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Aula transtorno de Humor

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Enfermagem no processo de cuidar das principais manifestações psicopatológicas
dos transtornos afetivos
Profa. Dra. Eysler Brasil
Aula cedida pela Prof. Ms. Ana Zaiz Carvalho
Objetivos da Aula
Geral:
Favorecer	a	compreensão	acerca	da	Enfermagem	no
processo	de	cuidar	das	principais	manifestações
psicopatológicas	dos	transtornos	afetivos	na	atenção
básica, média e alta complexidade.
Específicos:
Definir humor, afeto e suas respectivas alterações;
Caracterizar os transtornos afetivos ou de humor;
Apresentar	propostas	de	Assistência	de	Enfermagem	no
contexto dos principais transtornos afetivos ou de humor.
O que é Humor?
E Afeto?
Humor e Afeto
Alguns autores usam como sinônimo e outros fazem a seguinte diferença:
Humor: emoção constante e predominante. Maneira que a pessoa alega estar se sentindo (humor declarado/o que sente).
Afeto: expressão externa da resposta emocional do paciente. Como a pessoa parece estar se sentindo (inclui expressões faciais, postura, contato visual, choro etc).
MORRISON, J. Entrevista inicial em saúde mental. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
VARIAÇÕESDOHUMOR
Eutímico:faixanormal
Exaltado:ardeconfiançae alegria(patológicoounão)
Disfórico:estadodeânimo
desagradável
Eufórico:alegriaintensae
desproporcional
Irritável: facilmenteprovocadoatéaraiva
Deprimido:tristezapatológica
Lábil: oscilaçõessúbitae
imotivadas
Êxtase: intensidadede
sentimento
Expansivo: expressão superestimadadesentimentossemrestrições
Anedonia:perdatotalouparcial
deinteresse.
CARVALHO, M.B. Exame psíquico. In: CARVALHO, MB (org). Psiquiatria para Enfermagem.
São Paulo: Rideel, 2012.
Humor e Afeto
Aspectos comportamentais a serem avaliados no exame do estado mental;
Avaliação com base em observação e indagações;
Descrição
do	humor	baseia-se	em:	tipo,
adequação, labilidade e intensidade.
Humor
Tipo: raiva, ansiedade, alegria, amor, desdém, asco, medo, culpa, tristeza, vergonha e surpresa.
Labilidade:
alterações	súbitas	de	humor,	de
êxtase
embotamento	afetivo	ou
a
lágrimas, em questão de minutos.
MORRISON, J. Entrevista inicial em saúde mental. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Humor
estimativa
Adequação:
corresponde	à	situação
do	quanto	o	humor e		ao	conteúdo	do
pensamento,	justificativa	e	espontaneidade	da
reação do paciente.
Intensidade: leve, moderada ou grave.
MORRISON, J. Entrevista inicial em saúde mental. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Transtornos Afetivos ou do Humor
Transtornos Afetivos ou do Humor
O sintoma central é a alteração do humor/afeto. Afeta diversas áreas da vida do indivíduo (profissional, familiar, social) e a maioria dos outros sintomas são menos prejudiciais ou consequência do humor alterado.
Tendem a ser recorrentes e a ocorrência dos episódios
individuais pode relacionar-se com eventos estressantes.
Não se classifica como transtorno do humor quando a alteração de humor seja causada por outra doença ou por medicamentos. Nesse caso, será apenas um sintoma.
Transtorno Afetivo ou de Humor
Tipos:
Transtorno Depressivo Maior;
Transtorno Bipolar (tipos I e II);
Distimia;
Ciclotimia;
Outros.
DSM-IV-TR. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais. 4ed. Porto
Alegre: Artmed, 2003.
Transtorno Depressivo Maior (TDM)
Transtorno Depressivo Maior (TDM)
Cinco
ou	mais	sintomas	durante	período
mínimo de 2 semanas, sendo pelo menos um dos sintomas: humor deprimido ou perda de interesse ou prazer.
DSM-IV-TR. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais. 4ed. Porto
Alegre: Artmed, 2003.
Sintomas de TDM
Predomínio
de	humor	deprimido
(Ex.
sentimento de vazio).
Diminuição do prazer nas atividades.
Perda ou ganho de peso significativo.
Insônia ou hipersônia.
Agitação ou retardo psicomotor.
Fadiga ou perda de energia.
DSM-IV-TR. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais. 4ed. Porto
Alegre: Artmed, 2003.
Sintomas de TDM
Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva.
Diminuição	da	concentração	e	capacidade	de	pensar,
indecisão.
Pensamentos	recorrentes	sobre	morte,	ideação	suicida ou tentativa de suicídio.
Angústia e prejuízo nas atividades, sociais, ocupacionais
etc.
Não	são	causados	diretamente	por	substâncias
psicoativas.
DSM-IV-TR. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais. 4ed. Porto
Alegre: Artmed, 2003.
Depressão pós-parto
Depressão pós-parto
social,
maior
responsabilidade,
Puerpério:	mudança	no	papel fragilidade na Saúde Mental.
Fatores relacionados: gestação indesejada, estado físico, presença ou não de parceiro, rejeição ao feto, situação socieconômica com um novo membro na família.
Prevalência: < 16 anos, desajuste conjugal, estresse, estado civil, desemprego, ausência de suporte social, gravidez indesejada, primiparidade/multiparidade, histórico pessoal/familiar psiquiátrico.
CARVALHO, M.B. Exame psíquico. In: CARVALHO, MB (org). Psiquiatria para Enfermagem.
São Paulo: Rideel, 2012.
Distimia
Tipo
de	depressão
principalmente	pela	falta
prazer	ou
divertimento	na	vida	e
que	se	caracteriza
de pelo
constante
sentimento de negatividade.
Sintomas: mais leves e contínuos que os do TDM,
se estendem por pelo menos dois anos.
Apesar de geralmente não privar o indivíduo de suas tarefas e obrigações, impede que ele desfrute a vida totalmente.
Transtorno Bipolar
Transtorno Bipolar
Período distinto de humor persistentemente elevado, expansivo ou irritadiço com duração mínima de 1 semana.
Autoestima inflada, redução da necessidade de sono, pressão de fala, fuga de ideias, distrabilidade, agitação psicomotora, envolvimento excessivo em atividades prazerosas com potencial para consequências dolorosas.
DSM-IV-TR. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais. 4ed. Porto
Alegre: Artmed, 2003.
Transtorno Bipolar
A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento ocupacional e nas atividades sociais ou nos relacionamentos.
DSM-IV-TR. Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais. 4ed. Porto
Alegre: Artmed, 2003.
Tipo I
Apresenta períodos de mania, que duram, no mínimo, sete dias, e fases de humor deprimido, que se estendem de duas semanas a vários meses. Tanto na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam profundas mudanças comportamentais e de conduta, que podem comprometer não só os relacionamentos familiares,
afetivos	e	sociais,	como	também	o	desempenho
profissional,	a	posição	econômica	e	a	segurança	do
paciente e das pessoas que com ele convivem. O quadro
pode ser grave a ponto de exigir internação hospitalar por causa do risco aumentado de suicídios e da incidência de complicações psiquiátricas.
Tipo II
Há uma alternância entre os episódios de depressão e os de hipomania (estado mais leve de euforia, excitação, otimismo e, às vezes, de agressividade), sem prejuízo maior para o comportamento e as atividades do portador.
Ciclotimia
Considerada
umaversão
mais
branda
dodistúrbio
bipolar,	uma
vez
que	os
episódios de hipomania e depressão tendem a ser de menor duração (cerca de quatro dias ou menos) e de menor gravidade.
Etiologia
Histórico Familiar
Outros
fatores
Fatores psicológicos
Fatores biológicos
Eventos estressores
Fatores
socioculturais
Transtorno Afetivo ou de Humor
Teorias e modelos para o desempenho
da função de terapeuta do Enfermeiro
Psicanálise (Freud, Jung)
Comunicação terapêutica (Ruesch)
Terapia centrada na pessoa (Rogers)
Terapia cognitiva (Beck)
Terapia comportamental (Skinner)
Modelos grupais (Moreno, Pichon Revière)
terapêutica	(Orlando,	Travelbee,
Interação
Peplau)
Psicofármacos
Antidepressivos:
diminui	a	intensidade	dos
sintomas e a tendência suicida.
A resposta inicial o tratamento pode variar de 1 a 6 semanas, os efeitos terapêuticos aparecem de 2 a 3 semanas após o início do tratamento e os efeitos colaterais,
após a primeira tomada de medicação.
Manutenção por cerca de 6 meses e retirada gradual da medicação (abstinência).
Psicofármacos
Carbonato de Lítio: eficaz no controle (e não na cura) de flutuações do humor.
Contra-indicação: insuficiência renal aguda, infarto agudo
do miocárdio e o 1º trimestre da gravidez.
Atentar para a necessidade de várias semanas para que
a melhora inicie-se.
Auxiliar na adesão ao tratamento.
Ingesta adequada de sal e hidratação com líquidos.
Avaliar função renal (litemia).
Psicofármacos
Sedativo Hipnótico: reduz a inquietação e tensão emocional, além de serem usadas para induzir sedação e sono.
É mais um tratamento sintomático, nenhum desses medicamentos produz um estado que seja idêntico ao do sono natural e inúmeros deixam o indivíduo, no dia seguinte, com sensação de "ressaca": dor de cabeça, sensação de noite mal dormida e mal estar.
Cuidados de Enfermagem na Administração de Psicofármacos
Administração de Psicofármacos
Verificar armazenamento apropriado (luz, temperatura, calor), validade, identificação correta do frasco (rótulo com nome e dosagem).
Certificar-se da regra dos cinco certos: medicamento certo, via certa, dose certa, hora certa e paciente certo.
Verificar sinais vitais antes e após ministrar os fármacos considerando o período de absorção de cada um.
Não	ignorar	queixas	dos	pacientes	referentes	aos	efeitos
colaterais dos fármacos.
Proposta de Assistência de Enfermagem em caso de Transtorno Afetivo ou de Humor
CARVALHO, M.B. Exame psíquico. In: CARVALHO, MB (org). Psiquiatria para Enfermagem.
São Paulo: Rideel, 2012.
Assistência de Enfermagem
Avaliar no Exame do Estado Mental:
Aparência;
Psicomotricidade;
Fala;
Humor;
Atenção e memória;
Conteúdo do pensamento;
Sono.
CARVALHO, M.B. Exame psíquico. In: CARVALHO, MB (org). Psiquiatria para Enfermagem.
São Paulo: Rideel, 2012.
Assistência de Enfermagem
Diagnósticos
Intervenções
Justificativa
Déficitno
autocuidado
Estimulare,senecessário,auxiliar narealizaçãode atividades de autocuidado(alimentação,higieneetc)
Recuperaçãodoestadonutricionale daautoestima
Prejuízona
comunicação
Utilizar técnicasdecomunicação
terapêutica
Favoreceaexpressão
Isolamentosocial
Estimularaparticipação nasconsultase nasreuniõesemgrupo
Facilitaainteraçãosocialeformaçãodevínculos
Baixaautoestima
Auxiliar naidentificaçãode sentimentosepensamentos positivoenegativos, incentivaratividades que elevemaautoestima.
Atransmissão deaceitaçãode sentimentosgeraautoaceitação
Padrãodesono
perturbado
Reduzir interrupçõesno sonoedistraçõesambientais; estimular medidasrelaxantes.
Medidas quepromovemaqualidadedosono
CARVALHO, M.B. Exame psíquico. In: CARVALHO, MB (org). Psiquiatria para Enfermagem. São Paulo: Rideel, 2012.
Assistência de Enfermagem
Diagnósticos
Intervenções
Justificativa
Riscodesuicídio
Reduzirestímulos, observarconstantemente, retirarobjetosderisco.
Evitaautodestruiçãodopacienteeproporciona segurança.
Padrãodesexualidadeineficaz
Observarocomportamento
constantemente
Evita-seoenvolvimentoemumintercursosexualcomoutrapessoa.
Manutenção
ineficazdasaúde
Esclarecer sobreadoença,encorajara
adesão aotratamento.
Facilitaosabersobreacondiçãoe a adesãoaotratamento.
Interaçãosocialprejudicada
Estabelecerregrasdegrupo, encorajar reconhecimentodecomportamentosmanipuladorese suacontribuiçãoparaconflitosinterpessoais.
Auxilia naresponsabilizaçãodopacientepeloseucomportamento
CARVALHO, M.B. Exame psíquico. In: CARVALHO, MB (org). Psiquiatria para Enfermagem.
São Paulo: Rideel, 2012.
Considerações finais
Contribuição do Enfermeiro no acolhimento e cuidado à pessoa com transtorno afetivo, com base na sistematização da assistência;
Necessidade
de	conhecimento	acerca	dos
transtornos	afetivos	e	das	possibilidades	de tratamento.
Sugestões de Filmes
‘Mr Jones’ e ‘Amadeus’ (Transtorno bipolar)
‘As
horas’	e	‘Geração
Prozac’
(Transtorno
depressivo	maior)
As fotos ilustram esculturas do artista Ron Mueck
OBRIGADA

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