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INTRODUÇÃO Questão Social

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A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL
INTRODUÇÃO
O Serviço Social brasileiro passou por grandes transformações e adequação a realidade social do país, quebrando o paradigma do Serviço Social tradicional e assumindo um caráter inovador dentro da teoria capitalista de Karl Marx. Para entendermos a gênese do Serviço Social, retornaremos ao passado desde a criação das primeiras Escolas de Serviço Social no Brasil, esclarecendo a importância histórica da criação das Escolas para o Serviço Social contemporâneo. O surgimento do Serviço Social se dá no seio do bloco católico que manterá o monopólio da formação dos Agentes Sociais especializados definindo sua base social, doutrina e ideologia. O Serviço Social se desenvolve no momento em que a igreja se mobiliza para recuperação e defesa de seus interesses sua reafirmação como influência normativa na sociedade. A implantação do Serviço Social relaciona-se com as transformações econômicas e sociais, pelas quais a sociedade atravessou no decorrer do seu processo histórico. E com essas transformações influenciou as classes sociais e suas respectivas instituições, o Serviço Social é inerente ao modo de produção capitalista. Antes da criação da primeira Escola de Serviço Social do mundo, foi criada a Escola de Filantropia Aplicada idealizada por Mary Richmond em 1987 em Toronto. Essa Escola realizava cursos de aprendizagem da aplicação científica da filantropia, que visava, segundo afirma Martinelli a desenvolver “a tarefa assistencial como eminentemente, reintegradora e reformadora do caráter” e em 1899 foi fundada a primeira Escola de Serviço Social no mundo em Amsterdã, capital da Holanda, chamada Elvira Matte de Cruchaga. Já a primeira Escola da América Latina foi criada em Santiago, no Chile, em 1925 pelo médico Alejandro Del Rio. Surge em 1932 o Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS) com o incentivo e sob o controle da hierarquia, para tornar mais efetiva e dar maior rendimento às iniciativas e obras promovidas pela filantropia das classes dominantes paulistas sob patrocínio da Igreja para dinamizar a mobilização do laicato. A primeira semana de Ação Social do Rio de Janeiro, em 1936, é considerada marco para introdução do Serviço Social, tendo como objetivo dinamizar a Ação Social Apostolado Laico. Neste encontro aparece claramente o entendimento de uma política comum entre a Igreja e o Estado, em relação ao proletariado. A Igreja recomenda a tutela estatal para o operariado e o Estado reafirma o princípio de cooperação, esse espírito vai presidir as obras sociais, com objetivo de reerguimento das classes trabalhadoras. O surgimento das Escolas de Serviço Social veio a partir da necessidade de uma formação uniforme e teórica. No Brasil, a primeira Escola surgiu em 1936, em São Paulo após um curso intensivo para moças ministrado pela Mademoiselle Adele Leneaux da Escola Católica do Serviço Social de Bruxelas. Eram exigidos requisitos, como vocação e conhecimentos técnicos, mas o objetivo dessas escolas era formar profissionais com personalidade conservadora fundamentada na ideologia da Igreja Católica por meio de práticas assistencialistas a favor da estabilidade dos interesses dos donos do capital. As moças eram vistas como mantenedoras da harmonia do lar, portanto, ideais para este papel. Era requisitada a capacidade de levar paz e alegria para todos que necessitam de ajuda e orientação, uma perspectiva de justiça social e paciência para lidar com os necessitados. Quando o ensino doutrinário perdeu sua força, as escolas começaram a se organizar para um novo tipo de ensino e isso passa a ser matéria de formação escolar. Assim como a formação profissional vira uma preocupação, as demandas de Assistentes Sociais crescem e as escolas passam a ter sempre um número maior que 30% de bolsistas, abraçam não apenas a pequena burguesia, e deixam de ser restritas a moças. A formação do Assistente Social consistia em quatro aspectos principais: Científica, Técnica, Moral e Doutrinária. A prática era elemento essencial para formação, nesse ponto se formaria a mentalidade, a Moral era a visão do conjunto de verdadeiras normas e de como agir de forma individual ou em grupo. A Científica era composta pelo conhecimento do homem, da sua vida física, social, econômica, moral e científica. E a Técnica ensinaria a combater os males sociais e imprimir ao Assistente Social um caráter diverso. Quanto ao aspecto Científico e Técnico, os programas da época demostram que havia uma extrema carência de objetividade e coerência.
Em meados da década de 30 o Serviço Social surge no Brasil. Nessa época registrava-se no país uma intensificação do processo de industrialização e um impulso significativo rumo ao desenvolvimento econômico, político e cultural. A partir de 1930 o Brasil entrou num período de grande desenvolvimento econômico que se refletiu no aumento da renda per capita dos salários reais e do consumo, aumentando a concentração da população nas áreas urbanas, trazendo consigo problemas de assistência, educação, habitação, saneamento básico, de infraestrutura e tantos outros. Com o avanço da industrialização, ampliam-se as desigualdades sociais, aumentando as tensões nas relações de trabalho e agravando-se a Questão Social. O Serviço Social como profissão institucionalizada e legitimada, surge com a Questão Social, “nasce de ações sociais de inspiração católica, ganhando pulso com a crescente intervenção estatal ou empresaria na área social, especialmente a partir da década de 1940.” (SILVA, 2006). A formação técnica especializada para a prática da assistência surge no Rio de Janeiro a partir de uma forma mais variada de iniciativas, pois algumas condições contribuíram para que num período curto surgissem escolas especializadas para a formação de Assistentes Sociais.
CONSERVADOR: INFLUÊNCIA DAS PRIMEIRAS ESCOLAS ATÉ A DÉCADA DE 1970
	É dentro da visão da Igreja que surgem as primeiras Escolas de Serviço Social no Brasil. A Questão Social, luta contra a desigualdade social, é uma preocupação assumida pela Igreja dentro de uma luta contra o Liberalismo e o Comunismo. O problema social no começo do século XX começa a ser assumido pelos católicos brasileiros, que é feito pela ação da hierarquia. Da necessidade de uma ação mais coerente e organizada, surgem grupos, associações que por sua vez organizam cursos, semanas de estudos para a organização dos seus quadros. No Brasil, AGUIAR (2011) constatou a realização de cursos de formação social e semanas sociais. Muitas escolas de Serviço Social nascem de grupos que participaram dos cursos de formação social.
Origem do Termo Serviço Social. A expressão Serviço Social é de origem anglo-saxônica e foi utilizada pela primeira vez nos EUA, em 1904, para designar uma escola em Boston para profissionais que atuavam com Assistência Social. Na época, o conceito tinha forte ligação com práticas benemerentes.
Décadas de 1920 a 1930: Gênese do Serviço Social no Brasil. Primeiras Leis Sociais.
1920: Ação Católica. O Papa Pio XI, preocupado com a missão da Igreja frente às mudanças da realidade social, acarretadas pelo acelerado processo de urbanização e industrialização, estimulou a "Ação Católica", espaço em que católicos leigos podiam participar de ações sociais ligadas aos princípios católicos. A Ação Católica no Brasil foi marcada por dois momentos distintos: a Ação Católica Geral, entre 1932 e 1950, e a Ação Católica Especializada, entre 1950 e 1960. Dessas, surgiram grupos como Juventude Agrária Católica (JAC), Juventude Universitária Católica (JUC), Juventude Estudantil Católica (JEC), Juventude Operária Católica (JOC). A Assistência Social teve sua gênese vinculada a essas atuações religiosas de caráter assistencialista (posteriormente na década de 60, estes grupos passaram a ter uma atuação político-militante), ligadas a preceitos benemerentes, desenvolvendo-se, mais tarde, como política pública.
1925: 1º Escola de Serviço Social na América Latina. Escola Alejandro Del Rei em Santiago, no Chile. InfluênciaFranco-Belga. 
1927: Código de Menores. O Decreto n° 17.943-A, de 12 de outubro de 1927, criou o Código de Menores do Brasil, consolidando as regras sobre a proteção, a assistência e o controle das crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos. O país vivenciava um momento político atribulado, com a crise da República Velha e a decadência das Oligarquias Conservadoras, de São Paulo e Minas Gerais. As Questões Sociais eram tratadas arbitrariamente, como problemas de polícia. O Código de Menores, elaborado nesse contexto, tinha um caráter protecionista e de controle total dos adolescentes, estigmatizando os chamados menores, como um segmento potencialmente perigoso e diferente do restante da juventude. Dentre os 231 artigos do documento, destaca-se aquele que cria a função do "Juiz de menores", que teria sob sua influência "infantes com menos de 2 anos de idade, criados fora das casas dos pais" e os menores dos "asilos dos expostos". A legislação determinava ainda três limites de idade: com 14 anos de idade o infrator era inimputável; entre 14 e 16 anos de idade, era considerado irresponsável, mas instaurava-se um processo para apurar o fato, com a possibilidade de cerceamento de liberdade; entre 16 e 18 anos de idade, o menor poderia ser considerado responsável e passível de pena.
Década de 1930 a 1945: Influência Franco-Belga, sob o amparo do pensamento 	Tomista e Neotomista. Primeiras manifestações de Ação Social e posteriormente, as primeiras escolas (influenciadas pela Doutrina social da Igreja Católica), Assistentes Sociais: viés da Doutrina Social da Igreja Católica.
1932: Surge o Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo (CEAS). O Centro surge de um grupo de moças preocupadas com a Questão Social no Brasil, sua finalidade na época era o estudo e a difusão da Doutrina Social da Igreja Católica e a Ação Social na mesma diretriz. Transmitir eficácia às obras filantrópicas das classes dominantes paulistas com o apoio da igreja. Com o objetivo de contribuir para a divulgação dos princípios da ordem social cristã, voltado à preparação de trabalhadores sociais. Essa entidade teve papel preponderante na criação da primeira Escola de Serviço Social do Brasil, ocorrida em 1936.
Em visita ao Brasil, a belga Adèle de Loneux faz palestras e participa de conferências, em São Paulo e Rio de Janeiro, lançando, pela primeira vez, a noção de Serviço Social no país. Adèle definia, em uma conceituação arraigada no contexto europeu da época, que o "Serviço Social é o conjunto de esforços feitos para adaptar o maior número possível de indivíduos à vida social ou para adaptar as condições da vida social às necessidades dos indivíduos". Ao regressar à Bélgica, foi acompanhada pelas brasileiras Maria Kiehl e Albertina Ramos, as primeiras a receberem formação na área, na Escola de Serviço Social de Bruxelas.
1936: Fundada a 1º Escola de Serviço Social pelo CEAS. Um dos motivos básicos para a formação da primeira escola foi à necessidade sentida de uma melhor preparação para a Ação Social dos quadros militantes da Ação Católica. Expansão das práticas de Assistência Social ocorrida no período, marcada pelo assistencialismo e caráter fundamentalmente religioso. Como consequência da expansão das práticas de Assistência Social ocorrida no período, foi criada a Escola de Serviço Social de São Paulo, primeira no Brasil, por iniciativas formadas na Escola de Serviço Social de Bruxelas, dirigida pela pioneira na área Adèle de Loneux. O curso tinha caráter de formação técnica e recebia, ainda, forte influência do pensamento Neotomista, então predominante nos meios cristãos e que embasou as primeiras escolas da área. Era a concepção do homem como ser livre, inteligente e social, com direito de encontrar na sociedade os meios necessários à sua sobrevivência e pleno desenvolvimento como pessoa humana. Daí se deduzia o sentido do bem comum e a imperiosidade da Justiça Social, o indivíduo para a sociedade e a sociedade para a pessoa humana/cidadão (Junqueira in Vincini, op. Cit.: 30-31). 
1937: Escola de Serviço Social do Rio de Janeiro. Criada por Stela de Faro e influenciada por D. Leme, enfatizando a necessidade de formação social. Intencionalidade de recristianizar a nação. 
1938: Nasce o Conselho Nacional de Serviço Social em pleno regime do Estado Novo de Getúlio Vargas. Primeira Turma de Assistentes Sociais, a Escola de Serviço Social de São Paulo realiza a formatura de sua primeira turma de Assistentes Sociais, após dois anos de curso.
1939: Reformulação das Escolas de Serviço Social. Entrada de profissionais do sexo masculino no curso, sendo apenas na parte da manhã. 
Década de 1940: Desenvolvimentismo no Brasil. Institucionalização do Serviço Social sob influência das teorias norte-americanas (e métodos de intervenção também). Teorias estas pautadas no Positivismo de Auguste Comte. Reconhecimento do Serviço Social enquanto profissão assalariada. Questão Social para além da caridade e repressão (a partir da mobilização do proletariado).
1940: Foi criado o Imposto Sindical, vigente até hoje. Surge o Instituto de Serviço Social de São Paulo. É introduzido o curso de Preparação em Trabalho Social na Escola de Enfermagem Ana Nery (Federal). Assistentes Sociais trabalhavam em centros familiares, Departamento de Serviço Social, Indústrias, estabelecimentos comerciais, Institutos de Pensões e Aposentadorias dos Industriários e Obras Particulares. Foi adotado o salário mínimo.
1941: Congresso Interamericano de Serviço Social. Realizado em Atlantic City (EUA). É diplomada a primeira turma de Serviço Social da Escola Técnica de Serviço Social (curso regular). A Justiça do Trabalho entrou em pleno funcionamento.
1942: Foi criada a LBA (Legião Brasileira de Assistência) em consequência da participação do país na 2º Guerra Mundial, com o objetivo de prover as necessidades das famílias nas quais os chefes haviam sido mobilizados para a Guerra. Mesmo dispondo de técnicos capacitados para a função o comando da LBA sempre esteve entregue às Primeiras Damas, caracterizando o aspecto filantrópico, de ações clientelistas conforme os interesses dos governos vigentes. Foram criados cursos extensivos para auxiliares sociais e bolsas de estudo mantidas pelas grandes instituições a fim de acelerar a formação de Assistentes Sociais. Os Assistentes Sociais são absorvidos para trabalhar no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), criado com o objetivo de organizar e administrar nacionalmente escolas de aprendizagem para industriários. 
1943: MUT (Movimento Unificado dos Trabalhadores). Com a criação da Justiça do Trabalho, e através do Decreto Lei nº 5452 sancionado pelo presidente Getúlio Vargas no dia 1º de maio de 1943, foi aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que passou a regular as relações de trabalho entre empregados e empregadores. Fundação da UNE (União Nacional dos Estudantes). A UNE foi às ruas para exigir que o Brasil participasse da 2º Guerra Mundial, enviando tropas para lutar contra o nazismo. Neste período a oposição ao governo começou a manifestar-se de forma mais aberta, não dando tanta importância e enfrentando os órgãos repressivos da época.
1944: O Serviço Social na Previdência. Surgiu a Escola de Serviço Social como desdobramento masculino no Instituto Social. O Estado brasileiro começou a abrir espaço para a inclusão de Assistentes Sociais no funcionalismo público. Até então, as ações sociais eram implementadas pelo setor privado, com o patrocínio da Igreja Católica. A Previdência Social foi uma das primeiras áreas de atuação do Assistente Social, no setor público. Instituída por meio da Portaria n° 25, de 08/04/1944, do Conselho Nacional de Trabalho (CNT), foi gradativamente implantada em todos os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs). Diversas alterações sofridas pelo órgão, em sua história, não impediram que a profissão se firmasse naquele espaço institucional, o que envolveu uma luta da categoriaque continua ainda nos tempos atuais.
Década de 1945 a 1950: Influência norte-americana, através de várias correntes do pensamento de matriz positivista.
1945: 1º Congresso Pan-Americano de Serviço Social em comemoração aos 20 anos de fundação da Escola de Serviço Social de Santiago - Chile. PTB criado por Vargas antes da deposição de 1945.
1946: Criação do Serviço Social da Indústria. Fundação do SESC (Serviço Social do Comércio) - Um ano após o surgimento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o então Presidente da República Eurico Gaspar Dutra decretou a criação do SESC e do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). A criação do SESC é descrita pela primeira vez na carta de Paz Social, como proposta para conter as tensões entre trabalhadores e empregadores.
Criação do SENAC por meio do Decreto-Lei nº 8.261 e nº 8.622 que autorizava a Confederação Nacional do Comércio a instalar e administrar em todo o país escolas de aprendizagem comercial, a iniciativa deriva da disposição do empresariado para assumir responsabilidades sociais, criar oportunidades de aprendizagem e consequentemente de trabalho a um número de pessoas cada vez maior. Foi criado pela Igreja Católica a partir do Decreto-Lei federal nº 22.489 a Fundação Leão XVIII, primeira grande instituição governamental direcionada à assistência. Seu objetivo era prestar assistência moral, material e religiosa aos morros e favelas do R.J. A fundação propunha a trabalhar a partir da perspectiva de médias em médios prazos, que promovessem moralmente os “favelados”. Sua criação ocorreu em perspectiva interventiva a partir da articulação entre a Prefeitura do Distrito Federal, Ação Social Arquidiocesana e a Fundação Cristo Redentor. SESI (Serviço Social da Indústria) é uma rede de instituições privadas brasileiras de atuação em âmbito nacional. Foi criada com a finalidade de promover o bem-estar social, o desenvolvimento cultural e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador que atua nas indústrias, de sua família e da comunidade na qual estão inseridos em geral. Foi fundada a PUC São Paulo que passou a incorporar a Escola de Serviço Social de São Paulo criada em 1936. A PUC SP foi desse modo à primeira Universidade do país a oferecer curso nessa modalidade. Também foi criada a ABESS (Associação Brasileira de Escola de Serviço Social) com objetivo de estabelecer uma metodologia de ensino em Serviço Social, reformulando a grade curricular das escolas. Fundada após o 1º Congresso Pan-Americano de Serviço Social a ABAS (Associação Brasileira de Assistência Social) é uma entidade sociocultural para os Assistentes Sociais.
1947: Regulamentada a profissão de Assistente Social no Brasil. Foi promovido em São Paulo pelo Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) o 1º Congresso de Serviço Social, servindo como ato preparatório para o 2º Congresso Pan-Americano de Serviço Social, realizado posteriormente no Rio de Janeiro em 1949. O evento não teve uma temática central, sendo que suas conclusões e recomendações - espelhando o pensamento da época - foram agrupadas em seis categorias: Serviço Social e Lazer; Serviço Social Médico; Serviço Social e Família; Serviço Social e Menor; Serviço Social e educação Popular; Serviço Social na Indústria, Agricultura e Comércio. Primeiro Código de Ética profissional do Assistente Social foi aprovado em Assembleia Geral da Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS) em 29 de setembro de 1947.
1948: Declaração Universal dos Direitos Humanos. Na reconstrução política e social do mundo pós 2º Guerra Mundial a Assembleia Geral da ONU referendou em 10 de dezembro, definindo que todos nascem livres e iguais em dignidades e direitos, tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas na Declaração, sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política, origem nacional ou social; Tem direito a vida, a liberdade e segurança pessoal, ninguém será mantido em escravidão ou servidão ou submetido à tortura.
1949: 2º Congresso Pan-Americano de Serviço Social, realizado no Rio de Janeiro. Seu tema central era: Serviço Social e a Família.
Década de 1950 a 1960: Influência norte americana, através do ideário desenvolvimentista. (Silva, 2008).
1953: Lei institui Graduação em Serviço Social. Promulgada a Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953, que dispõe sobre os objetivos do ensino em Serviço Social na estruturação como curso de graduação em ensino superior e as prerrogativas dos portadores de diplomas de Assistentes Sociais e Agentes Sociais.
1954: Serviço Social ganha currículo mínimo. Decreto nº 35.311, de 8 de abril de 1954, regulamentou a Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953, sobre o ensino de Serviço Social, determinando a exigência de um currículo mínimo para o curso. Esta legislação que resultou de sete anos de esforços da ABESS e da ABAS, teve enorme repercussão para o Serviço Social brasileiro. 1º Associação da Categoria. Com a finalidade de promover a profissão de Assistente Social e defender seus interesses, foi criada a Associação Profissional de Assistentes Sociais (APAS) no Rio de Janeiro. Em 1956, ela se transformou no primeiro Sindicato da categoria.
1957: Profissão é regulamentada. Sancionada a Lei nº 3.252, em 27 de agosto de 1957, que regulamentou a profissão de Assiste Social no Brasil. Essa legislação vigorou durante 36 anos, só vinda a ser substituída em 1993, pela Lei nº 8.662.
1961: 2º Congresso Brasileiro de Serviço Social. Organizado pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviço Social, no Rio de Janeiro. A temática foi: “O desenvolvimento para o bem-estar social”.
1962: Regulamentação da Lei nº 3.252. Em 15 de maio de 1962, o Decreto Federal nº 994 regulamentou a Lei nº 3.252 de 27 de agosto de 1957, criando o Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS), com as seguintes finalidades: orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão; Elaborar o Código de Ética Profissional; Zelar pela ética profissional; Orientar e fiscalizar os Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS).
Criação do dia do Assistente Social. Foi instaurado pelo decreto nº 994, de 15 de maio de 1962, que regulamentou a Lei nº 3.252, de 27 de agosto de 1957, dispondo sobre o exercício da profissão. O dia 15 de maio foi sugerido como a data da Categoria pelo Assistente Social Francisco de Paula Ferreira, durante o I Congresso Brasileiro de Serviço Social, realizado em São Paulo, em 1947. Inicialmente recusada, a data foi sugerida por ser o aniversário da encíclica Rerum Novarum, publicada pelo Papa Leão XIII, em 15 de maio de 1891, que abordava as condições dos operários da época.
1964: Direitos da Pessoa Humana. Em março de 1964, por ironia 15 dias antes do golpe militar foi criado o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) pela Lei nº 4.319/64 com a função de “promover inquéritos”, investigações e estudos a cerca da eficácia das normas asseguradoras dos Direitos da Pessoa Humana, inscritos na Constituição Federal, na Declaração Americana dos Direitos e Deveres Fundamentais do Homem (1948) e na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). A partir de 1965 inicia o processo de questionamento e crítica do Serviço Social latino-americano, denominado movimento de reconceituação.
1965: 1º Seminário de Assistentes Sociais sobre “Dimensão regional do processo de desenvolvimento”, promovido pelo Instituto de Serviço Social (SP). Seminário sobre “Serviço Social diante das transformações sociais na América Latina”, promovido pela Secretaria Nacional de Trabalho e Habitação do Estado do RS. 1º Seminário de “Desenvolvimento e Organização de Comunidade”, promovido pela Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social (ABESS/RJ). Introdução da Disciplina “Desenvolvimento e Organização de Comunidade” nas Escolas de Serviço Social.
1º Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social. Realizado em Porto Alegre\RS, desencadeou o Movimento de Reconceituação na América Latina e no Brasil.
2º Código de Ética Profissional.Foi definido pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais em 8 de maio de 1965.
1967: Seminário de Teorização do Serviço Social, promovido pelo CBCISS na estância hidromineral de Araxá (MG), entre 19 e 26 março. Objetivo: Teorização do Serviço Social.
Reconceituação do Serviço Social Brasileiro. Evento histórico, que propôs ações profissionais mais vinculadas à realidade social e política do país. Organizado pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais, o evento reuniu 38 Assistentes Sociais de vários estados brasileiros produzindo o “DOCUMENTO DE ARAXÁ”.
1970: Seminário de Teresópolis. Realiza-se, em Teresópolis (RJ), um seminário para estudar a "metodologia do serviço social". O evento foi idealizado para ser uma continuidade do histórico "Seminário de Teorização do Serviço Social", realizado em Araxá (MG), em 1967. O seminário reuniu 35 assistentes sociais, que divididos em dois grupos, inseriram a metodologia empregada dentro de um esquema científico e introduziram algumas mudanças na terminologia tradicional. Ao contrário do seminário de Araxá, o de Teresópolis não produziu um documento final e o Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais, instituição responsável pelo evento, publicou os relatórios de cada grupo separadamente.
1971: Primeiro Curso de Mestrado. A PUC/SP organiza o primeiro curso de mestrado em Serviço Social, focando o planejamento e administração do Serviço Social. No ano seguinte, a PUC/RJ também abre um curso de mestrado concentrado nos processos de ensino teórico e prático do Serviço Social.
1974: I Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais. Promovido pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS - atual CFESS), o I Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais foi realizado no dia 12 de maio de 1974, no Rio de Janeiro.
1975: 3° Código de Ética. O 3° Código de Ética profissional do Assistente Social foi promulgado pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais, em 1° de janeiro de 1975.
1976: II Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais. Promovido pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS - hoje CFESS), o II Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais foi realizado entre os dias 24 e 29 de outubro de 1976, em Recife, sobre o tema "O Assistente Social no desenvolvimento social".
1979: Nasce a CENEAS. É criada a Comissão Executiva Nacional das Entidades Sindicais de Assistentes Sociais (CENEAS), no III Encontro Nacional de Entidades Sindicais de Assistentes Sociais, realizado em São Paulo, de 21 a 23 de setembro. A comissão tem o objetivo de articular as entidades sindicais e pré-sindicais (associações profissionais).
III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais. Promovido pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS - hoje CFESS), o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais foi realizado entre os dias 23 e 28 de setembro de 1979, em São Paulo, sobre o tema "Serviço Social e política social". O evento, que questionou o conservadorismo de sua própria organização, foi denominado de "Congresso da Virada", constituindo-se em marco no processo de politização e mobilização dos profissionais e estudantes de Serviço Social e na reativação das entidades sindicais em todo o país.
CONTEMPORÂNEO: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DE 1993
Na Contemporaneidade, o Serviço Social é uma profissão de caráter sócio-político, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da “Questão Social”. Isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos de trabalho. Assistentes Sociais se inserem nas mais diversas áreas: saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, etc. Com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, atuam nas relações entre os seres humanos no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho socioeducativo e de prestação de serviços.
“Na intercorrência de mudanças ocorridas na sociedade brasileira com o próprio acúmulo profissional, o Serviço Social se desenvolveu teórica e praticamente, laicizou-se, diferenciou-se e, na entrada dos anos noventa, apresenta-se como profissão reconhecida academicamente e legitimada socialmente. Cuidou-se de precisar a normatização do exercício profissional de modo a permitir que aqueles valores sejam retraduzidos no relacionamento entre assistentes sociais, instituições/organizações e população, preservando-se os direitos e deveres profissionais, a qualidade dos serviços e a responsabilidade diante do/a usuário/a. Esta concepção já contém em si mesma, uma projeção de sociedade - aquela em que se propicie aos/às trabalhadores/as um pleno desenvolvimento para a invenção e vivência de novos valores, o que, evidentemente, supõe a erradicação de todos os processos de exploração, opressão e alienação. É ao projeto social aí implicado que se conecta o projeto profissional do Serviço Social - e cabe pensar a ética como pressuposto teórico-político que remete ao enfrentamento das contradições postas à profissão, a partir de uma visão crítica, e fundamentada teoricamente, das derivações ético-políticas do agir profissional.”
A Resolução CFESS n° 273, de 13 de março de 1993, instituiu o novo Código de Ética do Assistente Social que aprimorou a legislação publicada em 1986, reafirmando os princípios fundamentais da atuação profissional em defesa da equidade, da justiça social e dos direitos humanos. 
I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; 
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; 
III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; 
IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;
V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; 
VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; 
VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero; 
IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as; 
X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; 
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Site: http://servicosocial-erenilza.blogspot.com.br
Site: www.sepi.unip.br / www.unipvirtual.com.br
SILVA E SILVA, M. Ozanira da. (Coord) O Serviço Social e o Popular: Resgate teórico-metodológico do projeto profissional de ruptura. 3. Ed. São Paulo: Cortez, 2006.
Site: http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/regulamentacao-da-profissao
Código de Ética do/a Assistente Social 10º edição – Lei 8662/93 de regulamentação da profissão – Texto aprovado em 13/3/1993. Com as alterações introduzidas pelas Resoluções CFESS nº 290/1994,293/1994, 333/1996 e 594/2011.

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