Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bioquímica Oral Mineralização biológica Conceito : consiste numa sequência de eventos na qual células especializadas formam uma matriz orgânica com depósitos de fosfato e de cálcio insolúvel. Funções Comuns dos Tecidos Mineralizados: mecanismos de proteção e defesa locomoção reservatório de íons Tecidos mineralizados do homem: osso cemento esmalte dentina Componente Orgânico dos tecidos Mineralizados: Matriz orgânica - primeira matriz a ser formada durante a mineralização biológica (orienta e modela o processo de mineralização) Colágeno: principal proteína constituinte da matriz orgânica constitui a estrutura de suporte dos tecidos conjuntivos mineralizados EXCEÇÃO - esmalte ( não apresenta colágeno - apresenta amelogenina Outros componentes orgânicos: proteoglicanos glicoproteínas enzimas Componente Inorgânico: seres unicelulares e vegetais - sais *CaCo3 - carbonato de cálcio animais superiores - sais *Ca3(PO4)2 - fosfato de cálcio Obs: Fosfato de Cálcio pode formar diferentes compostos fosfato de monocálcio fosfato de dicálcio fosfato de cálcio di-hidratado fosfato tricálcio bioapatíta (hidroxipatita,fluorpatita,carbonatopatita,magnésivapatita) Hidroxipatita: (Htp) principal sal de fost=fato de cálcio encontrado nos mamíferos Ca10(PO4)6(OH)2 Cristais de Apatita: prisma hexagonal são envolvidos por uma camada de íons adsorvidos (Encontrados nos fluidos bucais e na camada de hidratação que envolve os cristais) *Reação de simples troca positivamente carregados trocam com cálcio negativamente trocam com a hidroxila ou fosfato OBS: Para que um material cristalino insolúvel se forme é necessário que íons estejam bem próximos e contenham energia de colisão e orientação adequada para a formação de núcleos críticos de precipitação ( menor combinação estável de íons com a estrutura do material cristalino em solução - o processo de formação de núcleo crítico chama-se NUCLEAÇÃO) Uma vez formado o núcleo crítico, a adição de mais íons resulta no crescimento do cristal. CATALISADORES: químicos/agitação INIBIDORES: magnésio e carbonato Hipóteses da deposição de cálcio na matriz orgânica: fosfato de cálcio se precipita na forma de hidroxiapatita na matriz orgânica fenômeno ocorre em várias etapas começando com a precipitação de fosfato de cálcio amorfo, que é transformado em fosfato de octacálcio e por fim é transformado em hidroxiapatita. OBS: De acordo com a segunda hipótese, com a ação de fosfatase alcalina, uma hexose-fosfato libera íons fosfato para o meio, que se ligam ao cálcio, se depositando na forma de fosfato tricálcio amorfo. Isto sendo que 10 unidades de fosfato tricálcio originam 3 hidroxiapatita liberando hidrogênio e 2 fosfatos. Teorias da Mineralização Vesículas de Matriz: Está relacionado ao início do processo de mineralização, sendo a vesícula uma pequena estrutura rodeada por membrana que brota da célula para formar uma unidade independente dentro da matriz orgânica dos tecidos mineralizados (previamente formada - ou seja, encontrada nos tecidos pré mineralizados tmb! - ex: osso/cartilagem/dentina) Nucleação Heterogênea - estabelece processos que ocorrem durante a síntese da matriz *é catalizada a disposição de cristais de hepatita e então ocorrência de processo de nucleação *nenhum desses mecanismos está envolvido na mineralização do esmalte* OBS: o colágeno organiza o crescimento dos cristais, sendo que os vários tipos existentes possibilitam a não mineralização de tecidos como pele e tendões. Osso: Células Ósseas (osteogênicas - formam e mantém o osso / osteoclastos - reabsorvem o osso) OSTEOBLASTOS - produtoras de tecido ( quando se agregam ao tecido são chamadas de osteócitos) OSTEOCLASTOS - produzidas pelos próprios osteoclastos, são capazes de desmineralizar o osso por meio de bombas de prótons (H) que deixam o microambiente ácido, na sequência degradam a matriz exposta. Lacunas de howship: presentes nas depressões das superfícies ósseas, produzidas pelos osteoclastos. Matriz Orgânica: Os osteoblastos produzem a matriz (subst osteóide), ricam em colágeno tipo 1 (fibrina muito justaposta, sendo que seu arranjo muda conforme o tipo de osso - o que implica na quantidade de proteínas q o mesmo abriga) Zona Osteóide - polimerização de moléculas de colágeno em fibras, ricas em proteoglicanos ácidos Minerais: Para formar a Matriz os osteoblastos captam os íons cálcio e fosfato a partir do contato com vasos sanguíneos, armazenando os mesmos em mitocôndrias. Com o acúmulo, ocorre o brotamento das vesículas, que tmb contém enzimas para a liberação do fosfato. Osteoblasto se tornam osteócitos: perda de água e de proteínas (osso maduro - 70% HAP e 30% fosfato de cálcio amorfo) Esmalte e Dentina Tecidos mineralizados do organismo : osso, dentina, cemento e esmalte Obs: Esmalte - recobre toda coroa do dente tendo logo abaixo a dentina Obs2: Defeitos no esmalte e dentina, podem afetar diretamente a composição/estrutura/anatomia e consequentemente a função dos tecidos. Esmalte tecido + mineralizado e duro (com alta resistência abrasiva) acelular/não pode ser reparado/ sem fibras colágenas/ incolor Proteína predominante: Amelogenina ( encontrada na lâmina basal que separa ameloblastos e odontoblastos) Produção = ameloblastos (encontrados apenas antes da erupção do dente) Alto conteúdo mineral - rico em hidroxiapatita (espessura do esmalte determina cor) Componentes inorgânicos: hidroxiapatita (86 - 90%) A hidroxiapatita se apresenta na forma de cristalitos (caracterizados por serem muito largos) tendo formato hexagonal, tendo como arranjo molecular um grupo hidroxila rodeado por 3 íons cálcio, que por sua vez são rodeados por 3 íons fosfato. Cristais consistem nesse arranjo lado a lado e empilhado em camadas. Mesmo sendo acelular o esmalte faz muitas trocas de íons com o meio externo ( os íons cálcio, fosfato e hidroxila que compõem a apatita podem ser trocados por diferentes íons.(Mg-Ca/F-OH) Componentes Orgânicos: água ( porosidade do tecido) amelogeninas não amelogeninas (amelonlastina/enamielina) enzimas (proteasse enamelisina/ proteinasse serina da matriz do esmalte) Obs: As proteínas têm alta ligação com os minerais e por isso são encontradas principalmente nos limites da região prismáticas e interprismáticas, sendo sua concentração maior prox a junção amelo dentinária. Estrutura: Prisma! + formato cilíndrico (esmalte interprismático = desvío de 40º para 60º - aumentar a porosidade da região) OBS: prisma = bastão/ interprismático= cauda LINHAS INCREMENTAIS: ameloblastos ligam e desligam - dá ao prisma estrias com formato de anel. Rápido : Estrias cruzadas ( linhas transversais que representam o ritmo de formação do esmalte - representa deposição diária de esmalte) Lento: Estrias de Esmalte (Retzius) observadas em cortes longitudinais, correndo circunferencialmente ( representam a deposição a cada 5 a 10 dias) Superfície: +dura e radiopaca / - porosa e solúvel > por conta da riqueza em flúor e pobreza em carbonato JUNÇÃO AMELO DENTINÁRIA: junção entre esmalte e dentina de padrão ondulado em áreas de esforço mastigatório e liso nas superfícies laterais da coroa. Nesta área podem ser encontradas lamelas, espículas e tufos de esmalte. Espículas = penetram esmalte, resultado de processo odontoblástico durante a odontogênese Tufos de esmalte = estruturas juncionais, parecem colunas, encontradas no esmalte interprismático, associados a bainha prismática que envolve o prisma (acredita-se que sejam falhas na matriz do esmalte) Lamelas = defeitos lineares, hipomineralizadas e espaçadas IMPLICAÇÕES CLÍNICAS = Ataques Ácidos - distúrbio durante amelogênese (clareamento pode causar desmineralização{de dentro pra fora} - estrias = áreas de sensibilidade/ Cárie tmb causa desmineralização) Dentina Tecido conjuntivo mineralizado encontrada na coroa e na raiz cor = amarelada Composição: 70% sais - magnésio=mineral/ carbonato=cristais HAP colágeno tipo 1,3,5 (90%) ácidos/colesterol/lipídios rígida e elástica = + dura que osso e cemento dividida em: Pré Dentina (matriz orgânica não mineralizada prox a polpa) Dentina do Manto ( camada mais externa) Dentina Circumpulpar (peritubular e intertubular DENTINA CIRCUMPULPAR: Peritubular = fina camada que rodeia os túbulos dentinários. ( diferença para Intertubular = sem fibras de colágeno e é mais mineralizada ) Odontoblastos: responsáveis pela síntese da dentina ( feita na coroa e na raiz do dente) produz durante toda vida do indivíduo e TURNOVER não ocorre na dentina - ou seja a baixa no cálcio não afeta a dentina ESTRUTURA: Túbulos Dentinários = apresentam curso curvado (curvatura primária e secundário formando um S) sendo evidentes entre a dentina primária e secundária. Estes túbulos contém processos de odontoblastos, lâminas limitantes de parede e fluido extra cel (força positiva para exterior - limita progresso de componentes químicos e toxinas para polpa),em alguns casos com terminações nervosas. Bainha de Neuman = espaço entre processo odontoblastico e parede da dentina tubular. LINHAS ESTRUTURAIS : linhas aproximadamente perpendiculares aos túbulos de dentina Linhas de Owen = curvatura secundária dos túbulos (descreve deficiência na mineralização) Von Ebner = deposição de matriz e mineralização (períodos curtos de deposição) FORMAÇÃO DA DENTINA: As dentinas secundária e terciária são formadas pós erupção dos dentes, sendo que a primeira apresenta estrutura similar a primária (diferenciadas pelas mudanças nas direções dos túbulos e a deposição secundária tmb é mais lenta que a primária) a dentina terciária é formada por estímulos como cárie ou trauma, variando muito em aparência ( devido a produção de novas cel mesenquimais diferenciadas que são semelhantes a odontoblastos - osteodentina) Tipos de dentina Terciária: formação por odontoblastos pré existentes (patológica) / novos odontoblastos diferenciados devido a morte dos anteriores (reparadora) ( morte = túbulos dentinários vazios ou dentina peritubular oclui os túbulos) DENTINOGÊNESE IMPERFEITA - má formação hereditária da dentina. Composição: 70% sais - cálcio/fósforo/magnésio colágeno tipo 1,3,5 ácidos/colesterol/lipídios Periodonto Conceito: conjunto de tecidos de suporte/sustentação e proteção para os dentes. ( remodelação constante, menos cemento) Proteção: gengiva ( papilar/livre/inserida/marginal) Sustentação: cemento, ligamento periodontal, e osso alveolar. OBS: O LP é o principal componente responsável por transferir forças aos osso alveolar e permitir que este se remodele em resposta. Periodonto Sadio: Gengiva = tecido epitelial + conjuntivo Epitelial: região oral, sulcular e juncional (QUERATINÓCITOS) O epitélio apresenta Laminina, que ajuda na adesão das cels epiteliais com o colágeno tipo 4 por meio de receptores proteicos. Da mesma maneira, esses receptores interagem com o cemento promovendo a adesão do tecido gengival ao dente e impedindo a invasão de células estranhas no ligamento periodontal.0 Conjuntivo: compartimentos celular e extracelular (fibroblastos/ macrófagos/mastócitos/cels inflamatórias) Quanto ao componente extra cel é composto basicamente por colágeno tipo 1 ( tipo 4 associado aos vasos sanguíneos / 5 e 6 distribuição filamentosa) Ligamento Periodontal = tecido conjuntivo ( entre raiz e osso alveolar - GONFOSE) Suas fibras promovem força tênsil, enquanto a substância básica é capaz de dissipar as forças de compressão. Apresenta várias células: Progenitoras: potencial para se diferenciar em fibroblastos/cementoblastos/osteoblastos Fibroblastos: produzem matriz do ligamento e orientam fibras. Cels Epiteliais: secretam prostaglandinas e interleucina promovendo a manutenção do espaço do ligamento e regeneração. Cementoblastos: manutenção e reparo do cemento Cels sistema sensorial: papel importante no mecanismo de resposta às forças mecânicas. Subs Fundamental: Glicoproteínas: ligadas aos glicosaminoglicanos ( ex: ac hialurônico - absorvente mecânico {não é proteoglicana pq tem apenas glicosaminoglicanas) Proteoglicanas: manutenção da integridade estrutural dos tecidos conjuntivos (incluindo desenvolvimento/remodelação/reparo) também estão envolvidas com a inibição da mineralização no LP. (PROTEÍNA + GLICOSAMINO) FIBRONECTINAS = glicoproteínas que permitem ancoragem de fibroblastos, promovendo ligação/ espalhamento/migração Fibras: colágeno (suporte) + elastina Cemento: mineralizado sem vascularização/inervação cobre raízes dos dentes ligando dentina radicular ao LP Cementoblastos: responsáveis pela síntese de cemento, trabalham durante toda vida do dente. Pérolas de Esmalte: depósitos de material produzido por células aderidas a raiz semelhante a esmalte Composição: Hepatita Colágeno tipo 1,3 e12 glicasaminoglicanos - medidor de mineralização (por se ligarem ao cálcio inibindo mineralização) fofoproteinas osteocalcinas osteonectina osteopontinina - regulação do crescimento mineral sialoproteina - promove formação mineral sobre superfície da raiz Osso alveolar: cels Osteogênicas = formam e mantêm o osso osteoclastos = reabsorção Periodonto Doente: Em geral envolve destruição do colágeno da matriz extracel com aparecimento de edema e inflamação, aumentando o sulco gengival, fluxo de fluido gengival, vascularização, perda de selamento e de osso alveolar. As bactérias que compõem o biofilme subgengival relacionadas com a destruição do tecido são as anaeróbicas gram negativas Inicialmente, os produtos bacterianos do biofilme induzem o aumento dos espaços intercelulares do epitélio juncional e a destruição parcial da membrana basal durante a inflamação. Entre as alterações mais significativas há a perda de osso alveolar, que está associada a regulação do sistema RANK (receptor)/RANKL (ligante) /OPG (osteoprotegenina) O receptor é expresso em precursores osteoclásticos e em osteoclastos maduros, enquanto seu ligante é uma proteína transmembrana, expresso em osteoblastos em condições homeostáticas e ativado por linfócitos T. A interação de ambos é necessária para diferenciação e ativação de osteoclastos, evento regulado por OPG, que tem atração pelo ligante, impedindo a ativação dos osteoclastos e consequentemente a absorção óssea, por inibir a ligação RANK-RANKL. OBS = fibroblastos produzem OPG em resposta a toxinas bacterianas.
Compartilhar