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Elzimar Oliveira (História da implemetação da Educação Rural no municipio de Gurupá, Estado do Pará)

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0 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E MEC/PARFOR 
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS SOCIAIS 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
ELZIMAR VIEIRA DE OLIVEIRA 
 
 
 
A LUTA DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE 
GURUPÁ/PA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO RURAL 
NA COMUNIDADE DO RIO MOJU. 
 
 
 
GURUPÁ/PA 
2015 
1 
 
ELZIMAR VIEIRA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
A LUTA DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE 
GURUPÁ/PA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO RURAL 
NA COMUNIDADE DO RIO MOJU. 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de 
Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA) em 
cumprimento às exigências para a obtenção do grau de 
Licenciado em Ciências Sociais. 
Orientadora: Profª. Drª Eleanor Gomes da Silva Palhano 
 
 
GURUPÁ/PA 
2015 
2 
 
ELZIMAR VIEIRA DE OLIVEIRA 
 
 
 
A LUTA DO SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE 
GURUPÁ/PA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO RURAL 
NA COMUNIDADE DO RIO MOJU. 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de 
Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (UFPA) em 
cumprimento às exigências para a obtenção do grau de 
Licenciado em Ciências Sociais. 
Orientadora: Profª. Drª Eleanor Gomes da Silva Palhano 
 
Data da Aprovação: 
 
Banca examinadora: 
 
 
 
Profª. Dra. ELEANOR GOMES DA SILVA PALHANO 
Drª. ORIENTADORA 
Prof. Dr. (and.) José Ribamar Braun Viana dos Santos 
 
 
 
Profª.Mesc. Sylvia de Nazaré Castro 
 
3 
 
DEDICATÓRIA 
 
Principalmente a Deus, meu senhor e salvador, que me guia em todos os 
momentos da minha vida, mestre e grande amigo. 
Especialmente a minha querida e amada mãe Maria Vieira de Oliveira, que 
me deu vida, me criou e me deu os primeiros e valiosos ensinamentos, com carinho, 
incentivo, compreensão e esforço desde o início de minha vida escolar até aqui. 
Ao meu eterno pai in memória Manoel Reis de Oliveira por ter me ensinado 
em pouco tempo em que viveu ao meu lado, que a vida tem que ser vivida com 
amor, respeito, sabedoria, ousadia, conhecimento. Sei que ele está comigo em todos 
os momentos me guiando no caminho do bem... Obrigado meu pai por tudo que me 
ensinou, mesmo longe, sinto que sua proteção de pai está comigo me orientando em 
todos os momentos. 
A minha amada esposa Ana Karla Moraes de Almeida, que com o seu amor 
e carinho me deu força principalmente nos momentos de dificuldades, ela me 
proporcionava palavras de incentivo para que eu alcançasse esse objetivo. 
Ao meu filho Ewerton Leonan Pereira de Oliveira, meus irmãos, sobrinhos e 
demais familiares que sempre serviram de incentivo para a conclusão deste trabalho 
e aos meus amigos que direta ou indiretamente me ajudaram a realizar esse sonho. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
AGRADECIMENTO 
Institucionalmente, agradeço a Universidade Federal do Pará, ao 
PARFOR/CIÊNCIAS SOCIAIS, por me proporcionarem esta formação acadêmica. 
A coordenadora do PARFOR/CIÊNCIAS SOCIAIS professora orientadora 
Drª Eleanor Gomes da Silva Palhano. Obrigado pelo incentivo, pois suas palavras 
me proporcionaram forças e conhecimento para finalizar este trabalho acadêmico. 
Aos professores da banca examinadora Dr. (and.) José Ribamar Braun 
Viana dos Santos e Msc. Sylvia de Nazaré Castro pela disponibilidade de apreciar o 
meu trabalho e de certa forma, engrandecê-lo. 
Ao Professor Mestre Paulo Sergio dos Santos Ribeiro, pelo apoio, 
dedicação, atenção, compreensão e incentivo. Ele foi um fator importante para a 
construção deste trabalho. Aprendi muito, meus sinceros agradecimentos. 
Agradeço ao Deus e eterno pai todo poderoso, que com seu amor dadivoso 
me concedeu a vida e pelo seu imenso amor, me iluminou durante todos os 
momentos, mesmo com meus erros e fracassos, nunca me abandonou. E é a ele 
que recorro, seja nos momentos de alegria ou de tristeza, paz de espírito ou de 
aflição, reconheço que o seu amor, contudo, é maior que a percepção humana sobre 
o amor. Obrigado meu Deus. 
Especialmente a minha querida e amada mãe, Maria Vieira de Oliveira e ao 
meu pai in memória Manoel Reis de Oliveira por terem me criado em meio as 
dificuldades que a vida nos proporciona, sempre lutaram na esperança de algo 
melhor para mim, principalmente numa formação acadêmica. 
Foi partir deles, em especial minha amada mãe, percebei que a maior 
riqueza material de um ser humano é a sabedoria e o conhecimento, com esses 
aprendemos a tomar as decisões certas, as quais nos trarão resultados duradouros. 
Obrigado pela excelente educação, e por todo o apoio até hoje. Essa conquista vai 
para vocês que me ensinaram como é importante ser sábio! 
5 
 
A minha esposa e amada Ana Karla Moraes de Almeida minha companheira 
em todos os momentos da minha vida que me deu muita força para que eu 
alcançasse esse objetivo. 
Aos meus amigos da turma que direta ou indiretamente me ajudaram nos 
momentos de dificuldade e foram essenciais na minha conclusão de curso, me 
ajudando sempre que precisei. Gostaria de agradecer aos parentes próximos e 
distantes que me ajudaram significativamente com confiança no que eu fazia ou com 
palavras de força para que eu não desistisse. 
A Prefeitura Municipal de Gurupá, Secretária Municipal de educação e todas 
as escolas dos pólos Mararu e Moju pelo apoio que me deram em poder chegar até 
este momento importante de ter uma formação acadêmica. 
Enfim, a todos que estiveram em minha trajetória, me ajudando e 
incentivando para que eu pudesse concluir este trabalho e colaborar com a 
construção de mais um momento histórico para mim e para o processo educacional 
de Gurupá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Por ideias pedagógicas entendo as ideias 
educacionais, não em si mesma, mas na forma 
como se encarnam no movimento real da educação, 
orientando e, mais do que isso, constituindo a 
própria substância da prática educativa”. 
 Dermeval Saviane 
 
 
 
7 
 
RESUMO 
É na visão histórica da construção do sindicalismo no municipio de Gurupá no 
estado do Pará, que surge a discussão de que forma e como historicamente o 
sindicato dos trabalhadores rurais se inseriu no debate político na luta por seus 
direitos sociais. Esse trabalho relata a história da implementação da educação rural 
na comunidade do Rio Moju, as luta travadas dos trabalhadores rurais pelo direito à 
educação, saúde e terra, os problemas enfrentados, as vitórias e derrotas, as 
contradições existente no seio da categoria e a atuação do sindicato em busca de 
melhorias para a população do município de Gurupá. . 
 
Palavras chaves: Sociologia da Educação, Movimento Sociais, Sindicalismo e 
Educação do Campo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
 
It is the historical view of the construction of syndicalism in the municipality of Gurupá 
in the state of Pará, which comes the discussion of how and how historically the 
union of rural workers entered the political debate in the struggle for their social 
rightsThis paper describes the history of implementation of rural education in Rio 
Moju community, the struggle waged rural workers the right to education, health and 
land, the problems faced, victories and defeats, the existing contradictions within the 
category and the performance the union seeking improvements for the population of 
the municipality of Gurupá.Key words: Sociology of Education, Social Movement Unionism and Rural 
Education. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10 
CAPITULO I: O sindicalismo no Brasil ................................................................. 12 
1.1 As lutas travadas pelo sindicato no contexto da redemocratização .......... 14 
CAPITULO II: O município de Gurupá .................................................................. 18 
2.1 A comunidade do Rio Moju ............................................................................. 22 
CAPITULO III: A luta do sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá para a 
implementação da educação rural na comunidade do Rio Moju........................ 28 
3.1 O sindicato dos trabalhadores rurais do Rio Moju e sua atuação em prol da 
implementação da escola rural.............................................................................. 32 
3.2 Pesquisa de campo ....................................................................................... 34 
3.3 Considerações finais ..................................................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
Ao falar do sindicato dos trabalhadores rurais da comunidade do Rio Moju, é 
necessário que se faça uma breve história desse movimento, na qual teve um 
importante papel na luta pelas conquistas de seus direitos sociais. 
Este trabalho dirigir-se ao processo de implementação da educação rural na 
comunidade do Rio Moju, municipio de Gurupá, através das lutas travadas do 
sindicato dos trabalhadores rurais daquela localidade, onde levou a população a 
conhecer seus direitos de cidadão. O objetivo desse trabalho é resgatar a história 
desse sindicato no processo de implementação da educação rural no Rio Moju. Para 
tanto, essa pesquisa está pautada pelas seguintes questões norteadoras: Quais as 
pessoas do sindicato dos trabalhadores rurais que participaram desse movimento? 
Quais as principais dificuldades encontradas pelo sindicato para implementar a 
educação nesta localidade? Que benefícios a escola trouxe para a comunidade? 
Quais as lutas que o sindicato dos trabalhadores rurais da comunidade do Rio Moju 
trava hoje? 
A pesquisa foi desenvolvida através de entrevistas com as lideranças que 
fizeram parte dessa luta do sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá, tendo 
como técnica de coleta de dados e como instrumento um questionário com 
perguntas abertas. Estas perguntas estão estruturadas em três capítulos. O primeiro 
aborda uma breve história do sindicalismo no Brasil e as lutas travadas pelo 
sindicato no processo de redemocratização, sua origem através da solidariedade e 
defesa de um lado e da revolta contra o modo de produção capitalista e a sociedade 
burguesa do outro. O segundo relata o municipio de Gurupá e a luta da comunidade 
do Rio Moju no processo de formação educacional da população daquela 
comunidade. O terceiro capitulo refere-se as lutas do sindicato dos trabalhadores 
rurais de Gurupá para a implementação da educação rural na comunidade do Rio 
Moju. 
Entende-se com essa pesquisa que mais do que organizar grupos sociais, é 
preciso manifestar suas necessidades e frustações diante dos inumeros problemas 
desse país, desenvolvendo nas mesmas aptidões o pleno exercício de cidadania. 
Portanto, a socialização da história de luta dos trabalhadores rurais do municipio de 
11 
 
Gurupá é importante e necessário para os novos atores sociais desse municipio, 
servido como incentivo e aprendizagem, na certeza de que é preciso que a 
sociedade se organizem de forma coletiva para terem seus direitos respeitados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
CAPITULO I: O SINDICALISMO NO BRASIL 
O sindicalismo tem dois tipos de origem, o de solidariedade e defesa de um 
lado, e o de revolta contra o modo de produção capitalista e a sociedade burguesa 
do outro. No Brasil o sindicalismo rural se dar por volta dos anos de 1858 que foi 
com a sociedade de auxilio mutuo, mas foi a partir do ano de 1906 que surgiu o 
primeiro congresso de trabalhadores rurais que aconteceu na cidade de Rio de 
Janeiro. 
Na ocasião foi criada a Confederação Operária Brasileira, através dessas 
grandes lutas do sindicalismo os avanços foram significativos, mas que também 
existiram problemas como, por exemplo, a falta de ética de alguns militantes que 
deixaram de lutar em prol da categoria para lutarem por seus próprios interesses 
atitude essa que infelizmente ainda está presente em muitos representantes, seja 
ele militante de sindicato quanto de outras organizações sociais. 
É importante afirmar que as primeiras organizações de trabalhadores rurais 
no Brasil foram à sociedade de socorro por volta de 1858, onde os trabalhadores se 
ajudavam num processo de mutirões, isso acontecia quando um trabalhador estava 
passando por dificuldade os demais se uniam para auxiliar aquele que estava 
necessitado da ajuda dos demais companheiros. Nessa forma de trabalho, 
conhecida também de associações foi surgindo as uniões operárias que com a 
chegada da indústria ganhou mais força e foi crescendo passando ao ponto de ficar 
insuficiente atender toda a demanda dos interessados. 
Foi então que surgiu a ideia de se organizar por ramo de atividade, 
facilitando assim as ações desses movimentos que com essa forma atenderia 
melhor a demanda. Com essa organização que era realizada por categorias, a união 
entre operários se tornaram evidentemente mais forte e na cidade de Rio de Janeiro 
surgiram as primeiras greves que aconteceu no ano de 1858. Onde trabalhadores 
que estavam insatisfeitos com as explorações dos patrões reivindicaram aumento 
salarial para a categoria, luta essa que foi bastante significativa, pois os 
trabalhadores saíram vitoriosos marcando assim seu nome na história de luta dos 
trabalhadores contra a classe burguesa. 
13 
 
Com as lutas dos trabalhadores contra os patrões e consequentemente o 
surgimento das vitorias, novas perspectivas e novas formas de organização social 
surgiram, como o primeiro congresso socialista brasileiro que aconteceu no ano de 
1892 cujo objetivo era a criação do partido socialista, que tinha como objetivo 
possibilitar aos trabalhadores o direito de exercerem cargos políticos e 
consequentemente lutar em defesa de sua categoria. 
No entanto essa meta não foi alcançada pelo fato de que um grupo de 
líderes do sindicalismo que era conhecido por anarco - sindicalistas, que idealizava 
ações só no trabalho ignorando e não aprovando a participação política de suas 
lideranças e, não concordou com a participação política dos líderes sindicais na 
política. 
Em 1902 acontece o segundo congresso socialista brasileiro, na ocasião foi 
lançado o manifesto aos proletariados do Brasil, que tinha como discurso principal a 
conscientização dos trabalhadores, onde os mesmos precisavam se unir pelo fato 
que estava acontecendo um grande avanço das relações capitalistas. Mesmo com a 
organização dos trabalhadores naquela época, houve um grande fortalecimento 
entre as relações, restando apenas à classe dos empregadores e a classe dos 
trabalhadores que precisavam se organizar para lutar contra a opressão promovida 
pela classe dos empregadores. 
Nesse sentido é que surgem os sindicatos no Brasil, cujo objetivo era a luta 
contra a opressão dos patrões para que cada trabalhador tivessem seus direitos 
respeitados por todos, seja ele negro ou não. A partirde então foram realizados 
vários congressos sindicais e operários além das inúmeras manifestações que 
acontecem até os dias atuais realizados por diversas categorias. 
 
 
 
 
14 
 
1.1. As lutas travadas pelo sindicato no contexto da redemocratização 
Para discorrer as lutas pela redemocratização em nosso país, é necessário 
entendermos que naquele período a Igreja Católica estava em um momento de 
grandes mudanças, começando a ensinar as pessoas que ser cristão é também lutar 
por direitos humanos, é ter uma postura adversa do pegado da opressão social, é 
não aceitar a opressão das pessoas inescrupulosas. Nesse sentido surgem então a 
necessidade de lutar por uma sociedade mais justa e igualitária, liderada pela Igreja 
Católica, que pregava a ideologia libertadora. 
Em Gurupá no ano de 1971 a Igreja Católica iniciou a formação das 
Comunidades Eclesiais de Bases (CEBs), através da liderança do padre italiano 
Giulio Luppi da paróquia de Santo Antônio de Gurupá, que no ano de 1974 realizou 
a primeira semana catequética e o tríduo que eram os encontros de formações para 
as lideranças, que retornavam para suas respectivas comunidades com o propósito 
de repassar os ensinamentos às demais pessoas. 
Com o desempenho significativo dos líderes no trabalho de organização 
social, os mesmos começaram a participar de um encontro chamado de Boas Novas 
na cidade de Santarém, onde os mesmos tinham ensinamentos bíblicos e trocavam 
experiências com outras lideranças de diversas localidades onde o movimento social 
era mais avançado. Foi então que os integrantes do movimento social em Gurupá 
começaram até uma visão mais crítica sobre a forma de opressão que os mesmos 
estavam passando na mão do patrão. 
Foi então que em 1981 a CPT realiza o primeiro encontro com os lavradores 
cujo objetivo era o estudo do estatuto da terra da lei de 1964, proporcionando aos 
trabalhadores conhecimento sobre seus direitos de posse. É importante mencionar 
que naquele mesmo ano foi criado um jornalzinho da Prelazia do Xingu, chamado de 
O BICO. Nesse jornal continha informação sobre as lutas sociais de toda a prelazia, 
que de certa forma ajudou significativamente na organização do movimento social no 
município de Gurupá. 
É notório afirmar que no ano de 1982 aconteceu um fato importante para a 
história de luta dos trabalhadores rurais desse município, pois pela primeira vez 
15 
 
apresentavam uma chapa de oposição para concorrerem às eleições do sindicato 
dos trabalhadores rurais, que naquele momento era administrado pelos políticos e 
comerciantes locais. Devido à pouca experiência e a falta de conhecimentos da 
legislação, eles foram enrolados facilmente pelo então presidente do sindicato, 
perdendo assim a chapa que era encabeçada pela situação. 
Outro importante acontecimento neste mesmo ano foi à presença de 
candidato aos cargos de vereadores e prefeito do Partido dos Trabalhadores de 
Gurupá. Nesta eleição foram eleitos dois vereadores do PT, fato inédito, pois ficou 
marcado na história do município ao eleger os dois primeiros vereadores do PT no 
estado do Pará. 
Mesmo com a eleição de dois vereadores da categoria, os líderes não 
pararam de lutar e fazer suas reivindicações contra os patrões, pois no ano de 1983 
iniciou uma eclosão de conflitos de terra, cujos protagonistas eram os trabalhadores 
rurais contra o poder dos comerciantes e políticos locais. 
Mesmo assim os patrões ainda permaneciam com o processo de aviamento 
onde o patrões controlavam grandes extensão de terras públicas que eram 
exploradas com base no trabalho semi-servil de famílias de posseiros, os chamados 
fregueses. Esta relação durou todo o período da extração da borracha e da madeira, 
os patrões começaram a perder o poder a partir da extração do palmito, fruto esse 
que é tirado da árvore do açaí. 
Com a perda de poder dos patrões, começaram então surgir às verdades e 
aos poucos os então chamados proprietários das terras foram sendo 
desmascarados, pois os mesmos não eram os verdadeiros herdeiros das terras. 
Com isso os trabalhadores já estavam fortemente unidos e com conhecimento 
bastante amplo de seus direitos, foram regularizando suas propriedades rurais e 
consequentemente preservando seus lotes deixando de explorar o palmito e 
vivendo, mais precisamente da venda de frutos entre eles o mais comercializado 
nesta localidade, o fruto do açaí que além de ser comercializado em Gurupá, 
também é exportado para outros estados. 
16 
 
Devido os grandes avanços dos trabalhadores no que diz respeito às lutas 
por seus direitos, um grupo de liderança começou a elaborar estratégias para 
conquistar seu sindicato, que ainda era comandado pelos comerciantes e político. 
Nesse periodo, mais precisamente no ano de 1984, volta à Gurupá o ex-seminarista 
Manoel do Carmo, trazendo consigo novos conhecimentos e experiência 
desenvolvida pelo movimento sindical de Santarém. 
Foi então que se formou uma coordenação de oposição sindical que juntos 
elaboraram um plano de trabalho e estratégias, onde tinham que associar o maior 
número possível de trabalhadores, e também, criar delegacias sindicais nas 
comunidades de todo o município de Gurupá. 
Nesse sentido, a ideia central era buscar alternativas para conquistar o 
sindicato das mãos dos políticos e comerciantes, houve então a necessidade de ter 
acesso ao máximo de informações possível, mais para isso era preciso que alguns 
delegados sindicais ganhassem à amizade e consequentemente a confiança do 
então presidente do sindicato, além de ter o conhecimento da legislação sindical. 
Como a execução do plano estava dando certo, em 1986, ano este de 
grande importância para a organização do movimento social que mostrava sua força 
de luta, a oposição forma sua chapa, conhecida como “unidos venceremos” que foi 
registrado no tempo determinado conforme previa na legislação sindical. Sendo que 
um mês antes da eleição sindical, a oposição já estava sabendo que existiam 
diversas irregularidades, na condução do processo deu como proposta a formação 
de uma comissão para conduzir o processo de eleição da nova diretoria. 
Devido a oposição não aceitar suas propostas, os trabalhadores rurais 
decidiram acampar por volta de 54 dias em frente à sede do sindicato dos 
trabalhadores rurais de Gurupá, que encaminharam um documento denunciando as 
irregularidades para a delegacia regional do trabalho. Foi então que o ministério do 
trabalho realizou a nomeação de uma comissão provisória que ficou responsável de 
direcionar o processo de eleição da nova diretoria que foi a primeira vitória dos 
trabalhadores e evidentemente a primeira diretoria realmente composta pelos 
trabalhadores rurais de Gurupá. 
17 
 
Com o poder de direcionar seu próprio sindicato, os trabalhadores rurais 
começaram a levantar suas bandeiras de lutas, em busca de seu direitos básicos na 
área da saúde, da educação e principalmente em ter um pedaço de terra para morar, 
plantar e a liberdade de vender suas produções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
CAPITULO II: O município de Gurupá 
O município de Gurupá cidade está localizada na margem direita do Rio 
Amazonas, possui dois distritos, o Itatupam que está localizado entre a cidade de 
Gurupá e o município de Santana no estado Amapá, o outro é o distrito de 
Carrazedo que situa entre Gurupá e a cidade de Porto de Móz no estado do Pará. 
A população de Gurupá é de 30.727 habitantes segundo o censo do 
IBGE/2013. Seus primeiros habitantes foram os índios Mariocay e Itaponapé, este 
que se alimentavam exatamente da caça e da pesca e não tinham conflitos, 
possibilitandouma vivencia em harmonia nas matas. 
A partir do ano de 1616, a história do município de Gurupá começa a ter 
uma constante mudança com a chegada dos holandeses a este local que 
consequentemente se estabeleceram e construíram portos e feitorias. Foi a partir 
desse momento que surgiram os conflitos no qual os índios lutavam com arcos e 
flechas contra o forte armamento dos europeus, onde os índios acabaram sendo 
derrotados. 
Foi a partir desse momento que os portugueses decidiram reagir para 
recuperar esse território, e foi então que os holandeses construíram o Forte de Santo 
Mariocay, que posteriormente por volta dos anos de 1623 foi derrubado pelos 
portugueses que venceram a guerra. 
Após 16 anos, mais precisamente no ano de 1639, foi criada a Vila de Ita, 
atual cidade de Gurupá. Nesse período desembarcaram neste município os 
primeiros missionários religiosos, entre eles estavam o padre Luiz Figueira e seu 
irmão Adelar, o mesmo faziam parte da Congregação dos Jesuítas, que com tempo 
conseguiu construir uma igreja pequena para reunir os indígenas religiosos para 
suas orações, conquistando assim a amizade e confiança dos nativos dessa 
localidade. 
Porém com o passar dos anos os missionários tiveram que se deslocar de 
volta acidade de Lisboa em Portugal com o comprometimento de enviarem novos 
missionários para catequizar os indígenas, mas só por volta do ano de 1655 chegou 
19 
 
a Gurupá o padre Antônio Vieira em uma canoa descoberta, principal meio de 
transporte da época, que com seu trabalho de catequese conquistou o carinho e a 
confiança dos índios que aqui habitavam. 
Hoje Gurupá tem como principal atividade econômica a pesca, a agricultura 
familiar que produz os frutos do açaí, banana, melancia, pupunha, abacaxi, e da 
criação de galinhas, patos, suíno e bovino em pequena escala além da plantação e 
o cultivo da mandioca para a produção de farinha, beiju, tucupi e demais derivados. 
Gurupá possui uma história de ocupação que se diferencia das demais 
cidades da região do Marajó, isto é presente nos costumes, nas festas, na culinária, 
entre outras. É notório afirmar que a história de Gurupá vem desde o tempo da 
colonização do Brasil, pois podemos encontrar nesta cidade grande relíquias 
provenientes desta época como a igreja de Santo Antônio que foi construída no ano 
de 1820, mas somente em 1867 teve seu prédio edificado por Augusto Monteiro. 
Outro ponto de referência da cidade é a Prefeitura Municipal de Gurupá que 
foi construída na época que nem mesmo prefeito existia e que era administrado 
pelos intendentes escolhidos por Dom Pedro II, vale mencionar também que o Forte 
de santo Antônio de Gurupá é um dos símbolos mais importantes da história desta 
cidade pacata, pois atualmente pode ser visitado pelos pesquisadores de diversas 
áreas, além dos turistas que visitam frequentimente esse local para conhecer esse 
ponto turístico que guarda diversas relíquias como o parapeito de seus muros 
ornado com duas das antigas peças de ferro, sobre pilares de concreto, oferencendo 
ainda aos vistantes uma paisagem bela do Rio Amazonas e da própria cidade. 
A cidade de Gurupá é composta de várias comunidades ribeirinhas 
localizadas nos Rios Mararu, Baquiá, Moju, Marajoí, Uruaí, Veado, Bacá, Ypixuna, 
Pucurui, Gurupá-mirim, entre outros que anualmente realizam festejos em 
homenagem aos santos padroeiros de cada comunidade, na cidade acontece vários 
festejos religioso entre eles o mais conhecido, que é a Festividade do Glorioso São 
Benedito de Gurupá que acontece no período de 09 a 28 de Dezembro de cada ano 
que reúne romeiros e devotos de vários estados e até mesmo de diversos países 
que visitam essa pequena cidade do baixo Amazonas para pagar promessas e 
agradecer os milagres alcançados pela fé no santo. Outra festa tradicional da cidade 
20 
 
é o Festejo em honra ao padroeiro do município Santo Antônio, que se venera no 
mês de Junho nos dias 04 a 13 com várias programações orações dos devotos que 
se reúnem a cada ano para agradecer aos santos padroeiros as graças recebidas. 
Nesse periodoperíodo acontece também às festas profanas em várias casas 
de shows, bares e boates onde as pessoas se encontram para rever os amigos e 
curtirem as atrações como, por exemplo, o Banho de Cerveja que é uma referência 
das pessoas que frequentam esses ambientes nesta cidade, aproveitando para 
festejar junto com parentes e amigos mais um ano de visita a essa cidade que a 
cada ano recebe mais visitantes que se deslocam das suas localidades para passar 
uma das melhores festas do mês de dezembro. Proporcionando assim um 
crescimento significativo na economia local através da venda de diversos produtos e 
das variadas comidas e bebidas da região. 
Nos ultimos anos o município de Gurupá vem tendo grandes avanços na 
área da educação, superando os desafios em prol de uma educação de qualidade 
na formação de professores e alunos do município e até mesmo na contribuição com 
os municípios vizinhos. Nesse sentido foram implantados diversos cursos de 
formação aos professores da rede pública de ensino do município, entre eles o mais 
importante que é o programa de formação de professores PARFOR que formarão 
vários professores nas diversas áreas do conhecimento pelas Universidades 
Federais e Estaduais do estado do Pará: UFPA, IFPA, UFRA e UEPA. 
Também há no município várias turmas de faculdades particulares ofertando 
diversos cursos para pessoas que não estão em sala de aula ou não foram 
atendidos pelo programa de formação de professores. Além te alunos que estudam 
a distância através do processo de formação on line. 
Outra grande importante conquista foi à implantação do Ensino Médio no 
meio rural no dia 25 de Abril de 2010 com aula inaugural em vários polos 
educacional do município oferecendo aos alunos camponeses oportunidades dos 
mesmos obter formação em sua própria localidade. 
O governo municipal é conduzido pelo prefeito Raimundo Monteiro dos 
Santos Nogueira do partido dos trabalhadores (PT) que já governou este município 
21 
 
antes por dois mandatos. Nos tempos atuais, Gurupá apresenta uma realidade de 
crescimento bastante significativo, pois a cidade conta com polos universitários, 
agências Bancárias, sinal de internet, celular e TV tendo assim uma estrutura de 
cidade autônoma. Na área da saúde a cidade recebeu grandes investimentos como 
construções de posto de saúde na cidade e no meio rural além de novos 
equipamentos e formação dos profissionais da saúde. 
Outras conquistas importantes do município foram à chegada de kit de 
Maquinários para recuperação das estradas, aberturas e terraplanagem. O município 
também foi contemplado com os programas do governo federal Minha Casa Minha 
Vida e Luz para Todos levando energia para a população rural do município. Houve 
investimentos também na área do esporte, lazer e turismo como a construção de um 
Balneário no porto do Ajó e conservação dos locais históricos do município. 
Na área da assistência social Gurupá aderiu diversos programas como, por 
exemplo, o Bolsa Família, o fortalecimento do Programa de Assistência aos Idosos, 
ações do Bolsa Trabalho voltadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
2.1 A COMUNIDADE DO RIO MOJU 
O Rio Moju está situado na margem direita do Rio Amazonas, em frente a 
cidade de Gurupá. Pois é constituído de moradores que sobrevivem da agricultura 
familiar, do extrativismo. Mas a principal atividade econômica da comunidade do Rio 
Moju é a colheita do fruto do açaí que precisamente é comercializado no período de 
junho a novembro com a exportação para outras cidades através dos compradores 
que vem das diversas regiõesde diferentes estados para comercializar esse fruto. 
A produção de palmito também é um meio de obter recursos financeiros dos 
ribeirinhos, pois este é extraído das árvores de açaí e produzido em uma pequena 
fábrica que utiliza a mão de obra das pessoas daquela localidade para o processo 
de produção em forma de conserva. Proporcionando assim uma renda a mais tanto 
para que quem extrai o palmito das árvores quanto dos que trabalham na fabricação 
que geralmente funcionam nos finais de semana. 
Nessa região também acontecem as grandes festas religiosas onde o povo 
católico se reúne para agradecer as bênçãos alcançadas através de promessas aos 
santos padroeiros das diversas comunidades existente no Rio Moju 
A comunidade evangélica também se reúne semanalmente para evangelizar 
ou realizar atividades voltadas para a melhoria de vida das famílias. Proporcionando 
assim uma forma de organização para o bem de todos. 
Os jovens também se divertem com os diversos eventos que acontecem 
sempre aos finais de semanas como as festas profanas e torneios de futebol de 
campo que reúnem diversas pessoas das diferentes localidades que se encontram 
para se divertirem e terem momentos de lazer e alegria. 
A comunidade do Rio Moju faz parte da importante história de luta e 
conquista do município de Gurupá, como por exemplo, a conquista do Sindicato dos 
Trabalhadores Rurais de Gurupá e a implementação do processo educacional no 
meio rural. 
Um dos principais símbolos de luta e conquista é a Escola Municipal de 
Ensino Fundamental Gomes Netto que está situada às margens direta do Rio Moju 
23 
 
no município de Gurupá estado do Pará, a mesma surgiu através da necessidade 
das famílias camponesa de manter seus filhos estudando em sua localidade, pois na 
época em que aconteceu a luta as escolas só eram na cidade é só quem tinha a 
oportunidade de estudar eram somente os filhos dos ricos. 
A partir desse propósito de implantar na localidade uma escola para os filhos 
dos ribeirinhos surgem uma grande esperança de os filhos do homem do campo ter 
acesso à escola e a oportunidade de melhoria na vida de cada família. Foi então que 
surgem a Escola Municipal de Ensino Fundamental Gomes Netto, que está 
localizada na margem direita do Rio Moju na comunidade Santa Luzia no município 
de Gurupá estado do Pará com o CNPJ: 08.092.317/0001-07. A mesma originou-se 
com a necessidade de ter o ensino de 1ª a 4ª série do ensino fundamental naquela 
localidade. 
Sua história começa nos anos de 1985, data de sua fundação que tinha 
como objetivo atender os alunos que sonhavam em estudar o ensino de 1ª a 4ª série 
conhecido na época como ensino primário. 
Na época a escola foi construída com apenas duas salas de aulas e uma 
copa e funcionava com turmas de multisséries em dois períodos pela parte a manhã 
e à tarde. Seus primeiros funcionários foram os professores Ednaelson, Edsa 
Saboia, Sônia Dias, Eleuvam Borges, Benedita Fernandes, Cleonice Alves e 
Jacirene. 
No ano de 1998, já denominado de Polo Moju, onde teve seu primeiro diretor 
o senhor Edigerson Fernandes que no ano seguinte 1999 implantou uma turma de 
Alfabetização Solidária, que era ministrada pelo professor Sebastião Rosélio Borges 
dos Santos. É importante ressaltar que na década de 90 o ensino primário passou 
denominar-se Ensino Fundamental. 
O ensino fundamental de 5ª a 8ª série iniciou no ano de 2000, que passou a 
funcionar na comunidade católica Santa Luzia que sedia sua estrutura para que 
servisse de sala de aula onde os alunos estudavam em dois locais algumas turmas 
no Barracão comunitário e outra turma na Igreja de Santa Luzia. As aulas 
24 
 
funcionavam durante três dias da semana no horário das oito horas da manhã as 
três e quinze da tarde de segunda-feira a quarta-feira. 
Os primeiros professores de 5ª a 8ª série foram Lino de Jesus Borges dos 
Santos, Edinaelson, Ana Cléia Moraes, Regiane Dutra dos Santos, Rosiane Dutra 
dos Santos, Edenilsa Serra, Anaelsa Soares e Sandro Pimentel. O meio de 
transporte no primeiro ano de ensino era de apenas um barco que transportava os 
alunos das comunidades Anjo da Guarda, Santa Lucia, Santa Luzia e são João, já 
no ano seguinte com o aumento do número de alunos e a distância houve 
implantação de mais dois barcos passando assim a ter três embarcações para 
transportar os alunos de suas residências até a escola. 
Em meados de 2001 a 2002 a escola Gomes Netto inicia o processo de 
padronização com as cores de vermelho e branco momento este que entraria para 
história da escola e da educação rural, pois a escolas a partir desse período 
participaria dos desfiles do dia Sete de setembro na cidade de Gurupá e com o título 
de primeira escola rural a participar dos desfiles em comemoração ao dia da pátria 
na cidade. 
Nesse mesmo ano a escola cria um projeto que arrecadaria fundo para a 
construção de seu próprio prédio em parceria com a Prefeitura municipal de Gurupá, 
o mesmo se tornou o principal evento da escola conhecido como FESTIVAL DO 
AÇAÍ que passou a serem realizados todos os anos como forma de festejar uma das 
riquezas da localidade que é o fruto do açaí que serve como alimento das famílias e 
que dar subsidio na economia da família, pois esta é a principal fonte de renda que 
duram cerca de seis meses de colheita no período de julho a dezembro. 
No ano de 2005 deu-se início a construção do então sonhado prédio escolar 
da Escola Gomes Netto, naquele período aconteceu à discussão junto com a 
comunidade escolar e sociedade civil sobre da necessidade de construir um prédio 
que pudessem atender os alunos que a cada ano aumentava mais e foi decidido que 
o prédio teria a estrutura de oito salas de aulas, uma copa, secretaria, banheiros 
masculinos e femininos e a residência dos professores com quatro quartos, sala, 
banheiro interno e cozinha. 
25 
 
A escola foi construída, porém não concluída faltando à pintura e outras 
pequenas obras, mas mesmo assim já era a visão de uma grande mudança e 
evidentemente um avanço na área da educação daquela comunidade, pois naquele 
período a escola já disponibilizava de energia elétrica, freezer, TV, parabólica, DVD, 
água encanada, bomba elétrica para abastecer o sistema de água entre outros bens. 
Com esses avanços e a presença de um número significativo de aluno e de 
uma estrutura de grande porte da escola, em 2006 surge à necessidade da criação 
do Conselho Escolar, devido ao Programa Dinheiro direto na Escola (PDDE) a onde 
a escola passou a administrar seu próprio recurso. 
Já no ano seguinte em 2007 aconteceu um fator importante para o 
crescimento do número de alunos, pois a Escola São João e Marcelo Dias unificou-
se com a escola Gomes Netto se tornando uma das maiores escolas do meio rural 
do município de Gurupá. Isso levou com a estrutura administrativa da escola passou 
a necessitar de ampliação do espaço físico da secretaria, biblioteca, videoteca, sala 
de professores, maior número de armários e arquivo para guarda os documentos da 
escola, além de mesas e cadeiras para atender o número de alunos em que a 
escola atendia. 
Com o aumento significativo de turmas a escola passou a sentir dificuldade 
para ministrar as aulas de educação física na parte pratica, pois, a escola não 
disponibilizava do espaço físico adequado, pois a mesma realizava as atividades 
esportivas em um campo de moinha de madeira cedidas por um comerciante local, 
mas que era uma situação delicada, pois o número de aluno é grande e às vezes 
acabava atrapalhado no trabalho do comerciante. 
Nesse período o quadro de professores era suficiente para atender o 
número de alunos, pois era composto de quatro professores efetivado como a 
formação no magistério e os demais contratados com formação no ensino médio e 
formação continuada oferecida pela secretária de educação. 
A estrutura funcional da escola é composta no corpo administrativo por um 
diretor e um secretário em nível de Pólo, corpo docente por dez professores todos 
26 
 
cursando o nível superior sendo que existem alguns que já possuem formação 
acadêmica. 
A escola atende os alunos filhos de pequenos empresários, comerciantes, 
funcionários públicos e de trabalhadores rurais que sobrevivem do extrativismo 
vegetal e da criação de animais de pequenos portes que residem nas comunidades 
eclesiais de base: São João, Santa Luzia, Santa Lúcia, Anjo da Guarda e da 
comunidade Evangélica da Assembléia de Deus Nova Sião. 
Os alunos da escola Gomes Netto, são na maioria simples e de família bem 
numerosas chegando a serem compostas de 15 pessoas por residência, suas casas 
são feitas de madeiras na maioria dividida por dois cômodos com cobertura de 
telhas de barro ou Brasilit onde o sistema de sanitário não é adequado sem fossa 
negra. 
Um fator preocupante nas residências das famílias e na própria escola é que 
não há coleta de lixo adequada, pois os moradores acabam jogando os lixos no rio 
ou na terra prejudicando assim a natureza e a própria saúde das pessoas daquela 
localidade aumentado o índice de poluição ao meio ambiente foi à falta de políticas 
públicas para que os moradores da comunidade do Rio Moju possam ter uma vida 
com saúde de qualidade e alternativas no que desrespeito a preservação do meio 
ambiente principalmente na área de coleta de lixo. 
Na área da educação o grau de escolaridade é predominante o ensino 
médio incompleto com um número bastante expressivo de analfabetismo 
principalmente entre as pessoas mais idosas devido à falta de oportunidade de os 
mesmos estudar quando tinham a idade adequada de serem alfabetizados. Isso é 
um pouco o do retrato da vida que os pobres tinham na época em que os patrões 
que eram os grandes comerciantes da época tinham sobre a população pobre. 
É importante ressaltar que hoje o acesso à escola melhorou muito graças a 
luta incansável dos sindicalistas daquela comunidade que com muita determinação e 
coragem se uniram em prol de uma vida digna com oportunidades de estudarem, 
trabalharem e do direito de ser livre. 
27 
 
Nesse sentido a Escola Municipal de Ensino Fundamental Gomes Netto nos 
últimos anos alcançou inúmeras conquistas através de muita luta dos funcionários, 
pais e demais pessoas da comunidade do Rio Moju, para que a mesma tivesse sua 
própria estrutura que antes funcionava com o apoio da comunidade católica Santa 
Luzia que sedia o seu espaço de oração e festa religiosa para servirem de sala de 
aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
CAPITULO III: A luta do sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá 
para a implementação da educação rural na comunidade do Rio Moju. 
O sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá foi fundado no dia 26 de 
janeiro de 1975 através do movimento social de Gurupá, tendo como as principais 
ações os benefícios previdenciários, regularização fundiária, produção, saúde, 
educação e organização social em geral, além de realizarem visitas às delegacias 
sindicais e associadas, uma espécie de sindicato itinerante. 
Este sindicato é um espaço de articulação e mobilização utilizado pelos 
moradores da comunidade do Rio Moju para discutirem sobre os problemas 
existentes e organizar estratégias, cujo objetivo é lutar por politicas publicas, 
almejando qualidades na educação, moradia, saúde e no trabalho, melhorando 
assim o modo de vida da comunidade. 
O sindicato dos trabalhadores rurais é composto de agricultores e criadores 
que sobrevivem de suas produções como o milho, banana, pupunha, feijão, arroz, 
mandioca açaí, cacau, cupuaçu e na criação de pato, galinha, porco, peixe, camarão 
ou de bovinos em pequena quantidade, utilizam a mão-de-obra da família ou os 
mutirões comunitários para gerar renda. 
Segundo Émile Durkheim (1858-1917) “A divisão do trabalho social é 
importante não apenas pelo seu aspecto econômico (aumento da produtividade), 
mas tornar possível a união e a solidariedade entre as pessoas de uma mesma 
sociedade”. Isso significa que a divisão do trabalho é a especialização das funções 
entre os indivíduos de uma sociedade. 
Este sindicato teve como primeiro presidente o senhor Osório José Castro, 
trabalhador rural que através de suas viagens até Belém, Capital do estado do Pará, 
que junto com seus companheiros de lideranças sindicais, tiveram a iniciativa de 
criar o sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá, cujo o objetivo era lutar cotrar a 
opressão dos patrões daquela época. 
Apesar de ser administrado por um trabalhador rural, o sindicado dos 
trabalhadores rurais nesse periodo era submetido às ordens dos comerciantes e 
29 
 
políticos locais, que oprimiam a classe dos trabalhadores rurais, controlando a 
produção dos trabalhadores e até mesmo as dispesas das famlias. 
Nesse sentido, os sócios do sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá, 
reuniram-se para fazer uma eleição com o objetivo de ter um presidente que 
tomasse as decisões em prol dos trabalhadores, mas não tiveram conquista pelo 
fato que os “patrões” através de fraudes impugnavam as eleições, queimavam os 
votos ou até mesmo jogavam as urnas eleitorais na água para que o sindicato dos 
trabalhadores rurais permanecesse em seu poder. 
Mesmo assim, foram realizadas três eleições cujo objetivo era escolher um 
trabalhador rural para a presidencia do sindicato dos trabalhadores rurais de 
Gurupá, mas os trabalhadores rurais eram vencidospelos patrões que usavam das 
inrregularidades para se mantiver ao comando da entidade que, por direito era pra 
ser administrado pelos sindicalistas rurais. 
Sem perspectivas de assumirem legalmente o poder de seu proprio 
sindicato, as lideranças sindicais decidiram em tomar o poder através da “força do 
povo” e ficaram por volta de cinquenta e dois dias acampados até que no dia 25 de 
março de 1985 os trabalhadores rurais assumiram o comando de seu sindicato, que 
no momento era presidido pelo senhor Benedito Sanches da Silva. 
Apartir desse dia histórico, o sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá 
passou a ser administrado provisóriamente por um lider sindical, o senhor Nelcindo 
de Jesus durante seis meses, até a realização da eleição do primeiro presidente 
eleito pelos trabalhadores rurais de Gurupá. Na ocasião, o senhor Manoel 
Envagelista de Matos foi eleito e assumiu por quatro anos de mandatos. 
Nos anos de 1986 a meados de 1988, o sindicato dos trabalhadores rurais 
de Gurupá, tinha como objetivo lutar por melhoria na qualidade da saúde, educação 
e principalmente no direito a terra, onde todos fossem livres para plantar e vender 
sua produção livre do controle dos comerciantes. . 
A luta pela posse da terra foi estimulando o interesse pela reforma agrária e 
apartir dair várias demandas foram apresentadas ao poder judiciário local, mas os 
30 
 
processos na justiça enfrentaram muitos entraves, prevalescendo quase sempre o 
interesse dos patrões que eram apoiados pelo governo local. Mesmo com essas 
dificuldades foram criadas aproximadamente 20 delegacias com cerca de 700 
trabalhadores rurais associados. 
Em 1989 foi realizado o primeiro seminário que tinha o tema: “O trabalhador 
rural em Gurupá em busca de alternativas”, na ocasião, foi elaborado um documento 
intitulado “A carta de Gurupá”, contendo metas para melhorar o modelo de trabalho 
dos trabalhadores rurais rurais. Em seguida foi elaborado um projetocom 
alternativas econômicas na agricultura, que tinha como meta, capacitar o trabalhador 
rural para a defesa dos recursos naturais. 
Já em 1992 foi aprovado um projeto que tinha como objetivo proporcionar 
beneficios na condição de vida dos trabalhadores rurais do municipio de Gurupá. A 
partir dessa nova fase foi surgindo alguns problemas e limitações, entre eles, a falta 
de conhecimento na área burocrática e contábeis do projeto dificultando a forma de 
implantar e governar. 
Mesmo assim, os trabalhadores rurais conseguiram eleger um trabalhador 
rural ao cargo de prefeito municipal de Gurupá, priorizando demandas dos 
trabalhadores rurais como a alfabetização dos adultos e a qualificação dos 
professores através do projeto Gavião I e II, que formou 27 professores no 2º grau. 
Devido o projeto Gavião ter formado diversos professores, os trabalhadores 
rurais em Gurupá tiveram uma importante conquista, que foi o direito de ter seus 
filhos estudando em uma escola publica em sua localidade. É claro que na época as 
escolas só ofereciam o ensino primário, e só depois de muitos anos mais 
precisamente no ano de 2000 a comunidade do Rio Moju foi contemplada com o 
ensino de 5ª à 8ª série, onde foi formada duas turmas de 5ª série. 
Com a implantação do ensino fundamental maior, aconteceu a primeira 
formatura dos alunos da 8ª série do Rio Moju no ano de 2004. Esses alunos tiveram 
que sair da casa de seus pais para estudarem na cidade de Gurupá o ensino medio 
na Escola Estadual de Ensino Medio Marcilio Dias. 
31 
 
 Foi apartir desse momento que as lideranças da comunidade do Rio Moju 
percebem a necessidade de implementar o ensino medio nessa comunidade. Onde 
os filhos dos trabalhadores não se deslocasse para cidade para obter sua formação, 
e justos lutaram para que a comunidade do Rio Moju fossem contemplada com 
formação de turmas do ensino medio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
3.1 O sindicato dos trabalhadores rurais do Rio Moju e sua atuação em 
prol da implementação da escola rural. 
Desde o surgimento dos movimentos sociais no municipio de Gurupá, o 
sindicato dos trabalhadores rurais desenvolveram um processo de formação da 
população rural, é como se fosse uma escolilha sindical cujos professores eram os 
lideres comunidatários. 
No inicio o processo de formação tratava de temas relacionados ao 
funcionamento legal do sindicalismo rural no Brasil, onde os integrantes tiveram 
ensinamentos sobre o que é de direito à classe trabalhadora, como se organizar e 
lutar por seus direitos entre outras. Com o passar do tempo, devido às conquistas 
almejadas foram surgindo novos ensinamentos como, por exemplo, a agricultura 
familiar, a política para a permanencia dos jovens em suas localidades entre outros. 
Nesse sentido devido as grandes mudanças globais, surge também a 
necessidade de implantar no meio rural uma política educacional para que os filhos 
os trabalhadores rurais divessem acessem a educação escolar como prever na 
legislação, onde todos possam ter o direito de estudar em escolas publicas. Foi 
então que as lideranças da comunidade do Rio Moju levantaram novas bandeiras de 
lutas desta vez em prol de uma educação de qualidade sem que os seus filhos 
fossem obrigado a se deslocar da casa de seus familiares. 
Foi então que ano de 1997, surgiu a Associação das Familias da Casa 
Familiar Rural do Municipio de Gurupá. Onde o sindicato dos trabalhadores rurais de 
Gurupá criou uma comissão “pro” associação, que socializou com as comunidades o 
que era esse movimento, motivando-as para a criação e construção da Casa 
Familiar Rural do Municipio de Gurupá. 
No dia 02 de agisto do ano de 1998, foi realizada a assembleia de fundação 
e escolha da primeira diretoria. A inauguração desse novo modelo de escola no 
municipio de Gurupá foi no dia 19 de março do ano 2000 com a primeira turma do 
ensino fundamental onde participaram 30 alunos. 
33 
 
A casa familiar rural ofereceu durante o periodo de 2000 à 2005 somente o 
ensino fundamental, e foi apartir dai, mais precisamente no mês de maio que foi 
constituinda 05 turmas do ensino médio profissionalizante que atualmente estudam 
05 turmas do Ensino Médio e apenas 01 do ensino fundamental. É importante 
ressaltar que a metodologia de ensino é a pedagogia da alternancia, onde os 
educandos passam um periodo adquirindo conhecimentos na casa familia rural e 
depois retornam as residencias de seus pais para pôr em prática o que foi 
aprendido. 
Os educandos que estudam o o ensino fundamental terá sua formação em 
pré-qualificação profisional em Agroecologia. Enquanto os alunos do ensino médio 
deverão obter sua formação como tecnicos em Agroecologia durante o periodo de 
três anos de estudos. 
O metodo da pedagogia da alternância da casa familar rural é um 
instrumento pedagogico de análise e transformação da realidade dos filhos dos 
trabalhadores rurais, diferenciando no sentido de acreditar que a educação para a 
libertação é um movimento de organização, de atitude e de ação interpessoal para 
uma formação intrapessoal em que desemboca na construção de estruturas 
pedagogias, contemplanto esses caminhos formativos e integrais do ensino 
fundamental e médio proposto pela casa familiar rural do municipio de Gurupá. 
Os esforços desenvolvido pelo movimento social do municipio de Gurupá 
são muito importante no sentido da valorzação e universalização do ensino 
fundamental e médio na comunidade do Rio Moju. Entende-se que esta experiência 
deve ser reconhecida nacionalmente estreitando cada vez mais os laços com a 
pedagogia da alternancia mundial em sua rede de significação e difernciação. 
 
 
 
 
34 
 
3.2 Pesquisa de campo 
De acordo com as lideranças entrevistas, o sindicato dos trabalhadores 
rurais do municipio de Gurupá, através de suas lutas, abalou fortimente as 
estruturas de poderes dos ricos em relação aos pobres. Foi apartir desse momento 
que as lideranças sindicais começaram a sofrer perseguisões, principalmente 
aqueles que concordaram em aderir ao movimento foram expulsos da terra onde 
trabalhavam e moravam, cujo dono ou pelo menos quem mandavam eram os 
comerciantes. 
Enquanto as demais pessoas que mesmo sofrendo com a opressão dos 
patrões, estavam aliados com os proprietários das terras, eles espalhavam em todos 
os lugares onde andavam que o sindicato iria trazer para a população miséria e 
sofrimentos. Essas pessoas não tinham conhecimento nenhum de seus direitos, e 
eram submetidos ao modelo de controle dos comerciantes que lhe ofereciam 
pequenas propriedades de terra para trabalharem, mas que no final serviam mesmo 
de verdadeiros escravos, pelo fato que quem controlava toda a produção e 
comercialização eram os comerciantes que pagavam o quanto queriam e vendiam 
as mercadores em pequenas quantidades e com preço absurdo de caro. 
Esse fato das pessoas aceitarem as regras de um individuo ou de grupos 
sociais, Émille Durkheim (1858-1917) definiu como coesão social ou coercitividade, 
onde a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se 
às regras da sociedade em que vivem, independentemente de sua vontade ou 
escolha. 
Mesmo com tantas perseguisões, os sindicalistas encontraram formas de 
estudarem o estatuto da terra, onde descobriram o direito de posse sobre as áreas 
que ocupavam. E apartir desse momento as ações do sindicato foram direcionadas 
ao processo regularização de da terra onde moravam. 
“As familias de trabalhadores, não tinham 
conhecimento das leis que garantissem seus direitos básicos 
de cidadania, pois eles eram submetidos às normas e limitesimpostos pelos patrões. Seus filhos não tinham direito a 
35 
 
frequentar as escolas publicas, pois as familias viviam em 
situação de vunerabilidade social e econômica.” 
 (Adelino Pantoja da Costa) 
Segundo o lider sindical senhor Adelino Pantoja da Costa, foi apartir desse 
momento que a população passou a ter uma nova visão politica, pois o movimento 
sindical dos trabalhadores rurais começaram a lutar pela educação dos seus filhos. 
Pois nesse periodo, só se formavam os filhos dos burgueses, porquer tinham 
dinheiro para pagar professores exclusivamente aos seus filhos. Enquanto os filhos 
dos pobres não tinham o direito de estudar, menos ainda em ser professor. 
Para Bourdieu, o comportamento das famílas ricas, tenderiam investir 
bastante no estudos de seus filhos, para que eles conseguissem sucesso escolar e 
posteriomente tornassem o sucessor de seus pais no poder. Enquanto aos filhos dos 
pobres, os investimentos escolares tenderia a oferecer um retorno baixo, incerto e a 
longo prazo. Diante disso, essas pessoas tenderiam a adotar o que Bourdieu 
chamou de “liberalismo” em relação ao processo educacional dos filhos. 
Assim Burdieu ressalta as diferenças culturais entre os educandos filhos de 
pobres com os dos ricos, numa disputa de conhecimento os alunos pobres 
dificilmente seriam capaz de competir com os ricos pelo fato que não tiveram uma 
formação educacional da mesma qualidade. 
Outro relato importante foi do senhor Edgar Pantoja que relembrou 
orgulhosamente que participou dos grandes eventos nacionais atráves dos 
movimentos sociais do sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá com as 
comunidades eclesiais de base, que juntos criaram os movimentos populares e 
posteriomente o direito dos filhos de pobres terem espaço na sociedade, no que se 
refere à educação, saude, terra para trabalharem livremente. 
“As comunidades eclesiais de bases começaram a 
lutar de forma organizada contra o poder e a opressão dos 
comerciante e governantes. Esta elite detinha o monopólio do 
sistema político da propriedade, do comércio e da 
administração publica, sendo os maiores resposáveis pelos 
entraves da população de Gurupá”. 
36 
 
 (Edgar Pantoja) 
Segundo os relatos do sindicalista Edgar Pantoja, os principais responsáveis 
por toda a opressão dos trabalhadores rurais do Rio Moju na década de 70, foram os 
comerciantes e políticos de Gurupá, pois os mesmo tinham em suas mãos todo o 
poder político e econômico do municipio. E só apartir das organizações sociais 
liderada pelos trabalhadores rurais essa história começou a muda de forma 
significativa. 
Foi apartir dessa visão que as lideranças começaram a socializar com seus 
grupos de o verdadeiro dono da terra é quem nela trabalha e não os comerciantes 
ou os politicos. Apartir dessa nova visão dos trabalhadores rurais do de Gurupá, as 
ações foram direcionadas para organizar as familias, não só em sindicato como em 
associações e, esclarecer a respeito dos seus direitos fundiários e começar a lutar 
pelo direito pela posse de suas terras. 
É importante ressaltar que uma das maiores lideranças do sindicato dos 
trabalhadores rurais de Gurupá é o senhor Manoel Moacir Gonçalves Alho que vive 
a mais de 40 anos de sua vida dedicada à organização social de Gurupá, onde 
passou por cinco anos organizando o povo do Rio Moju viajando em canoa a remo 
até Gurupá, fazendo formação politica com base na Biblia Sagrada. 
“Nós lutaramos fortimente contra a fúria dos patrões 
daquela época. Inumeras reuniões nas casas dos 
companheiros foram realizadas para a formação dos lideres e 
participante do movimento sindical, onde os mesmo estudavam 
a Bíblia e elaboravam as estratégias de acordo com os 
ensinamentos das pessoas que já tinham um pouco de 
conhecimento na leitura e escrita”. 
 (Manoel Moacir Gonçalves Alho) 
Em sua entrevista ele foi bastante sincero em afirmar que em suas inumeras 
lutas como liderança, o acesso dos filhos dos trabalhadores rurais à educação foi a 
maior e mais importante conquista das familias do Rio Moju. Afinal, a classe dos 
trabalhadores rurais eram atacadas pelos ricos onde afirmavam que o pobre não 
podia ter educação e nem se envolver em politicas. 
37 
 
Mais esse pensamento do rico que só ele tem a capazidade de organizar ou 
governar esse municipio, aumentava cada vez mais o desejo dos sindicalistas de 
lutar por seus direitos, e acreditavam que essa conquista só seria possivel se os 
trabalhadores rurais tivessem acesso à educação. Nesse sentido eles se reunião em 
suas pequenas casas para trocarem conhecimentos, onde quem sabia ler e escrever 
ensinavam aos que não sabiam nada. 
E assim, conseguiram entender os ensinamentos da bilblia e descobriram 
através do estatuto da terra seus direitos, e começaram então a fazer suas 
revendicações em busca de uma sociedade librtadora, onde a educação fosse 
garantida à todos. E só assim iriam construir uma nova etapa de suas lutas, 
sonhando com um futuro promissor aos filhos dos pobres, acreditando que era 
possivel um pobre ser professor, médico, engenheiro entre outras profissões que 
através do acesso à escola esse sonho iria se concredizar. 
 “Acredito que é através da educação que iremos construir um 
novo mundo a partir de uma nova consciência, mas pra isso é 
necessário que os governos façam investimento na área da 
educação, principalmente na capacitação e na formação dos 
professores para que eles sejam os verdadeiros agentes da 
transformação social”. 
 (Manoel Moacir Gonçalves Alho) 
 É notório que o pensamento de Moacir Alho, é de alguém que ver na 
educação uma solução para a verdadeira transformação social, onde os principais 
atores da educação sejam mais preparados através de formações, para que eles 
possam proporcionar aos educandos uma visão mais critica de uma consciência 
humanitária, inclusiva e empreendedora. Para isso, é necessário proporcionar a 
todos um novo modelo educacional que tenha o poder de transformar a vida das 
pessoas. 
Nesse sentido a entende-se que o sindicato dos trabalhadores rurais 
tambem tem como objetivo construir autonomia frente as politicas publicas 
promovida pelo estado adequação para que as mesma proporcione mudaças 
benéficas de acordo com a realidade da população da comunidade do Rio Moju. 
38 
 
O sindicato dos trabalhadores rurais do município de Gurupá no Pará na sua 
grande luta, vem contribuindo para o processo de mobilização dos diversos grupos 
sociais, na organização da coletividade fortalecendo identidades, capacitando seus 
representantes para melhor conduzirem os processos formativos, negociando com 
as esferas governamentais suas demandas sociais tornando assim uma participação 
significativamente de todos na construção de melhores condições de vida das 
pessoas. 
É importante ressaltar que hoje as principais reivindicações do sindicato dos 
trabalhadores rurais de Gurupá é garantir aos trabalhadores rurais melhores 
condições de vida através dos programas oferecido pelo governo federal. Também 
formar novas lideranças politicas para melhor reivindicar seus direitos sociais. 
“O desenvolvimento da política, no sentido de uma 
empresa, que exigia um treinamento para a luta pelo poder e 
nos métodos desta luta, tais como foram desenvolvidas pelo 
moderno sistema de partidos, condicionava a divisão dos 
funcionários públicos em duas categorias perceptivelmente 
ainda que não rigorosamente distintas:os funcionários públicos 
especializados, por um lado, e por outro, os funcionários 
políticos” 
 (Weber,2004,p.538) 
A afirmação de Weber é que a politica do ponto de vista sociologico é 
semelhante a uma “empresa”, onde precisa de pessoas treinadas para lutar, saber 
agir nas diversas situações nas negociações com o poder publico. É importante 
ressaltar que as lideranças tiveram várias conquistas somenete com seus 
conhecimentos empírico, onde souberam lutar e negociar suas revendicações. Mais 
que nos dias atuais os filhos dos trabalhadores rurais em sua maioria já tem alguma 
formação seja no ensino fundamental, no ensino médio e até mesmo no nivel 
superior. 
E isso possibilita que o filho do pobre exerça diversas funções 
administrativa, contribuindo com as novas gerações na área da educação, na saude 
e na propria governabilitadade desde município. 
39 
 
É importante destacar que as conquistas do sindicato dos trabalhadores 
rurais de Gurupá, através da luta coletiva pela melhoria desta categoria, representou 
um grande avanço, aproximando os trabalhadores rurais de Gurupá com os demais 
trabalhadores do Brasil, funcionando como instrumento da luta reivindicativa, tanto 
como grupo de pressão para obter beneficios do governo federal. 
Nos ultimos anos o sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá vêm 
apresentando uma decadência, desde a redução do numero de greves até a perda 
de conquistas importantes. Outro fato que está presente é que o sindicato não 
organizar reuniões, seminários, assembleias e outras atividades para discutir e 
encaminhar as reivindicações como acontecia no inicio do movimento. 
Um ex-diretor do sindicato conta que: “Naquela época teve grandes lutas, 
muitas greves e passeatas para garantir o direito dos trabalhadores rurais, enfim, foi 
um momento propiciado pela democratização”. 
O que mostra nesta maneira de lutar, fazer greves e passeatas, era de ter 
mais avanços e conquistas, na consepção de que os trabalhadores precisavam de 
mais democracia para poder avançar na pespectivar de conquistar sua liberdade, 
algo que aproximadamente não existem mais entre as pessoas do grupo. Isso 
demonstra que a categoria está satisfeita com as conquistas do passado e que 
pouco se reune para revendicar algo que possa beneficiar a vida das pessoas que 
muitas vezes esperam em suas casas seus lideres para realizarem novas 
revendicações. 
Essa mudança de atuação do sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá 
foi influenciada pelas mudanças conjunturais, abandonando pacialmente antigas 
bandeiras de luta, como reforma agrária, direitos trabalhalistas, politica agricola e 
assumiu, gradativamente, um projeto alternativo de desenvolvimento rural. Isso 
aconteceu através da expansão e fortalecimento da agricultura familiar, onde as 
mudanças conjunturais refletiram na atuação do sindicato, sendo inseridas em seus 
trabalhos questões produtivas, de comercialização e crédito, atendendo as 
demandas apresentadas pela agricultura familia do municipio de Gurupá. 
40 
 
Segundo Coletti, 2005, “A agricultura familiar, tem por proposito construir e 
defender, perante o governo federal e suas políticas pulblicas, uma identidade 
política para a agricultura familiar, canalizando as ações desenvolvidas por esses 
setores”. 
A agricultura familiar é o tipo de acomodação socioeconômico, onde os 
responsáveis pelo empreendimento estão ligados entre si por laços de familia, o 
trabalho, e o capital são dos membros da familia que vivem na unidade produtiva. 
“Esse novo sindicalismo procurou romper com a 
postura assistencialista e partenista dos sindicatos tradicionais 
ou acomodadados. Enquanto o antigo priorizava audiências 
com o governo e também alianças feitas pela direção, o novo 
prefere a mobilização dos agricultores e o engajamento do 
maior numero possível de trabalhadores” 
 (Boni 2004:291) 
Segundo Boni 2004, esse novo jeito que o sindicato conduz suas 
reivindicações não é mais igual aquela que tinha como desafios organizar o povo 
para que os mesmo adquirisse sua cidadania, liberdade política, social e econômica, 
regularização fundiária entre outras. 
Hoje o sindicato está preocupado mais em fazer alianças políticas, aliando a 
maior quantidade de pessoas, garantindo assim os acordo políticos. Onde os 
beneficiados são o menor numero de trabalhadores, enquanto os demais sofrem 
com a falta de políticas publicas causando inúmeros problemas sociais, como área 
da educação, saúde, segurança e o acesso aos programas sociais. 
 Por meio das ações identificadas ao longo da pesquisa, pode-se concluir 
que o desenvolvimento educacional promovido pelo sindicato dos trabalhadores 
rurais da comunidade do Rio Moju, no municipio de Gurupá fundamenta-se em uma 
concepção de luta pelo direito as políticas publicas, principalmente na área da 
educação. Entre tanto, a conquista de ter uma escola na própria comunidade não só 
proporcionou uma formação aos filhos dos trabalhadores daquela localidade, quanto 
a permanência das famílias em sua comunidade. 
41 
 
Enquanto a relação do sindicato dos trabalhadores rurais de Gurupá com o 
atual governo municipal, administrado pelo partido dos trabalhador é de grande 
harmonia, pelo fato que a prefeitura trabalha como parceiro, junto com as demais 
associações existente no município. É claro que o sindicato realiza suas 
reivindicações junto ao governo, suas principais bandeiras de lutas são a 
regularização fundiária, luz para todos, águas para todos, entre outros. 
O sindicato está estruturado internamente com 16 pessoas, sendo dividias 
em sete secretarias, suas atividades são as visitas do sindicato itinerante nas 
delegacias sindicais e associados das 74 comunidades do município. Suas principais 
ações são os benefícios previdenciários, regularização fundiária, produção, saúde, 
educação e organização social em geral, além dos projetos implementares 
coordenados pela organização na área de produção e plano de manejo madeireiro. 
Os recursos para a manutenção e realização das atividades que tem como 
objetivo buscar melhorias para a população do município de Gurupá vem da 
contribuição dos 3.115 associados e de alguns projetos de Ongs não 
governamentais. É claro que parte de recurso é destinada a FETAGRE E A 
CONTAG, que são os parceiros na luta do sindicalismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.3 Considerações finais 
Percebe-se com este trabalho que a vida dos trabalhadores rurais da 
comunidade do Rio Moju, municipio de Gurupá estado do Pará com o movimento 
social estão indubidamente atreladas. E é visto como uma forma de construção 
diária de relações que permite afirmar que este é um processo que oferece grandes 
contribuições no que se refere a promoção do desenvolvimento social. Onde os 
individuos desta localidade se mobilizam em pról de ações planejadas cujo objetivo 
é proporcionar a todos melhores condições de vida, tendo acesso à saude, 
educação e terra, onde eles possam platar, colher e comercializar seus produtos 
livremente. 
Através desta pesquisa, percebe-se que ocoreu em Gurupá um intenso e 
rico processo de formação social através da organização do sindicato dos 
trabalhadores rurais de Gurupá, com a participação politica, vista como um processo 
onde envolvem ações educativas e religiosa que fundamentam a ideia de 
compromisso com o grupo. Isso significa que a responsabilidade dos integrantes nas 
ações planejadas e consequientimente execultadas, é a forma mais importante do 
modelo de planejamento participativo das diversas formas do povo conquistaremseus objetivo e lutarem em busca de melhores condições de vida. 
O sindicato dos trabalhadores rurais tem como objetivo construir autonomia 
frente as politicas publicas promovida pelo estado adequação para que as mesma 
proporcione mudaças benéficas de acordo com a realidade da população da 
comunidade do Rio Moju. Durante sua grande luta, vem contribuindo para o 
processo de mobilização dos diversos grupos sociais, na organização da 
coletividade fortalecendo identidades, capacitando seus representantes para 
conduzirem melhor os processos formativos, negociando com as esferas 
governamentais suas demandas sociais, tornando assim uma participação 
significativamente de todos na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 
Desta forma esta pesquisa é finalizada como uma contribuição histórica e 
documental para as futuras gerações, onde todos possam aprender que para 
construir uma sociedade democrática, é necessário que as pessoas se organizem 
em grupos sociais para terem seus direitos respeitados, onde a liberdade de 
43 
 
manifestar seus desejos, suas necessidades e descontentamento são legitima e 
reconhecida pela constituição do federal. Só depende da união, da humildade, do 
companheirismo, e acima de tudo do otimismo em lutar por uma sociedade mais 
justa e igualitária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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COLETTI, T. Organização da produção na agricultura familiar: análise das proposições do 
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FAVARETO, A. Agricultores, Trabalhadores: os trinta anos do novo sindicalismo rural no Brasil. 
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PEREIRA, Ricardo José Macedo de Brito. Constituição e liberdade sindical. São Paulo: Ltr, 2007 
OLIVEIRA, Júnior Paulo Henrique Borges. Ribeirinhos e Roceiros – Gênese, subordinação e 
resistência camponesa em Gurupá-PA. São Paulo: USP – FFLCH 
___ A Pequena Pré-história e história de Gurupá. Gurupá, 1992. 
STR Gurupá. Um breve relato da luta social em Gurupá: STR Gurupá, 1998. 5p (mimeo) 
___ Um pouco da história de nossa luta sindical em Gurupá: STR Gurupá, 1996. 7p (mimeo)

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