Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Janaina Costa da Silva TIA 31752901 Determinação do coeficiente de perda de carga localizada de cotovelo. Relatório apresentado à disciplina de Hidráulica Aplicada I, do curso de Engenharia Civil ministrada pelo Profº Drº Jorge Paixão. Campinas, 14 de outubro de 2017 Introdução Cotovelos e curvas são muito utilizados em diversas instalações de transporte de água. Tais conexões produzem perdas localizadas devido à mudança de direção do escoamento. Pelo efeito de inércia, os filetes tendem a conservar seu movimento retilíneo e são impedidos pela fronteira sólida da conexão. Assim, a mudança de direção provoca uma modificação no perfil da velocidade e na distribuição de pressão, de modo que ocorre um aumento da pressão na parte externa da curva com diminuição de velocidade, e o inverso na parte interna da curva, gerando um movimento espiralado das partículas (PORTO, 2006). De modo geral, a perda de carga depende da rugosidade da parede, do número de Reynolds, da relação entre o raio de curvatura médio e o diâmetro. Porto (2006) apresenta uma equação para a estimativa do coeficiente de perda de carga localizada (k) que depende do ângulo do cotovelo ou curva. (Equação 1) Para os ângulos de 45° e 90° são esperados os valores de k apresentados na Tabela 01. Tabela 01. Valor do coeficiente de perda de carga localizada (k) em função do ângulo de abertura do cotovelo ou curva. Ângulo K 45° 0,26 90° 1,18 Objetivo O objetivo desta aula prática foi determinar experimentalmente o coeficiente de perda de carga localizada (k) do cotovelo de 45° e 90° inseridos em um trecho de tubulação. Materiais e métodos Inicialmente, mediu-se a vazão, e determinou-se a perda de carga localizada no cotovelo de 45° e 90° da tubulação. As medidas foram realizadas pelo software acoplado ao dispositivo. Foram realizadas 4 medidas de vazão para cada singularidade. Resultados e discussão Os resultados obtidos experimentalmente podem ser vistos na Tabela 02. O coeficiente de perda de carga localizada (k) foi calculado a partir da equação 2. (Equação 2) Tabela 02. Dados experimentais de vazão (Q), diâmetro (D), Número de Reynolds, velocidade (V), Perda de carga (H) e coeficiente de perda de carga localizada (k) para alargamento e estreitamento da tubulação. Peça Vazão (m3/s) Diâmetro (m) Reynolds V (m/s) Carga cinética (m) H (m) K Cotovelo de 90° 5,40x10-4 0,017 45290,12 2,38 0,29 0,42 1,46 7,40 x10-4 0,017 62064,24 3,26 0,54 0,85 1,57 8,10 x10-4 0,017 67935,18 3,57 0,65 0,95 1,46 8,80 x10-4 0,017 73806,13 3,88 0,77 1,10 1,44 Cotovelo de 45° 5,40 x10-4 0,017 45290,12 2,38 0,29 0,05 0,17 7,40 x10-4 0,017 62064,24 3,26 0,54 0,12 0,22 8,10 x10-4 0,017 67935,18 3,57 0,65 0,16 0,25 8,80 x10-4 0,017 73806,13 3,88 0,77 0,20 0,26 Pode-se observar na Tabela 01 que o escoamento é turbulento pela análise do número de Reynolds. Além disso, o valor do k médio para o cotovelo de 90° foi de 1,48, apresentando um erro relativo percentual de 13% com relação aos dados da Tabela 01. Para o cotovelo de 45° o k médio foi de 0,23 com um erro relativo de 25%. Esses valores estão resumidos na Tabela 03. Tabela 03. Valores do coeficiente de perda de carga localizada do cotovelo de 45° e 90° obtido na literatura e experimentalmente. ângulo K (PORTO) k MÉDIO erro % 45° 0,26 0,23 13,23 90° 1,18 1,48 25,52 Assim, pode - se dizer que os dados obtidos experimentalmente estão de acordo com a literatura (LENCASTRE, 1983 e PORTO, 2006) De forma geral, o k de curvas tendem a ser menores do que em cotovelos, pois nas curvas a deflexão do fluxo ocorre de forma mais gradual, minimizando a atrito interno e as perdas de carga. Fato que não foi observado no experimento de curvas, pois foram obtidos valores de k superiores aos dos cotovelos. Conclusão Pode-se concluir que é possível determinar o valor do coeficiente de perda de carga localizada de estreitamento e alargamento. Para o experimento em questão os valores encontrados desviam-se ligeiramente dos valores de k encontrados na literatura. Referências Bibliográficas LENCASTRE, A. Manual de hidráulica geral. Editora Edgar Blucher (São Paulo), 1972 PORTO, R. M. Hidráulica básica. 4ªed. Editora EESC USP (São Carlos), 2006.
Compartilhar