos (forte associação entre um surto com o movimento do homem e seus fômites).
Aves selvagens e Silvestres.
- O sucesso da propagação do VDN é facilitado pela capacidade do vírus sobreviver em hospedeiros mortos ou excreções. O quadro respiratório é o mesmo para todos os casos, e sempre acontece. É o sinal mais evidente da Doença de Newcastle.
Índice de Patogenicidade Intra Cerebral (IPIC) – uma vez isolado o vírus da doença, inocula-se em pintinhos de poucos dias e vê-se quais são os sintomas que desenvolveram, em quanto tempo, etc, para calcular-se o IPIC. As cepas que não causam doenças são cepas que possuem índice menor que 0,7.
O impacto da doença é maior em galinhas e perus. Além das aves, o VDN pode infectar várias espécies de mamíferos, répteis e até o homem. O papagaio pode ser reservatório e eliminar o agente pelas fezes por vários anos. O pato é muito resistente mas funciona como reservatório.
Evolução da Doença
O período de incubação do VDN pode ser de até 15 dias, com média de 2 a 6 dias.
O surto da DN pode ser extremamente severo onde 100% das aves afetadas morrem em até 72 horas sem apresentar sinal clínico.
Geralmente não existe infecção persistente em aves domésticas. Curso médio de 7 dias.
O período de incubação pode ser de até 15 dias, com média de 2 a 6 dias. O surto pode ser extremamente severo com até 100% de mortalidade em até 72 horas sem apresentar sintomatologia clínica ou pode ser brando.
Sinais clínicos
Conjuntivite, geralmente viral. Secreção translúcida.
Sintomatologia neurológica, opistótono, pescoço torcido, bico virado para cima. Carência de vitamina E pode desenvolver um quadro semelhante – diagnóstico diferencial.
Sintomatologia entérica, fezes mais esverdeadas.
Sintomatologia respiratória.
Ovos quebradiços, vão perdendo a cor, imperfeitos e queda na produção de ovos.
Lesões
Muita hemorragia em todo trato respiratório (traqueia muito hemorrágica) e gastrointestinal (hemorragias puntiformes no pró-ventrículo); lesões eram tidas como patognomônicas. Além disso, pode observar infiltração linfocitária nos sacos aéreos, pulmões e traqueia.
Lesões macroscópicas:
Edema da cabeça, região do pescoço, peritraqueal e entrada do tórax, Hemorragias e ulceras na laringe
Turvação dos sacos aéreos e traqueia hemorrágica. Hemorragias no coração e aumento de volume do saco pericárdio, hemorragias petequiais no proventrículo e no intestino. Na maioria dos casos observa-se diarreia verde brilhante ou sanguinolenta. Peritonite sero-fibrinosa e petéquias no peritônio
Lesões necróticas acompanhadas de hemorragia na maioria dos órgãos infectados.
No trato respiratório pode-se observar inflamação, infiltrado celular e hemorragia na traqueia e as vezes lesões proliferativa e exsudativa nos pulmões. Na forma mais branda da doença, pode-se observar infiltração linfocitária nos sacos aéreos, pulmões e traquéia. No sistema nervoso apresenta degeneração neuronal, agregado perivascular de células linfocitárias e proliferação das células endoteliais
Diagnóstico:
O isolamento viral e a posterior caracterização é o único método seguro de diagnóstico da doença de Newcastle. Sinais Clínicos ( Morbidade e Mortalidade), Lesões hemorrágicas, Sorologia, Isolamento viral, Testes Moleculares. 
Amostras para o isolamento do vírus:
Swabs cloacais (ou fezes) e traqueias.
De aves mortas (amostras de intestino, conteúdo intestinal e traqueias)
Conjunto de órgãos e tecidos afetados ou associados com os sinais clínicos, (cérebro, nos casos de sintomatologia nervosa).
As amostras devem ser colocadas em solução tampão contento antibióticos. 
Os cultivos celulares podem ser utilizados para o isolamento. Contundo, o uso de ovos embrionados de 8-10 dias é a metodologia preferida parao isolamento do VDN
O teste in vivo recomendado é o índice de patogenicidade intracerebral (ICPI) em pintos de um dia. Inocula-se o vírus derivado de um fluido alantóico fresco dentro do cérebro de 10 pintos SPF. 
Cada ave é examinada diariamente por 8 dias e é dada uma pontuação 0 quando for normal, 1 se estiver doente e 2 se ela morrer. O índice é a média de pontuação por ave pelo período de observação de 8 dias. Os vírus mais virulentos têm valores de ICPI próximos de 2, enquanto os vírus lentogênicos tem valores de 0 ou próximos de 0.
Diagnóstico diferencial: 
Doenças que cursem com sintomatologia respiratória e lesões hemorrágicas, como bronquite. 
Mas a bronquite não tem sintomatologia neural
Laringotraqueíte- sintomatologia respiratória severa, mas não há hemorragias viscerais. 
Tratamento:
Não existe, deve-se notificar a doença ao ministério da saúde e ao dono da propriedade, e indicar o abate sanitário. 
Legislação: A maioria dos países livres da DN tem uma legislação própria .
Quarentena para as aves de importação , em geral, por um período de pelo menos 35 dias. 
Proibição do movimento de aves entre áreas específicas ou vacinação compulsória.
Muitos países tem a política de sacrifício de aves infectadas com VDN com o descarte obrigatório de todas as aves infectadas e do lugar de produção.
Lei que proíbe o movimento de aves dentro de uma área específica.
Em alguns países é obrigatória a vacinação em anel após um surto, ou vacinação de todas as aves pode ser requerida por lei.
Prevenção e Controle
Medidas sanitárias 
Controle do trânsito.
Vacinação: 
Imunidade Passiva, anticorpos que vem da mãe pela gema para o pintinho, esses anticorpos interferem diretamente na doença de new castle, em pintinhos com boa imunidade passiva não se deve imunizar no primeiro dia, vacinar nesses casos apenas no 4ª a 10º dia. Procurar saber a titulação de anticorpos das matrizes que originaram esses pintinhos. 
Vacinas Vivas
Vacinas Inativadas
Surto de NewCastle
O responsável deve fechar a granja, primeiramente. Depois deve-se notificar o dono da granja por escrito, com cópia, em papel com carimbo da suspeita clínica da doença. Terceiro, em papel com cópia, notifica o MV do MAPA sobre a suspeita de surto. Caso isso não seja feito, o diploma poderá ser cassado. Quem assume então a responsabilidade do surto é o médico veterinário oficial do MAPA.
Importância em Saúde Pública
O VDN é um patógeno que afeta seres humanos.
Na Grã-Bretanha, o vírus está colocado no grupo 2 de risco do Comitê Conselheiro de Patógenos Perigosos.
É improvável a propagação na comunidade. 
 Curso da doença no homem: de uma a duas semanas.
Em humanos ocorre infecção ocular, em geral irritações unilaterais ou bilaterais, lacrimejamento excessivo, edema de pálpebras, conjuntivite e hemorragia conjuntival.
As infecções humanas resultam do contato direto com o vírus, aves infectadas ou as carcaças de aves doentes. 
Os tipos de pessoas acometidas incluem: Trabalhadores de laboratórios, trabalhadores em plantas de processamento de frangos de corte e pessoal de vacinação, em especial quando as vacinas vivas são aplicadas por aerossóis.
Altos títulos de anticorpos para VDN em pessoal que tiveram contato com aves.

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