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Campus Criciúma FABIO VICENTE OLIVEIRA JULIANI PEREIRA BATISTA VINÍCIUS DOS SANTOS NUNES APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Relatório experimental referente à prática de laboratório da disciplina de Física Experimental, do curso Graduação em Engenharia Mecatrônica, do Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia de Santa Catarina - IFSC como requisito parcial para obtenção de nota semestral da disciplina. Prof. Evandro da Cunha e prof. Paulo Montedo. Criciúma Outubro de 2017 Campus Criciúma APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON Fábio Vicente Oliveira / fabio.v07@aluno.ifsc.edu.br Juliani Pereira Batista / juliani.pb@aluno.ifsc.edu.br Vinícius dos Santos Nunes / vinicius.sn@aluno.ifsc.edu.br Resumo: As Leis de Newton estão claramente presentes em nosso cotidiano. As ações são relacionadas às forças, que por sua vez são explicadas pelas três leis. A partir de aulas laboratoriais de física, foram feitos estudos e executado a prática dessas ações, relacionando-as com suas respectivas leis. No presente relatório, é apresentado o comportamento do corpo em movimento unidimensional sob ação de forças externas explicitando uma análise sobre as Leis de Newton através de conceitos, tabela e equações que caracterizam tais movimentos. Palavras chave: leis de Newton, movimento, trilho de ar, aceleração. INTRODUÇÃO Durante muito tempo, o estudo do movimento e suas explicações tornaram-se o assunto fundamento da filosofia natural. No entanto, foi atingido um inusitado progresso na solução das questões apenas na época de Galileu Galilei e de Isaac Newton. O cientista inglês Isaac Newton (1642-1727) foi o principal inventor da Mecânica clássica. Ele conseguiu sintetizar as ideias de Galileu e de outros que o precederam, pela primeira vez em 1686, no livro “Principia Mathematica Philosophiae Naturalis”, onde ele apresenta as famosas três leis do movimento. A interação entre dois corpos ou entre o corpo e o ambiente pode admitir-se o conceito de força, sendo a mesma uma grandeza vetorial, possuindo módulo, direção e sentido. As forças que atuam em um sistema podem ser somadas, obtendo-se, então, a força resultante (Fr). Se essa Fr for nula, significa que o corpo está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, de outro modo, quando a força resultante for diferente de zero, o corpo acelera na mesma direção e sentido da força. A chamada Primeira Lei de Newton diz que na inexistência de forças externas, um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, e um corpo em movimento tende a permanecer em movimento com sua velocidade escalar constante (em uma linha reta). Dizemos que a Primeira Lei estabelece o princípio da Inércia dos corpos. Por esse motivo, tem-se a ideia de equilíbrio estático quando um corpo que está em repouso para um determinado referencial, e equilíbrio dinâmico quando um corpo está em movimento retilíneo uniforme e com ausência de forças ou as forças que atuam sobre este corpo se anulam. Isto é, a soma vetorial de todas as forças que atuam sobre um corpo deve ser igual à zero: 0F (partícula em equilíbrio) A Segunda Lei de Newton é considerada como um acréscimo da primeira, onde a aceleração de um corpo em movimento é diretamente proporcional a resultante das forças que atuam sobre ele e inversamente proporcional a sua massa. O princípio fundamental da dinâmica, as ideias principais são as mesmas da primeira lei, só que agora padronizadas com uma expressão matemática, como se pode observar a seguir: Campus Criciúma Onde: Fr = Força resultante m = Massa a = Aceleração Se corpo de massa m, sofre a aceleração da gravidade, quando aplicada a ele o princípio fundamental da dinâmica, poderemos dizer que: Onde: P = Força peso g = Aceleração da gravidade A Terceira Lei de Newton determina o princípio da Ação e Reação, estabelecendo que toda ação corresponde uma reação igual e oposta, ou, as ações recíprocas de dois corpos entre si são sempre dirigida em direções contrárias. As forças atuam em corpos diferentes, portanto nunca se anulam. Pode-se afirmar também que qualquer força é expressa na forma de pares, ou seja, nenhuma força existe isolada. Ou seja, Se um corpo A aplicar uma força sobre um corpo B, o corpo A receberá deste uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto à força que aplicou em B. Pode-se observar essa troca de forças entre dois corpos na Figura 1 a seguir: Figura 1: Exemplo da Terceira Lei de Newton. Colisão entre dois corpos. A força que A exerce em B (FAB) e a força que B exerce em A (FBA) constituem o par ação-reação dessa interação de contato. Essas forças possuem mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos. Ou seja: Através de um sistema de carrinho sobre um trilho de ar, o objetivo principal deste relatório é verificar e analisar os valores de aceleração de blocos utilizando as equações da cinemática e as Leis de Newton, podendo ser perceptível uma relação entra a força e a aceleração. MATERIAIS UTILIZADOS Campus Criciúma Mangueira e gerador de fluxo de ar; Conjunto de massas em latão, alumínio e nylon; Balança de precisão; Kit experimental composto por: o Sensores ópticos; o Carrinho; o Cronômetro digital com sensor de disparo. Figura 2: Kit experimental Figura 3: Conjunto de massas PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para iniciar o experimento, montou-se o kit experimental ao gerador de fluxo de ar utilizando a mangueira adequada. Em seguida, adicionaram-se discos de latão no carrinho, com uma quantidade indicada em cada medição. Após isso, posicionaram-se os sensores na posição desejada com uma distância de 0,15m entre eles. Prendeu-se o fio de nylon na extremidade do carrinho, passando sobre a roldana e pendurando no final os cilindros que foram indicados no experimento. Com os procedimentos já prontos, ligou-se o cronômetro para em seguida liberar o carrinho e obterem-se as informações de tempo e massa. Utilizando as leis da cinemática e as leis de Newton, calcularam-se os valores de aceleração do carrinho em ambas as leis para serem comparadas nos resultados. Além disso, pesaram-se na balança de precisão, todos os materiais que seriam suspensos, para futuros cálculos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram coletados dados de tempo em posições conhecidas de três carrinhos com massas diferentes (massa 1, massa 2, massa 3), puxados por pesos diferentes (nylon, alumínio e nylon+arruela), para se aplicar a seguinte equação da posição: 𝑆 = 𝑆0 + 𝑎 ∗ 𝑡 2/2 Consideramos que V0 vale 0 m/s já que o sensor S0 está em máxima proximidade com a origem do movimento. Após o cálculo realizado, coletaram-se os dados a seguir: Tabela 1: Dados de tempo e massa Carrinho Material t0,1 t0,2 t0,3 t0,4 Massa do Massa Campus Criciúma suspenso material suspenso (kg) total (kg) Carrinho com massa 1 Nylon 0,83305 1,2171 1,50935 1,76065 0,01424 0,32741 Alumínio 0,5707 0,83035 1,0286 1,19875 0,03194 0,32741 Nylon+arruela 0,42355 0,61355 0,75825 0,88275 0,06437 0,32741 Carrinho com massa 2 Nylon 0,9596 1,39965 1,73435 2,024 0,01424 0,42748 Alumínio 0,6516 0,94505 1,168 1,36085 0,03194 0,42748 Nylon+arruela 0,47145 0,683 0,84405 0,9832 0,06437 0,42748 Carrinho com massa 3 Nylon 1,1324 1,6038 1,9662 2,2745 0,01424 0,52754 Alumínio 0,70745 1,02565 1,2676 1,4778 0,03194 0,52754 Nylon+arruela 0,5127 0,74185 0,91595 1,0671 0,06437 0,52754 A partir dos dados de tempo usamos a mesma equação da posição para cada tempo em relaçãoa S0 (Tabela 2), e posteriormente fez-se a média da aceleração (Tabela 3). Tabela 2: Dados da aceleração Aceleração em: Carrinho t0,1 t0,2 t0,3 t0,4 tmédio Carrinho com massa 1 0,43229 0,40504 0,39506 0,387111 0,404875 0,92109 0,87022 0,850647 0,835072 0,869257 1,67229 1,59386 1,565372 1,539947 1,592867 Carrinho com massa 2 0,32579 0,30628 0,299205 0,292928 0,306051 0,70658 0,6718 0,659716 0,647979 0,671519 1,34974 1,28621 1,263299 1,241359 1,285152 Carrinho com massa 3 0,23395 0,23327 0,232802 0,231958 0,232995 0,59942 0,57037 0,560116 0,549478 0,569846 1,14129 1,09023 1,072751 1,053831 1,089526 Na aceleração cinemática, nota-se que há uma proporção direta entre o aumento do cilindro suspenso e o valor da mesma. 𝐹𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 ∝ 𝑎 Em seguida foi feito a igualdade de forças seguindo o princípio de força e aceleração postulado por Newton, para cada um dos nove experimentos anotados: 𝑀𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠𝑜 ∗ 𝑔 = 𝑀𝑐𝑎𝑟𝑟𝑖𝑛 ℎ𝑜 + 𝑀𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 𝑠𝑢𝑠𝑝𝑒𝑛𝑠𝑜 ∗ 𝑎 Tabela 3: Dados de aceleração Carrinho Material suspenso Aceleração cinemática Aceleração Leis de Newton Diferença entre acelerações Tração (N) Carrinho com massa 1 Nylon 0,40488 0,40846 0,88 0,13374 Alumínio 0,86926 0,87105 0,21 0,28519 Nylon + arruela 1,59287 1,61015 1,07 0,52718 Carrinho Nylon 0,30605 0,31593 3,13 0,13505 Campus Criciúma com massa 2 Alumínio 0,67152 0,68132 1,44 0,29125 Nylon + arruela 1,28515 1,28256 0,20 0,54827 Carrinho com massa 3 Nylon 0,23299 0,25758 9,55 0,13588 Alumínio 0,56985 0,55947 1,86 0,29514 Nylon + arruela 1,08895 1,06575 2,18 0,56222 Nota-se que há uma pequena margem de diferença entre as acelerações encontradas, sendo as acelerações de Newton sempre maiores que a cinética. Tal desvio se deve ao atrito entre o carrinho e o trilho de ar, e ao fato de V0 utilizado nos cálculos ser diferente de zero, pois se trata de uma aproximação para viabilizar os cálculos. Para se reduzir esse erro seria necessário efetuar esse experimento sem o atrito (ar e equipamentos), e com maior precisão na determinação das massas envolvidas e do tempo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se observar no experimento, com base nos cálculos da aceleração cinemática, que a segunda lei de Newton vale para descrever movimentos acelerados. Tal lei é descrita pela fórmula , onde para ser usada necessita-se das massas dos agentes envolvidos (carrinho e cilindro suspenso). Entende-se dos dados coletados e da equação , que a fórmula de Newton muito precisa, e pode ser usada para aproximação de valores da aceleração, onde o atrito é baixo, ou, se possível, considerá-lo segundo a fórmula do mesmo. Além disso, a partir do gráfico foi visível a relação entre força e aceleração, mesmo método utilizado por Newton para observar na prática a aplicação dos cálculos. Campus Criciúma REFERÊNCIAS ARGOLLO, R. M.; FERREIRA, C.; SAKAI, T. Apostila de Teoria de Erros e Mecânica. 1998. Dep. de Geofísica Nuclear - IF/UFBa. CALLISTER Jr, W. D. C. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 8ª Edição. 2012. HALLIDAY, D. Fundamentos de Física: Mecânica. v. 1, 7ª Edição, ed. LTC, 2006. PIACENTINI, J. J., et al. Introdução ao Laboratório de Física. v. 5. Florianópolis: Editora da UFSC, 2013.
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