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Impugnação ao Cumprimento de Sentença

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Cível da Comarca de Lages - Estado de Santa Catarina
Processo nº:
MARIBEL S/A, já qualificada nos autos supra, vem por meiodesta, através de seu advogado constituído, apresentar
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
em desfavor de Agenor da Silva, já qualificado nos autos, sob os fundamentos seguintes:
1- DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO
A parte exequente ingressou com ação decumprimento de sentença neste juízo (Comarca de Lages). No entanto, cumpre informar que a ação de conhecimento que gerou o título executivojudicial em questão tramitou na Vara Cível da Comarca de Chapecó – SC, devendo, então, a execução correr perante esta, conforme exposto no Novo Código de Processo Civil. Vejamos:
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
Desta forma, requer seja declinada a competência para o juízo daVara Cível da Comarca de Chapecó competente para tramitar a ação em questão.
2- INEXIGIBILIDADE DO PAGAMENTO DA CONDENAÇÃO
Nota-se dos autos que, apesar de expressamente constado em sentença, o exequente não depositou em cartório a escritura do imóvel que deu origem ao título executivo judicial. Deste modo, percebe-se que a parte executada não encontra-se obrigada ao pagamento da quantia exigida. Vejamos o que diz a sentença condenatória:
Por tais razões, julgo procedente o pedido monitório, para constituir, de pleno direito, em título executivo judicial, os documentos constantes na inicial (fls. 04), nos valores de R$ 10.000,00 atualizado monetariamente a partir da data da respectiva emissão (10-12-2012), mais juros moratórios de 12% ao ano, contados a partir da citação (10-05-2016), a teor do art. 406, do CC/2002.Outrossim determino que somente passa a ser obrigado a condenação de tais valores ao momento em que for depositada em cartório a escritura do imóvel que deu origem ao título.Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios que fixo, nos termos do art. 20, § 3º, do CPC, em 10% do valor indicado. Chapecó 10-07-2017.
3- DO EXCESSO DE EXECUÇÃO
3.1. DOS JUROS DE MORA
Trata-se de ação em que a parte exequente abusou dos valores requisitados, haja vista que não houve a liquidação correta do título executivo judicial em questão com base nos termos da sentença do processo de conhecimento.
O exequente considerou como data inicial, para os juros de mora, a mesma data da correção monetária, o que, de fato, é equivocado, tendo como base a sentença supracitada. A data correta para a aplicação dos juros em questão é 10/05/2016. Vejamos:
Por tais razões, julgo procedente o pedido monitório, para constituir, de pleno direito, em título executivo judicial, os documentos constantes na inicial (fls. 04), nos valores de R$ 10.000,00 atualizado monetariamente a partir da data da respectiva emissão (10-12-2012),mais juros moratórios de 12% ao ano, contados a partir da citação (10-05-2016), a teor do art. 406, do CC/2002. Outrossim determino que somente passaa ser obrigado a condenação de tais valores ao momento em que for depositada em cartório a escritura do imóvel que deu origem ao título. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios que fixo, nos termos do art. 20, § 3º, do CPC, em 10% do valor indicado. Chapecó 10-07-2017.
3.2. DA MULTA LEGAL
Percebe-se nesta execução que, quando dos cálculos, o exequente já incidiu a multa de 10% da condenação nos valores devidos. No entanto, tem-se que de direito do executado a possibilidade de pagar a quantia devida, no prazo de 15 dias a contar da intimação da execução, sem a incidência de multa e honorários advocatícios da fase de cumprimento de sentença. Deste modo, há de se exigir que a quantia devida seja reduzida aR$17.310,79 (dezessete mil trezentos e dez reais e setenta e nove centavos), de acordo com o cálculo atualizado pelo executado.
Ademais, cumpre informar que a parte exequente já depositou em juízo o valor que entende devido, conforme comprovante de pagamento em anexo.
Pelos motivos expostos, pede que seja deferido o novo valor exequível, tendo em vista o cumprimento de sentença com juros de mora corrigidos, a correção monetária e o acréscimo de honorários de sucumbência, bem como no decréscimo do valor da multa legal,anteriormente aplicada, perfectibilizando o valor total devido de R$17.310,79 (dezessete mil trezentos e dez reais e setenta e nove centavos), de acordo com o cálculo atualizado pelo executado, e não de R$ 25.782,90 (vinte e cinco mil setecentos e oitentae dois reais e noventa centavos).
4 – DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA
O exequente indicou como bem à penhora o imóvel de propriedade do sócio-administrador daempresa executado. No entanto, referido imóvel é local de moradia do suplicante e de seus familiares, tratando-se, então, de bem de família utilizado para moradia, deste modo impenhorável, face ao exposto no art. 1.º da Lei n.º 8.009/90.
Ademais, nota-seque não fora desconstituída a personalidade jurídica da empresa, não havendo que se falar em atingir os bens dos sócios, tendo por então mais um motivo para que seja desconsiderado o pedido de penhora do imóvel ora requerido.
A jurisprudência de Santa Catarina decidiu o tema recentemente em caso parecido, onde havia sido decretada a desconstituição da personalidade jurídica e, do mesmo modo deverá ser esta, fora decidido pela impenhorabilidade do bem.
Processo:0032156-42.2016.8.24.0000 (Acórdão)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. DESCONSTITUIÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DA EMPRESA DEVEDORA. PENHORA REALIZADA SOBRE UM APARTAMENTO E DUAS VAGAS DE GARAGEM DE UM DOS SÓCIOS DA EXECUTADA. AGRAVANTE QUE PRETENDE O RECONHECIMENTO DE IMPENHORABILIDADE DOS BENS CONSTRITOS. BEM DE FAMÍLIA. ALEGAÇÃO ANTERIORMENTE DEDUZIDA EM IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, SEM PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO. REJEIÇÃO DO INSTRUMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO NÃO OPERADA. MAGISTRADO QUE NÃO ENFRENTOU O TEMA. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. CONHECIMENTO A QUALQUER TEMPO E EM QUALQUER GRAU DE JURISDIÇÃO, INCLUSIVE POR EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. PARTE AGRAVADA QUE SUSTENTA A EXISTÊNCIA DE OUTRO IMÓVEL DE PROPRIEDADE DO AGRAVANTE, OCULTADO SOB O NOME DE SEUS FILHOS E POR ELES ADQUIRIDO EMFRAUDE À EXECUÇÃO. ALEGAÇÃO NÃO EXAMINADA NO PRIMEIRO GRAU. IMPOSSIBILIDADE DE QUE ESTE TRIBUNAL SE MANIFESTE SOBRE A MATÉRIA. NECESSIDADE, ADEMAIS, DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. CONTRARRAZÕES NÃO CONHECIDAS NO PONTO. APARTAMENTO PENHORADO NO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. ÚNICO BEM DO AGRAVANTE.UTILIZAÇÃO DO IMÓVEL COMO RESIDÊNCIA DO DEVEDOR E DE SUA FAMÍLIA. DECRETAÇÃO DE IMPENHORABILIDADE QUE SE IMPÕE.VAGAS DE GARAGEM COM MATRÍCULAS AUTÔNOMAS PERANTE O REGISTRO DE IMÓVEIS. NÃO CARACTERIZAÇÃO COMO BEM DE FAMÍLIA.PRECEDENTES.PROTEÇÃO DA LEI N. 8.009/90 CONCEDIDA APENAS AO APARTAMENTO ONDE RESIDE O SÓCIO E SUA FAMÍLIA.PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO SOBRE AS VAGAS DE GARAGEM PENHORADAS. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (grifo nosso)
5 – DOS PEDIDOS
MARIBEL S/A, desde já, requer:
1) Seja declinada a competência para o juízo da Vara Cível da Comarca de Chapecó competentepara tramitar a ação em questão;
2)A extinção da presente execução independente de pagamento, ante a inexigibilidade do pagamento da quantia exigida;
3) Subsidiariamente, caso não entenda pela extinção execução, seja deferido o novo valor exequível, tendo em vista oora exposto;
4)Posteriormente o reconhecimento da impenhorabilidade do bem de família.
5) Após odeferimento do valor exequível, seja extinta a presente ação de execução pelo pagamento da dívida, conformecomprovante de pagamento em anexo.

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