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Trabalho PI Estudo de caso Direito do Consumidor

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TRABALHO PROJETO INTEGRADOR
EXERCÍCIO SOBRE DIREITO DO CONSUMIDOR
Responder aos questionamentos e problemas propostos 
1 – O Direito do Consumidor apresenta normas de ordem pública e interesse social. Quais os efeitos dessa afirmação?
Essa afirmação significa que o Direito do Consumidor lida com direitos irrenunciáveis, indisponíveis, e o Ministério Público pode ajuizar ações coletivas. É um Direito interdisciplinar e, havendo uma relação de consumo, não se podem afastar as regras de proteção ao consumidor. O Judiciário pode conhecer de ofício de questões ligadas à relação jurídica de consumo, intervir nas cláusulas contratuais que entender abusivas ou desequilibradas.
2 – O art. 2º do CDC informa que equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas. Quais os efeitos dessa afirmação?
Consumidor, desde o discurso de JFK de 1962, é agora tratado como uma classe, uma categoria de pessoas que precisa ser protegida pelo bem da economia. Essa ideia foi depois acolhida pela Organização das Nações Unidas e pelo Brasil, tanto na Constituição de 1988 quanto na edição do Código de Defesa do Consumidor. Sendo o consumidor tratado agora como uma categoria, surge para o Ministério Público, para a Defensoria Pública e outras entidades a legitimidade para ajuizar ações em prol dos interesses do consumidor.
3 – Pessoa jurídica não é consumidora. Comente esta afirmação.
Não é uma afirmação absolutamente verdadeira. Preliminarmente, cumpre esclarecer que o art. 2º já diverge dessa afirmação, prevendo que consumidor “é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.” Para a definição de consumidor importa, portanto, saber se a pessoa jurídica figura como destinatária final do produto, dependendo, ou não, de ela adquirir o produto com o intuito de lucro. Para isso temos duas teorias, a maximalista e a minimalista. Para a primeira, também chamada de objetiva, não importa que o destinatário final tenha o intuito, ainda que indireto, de lucrar. É consumidor aquele que simplesmente tira o produto do mercado. Para a teoria minimalista, também chamada de finalista, importa saber se o destinatário pretende auferir lucro com a compra do produto; se sim, então ele não deve ser considerado consumidor. A primeira era a teoria aceita pelo STJ até meados de 2004, quando um julgado reconheceu a não hipossuficiência da empresa que adquiria serviços de cartão de crédito. Essa interpretação gerou alguns problemas, como não considerar como consumidor um advogado recém-formado, que adquire um livro de prática forense numa livraria, com o intuito de elaborar uma petição, já que lucros adviriam do trabalho realizado.
Por isso que hoje usa-se uma terceira teoria, que na verdade é um desdobramento da segunda, chamada teoria do finalismo aprofundado. Quer dizer, é relevante determinar se o adquirente de um produto pretende auferir lucro ou não com a coisa comprada, mas, se for detectada, no caso concreto, a vulnerabilidade do comprador, seja técnica, jurídica ou fática, então ele deverá ser tratado como consumidor, e a ele se aplicarão os dispositivos protetivos do CDC.
4 – O fornecedor pode fornecer produtos materiais e imateriais. Comente esta afirmação.
É verdadeira a afirmação, pois também o fornecedor também pode comercializar conteúdo digital, a exemplo das músicas online e e-books.
5 – Quem é o fornecedor intermediário?
O conceito de “consumidor intermediário” se confunde com o conceito de “fornecedor intermediário”. Pode ser o distribuidor ou o importador. É um conceito ligado às teorias debatidas na questão 3.
6 – Destaque e comente três princípios aplicáveis ao Direito do Consumidor.
Princípio da vulnerabilidade do consumidor, princípio da boa-fé e princípio da transparência. Pelo princípio da transparência, o consumidor tem o direito de ser informado e o fornecedor tem o dever de informar. Todas as características do produto e do serviço devem ser informadas pelo fornecedor; as informações devem ser claras, suficientes e adequadas. Um produto sem a devida informação, especialmente se a informação é de grande importância, como a presença de glúten ou conter veneno é tido por defeituoso. O consumidor não pode estar exposto a um produto ou a um serviço que apresente riscos que ele não legitimamente espera. Princípio da transparência = dever de informar.
Pelo princípio da boa-fé, o fornecedor é obrigado a agir com honestidade, sem malícia, sem o intuito de lesar o consumidor. vincula-se ao dolo, à psicologia. O consumidor tem uma legítima expectativa com relação às funções do produto e da prestação do serviço. Se essa legítima expectativa for violada, viola-se a confiança.
E, pelo princípio da vulnerabilidade, o consumidor deverá ser protegido porque ele é considerado técnica, jurídica e faticamente vulnerável. Tem menos conhecimento sobre o funcionamento do produto e do serviço, não está acostumado a litigar e possui patrimônio e estrutura muito menos confortáveis do que do fornecedor. O princípio da vulnerabilidade, portanto, busca reequilibrar uma relação jurídica que é desequilibrada.
7 – Aplica-se ao Direito do Consumidor o princípio pacta sunt servanda. Comente esta afirmação. (os contratos são feitos para serem cumpridos)
Aplica-se o pacta sunt servanda a toda relação de consumo assim como às relações civis, exceto que aqui no Direito do Consumidor o princípio é mitigado em função da possibilidade de existirem cláusulas abusivas nos contratos de consumo, que podem vir a ser, de ofício, revisadas ou anuladas pelo juiz, já que são questões de ordem pública. Essa orientação já foi abraçada inclusive pelo STJ. Em outras palavras, o pacta não é aplicável ao Código de Defesa do Consumidor como é ele aplicável ao Código Civil. Para as relações tuteladas pelo Código Civil, para que haja modificação das regras contratuais é necessário, no mínimo, que ocorra um evento imprevisível.
8 – O fornecedor de produtos e serviços responde por fato do produto se houver acidente de consumo. Comente.
Não necessariamente. O consumidor pode ser o responsável exclusivo pelo acidente com o produto. Isso ocorre, por exemplo, se o risco do produto for inerente, esperado, como cortar-se com uma faca ou com um liquidificador. Mas a afirmação refere-se só a produto. Então temos que trabalhar só com produtos. Estamos falando em um tipo de lesão de natureza grave, que é provocada por um defeito extrínseco. O que é isso? Quando temos um determinado produto que apresenta um defeito, ele pode se exteriorizar de duas maneiras. Ou o produto simplesmente não funciona, ou funciona mal, ou tem um defeito capaz de causar um dano à integridade física ou psicológica do consumidor. Daí temos o defeito extrínseco. Se, por outro lado, estivemos falando em vício do produto, não podemos falar em acidente de consumo.
9 – O produto que não apresente um defeito de concepção ou de fabricação pode apresentar riscos adquiridos?
Sim, pode, se o defeito for na informação. Veneno de rato que não indique claramente a condição de veneno passa a ser considerado produto defeituoso, mesmo que o risco do veneno em si seja inerente.
10 – Não responde o fornecedor se provar a existência de culpa concorrente sobre o evento danoso. Comente.
Responderá, mas o acolhimento da tese de culpa concorrente servirá, no máximo, reduzir o montante indenizatório, nunca para afastar completamente. A conduta do consumidor terá que ser preponderante para a ocorrência do evento danoso para haver a redução.
11 – Verifique o seguinte caso:
Antônio comprou um televisor e quando foi instalar o aparelho não funcionou. Como se enquadra este vício? Justifique e fundamente.
Vai se tratar de um vicio do produto, identificado nos artigos 18 a 20:
- Prejuízo é intrínseco. Desconformidade com o fim a que se destina;
- Garantir a incolumidade econômica do consumidor;
- Decadência (art. 26 / CDC) em 30 dias (produtos não duráveis) e 90 dias (produtosduráveis);
- Comerciante tem responsabilidade solidária.
12 – Verifique o seguinte caso:
Cláudio comprou um aparelho de som e quando foi instalar o aparelho explodiu. A situação de Cláudio é igual a situação de Antônio? Justifique e fundamente.
13 – Veja o artigo 39 do CDC. Pode ser afirmado que o rol do referido artigo é taxativo ou exemplificativo? Justifique.
14 – Verifique no caso abaixo, se existe prática abusiva e onde se enquadra.
A) O fornecedor fez um pacote de “shampoo e condicionador”. O consumidor só quer o shampoo e o mesmo não é vendido de forma separada.
Existe pratica abusiva, se a solicitação da unidade não desnaturar o produto, ou se tais produtos sejam vendidos usualmente separadamente. Devido ao fato do fornecedor não pode impor aquisição conjunta, ainda que o preço global seja mais barato que a aquisição individual, vide art. 39 I do atual diploma consumerista.
B) Fiz um contrato para conserto do meu carro e não se estipulou o prazo de entrega. Depois de 15 dias procuro o carro e não está pronto. 
Configura-se como pratica abusiva, visto que não estipular prazo/termo inicial para cumprir obrigação é prática abusiva, vide art. 39. XII
C) O fornecedor implantou uma propaganda onde colocou funções que o produto não tem.
É pratica abusiva, vide Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
D) Coloquei meu carro no estacionamento do Supermercado e ele foi furtado. Procuro a empresa e ela declara que não tem responsabilidade, demonstrando que possuem no local 10 placas que informam o consumidor desta situação.
Pratica abusiva, pois o estabelecimento comercial que oferece estacionamento aos seus clientes, mesmo que de forma gratuita, responde objetivamente pelos roubos e furtos que ocorrem em suas dependências, já que se trata de uma comodidade, que tem como objetivo atrair a clientela. Vide art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, que prevê a reparação de danos pelo prestador de serviços independentemente da existência de culpa.
E) Um grupo de alunos da turma do 2º período de Direito resolveram matar aula de PI e foram para o Boteco. Tomaram todas e viram que não dava para voltar para a Faculdade a tempo da aula de Direito do Consumidor. Pararam um taxi e pediram para levá-los à Faculdade. O taxista se recusa, pois, o boteco fica apenas três quarteirões da Faculdade.
É pratica abusiva, vide art. 39 I, onde condicionar a aquisição de produtos ou a contratação de serviços a limites quantitativos é considerado pratico abusiva, salvo em situações de justa causa, exceção essa que não se enquadra no caso apresentado.
15 – Analise o seguinte problema e dê a solução com base no CDC.
Ciro comprou uma bicicleta a vista pagando com cartão de crédito. O valor foi debitado na sua conta. Quinze dias após, recebe 10 boletos emitidos em razão da compra, com vencimentos sucessivos. Não se preocupou em pagar, pois, já tinha pago a vista. Para espanto seu, foi executado no valor dos 10 boletos, acrescidos de juros e correção, além de ter seu nome sido inscrito no cadastro de devedores. Quais direitos possui Ciro? Justifique e fundamente.

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