Buscar

análise critica do filme - quanto vale ou é por quilo ?

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

análise critica do filme: Quanto vale ou é por quilo? 
Esse é um filme de Sérgio Bianchi que revela as mazelas e contradições de um país em constante crise de valores e trabalha com questões históricas mal resolvidas e que às vezes parece nem ter solução. Mostra a degradação de valores, ganância, ambição, escravidão e pessoas com a máscara da bondade que aproveitam da miséria de outros, ou seja, a miséria como negócio.
 A ambição e a falta de amor ao proximo é o que mais nos choca nesse filme pois, retrata questoes que nos revoltam como a vida dos negros no passado e a corrupçao nos dias de hoje.
Esse filme mostra que sempre houve os dominadores e os dominados, a lei sempre do lado dos ricos e poderosos. A pobreza e a miséria surgem como produto a ser vendido nas indústrias falsas da filantropia.
São apresentadas histórias que se entrelaçam sendo uma na época da escravidão e outra no contemporâneo. Vejamos algumas histórias.
Joana era uma escrava alforriada que foi roubada por um branco e ainda acabou sendo condenada por perturbar a paz social e ofender ao branco Manoel Fernandes, que foi quem lhe roubara seu escravo, ou seja, a lei sempre ao lado dos poderosos. Ainda hoje existem pessoas que acham que tanto os negros quanto mulheres, pobres, doentes, entre outros, não merecem consideração, simplesmente por causa de suas diferenças.
Em outro momento, Arminda fez um protesto contra o superfaturamento dos computadores denunciando Ricardo Pedrosa que ao ser denunciado, quis dar um fim em Arminda e assim contratou Candinho para que a matasse.. È como a história do capitão do mato que, capturou uma escrava fugida que estava grávida para entrega- lá ao dono, e receber a recompensa e com isso vemos o individualismo e ganância que permanece nos dias atuais, no entanto, mais camuflado..
Não dá para saber o que aconteceu no fim dessa história, se Candinho matou Arminda para receber sua recompensa (dinheiro) com o intuito de criar seu filho com “dignidade”, ou se fez um acordo com Arminda para receber o dinheiro de Ricardo. Tudo isso ocorreu porque Arminda estava reivindicando o bem comum, publico, pois o projeto de informática na periferia era aberto para toda comunidade, no entanto o amor extremo pelo dinheiro e a ambição falou mais alto e por isso houve o superfaturamento dos computadores.
A história de Bernardino e Adão mostra que é um querendo tirar proveito da situação do outro visando lucro, como na história do suposto escravo fugido. Nessa história, o individualismo reina, pois cada um só pensa em si mesmo e ignora o outro
O filme mostra a história de Candinho é um rapaz trabalhador que é apaixonado pela noiva e o filho que vai nascer, e ao casar, se vê encurralado pela falta de dinheiro, com as cobranças da mulher e morando de favor com a tia da sua noiva. Assim teve que virar matador para sustentar sua família e Sergio compara essa história com a época dos capitães do mato, que perseguiam e matavam negros a troco de dinheiro por causa da pobreza e até mesmo, poder de servir aos nobres. Atualmente muitas pessoas acham que devem respeitar as pessoas de seu grupo como Candinho e sua família, mas não tem esse mesmo sentimento com outros grupos e são capazes até de prejudicar o outro se isso trouxer benefícios a si mesmo e ao seu grupo.
Monica Silveira era a tia da mulher de Candinho, a Clarinha. Ela fez um acordo de trabalhar em tempo integral com Noêmia, largando o patrão que dificultava seu décimo terceiro. Em troca Noêmia faria a festa de Clarinha e Monica pagaria a festa em um ano.
O autor compara essa história com a de Maria Antonia e Lucrecia onde Lucrecia tinha que juntar 34 mil reis para sua alforria, mas não conseguia assim, Maria Antonia comprou Lucrecia do Senhor Caetano Cardoso e em troca Lucrecia trabalharia durante um ano com juros para Maria Antonia. O juro renderia 2550 reis. Em três anos Lucrecia pagou sua amiga Maria Antonia, que teve um lucro de 8238 reis, 5688 reis a mais que o esperado por Maria Antonia. Com isso podemos perceber que Maria Antonia não agiu com cidadania verdadeira porque só pensou em si mesma e não na Lucrecia, sendo que Maria Antonia deu uma falsa liberdade a Lucrecia.
 O governo e algumas entidades e ONGs lucram, mas os benefícios e melhorias não chegam aos que necessitam, ou seja, do tesouro que recebem, só chega o resto para os pobres. Muitos acham que pequenas esmolas resolvem os problemas das pessoas necessitadas e acham que os presídios é a solução para as mazelas sociais, no entanto, não fazem nada para resgatar a cidadania dessas pessoas.
A construção de presídios é vista como geradora de renda, pois as famílias dos detentos gastam com comida, hospedagem, transporte e gera emprego na construção de mais e mais presídios. È feita uma comparação do sistema carcerário com o navio negreiro, no entanto os senhores alimentavam e cuidavam dos escravos para que rendesse o trabalho e tivesse mais tempo útil e hoje, é o governo e a sociedade que mantem os presos.
O filme nos revela a realidade dos asilos onde os idosos são muitas vezes ignorados pela própria família e pelos funcionários, sendo forçados até a fazerem suas necessidades fisiológicas nas fraldas.È observado a falta de amor e o trabalho apenas por dinheiro e sem nenhum dom.
Quem financia a solidariedade está preocupada com o retorno, sendo assim a instituição Sorriso de Criança máscara a realidade da pobreza fazendo um vídeo onde as crianças têm brinquedos e sao felizes. A propaganda fala que doar é um instrumento de poder e de alivio na consciência.
O filme mostra que há interesse financeiro em muitas boas ações e caridade e os benefícios concedidos pelo governo a essas entidades. Além desses benefícios ainda há o que as entidades ganham por fora de maneira ilegal, como o superfaturamento de mercadoria, ou seja, uma mercadoria que custa x e que é comprado por três vezes x.
O filme questiona que existe de 14 a 22 mil entidades assistenciais, ONGs e associações em todo Brasil, somente em entidades que prestam serviços a menores carentes, calcula se que seja movimentado por volta de 100 milhões de dólares por ano, no entanto, desde 1992 o governo cadastra meninos e meninas de rua para que tenha um histórico da vida deles, mas alega que nada mais pode ser feito por falta de verba então, cadê os milhões arrecadados para ajudar essas crianças. Reuniões, palestras e fichas não mudarão a vida das crianças.
De acordo com o filme há cerca de 10 mil crianças abandonadas nas ruas, sendo assim se dividíssemos o dinheiro arrecadado (100 milhões de dólares) pelas 10 mil crianças de rua cada uma delas receberia 10 mil dólares por ano e com esse dinheiro as crianças poderiam comprar um apartamento pequeno de 2 em 2 anos e ainda pagaria escolas particulares até a faculdade e mesmo assim, o governo alega que não tem verba para ajudar essas crianças.
 O filme mostra a realidade brasileira que infelizmente é uma sociedade desigual e cheia de contradições, no entanto, não podemos cruzar os braços e nos acostumar com essa situação de dominados, temos que agirmos e cada um fazer sua parte para que realmente haja mudanças.
.Enfim, nós devemos ser cidadaos mais criticos e não nos acostumar com essa situação de desigualdade e injustiças de que fazemos parte, sendo que essa criticidade deve ser aguçada na criança desde pequena, para que quando chegar na idade adulta, seja um cidadão reflexivo e ativo na sociedade, pois só assim pode acontecer mudanças.

Outros materiais