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Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Economia Disciplina: Tópicos Especiais em Economia III – Investimentos Prof.: Marçal Serafim Cândido Aula 05 – 11/04/2014 1 – Retornos históricos e estatísticas descritivas; II – Suposições sobre a distribuição dos retornos e o índice de Sharpe; II – Retorno e Risco em cenários de incerteza; III – Escolha em condições de risco. � Até o momento, foram apresentadas a estrutura básica do funcionamento do mercado financeiro e seus principais agentes; � Também discutimos alguns produtos financeiros negociados, bem como alguns mecanismos do processo de negociação de títulos; � Agora vamos estudar finanças sob o enfoque de risco e em condições de incerteza; � Alguns fundamentos de estatística e economia serão abordados para melhorar a compreensão; � As séries temporais dos retornos de determinado título (renda fixa; ações; etc.) permitem analisar algumas estatísticas descritivas úteis no processo de avaliação de risco; � As estatísticas comumente utilizadas são a média, o desvio padrão (variância), a mediana; � Logaritmos dos retornos e capitalização contínua; � Os retornos médios ao longo de determinado período podem ser descritos por uma média. Mas surge a dúvida: qual média? � Foi pedido este tipo de análise em exercício da lista; n 1 i 1 i )x(1XGeométrica Média x n 1 XAritmética Média ∏ ∑ = = +== == n i n i � A variância (desvio-padrão) é uma das medidas comumente utilizadas para avaliar o risco de um investimento; � O desvio padrão é simplesmente a raiz quadrada da variância e é de mais fácil interpretação; � Pode-se também representar para amostras o denominador como n-1, porém, em grandes amostrar, o valor converge; 2 1 i 2 )x(x n 1 Variância −== ∑ = n i σ � Os métodos de cálculo para retornos e risco anteriormente descritos consideram cenários de certeza; � No entanto, no processo de investimentos, geralmente, há uma incerteza nas decisões a serem tomadas; � Assim, surge a necessidade de avaliação de retorno e risco em condições de incerteza; � Neste caso, há uma distribuição de probabilidades associadas aos possíveis resultados; � O Risco envolve a possibilidade de perdas que não são facilmente previsíveis; � O processo de análise e gestão de riscos envolve: >Identificação dos fatores de risco (ex.: risco de mercado; cambial; operacional; etc.); >Mensuração do risco (ex.: variância; VaR; Índice de Sharpe); >Gestão do risco (ex.: seguros; contratos futuros; opções; swaps; etc.); *No curso, buscaremos identificar os fatores de risco, bem como proceder à sua mensuração;; � O retorno esperado (esperança matemática-) é o quanto se espera obter com o investimento de risco no futuro; � Pode ser calculado a partir de: E(R) i natureza da estado do adeprobabilidp i natureza da estado no toinvestimen do retornoR RpE(R) i i n 1i ii = = =∑ = � A variância (ou desvio-padrão), em cenários de incerteza para determinado ativo, pode ser obtida a partir de: esperado retorno E(R) i natureza da estado do adeprobabilidp i natureza da estado no toinvestimen do retornoR E(R))(Rp i i 2 n 1i ii 2 = = = −=∑ = σ � Na análise de retorno-risco, geralmente, estamos interessados em quanto determinada aplicação (títulos; carteira; fundo de investimento) foi capaz de remunerar pelo risco incorrido; � Assim, se a escolha foi por um ativo com maior risco, este deve também remunerar mais em relação ao ativo de menor risco (não se esqueçam, em finanças, a análise é feita em termos comparativos); � Assim, um indicador muito utilizado é o índice de retorno de volatilidade (índice de Sharpe) e é dado por: i toinvestimen do (risco) padrão desvio risco de livre ativo do retornoR i toinvestimen do retornoR RR IS i f i i fi = = = − = σ σ � Muito dos dados observados no dia-a-dia podem ser bem descritos como uma distribuição normal (ex.: altura; peso; precipitação) e, sendo assim, seria de esperar que a distribuição dos retornos também seguisse a forma de uma distribuição normal; � Lembre-se, a distribuição normal é uma distribuição bem comportada, em que necessitamos somente dos seus dois primeiros momentos para descrevê-la (média e variância); � O uso da distribuição normal permite que se use o desvio-padrão como uma medida de risco, o que não poderia ser possível como uma distribuição assimétrica; � Muitos dados financeiros (ex.: retorno de ações; mensuração de volatilidade) não são descritos como uma normal, daí o bom senso na análise do gestor de risco; � Algumas medidas ajudam na análise do formato da distribuição, como a assimetria e a curtose; � Especulação: assunção de risco considerável para obtenção de ganho proporcional; � Risco Considerável: risco capaz de influenciar uma decisão; � Ganho Comensurável: significa prêmio positivo pelo risco, superior ao ativo livre de risco; � Aposta: jogar/investir em um resultado incerto (prêmio zero ou jogo justo) � A escolha do indivíduo em condições de risco são baseadas em alguns fundamentos microeconômicos da escolha individual; � Uma forma muito usual de avaliação da escolha pode ser dada pela mensuração da utilidade proporcionada por determinada combinação de risco e retorno; � Neste caso, parte-se da avaliação do grau de aversão ao risco do indivíduo para, então, avaliar a sua escolha; � O critério de dominância mostra a relação risco-retorno em que um ativo (ou carteira) é preferível a outro. Assim, sejam dois ativos (carteiras) A e B, A prevalece sobre B se: BA σσ ≤ ≥ e )E(R)E(R BA � Considere um indivíduo com uma renda de $ 10. Esta renda proporciona uma utilidade de u(10). No entanto, ele está considerando a aplicação desta renda em um ativo de risco que proporciona uma aumento de 50% em sua renda, ou seja, para $ 15 e uma utilidade u(15) com probabilidade de 0,50 ou uma queda de 50% também com probabilidade 0,5. Tal indivíduo pode ser: i) avesso ao risco; ii) amante do risco e iii) indiferente ao risco. Vejamos por meio das funções utilidade i) Qualquer ponto na curva de indiferença é maior ou igual ao da linha reta. Neste caso, tem-se que: ii) Assim, o bem estar do indivíduo é maior quando possui uma renda certa do que quando a renda é incerta; u(15)*0,5u(5)*0,5u(10) +≥ i) Qualquer ponto na curva de indiferença é maior ou igual ao da linha reta. Neste caso, tem-se que: ii) Assim, o bem estar do indivíduo é maior quando possui uma renda incerta do que quando a renda é certa; u(15)*0,5u(5)*0,5u(10) +≤ � Observe, então, que funções côncavas estão relacionadas com indivíduos com aversão ao risco, ao passo que funções convexas para aqueles amantes do risco; � Deixo como sugestão pensar o formato das funções para indivíduos indiferentes ao risco; � É um resultado que tem importantes implicações para investimentos, alocação de carteiras e seguros; Observe que : A<0: investidor amante do risco A=0: investidor neutro ao risco A>0: investidor avesso ao risco retorno do variância risco ao aversão de índiceA esperado retornoE(R) utilidadeU A 2 1 - E(R)U 2 2 = = = = = σ σ � Hoje analisamos os conceitos inicias de risco, as principais estatísticas descritivas para sua análise; � Também mostramos o índice de Sharpe, muito utilizado na avaliação de investimentos; � Discutimos alguns pontos dos fundamentos da escolha envolvendo risco e decisão em condições de risco; � Será enviada uma lista para o treinamento de conceitos� BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos. 8ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. (cap. 4) � ROSS, S.A.; WESTERFIELD, R.W.; JAFFE, J.F. Administração Financeira. 2ed. São Paulo: Atlas, 2007. (cap. 9) � VARIAN, H.R. Intermediate Micreeconomics: a modern approach. 8ed. New York: W.W. Norton & Company, 2010.
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