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Aula 6 Anemia Infecciosa

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SANIDADE AVÍCOLA
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Anemia Infecciosa das Galinhas
Introdução:
Anemia Infecciosa das Galinhas é uma doença de aves jovens. 
Marcada por: Anemia, aplasia da medula óssea, mortalidade variável, atrofia generalizada dos órgãos linfoides, retardo no crescimento, imunossupressão (depleção de linfócitos T e alteração na expressão de mediadores químicos da resposta imune). Doenças imunossupressoras tem sinais extremamente inespecíficos, há desuniformidade no tamanho das aves, e aumento da taxa de refugo das aves, com problemas de desnutrição, dermatológicos, entre outros
A doença foi identificada pela primeira vez no Japão por Yuasa em 1979, doença recente. 
As galinhas são os únicos hospedeiros naturais do vírus.
Distribuição Mundial.
Cultivado em células MDCC-MSB-1 – Derivadas de tumor de Marek (Yuasa, 1982).
Isolamento viral no Brasil:
O vírus foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1990, em frangos de corte de três a seis semanas de idade, nas regiões Sul e Sudeste. É um vírus muito pequeno, e não era filtrado durante as tentativas de isolamento, assim ele passava no filtrado. Com o desenvolvimento de novas tecnologias o descobridor, conseguiu inocular o filtrado em aves e gerando a doença, descobriu então que os sinais de imunossupressão estavam sendo causados pelo filtrado e não pelos demais microrganismos que ficava retidos na filtração. O vírus tem predileção por infectar células medulares e células tímicas, os vírus de forma geral gostam de infectar células que tem uma rápida proliferação. A infecção dos tipos celulares relacionados a defesa do hospedeiro, leva natualmente a uma imunossupressão, eles matam as células por indução da apoptose, levando a hipoplasia e aplasia dos diversos tecidos imunológicos. 
Os lotes apresentavam:
Anemia, desuniformidade, Palidez de carcaça, Medula óssea rósea a amarelada, Atrofia do Timo, Hemorragias musculares (condenação de carcaça).
Confirmação:
Reprodução da doença em aves SPF.
Identificação do vírus em tecidos das aves inoculadas utilizando anticorpo monoclonal (imunofluorescência).
Teste de imunofluorescência em culturas de células MDCC-MSB-1 inoculadas com uma amostra de referência do vírus.
Os testes foram realizados em 1990 e 1991 resultaram no isolamento de 14 amostras do vírus.
Distribuição e Ocorrência:
O vírus está presente praticamente em todos os países com produção avícola intensa.
A detecção de anticorpos em matrizes é mais frequente em lotes de 20 a 25 semanas de idade.
No Brasil, levantamento realizado em 1999 - Ocorre nos estados do RS, SC, PR, SP, MG, PE, PB e CE) – 92% de positivos (matrizes de linhas de corte).
Ocorre mais em:
Lotes com 25 a 30 semanas de idade - praticamente 100% de aves positivas.
Lotes com 18 a 24 semanas de idade – Desuniformidade no número de aves positivas e negativas e variações maiores nos títulos de anticorpos.
Lotes com 10 a 16 semanas de idade – Aves negativas.
Os sinais clínicos mais claros só ocorrem em aves jovens infectadas até 3 semanas de idade. 
Esses dados sugerem uma progressiva disseminação do vírus, ocorrendo em aves ainda não adequadamente imunes contra o vírus no período anterior ao início do período de postura
Etiologia:
Classificação do vírus
25 nanômetros de tamanho, morfologia icosaedrica, sem envelope, família Circoviridae, gênero Gyrovirus, genoma DNA circular fita simples. 
VP1- é a proteína estrutural do vírus, gera o capsídeo viral
VP2 e VP3, são proteínas não estruturais só estão presentes quando há a necessidade da apoptose celular. Onde a proteína VP2 fosforila a proteína VP3, a atividade apoptótica é dependente da proteína VP3. As altas quantidades de VP2 e VP3 captadas durante um exame de PCR, indicam que o vírus está infectanto uma célula, seja qualquer célula mononuclear que esteja em processo de replicação
Resistência:
Resistente ao calor, capacidade de persistir e disseminar no ambiente.
Resistente ao: Éter, clorofórmio, acetona, fenol 5%, desinfetantes a base de ortodiclorobenzeno, amônia quaternária 5%, pH igual a 3 por 3 horas.
Resiste a fumigação por 24 horas com formaldeído
Calor de 56 a 70ºC por 1 hora.
Replicação Viral:
A infecção pelo vírus é considerada altamente específica a células do timo e medula óssea, CONTUDO, o isolamento do vírus é possível a partir de diversos órgãos das galinhas. 
Foi detectada a replicação do vírus em:
Linfócitos T no timo, Células T maduras no baço e Células precursoras na medula óssea
A patogenia resulta em anemia devido a apoptose de células da medula óssea e hemorragias, associada a infecção de eritroblastos, hemocitoblastos e trombocitoblastos.
Patogenicidade:
Está diretamente vinculada a diferentes fatores:
Título viral, idade das aves, imunidade, fatores do ambiente, stress e outros agentes imunossupressores, a via de infecção viral, amostra do Vírus (TK 5583).
A atenuação de uma amostra do vírus foi obtida através de 50 a 173 passagens em células MSB-1, ENTRETANTO, a patogenicidade foi restabelecida após 10 passagens da amostra atenuada em pintos. 
Espécies sensíveis:
A galinha é a única espécie conhecida como sendo suscetíveis.
Testes sorológicos em perus e patos não detectaram Ac e perus infectados não desenvolvem Ac nem a doença. O vírus não infecta a espécie humana.
Transmissão:
Transmitido verticalmente pela matriz ao embrião, é a forma mais importante pois o pintinho que nasce já é infectado como vírus, infectado em sua fase de maior susceptibilidade. Deve ser feita a vacinação das matrizes, 4 semanas antes do início da postura, para que o vírus não venha a infecta o embrião. 
Após deve-se verificar o status imunológico das matrizes, para que os pintinhos nasçam com títulos altos de anticorpos passadas pelas matrizes, para que os protejam nas 3-6 semanas de vida. Se a titulação não estiver alta, deve-se proceder um efeito booster com uma nova vacinação com vírus inativados/mortos, já que elas já tiveram a vacinação com vírus vivo atenuado. 
Transmitido horizontalmente através do contato com pintos infectados, camas contaminadas, a disseminação do vírus é favorecida pela alta resistência à inativação. Manejo e controle do fluxo de pessoas, de carros, e uso de barreiras de biosseguridade. 
Na transmissão horizontal, a principal via de infecção é oral, principalmente a partir do vírus excretado nas fezes de aves infectadas.
Os galos podem transmitir o vírus através do sêmen até que venham desenvolver anticorpos.
Após a infecção inicial da ave a excreção pelas fezes pode durar até cinco semanas.
O período estimado para que o vírus se dissemine horizontalmente e infecte a maioria das aves do plantel, ocorrendo transmissão para a progênie é de cerca de 3 a 6 semanas.
Após seis semanas há produção de Ac neutralizante protetores contra transmissão vertical.
As matrizes não imunes, transmitirão o vírus ao embrião, causando a ocorrência de doença na sua progênie – causa de surto da anemia infecciosa das galinhas a campo. 
Em matrizes imunes a excreção do vírus se mantém por 4 dias. Não foi possível isolar o vírus dos embriões. O título de anticorpos persiste por 6 meses.
Período de Incubação:
Pode variar de 10 a 21 dias, dependendo da carga viral infectante, condições de manejo, doenças concomitantes e da amostra viral circulante.
Galinhas infectadas com mais de duas semanas raramente desenvolvem a doença clínica.
O período de incubação determina que surtos da anemia das aves a campo sejam mais comumente observados em lotes de aves de duas a cinco semanas de idade.
Morbidade e Mortalidade:
Pode variar muito. A mortalidade varia desde apenas 2% a 20%, dependendo da severidade da doença.
Mais comum mortalidade de 1% a 5%.
A morbidade chega frequentemente a 100%.
Patogenia:
A patogenia está associada a células alvo da infecção pelo vírus. 
As lesões e efeito imunossupressor doCAV estão diretamente relacionados as células infectadas pelo vírus.
O vírus precisa de células em divisão para replicar, infectando:
Células mielóides progenitoras na medula óssea, linfócitos T precurssores, timócitos, células T imaturas, células mononucleares no Baço (Linfócitos T citotóxicos)
Não infecta macrófagos e células B precursoras.
O Vírus causa apoptose de timócitos e hemocitoblastos, células importantes ao desenvolvimento de imunidade.
Ação: redução de eritrócitos, redução de trombócitos, redução de Granulócitos.
Consequência: Aplasia de medula óssea, anemia, hemorragia e imunossupressão.
Imunossupressão:
A partir de oito dias de infecção pelo vírus é observado:
Redução na resposta de linfócitos e macrófagos
Redução na produção de linfocinas e transformação de linfócitos
Alterações na função de macrófagos 
Alteração na produção de interferon e interleucina 2 por esplenócitos
A replicação conjunta do vírus da anemia infecciosa das galinhas (CAV) e o vírus da reticuloendoteliose resulta na ausência de desenvolvimento de resposta por linfócitos T citotóxicos. 
A replicação do vírus em células T precursoras pode ter consequência prática no controle de outras doenças, especialmente naquelas que dependem da geração de CTLs patógenos-específicos.
Possibilidade de infecções pelo CAV sejam responsáveis pela ocorrência de casos de doença de Marek tardia
O comprometimento da função do sistema imune aumenta a predisposição a infecções oportunistas:
Dermatite gangrenosa, edema maligno, colibacilose e aspergilose pulmonar
O efeito imunossupressor do vírus está associado também:
Quebra de resposta a vacinações contra a doença de Marek, reduzida resposta imune humoral a vacinação ao vírus de Newcastle, exacerbação da patogenia do vírus da bronquite infecciosa, agravamento da patogenia de outros vírus imunossupressores como vírus da doença de gumboro e do reovírus
Resistência da idade à doença
Uma importante característica da infecção pelo CAV é a resistência da idade da ave ao desenvolvimento da doença. Apenas pintinhos infectados nos primeiros dias de vida desenvolvem a doença clínica.
A via de transmissão vertical é considerada a importante forma de indução da doença clínica a campo. 
Alta resistência do CAV a desinfecção possibilita a infecção de pintos nos primeiros dias de vida – Importante a imunidade passiva. O mecanismo da resistência de idade a doença clínica está relacionado a proteção conferida por anticorpos bursa dependentes.
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos não são únicos ao CAV, não sendo, portanto, muito claros ou específicos: Depressão das aves, retardo no crescimento e grande desuniformidade do lote. 
Os sinais mais sugestivos são: Anemia, palidez da musculatura, crista e barbelas, hemorragias musculares, dermatites secundárias. 
Lesões Macroscópicas:
Atrofia do Timo e medula óssea
Aplasia de medula óssea varia de uma cor mais rósea ou amarelada (deposição de gordura).
Atrofia da bursa e do baço podem ser bem menos óbvias que a atrofia de timo.
Presença de hemorragia subcutâneas ou musculares e no proventrículo
Outra característica da infecção pelo CAV é a subsequente recuperação destas aves a partir dos 21 a 28 dias após a infecção.
Lesões Microscópicas:
Histologicamente, entre 11 a 18 dias após a inoculação as principais lesões observadas são:
No timo (marcada depleção de linfócitos no córtex e hiperplasia de células reticulares resultando em completa perda da arquitetura do timo
Na medula óssea há o desaparecimento de células hematopoiéticas, das séries eritrocíticas e granulocíticas
No baço há redução dos centros germinativos, decréscimo do número de linfócitos, proliferação de células reticulares e ocasional presença de focos necróticos.
Na bursa de fabrício há redução no tamanho dos folículos, com poucos linfócitos e aumento de tecido interfolicular.
No fígado pode ser obsrvado edema intersticial, necrose focal e mudanças degenerativas nos hepatócitos e infiltração de macrófagos.
Diagnóstico:
Diagnóstico Sorológico:
Imunofluorescência indireta, imunoperoxidase, soroneutralização em cultivo celular, ELISA (mais utilizado, por ser mais rápido).
Isolamento viral:
O diagnóstico da presença de infecção ativa pelo CAV é feito pelo isolamentodo vírus em células ou in vivo em pintos SPF de um dia.
O CAV é cultivado em células de linhagem linfoblastóide, sendo as células MDCC-MSB-1 e MDCC-CU147 as mais utilizadas.
Isolamento viral in vivo em aves SPF
Embrapa Suínos e Aves – O isolamento é feito pela inoculação intramuscular ou intraperitoneal, em pintos SPF de um dia de idade.
Demorado – mínimo de 2 a 3 semanas
Possibilidade de contaminação do material por vírus (reovírus, gumboro, adenovírus)
O isolamento viral in vivo pode ser apoiado pelas lesões histológicas compatíveis
Ovos embrionados
O vírus pode ser propagado em ovos embrionados com cinco dias de incubação, inoculados no saco da gema. Há produção de lesões e mortalidade do embrião (hemorragias, edemas e redução do tamanho do embrião.
Os pintinhos eclodidos parecem normais, mas desenvolvem anemia sete dias após a eclosão e mortalidade aos 10 a 15 dias de idade, sugerindo que a indução da doença pode ser mais severa através da inoculação in ovo
Imunohistoquimica
A detecção do CAV pode ser feita também por exame imunohistoquímico, diretamente em cortes de tecidos congelados, ou também em órgãos em solução de fixação.
PCR (Reação em cadeia da Polimerase)
Permite a detecção de forma rápida e específica por meio da amplificação do genoma do vírus presente em órgãos de aves infectadas, ou do genoma do vírus isolado em cultivos celulares.
Nested PCR
Real Time PCR
Hibridização in situ
Consiste na ligação de sondas de DNA do vírus em tecidos positivos para o CAV.
As sondas são marcadas com biotina e digoxigenina
A revelação é feita através de antisoros contra o marcador presente na sonda.
A hibridização in situ é descrita para o diagnóstico diretamente em órgãos de aves suspeitas.
É mais cara e mais trabalhosa do que a PCR.
Coleta de material para o diagnóstico:
Diagnóstico Diferencial:
Doença de Marek, Gumboro, Reovírus e adenovírus, Micotoxinas, Intoxicações por sufonamidas, Stress. 
Prevenção e Controle:
O controle da anemia infecciosa das galinhas é baseado na transferência de imunidade passiva das matrizes para a progênie. MATRIZ IMUNES = PINTINHOS IMUNES. 
Imunizar as matrizes antes do início da postura para garantir a uniformidade imunológica no lote e obtenção de níveis adequados de anticorpos maternos.
Monitoramento sorológicos do status imune das matrizes.
O teste de soroneutralização é o mais indicado para determinar os níveis de anticorpos neutralizantes.
Em grandes lotes o teste utilizado é o ELISA
Imunização com vacinas atenuadas (disponíveis no Brasil).
As vacinas atenuadas não são totalmente não patogênicas, restringindo a sua aplicação em aves jovens.
É recomendado que as aves recebam a última dose da vacina no máximo até 4 a 6 semanas antes do início da postura para evitar riscos de transmissão vertical.
O controle da anemia infecciosa das galinhas envolve também o controle de outros agentes imunossupressores.
Desinfecção de aviários com hipoclorito de sódio ou iodo 10%, vassoura de fogo para reduzir a carga viral. – Não garante eliminação do vírus.
Tratamento:
Não há tratamento específico contra o vírus.
O tratamento com antibióticos em caso de infecções secundárias

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