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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CENTRO EDUCACIONAL A DISTÂNCIA
PROJETO INTERDISCIPLINAR I APLICADO A TECNOLOGIA NO CURSO DE LOGISTICA
RELATORIO FINAL
Everton da Silva Rosa – RA: 2865919665
PILAR DO SUL / SP
MAIO – 2017
INTRODUÇÃO
A logística na indústria de laticínios apresenta características bem peculiares, devido às especificidades dos insumos utilizados, principalmente o leite, que contem alto nível de perfectibilidade. O transporte é um setor fundamental dentro da logística e o custo varia cerca de até 60% dos custos logísticos totais, o que significa o grande interesse das empresas em reduzir ao máximo os custos relacionados a essa atividade.
Sem contar nos obstáculos existentes na infraestrutura, as condições precárias de algumas rodovias e vias de acesso provoca não somente aumento dos custos, como também a perda de credibilidade dos clientes, já que avarias e excesso de manuseio passam a ocorrer com maior frequência. 
Diante desse contexto, este artigo apresenta os conceitos básicos da logística, principalmente do transporte e, através de um estudo de caso, descreve como uma empresa do setor de laticínios vem tentando minimizar os problemas relacionados ao transporte dos insumos.
A EMPRESA
A empresa escolhida é a Cooperativa de Laticínios Mammamia fundada em 08 de fevereiro de 1980, possui hoje mais de 500 cooperados ativos, reunindo produtores de diversos municípios do interior do estado de São Paulo. Produz atualmente mais de 45 milhões de litros de leite, contando com uma ampla rede de distribuição, levando a saúde do campo a regiões como o Sara puí, Tapiraí, Piedade, São Miguel Arcanjo, Salto de Pirapora, Sorocaba, Itapetininga e Pilar do Sul.
Em uma moderna unidade industrial, reinaugurada em Setembro de 2009, o leite das fazendas é processado pelas mais modernas tecnologias, garantindo e originando produtos da mais alta qualidade, das marcas Mammamia, Mix Milk e Milk Shakee. A MAMMAMIA está continuamente em busca de novos desafios, investindo, crescendo e ampliando sua posição no cenário nacional, alicerçada sempre no relacionamento com seus cooperados, clientes, funcionários e colaboradores. 
Com a concorrência cada vez maior, clientes mais exigentes, preço e produtos semelhantes, é preciso dar foco naquilo que fará tornar-se uma referência para o mercado. 
Essa é a atual realidade do mercado brasileiro, independente de estarem comprando um automóvel ou um litro de leite na padaria, as pessoas esperam um bom atendimento acompanhado de um produto de qualidade. A falta de tempo dos consumidores, aliada à grande concorrência de mercado, serve como explicação par a este fato, ter uma marca forte não é exclusividade das grandes empresas, isso envolve qualidade, atenção total aos detalhes, mão de obra profissional, organização e principalmente, conhecimento absoluto do negócio para poder saber quais são os limites em uma negociação. 
Podemos citar também o cuidado com a imagem do negócio e do produto, o que pode tornar a empresa reconhecida e trazer vantagens competitivas, a marca deve comunicar a promessa da empresa e do produto, seus diferenciais em relação à concorrência e o que o torna especial e único. 
SISTEMA LOGISTICO
O transporte é responsável pela movimentação de materiais e produtos acabados, ou seja, assegura o fluxo físico dos produtos entre as empresas. 
Na produção agrícola, o transporte é fundamental, pois há a necessidade de escoamento de produtos colhidos e deslocamento de máquinas e insumos necessários às operações agrícolas. 
A técnica mais utilizada atualmente para a coleta do leite nas fazendas é a granelização, que consiste no resfriamento do leite imediatamente após sua ordenha. O leite é acondicionado nos tanques de expansão, onde sua temperatura fica na faixa dos 4ºC.
Com a chegada do caminhão isotérmico, o leite é transferido para o caminhão por magotes flexíveis, com auxílio de uma bomba autoaspirante, não havendo, portanto, nenhum contato manual.
O transporte da fazenda até a fabrica é terceirizado, assegurado pela transportadora e por caminhoneiros autônomos em caminhões isotérmicos, previamente higienizados que buscam o leite resfriado nas cooperativas e mantêm a temperatura até chegar à fabrica. São coletados também amostras diariamente de todos os produtores que compõem a rota e são analisadas no laboratório da própria empresa de laticínios, a fim de garantir a qualidade do leite. 
As amostras são acondicionadas em caixa térmica que tem o objetivo de conservar resfriadas as a mostras de leite coletadas para não alterar os resultados das análises e devem representar com fidelidade todo o leite contido no resfriador. 
O transporte da fábrica até os centros de distribuição é realizada em uma pequena parte através de frota própria, enquanto a maior parte é feita em caminhões de uma empresa terceirizada.
PROPOSTA DE MELHORIA
O modal mais indicado e utilizado para esse tipo de transporte é o rodoviário, como vimos acima a Mammamia já aderiu à substituição da coleta em latão para a coleta a granel, sendo a granelização uma opção de redução de custos, tais como: Diminuição dos gastos com latões em virtude do desgaste com o manuseio durante o transporte; Economia no transporte, poisos caminhões tanques transportam maior quantidade de leite por veículo; Diminuição de funcionários na plataforma de recepção de leite, não havendo necessidade de pessoas para pesar e verter o leite no tanque de recepção, lavar latões, pisos, etc.; além da melhoria da qualidade do leite, pois o resfriamento imediato do leite após a ordenha, na unidade produtora, é a melhor maneira de se inibir o crescimento bacteriano até o momento de seu processamento pela fabrica. 
Outra boa estratégia da empresa na questão da coleta é que a mesma vem procurando coletar o leite do produtor e levá-ló diretamente para a fábrica sem passar pela cooperativa. 
A coleta do leite no Brasil tem como grande problema as más condições d as vias de acesso ao produtor. Sendo o transporte considerado o custo mais elevado do processo logístico, sugerimos que a empresa implante um software de roteirização, para aperfeiçoar os custos de transportes. 
O roteamento de veículos é todo feito através desse software especializado, onde com auxílio de GPS é possível acompanhar e rastrear todos os caminhões e definir sua localização. A rota é definida a fim de que o caminhão preencha 90% de sua capacidade máxima, se por um motivo ou outro a quantidade transportada pelo caminhão ficar abaixo desse valor, o software redistribui as rotas, para satisfazer a essa restrição. 
GESTÃO DE CUSTOS LOGISTICOS
Os padrões dos serviços aos clientes definem a qualidade dos serviços, bem como o índice de agilidade com os quais o sistema logístico deve reagir. 
Balou (2006), “ressalta que os custos logísticos aumentam proporcionalmente ao nível de serviço oferecido”. Básicos ser capaz de realizar a identificação dos custos que resultam da prestação do atendimento aos clientes no mercado. 
Como segundo princípio deve permitir uma análise de custo distinta e de receitas, para que se possa analisar quanto ao tipo de cliente, segmento de mercado ou de canal de distribuição. Para uma boa operação dos custos logísticos, é necessário definir os resultados que se quer alcançar com um sistema logístico, e só após esse procedimento se devem identificar os custos associados para o alcance dos resultados almejados. 
 
“Valor na visão dos clientes, qualquer empresa pode ter, seja ela de produção de bens ou de serviços, logo, é possível dizer que ela trabalha visando atender às necessidades dos clientes, que lhes trarão o lucro”. (DORNIER,2000). 
 
A importância da Gestão Logística dentro das organizações hoje é buscar maior competitividade, desenvolvimento tecnológico, oferta de produtos e serviços adequados à expectativa do cliente e desenvolvimento e motivação do capital intelectual. 
Paraenfrentar esses desafios as organizações buscam reduzir custos, mas de outro angulo de visão, existem empresas que enxergam a logística como uma estratégia de competição de excelente eficácia, estas, planeja e coordena esse gerencialmente de forma integrada, sempre avaliando os processos, desde o fornecimento da MP (matéria prima), até a certeza absoluta que o cliente teve suas expectativas ou necessidades atendidas pela entrega do produto final. 
O resultado de tudo isso é a superação dos desafios e a melhor colocação da organização no mercado. 
GESTÃO EM MARKETING
O marketing tem uma integração total com a logística muito mais do que imaginamos, quem gera a necessidade da logística é o marketing, e logo essas duas ciências necessitam estar absolutamente sincronizadas, tem que haver um a sintonia, visto que, grandes funcionalidades operam para o marketing que geram as necessidades, cuja funções estão dentro da logística. 
Por isso sabemos que não se concretiza uma venda se não houver entrega, e é esse ciclo que determina a integração do marketing e da logística. Hoje o marketing vê a logística como um grande aliado, os profissionais da logística agem para a criação de valor, seja na visão dos clientes ou daquele que oferece o bem, isso quer dizer, trabalhar com visão de valor para toda a cadeia de suprimentos. 
 
“É a função empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e distribuição”. (DIAS, 2003). 
 
“É estar atento para as tendências do mercado e produzir rapidamente o que o cliente quer”. (MARINS, 2005). 
 
O conceito de Marketing seria baseado no autoconhecimento da empresa em seu produto e consumidor, descobrindo seus gostos, sua vontade e como atingir seu público alvo da forma esperada e alçando os resultados e lucros baseados nas pesquisas de mercado. 
È preciso estar sempre atento a todas as mudanças no mercado e a forma como o púbico alvo se comporta diante do avanço e do crescimento das novas marcas. A demanda é feita através do conhecimento dos desejos determinados pelo consumidor sendo acompanhada pelo poder de compra. É preciso saber quando o consumidor desta disposta a pagar por esse produto. 
 
INTERMODAIS
O transporte intermodal é aquele que requer tráfego misto ou múltiplo, envolvendo mais de uma ou várias modalidades de transporte, é indicado para atingir locais de difícil acesso. 
Balou (2006), “lista cinco modais básicos de transporte: ferroviário, rodoviário, a éreo, aquaviário e dutovias”. Pode-se utilizar um desses meios ou então uma combinação de dois ou mais modais. 
Segundo Balou (199 3), transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das alternativas populares são os modos rodo viários, ferroviários e aeroviários. A administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade dos veículos. 
A introdução d o conceito de logística de transporte no agronegócio do leite possibilita a tomada de decisão com fortes e feitos na otimização do suprimento de laticínios, como, por exemplo, a centralização de postos de resfria mento, a redução de rotas de coleta e o aumento da quantidade de carga transportada por veículo, redundando em significativas economias nos custos de transporte (MARTINS ,1999) e em ganhos em qualidade (FERREIRA SOBRINHO , 1995 ). 
O transporte consiste no movimento do produto entre a unidade produtiva e o cliente. Para Chopra e Meindl (2003), “o transporte exerce um papel crucial na logística de distribuição uma vez que os produtos raramente são fabricados e consumidos no mesmo local”.
ARMAZENAMENTO E ESTOCAMENTO DO PRODUTO
Após entrevista realizada com Sr. Everton Dias, do Supermercado Central Park, localizado no bairro Campo Grande, na Avenida Miguel Petrere na Cidade de Pilar do Sul/SP, foi observado a seguinte gestão dos produtos laticínios, bem como quanto à gestão de estocagem e armazenamento dos mesmos. 
No Supermercado Central Park, os produtos de laticínios comercializados são leite, manteiga/margarina, iogurtes e queijos. 
Produto um Leite: O leite é armazenado na área de vendas, produto que não possui problemas com questão de validade/vencimento que normalmente é de três meses, pois a quantidade de vendas supera, e a cada 10 dias chega carregamento novo, não gerando desperdícios relacionados à data de validade; 
Produto dois: Manteiga/Margarina: Essas são armazenadas diretamente na geladeira, pois são produtos refrigerados desde sua estocagem no produtor, bem como no transporte, e é realizado um acompanhamento quanto à data de validade e um dia antes de vencer o produto é retirado das prateleiras de vendas, refrigerador; 
Produto três Queijos: Esse produto é do setor de padaria, onde possuem um balcão expositor refrigerado, e o que não fica exposto é estocado em câmara fria. Não há problemas quanto ao vencimento, pois a cada três dias chega carregamento novo para reposição devido à rotatividade das vendas, e também devido às compras realizadas serem em pequenas quantidades, sendo esta estratégia para evitar trabalhar com estoque; 
Produto quatro Iogurtes: Nosso fornecedor é uma empresa específica somente, e utilizamos apenas uma marca, onde o fornecedor oferece profissional que realiza o acompanhamento, dois vezes na semana, para retirar pedido e já verificar quanto ao vencimento dos produtos e quando de sua validade próxima é retirado das prateleiras com antecedência de dois dias pelo promotor que acompanha.
Observando os dados levantados, pode-se constatar que a qualidade dos serviços é fundamental para que se evite os desperdícios, bem como, com estes a redução de custos e consequente aumento do lucro líquido, não somente para o consumidor final, mas também para o produtor e fornecedor, que oferecendo um produto de qualidade e serviço eficaz, consolida o mercado e atrai clientes, onde a satisfação é um fator moderador essencial para que uma relação sólida e transparente seja duradoura. 
 
Classificação e risco de contaminação 
 
Alimento de alto risco: são aqueles que se destinam ao consumo sem passarem por processos de cozimento ou preservação. São os produtos com altos teores de proteínas e que exigem o seu armazenamento sob-refrigeração (carnes, ovos, molhos, cremes, peixes etc..). 
Ação corretiva: procedimentos e/ou ações a serem tomadas quando se constata que um critério encontra-se fora dos padrões estabelecidos. 
Análise de Perigos: consiste na identificação e avaliação de perigos potenciais, de natureza física, química e biológica, que representam riscos à saúde do consumidor. 
APPCC: sistemática d e procedimentos que tem por objetivos identificar, avaliar e. 
Controlar os perigos para a saúde do consumidor e caracterizar os pontos e controles considerados críticos para assegurar a inocuidade dos alimentos. 
PPHOs/SSOPs: Procedimentos Padrões Operacionais de Higiene e Sanitização. 
Alimento perecível: é o alimento que apodrece (se decompõem) facilmente. 
Bactéria (germes, microrganismo): organismo vivo e invisível a olho nu. Algumas delas pertencem a grupos que podem causar infecções alimentares e toxinas alimentares. 
Características organolépticas: são as características eternas de cor, sabor, odor, e consistência dos alimentos. 
Contaminação: é a presença de qualquer material prejudicial nos alimentos, 
Sejam bactérias, metais, venenos ou qualquer outra coisa, que torne o produto impróprio para o consumo.
Contaminação cruzada: acontece quando as bactérias de uma área são transportadas para outra área, geralmente pelo manipulador de alimentos, causandodesta forma a contaminação de uma área, alimento ou superfície, que antes estava limpa. 
Esporos: uma fase d e resistência das bactérias que as protegem contra os extremos de temperatura. 
Detergente: produto químico utilizado para remoção de sujeira, gorduras e restos de alimentos encontrados em superfície, utensílios e equipamentos, empregado antes da sanificação. 
Desinfetante/Sanitizante: produto químico que reduz a contaminação por bactérias para um nível aceitável. 
Infecção alimentar: quadro clínico decorrente da multiplicação bacteriana ou esporulação de microrganismos no intestino, produzindo gastroenterite. 
Toxiinfecção alimentar: quadro clínico consequente à ingestão de toxina formado no alimento devido à multiplicação bacteriana, produzindo vômitos. 
Manipulador de alimentos: qualquer indivíduo que trabalha na produção, preparação, processamento, embalagem, armazenamento, distribuição e vendas de alimentos e produtos de origem animal. 
Portador: indivíduo que carrega e pode transmiti r bactérias prejudiciais a saúde sem que ele próprio mostre sinais de doença. 
Patogênica: que causa doença ou dano à saúde. 
Biofilmes: incrustações nos equipamentos difíceis de remover em função da deposição de gorduras e sais minerais que formam crostas nos equipamentos. 
CONCLUSÃO
Através desse trabalho, concluímos que, para ser uma empresa referência no mercado consumidor não é tão simples assim. Todos os anos várias empresas abrem concordata, ou seja, fecham as portas por não ter conseguido manter-se no mercado. As empresas estão cada vez mais competitivas, e só sobrevivem aquelas que constroem alicerces. 
È o caso da Mammamia, a empresa que foi escolhida para o desenvolvimento desse trabalho, uma empresa que é líder na comercialização de leite no Brasil. 
Mesmo com todas as exigências, tanto da fiscalização quanto do consumidor final, a Mammamia tem sido referência, pois oferece alimentos com qualidade e inovação, buscando sempre ser reconhecida como indústria alimentícia de alta qualidade. 
Focando sua logística basicamente em um único modal, no caso o rodoviário, é possível entregar aos clientes os produtos refrigerados na temperatura certa, mantendo seu padrão de qualidade. 
Outros fatores que contribuem para o sucesso da empresa Mammamia são os investimentos em marketing e sustentabilidade, ressaltando que um a administração financeira responsável com gestão de custos transparente e planejado, fortalece ainda mais a organização. 
Através do estudo da empresa citada, foi possível esclarecer a questão de custos logísticos e a escolha do melhor modal para o segmento, sendo que as pesquisas e a interação entre os alunos contribuíram de forma significativa para o aprendizado e o desenvolvimento acadêmico do grupo.
REFERÊNCIAS
BARROS, Aidil J. P. de & LEHFELD, Neide A de Souza. Fundamentos de Metodologia: Um guia para a iniciação científica. São Paulo: Makron Books, 1986.
DORNELAS, José Carlos Assis, Empreendedorismo, Transformando ideias em negócios, 5ª edição – Rio de Janeiro: Empreende/ LTC 2015
SITES:
http://www.significados.com.br/swot/
http://www.josedornelas.com.br/wp-content/uploads/2011/11/Empreendedorismo-capitulo-2.pdf
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/empreendedorismo.htm
http://www.sobreadministracao.com/dicas-para-desenvolver-um-plano-de-negocios-viavel
http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme/edicoes/36/noticias/do-consultorio-para-a-cozinha