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8 O Beneficio do MYtodo Bobath no tratamento das disfunYes da Encefalopatia nYo Progressiva da InfYncia

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O Beneficio do Método Bobath no tratamento das disfunções da 
Encefalopatia não Progressiva da Infância 
 
Ligia Laíse Araújo Lobato¹ 
e-mail: ligia_laise@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia² 
Pós-Graduação em Fisioterapia em Pediatria e Neonatologia– Faculdade Fasam 
 
Resumo 
A paralisia cerebral (PC) é definida como uma alteração da postura e do movimento, 
permanente, mas não imutável. Resulta de um distúrbio no cérebro não progressivo, 
devido a fatores hereditários, eventos ocorridos durante a gravidez, parto, período 
neonatal ou durante os primeiros dois anos de vida. Afeta o sistema nervoso central em 
fase de maturação estrutural e funcional, devido a uma lesão ocorrida durante o 
período pré, peri ou pós-natal, até o segundo ano de vida e com etiologia multifatorial. 
Os distúrbios presentes na PC caracterizam-se por desordens do desenvolvimento do 
movimento e da postura, causando limitação das atividades funcionais e prejuízo de 
controle sobre os movimentos pelas modificações adaptativas do comprimento 
muscular. Podem estar presentes distúrbios associados como cognitivos, sensoriais e de 
comunicação. O bobath é uma técnica de reabilitação neuromuscular que utiliza os 
reflexos e os estímulos sensitivos para inibir ou provocar uma resposta motora sempre 
respeitando os princípios da normalização de tônus e da experimentação de um 
movimento ou de um controle estático normal. 
Palavras- Chave: Paralisia Cerebral; Método Bobath; Fisioterapia. 
 
1.Introdução 
A paralisia cerebral (PC) é definida por Leite (2004) como uma alteração da postura e 
do movimento, permanente, mas não imutável. Resulta de um distúrbio no cérebro não 
progressivo, devido a fatores hereditários, eventos ocorridos durante a gravidez, parto, 
período neonatal ou durante os primeiros dois anos de vida. 
Gianni (2007) afirma que a PC é classificada, segundo aspectos clínicos, em espástica, 
extrapiramidal, hipotônica, atáxica e mista. A forma espástica, caracterizada por 
hipertonia muscular, fraqueza muscular ou paresia, consiste no tipo mais comum e 
responsável por 58% dos casos. A extrapiramidal é caracterizada pela presença de 
movimentos involuntários amplos e fixos como distonia, proximais como coreia e 
distais, como atetose associado a tônus postural instável e flutuante. A atáxica é a forma 
mais rara, evoluindo com incoordenação, déficit de equilíbrio e hipotonia. Já a mista 
combina sinais decorrentes de lesões em mais de uma região encefálica. A forma 
hipotônica é rara e geralmente evolui para os tipos atáxico ou extrapiramidal. 
Barche e Cargnin (2003) consideram a diparesia espástica o principal tipo de paralisia 
cerebral em crianças recém-nascidas pré-termo. O exame clínico destas crianças revela 
fraqueza muscular, déficit de controle motor e espasticidade nos membros inferiores, 
com déficit nas habilidades motoras finas. Com base no modelo de classificação 
proposto pela Organização Mundial de Saúde, esta enfermidade pode apresentar 
consequências variadas. No que se refere à função de órgãos e sistemas, a paralisia 
cerebral geralmente interfere no funcionamento do sistema músculo-esquelético. Neste 
nível, as características associadas a esta patologia incluem distúrbios de tônus 
muscular, postura e movimentação voluntária (MANCINI,2002). 
_____________________________________________________ 
¹Aluna Pós-Graduanda de Fisioterapia em Pediatria e Neonatologia 
²Fisioterapeuta Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestre em Bioética e Direito e Saúde 
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Durante as últimas três décadas houve avanço considerável na assistência obstétrica e 
neonatal, mas infelizmente a incidência de PC quase não mudou. Ocorreu uma redução 
na morbidade dos neonatos (em decorrência da melhora das condições de atendimento), 
porém não se registrou reduções nas taxas de prevalência de PC, ficando entre cinco e 
dez crianças a cada mil nascimentos (dados não oficiais), isto associado à ampliação 
significativa da sobrevida de bebês de alto risco. (ARAÙJO, FORMIGA & TUDELLA, 
2004). 
No que se refere à distribuição da topografa da lesão, pode ser classificada em 
tetraparesia, quando os quatro membros são acometidos simetricamente; diparesia, na 
qual os membros superiores são menos acometidos que os inferiores e hemiparesia, 
acometendo um hemicorpo (GOMES,2001 ; GIANNI,2007; FRANCO,2006). 
Gomes (2001) afirma que dentre os tipos de PC, a tetraparesia espástica é a forma mais 
grave e também mais frequente, ocorre entre 9 a 43% dos casos, decorre de lesões 
difusas bilaterais no sistema piramidal e acarreta restrito uso funcional dos membros 
superiores, bem como prognóstico de marcha reservado(FONSECA,2005). Suas 
manifestações clínicas podem ser observadas ao nascimento, acentuando-se à medida 
que a criança vai se desenvolvendo (GOMES,2001). São comuns intensas retrações 
musculares em semi-flexão, síndrome pseudobulbar (hipomimia, disfagia e disartria), 
alteração global de tônus muscular, diminuição da motricidade espontânea e da 
mobilidade articular (FRANCO,2006). 
A abordagem fisioterapêutica na PC teria a finalidade de preparar a criança para uma 
função, manter ou aprimorar as já existentes, atuando sempre de forma a adequar a 
espasticidade. Entretanto, o prognóstico da paralisia cerebral depende evidentemente do 
grau de dificuldade motora, da intensidade de retrações e deformidades esqueléticas e 
da disponibilidade e qualidade da reabilitação. 
Um dos métodos para tratamento de crianças com PC é o método Bobath que tem por 
objetivo incentivar e aumentar a habilidade da criança de mover-se funcionalmente da 
maneira mais coordenada possível. Os movimentos normais não podem ser obtidos se a 
criança permanecer em algumas posições e se mover em uma maneira limitada ou 
desordenada, sendo a causa disso em crianças com PC, ser dificultada pelo tônus 
postural anormal e incoordenação de postura e movimento (PEIXOTO,2004). 
O método Bobath parte do princípio de manuseios nos quais utilizamos padrões que irão 
influenciar o tônus muscular, pois, através dos pontos chaves de controle, estaremos 
produzindo mudanças no tônus muscular, que consequentemente irão influenciar o 
controle postural e a performance das atividades funcionais. A mudança de tônus 
influenciará as características neurais e não neurais. A longo prazo, a capacidade da 
criança em usar as habilidades que estão sendo facilitadas, vai depender da condição 
do sistema nervoso central (SNC) em adaptar-se a essas mudanças, incluindo a 
capacidade perceptiva e cognitiva do paciente em usar as habilidades em um 
contexto.Tornou-se um grande ponto de referência para o tratamento de pacientes com 
alterações neurológicas e com um resultado muito positivo para estes indivíduos. Esta 
abordagem é de extrema importância para a fisioterapia na medida em que é a mais 
comumente utilizada, pois a facilitação, normalização do tônus, redução da 
espasticidade e reeducação do movimento foram técnicas (conceitos) desenvolvidas 
pelo Bobath e são atualmente utilizadas por fisioterapeutas neurológicos. 
De acordo com Paci (2003) o conceito de Bobath é uma abordagem da resolução de 
problemas para a avaliação e tratamento de indivíduos com perturbações do movimento, 
função e controle postural, devido a uma lesão SNC (IBITA,2008). É a abordagem 
mais utilizada no Reino Unido(Raine,2007), na Europa (Mayston,2008), EUA, Canadá, 
Japão, Austrália e Israel 
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2. Referencial Teórico 
2.1 Paralisia Cerebral 
Quando foi descrita pela primeira vez por Little em 1843,a encefalopatia crônica da 
infância, foi definida como uma patologia ligada a diferentes causas e características, 
principalmente por rigidez muscular.Em 1862, estabeleceu a relação entre esse quadro 
e o parto anormal. Freud, em 1897, sugeriu a expressão paralisia cerebral, que, mais 
tarde, foi consagrada por Phelps, ao se referir a um grupo de crianças que apresentavam 
transtornos motores mais ou menos severos devido à lesão do sistema nervoso central, 
semelhantes ou não aos transtornos motores da Síndrome de Little. 
Designa um grupo de afecções do SNC da infância que não têm caráter progressivo e 
que apresenta clinicamente distúrbios da motricidade, isto é, alterações do movimento, 
da postura, do equilíbrio, da coordenação com presença variável de movimentos 
involuntários. 
A definição mais adotada pelos especialistas é de 1964 e caracteriza a PC como “um 
distúrbio permanente, embora não invariável, do movimento e da postura, devido a 
defeito ou lesão não progressiva do cérebro no começo da vida.” 
A paralisia cerebral (PC) é caracterizada por uma alteração dos movimentos controlados 
ou posturais dos pacientes, aparecendo cedo, sendo secundária a uma lesão, danificação 
ou disfunção do sistema nervoso central (SNC) e não é reconhecido como resultado de 
uma doença cerebral progressiva ou degenerativa. 
As encefalopatias crônicas da infância incluem numerosas afecções com várias 
etiologias e quadros clínicos diversos tendo em comum o fato de afetarem o sistema 
nervoso central das crianças com um caráter crônico. Um subgrupo de pacientes é 
formado por afecções de caráter progressivo que vão se agravando lenta ou 
rapidamente, e outro subgrupo apresenta caráter não progressivo e tendência à regressão 
espontânea, maior ou menor, à medida que o tempo vai passando. 
Embora o desenvolvimento da criança normal seja a base sobre a qual o 
desenvolvimento anormal é avaliado, disto não decorre que a avaliação e o tratamento 
devam depender de uma aderência estrita aos estágios de desenvolvimento normal. 
Paralisia cerebral não é uma doença: é ao contrario, uma categoria de deficiência que 
inclui pacientes com um tipo de problemas: distúrbios crônicos não progressivos de 
movimentos ou da postura com início precoce prematuro. Os locais anatômicos de 
envolvimentos, os graus de deficiências motora associadas às disfunções e as causas são 
heterogênicos. A paralisia Cerebral frequentemente está associada com dificuldades 
neurológicas, incluindo o retardo mental (TECKLIN, 2002). 
Apesar do carácter não progressivo, alguns autores observam a presença do aspecto 
mutabilidade na Paralisia Cerebral, onde o repertório motor sofre alterações devido ao 
processo maturacional, ao aprendizado e a influência do meio (BORGES, 2005). 
O termo Paralisia Cerebral (PC), é considerado por muitos autores inadequados, uma 
vez que significaria a parada total de atividades físicas e mentais, o que não corresponde 
ao caso. 
Atualmente, tem-se utilizado o termo Encefalopatia Crônica Não Progressiva ou Não 
Evolutiva para deixar bem claro seu caráter persistente, mas não evolutivo, apesar das 
manifestações clínicas poderem mudar com o desenvolvimento da criança e com a 
plasticidade cerebral (BARBOSA, 2010). 
De acordo com Nitrini & Bacheschi (2005) a patologia pode ser difícil de ser 
diagnosticada nos três primeiros meses de vida, sendo que a assimetria dos reflexos 
tendíneos profundos e mão em garra podem ser os primeiros sinais. 
Segundo Patten (2000) e Doretto (2005), outras características que acompanham a 
paralisia cerebral hemiplégica podem incluir distúrbios no aprendizado, defeitos no 
campo visual e escoliose. 
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2.2 Quadro Clínico da Paralisia Cerebral 
Na observação clínica da paralisia cerebral, deve-se levar em consideração a extensão 
do distúrbio motor, sua intensidade e, principalmente, a caracterização 
semiológica desse distúrbio. Assim a paralisia cerebral apresenta várias formas clínicas. 
a) Hemiplegia : É a manifestação mais frequente, com maior comprometimento do 
membro superior; acompanha-se de sinais de liberação tais como espasticidade , hiper-
reflexia e sinal de Babinski. O paciente assume atitude em semiflexão do membro 
superior, permanecendo o membro inferior hiperestendido e aduzido, e o pé em postura 
eqüinovara. É comum hipotrofia dos segmentos acometidos, sendo também possível a 
ocorrência de outras hemi-hipoestesiaou hemianopsia. 
b) Hemiplegia bilateral ( tetra ou quadriplegia) : 
Ocorrem de 9 a 43% dos pacientes. Ocorrem lesões difusas bilateral no sistema 
piramidal dando além da grave tetraparesia espástica com intensas retrações em 
semiflexão, síndrome pseudobulbar (hipomimia, disfagia e disartria), podendo ocorrer 
ainda microcefalia, deficiência mental e epilepsia. 
c) Diplegia : Ocorre em 10 a 30 % dos pacientes, sendo a forma mais encontrada em 
prematuros. Trata-se de um comprometimento dos membros inferiores, comumente 
evidenciando uma acentuada hipertonia dos adutores, que configura em alguns doentes 
o aspecto semiológico denominado síndrome de Little (postura com cruzamento 
dos membros inferiores e marcha “em tesoura”). Há diferentes gradações quanto à 
intensidade do distúrbio, podendo ser pouco afetado (tendo recuperação e bom 
prognóstico – adaptam-se à vida diária); enquanto outros evoluem mal com graves 
limitações funcionais. Os dados semiológicos são muito variáveis. No 1º ano de vida, a 
criança apresenta-se hipotônica, evoluindo gradativamente para uma outra fase em que 
se observa um quadro de distonia intermitente, com tendência ao opistótono quando 
estimulada. Nos casos mais graves a criança pode permanecer num destes estágios por 
toda a sua vida, porém geralmente passa a exibir hipertonia espástica, inicialmente 
extensora e, finalmente, com graves retrações semiflexoras. 
d) Discinesia : Atualmente é a mais rara, pois manifesta-se através de movimentos 
involuntários, sobretudo distonias axiais e/ou movimentos córeoatetóides das 
extremidades. No primeiro ano de vida este padrão costuma não estar definido, podendo 
existir hipotonia muscular. Em geral, quando estes pacientes estão relaxados a 
movimentação passiva é facilitada. 
e) Ataxia : Igualmente rara. Inicialmente pode traduzir-se por hipotonia e, aos poucos, 
verificam-se alterações do equilíbrio (ataxia axial) e, menos comumente, da 
coordenação ( ataxia apendicular). Sua marcha se faz com aumento da base de 
sustentação podendo apresentar tremor intencional. 
f) Formas mistas : É a associação das manifestações anteriores, correspondendo, 
geralmente, ao encontro de movimentos distônicos e córeo-atetóides ou à combinação 
de ataxia com plegia (sobretudo diplegia). No total, cerca de 75% dos pacientes doentes 
com paralisia cerebral apresentam padrão espástico. 
 
2.3 Incidência 
Segundo Edelmuth, apud Rotta (2002), os estudos epidemiológicos de PC mostram 
dados variáveis. Em 1950, Illingworth considerou 600 mil casos nos Estados Unidos, 
aos quais se juntam, mais ou menos, 20 mil por ano. A incidência em países 
desenvolvidos tem variado de 1,5 a 5,9/1.000 nascidos vivos. Não existe pesquisa 
específica e oficial no Brasil a respeito da incidência de portadores de deficiências 
física, sensorial ou mental. surgem no Brasil, 17.000 novos casos de PC ao ano. 
Segundo ZANINI, (2009), estudos epidemiológicos do oeste da Austrália , 
Suécia, Reino Unido e dos Estados Unidos têm relatado taxas de PC em 2,0 e 2,5 por 
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1.000 nascidos vivos, isso verificado em países desenvolvidos. Em contrapartida, nos 
países subdesenvolvidos a incidência é maior, com um índice de 7 por 1.000 nascidos 
vivos. No Brasil, os dados estimam cerca de 30.000 a 40.000 novos casos por ano. A 
origem das causas para o desenvolvimento da PC pode ocorrer durante o período pré-
natal, perinatal ou pós-natal,mas evidências sugerem que 70% a 80% sejam de origem 
pré-natal. As causas podem ser congênitas, genéticas, inflamatórias, infecciosas, 
anóxicas, traumáticas e metabólicas. O baixo peso ao nascimento e a prematuridade 
aumenta significativamente a possibilidade de uma criança desenvolver PC. 
Severa asfixia ao nascimento pode levar à PC, mas estudos controlados realizados 
deixam claro que esta não é uma causa comum, representando uma prevalência de 6 a 
8% de PC. A asfixia perinatal associada com hipóxia pode induzir alterações na 
pressão sanguínea, resultando em hemorragia intracranial. A PC pode ser ocasionada 
por acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) no período perinatal, que equivale 
ao período de 20 semanas de gestação até 28 dias de vida. Uma porcentagem de 68% de 
presença de PC em crianças que tiveram AVCI no período perinatal. As crianças com 
PC após AVCI são suscetíveis a terem deficiência associada. Mais de 70% das crianças 
com PC após um AVCI têm pelo menos uma deficiência associada, sendo as mais 
comuns deficiências cognitivas e epilepsia (ZANINI, 2009). 
 
2.4 Método Bobath 
O conceito Bobath foi desenvolvido como um conceito de vida, numa compreensão 
com base nos conhecimentos dos terapeutas, crescendo a medida que o paciente é 
tratado, consoante à sua evolução (RAINE,2006). A justificação para esta prática 
corrente, é baseada em parte, no conhecimento do controlo motor, aprendizagem 
motora, plasticidade neural e muscular e biomecânica. Com este conceito sempre 
destacou o caráter individual dos problemas de cada pessoa, bem como a necessidade da 
definição de objetivos e intervenções que devem ser determinadas para cada indivíduo 
especifico. A reabilitação no AVC continua a ser um foco predominante na prática do 
Conceito de Bobath (GRAHAM,2009). 
Caracteriza-se por uma maneira particular de observar, analisar e interpretar o 
desempenho motor em uma dada tarefa, sempre respeitando a sequência necessária de 
aquisição de habilidades dentro do desenvolvimento neuropsicomotor normal. 
O Método Bobath parte do princípio de manuseios nos quais utilizamos padrões que 
irão influenciar o tônus muscular, pois, através dos pontos chaves de controle, 
estaremos produzindo mudanças no tônus muscular. Isto, consequentemente, irá 
influenciar o controle postural e o desempenho das atividades funcionais. A mudança de 
tônus, por sua vez, influenciará as características neurais e não neurais. 
Para Bobath (1984 Pág. 88) “o sistema nervoso central da criança acometida com 
paralisia cerebral tem menos aptidão para lidar com influxo aferente, embora possa não 
haver nenhum dano do sistema sensorial e proprioceptivo”, ou seja, ela vai obter 
respostas de movimento unificadas e completas, mas por meio de estereotipias que são 
caracterizadas quando há uma repetição automática de movimentos, frases, e palavras 
(verbigeração), ou busca de posições e atitudes, sem nenhum propósito. Isto acontece 
devido a um “curto-circuito nas cadeias sinápticas de alguns padrões típicos de 
atividade reflexa anormal”. E complementa dizendo que “as respostas motoras da 
criança consistem principalmente de alguns reflexos tônicos espinhais, embora possa 
ocorrer uma ou outra retificação e equilíbrio mais altamente integrada”. Devido a estes 
reflexos tônicos e espinhais as respostas citadas acima constituem os padrões 
sensoriomotores anormais primários, no qual a criança vai se adaptando na intenção de 
atingir o desempenho de habilidades funcionais, e com o passar do tempo o domínio 
desses padrões primários tornar-se-ão secundários ou compensatórios, que, quando não 
ponderado, poderão levar a contraturas e deformidades. 
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O conceito Bobath reconhece que a criação e elaboração de sinergias motoras são a base 
do movimento normal. Esses marcos motores são comportamentos associados à idade 
do paciente cujo aparecimento é devido à interações entre o sistema neural, motor e 
corporal que vão se adaptando à influência das leis fiscais envolventes. O conceito 
refere que os problemas de tônus, postura, equilíbrio e movimento são igualmente 
importantes na produção de sinergias atípicas que interferem nas atividades funcionais. 
 
3.Métodos 
Trata-se de revisão de literatura. Foi embasada por meio de pesquisa bibliográfica, que 
conforme Fachim (2001), consiste em um conjunto de conhecimentos que conduz o 
leitor ao tema e a reprodução e utilização dessas informações coletadas. A busca dos 
artigos foi realizada nas bases de dados eletrônicos como o Scientific Electronic Library 
Online – Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde - Bireme. A busca dos artigos ocorreu 
mediante os seguintes descritores: Fisioterapia em Pediatria, Paralisia Cerebral e 
Método Bobath. Foram previamente selecionados 22 artigos na língua portuguesa 
publicados no período de 2000 a 2014 e utilizou-se todos para a construção do 
referencial teórico, cujo conteúdo, atendia os critérios de inclusão determinados para 
alcançar o objetivo estabelecido. 
 
4. Resultados e Discussão 
Segundo Miller (2002) a paralisia cerebral (PC) não é doença, nem condição patológica 
ou etiológica e o uso desse termo não sugere causa ou gravidade. Ao contrário, PC é 
uma condição clínica e etiologicamente heterogênea, caracterizando-se por alteração 
persistente do tono ou da postura, causada por mal formação ou lesão cerebral de caráter 
não progressivo. A manifestação deve ocorrer nos primeiros anos de vida (0-2 anos) 
podendo ser decorrente de fatores prejudiciais ao cérebro ocorridos durante a gestação, 
no período perinatal ou na fase pós-natal. 
Bonomo (2007) afirma que os distúrbios presentes na PC caracterizam-se por desordens 
do desenvolvimento do movimento e da postura, causando limitação das atividades 
funcionais (PASTRELLO,2009) e prejuízo de controle sobre os movimentos pelas 
modificações adaptativas do comprimento muscular. Podem estar presentes distúrbios 
associados como cognitivos, sensoriais e de comunicação (GOMES, 2001). 
Segundo Rotta (2002) a expressão Paralisia Cerebral (doravante PC) é definida como 
“seqüela de uma agressão encefálica, que se caracteriza, primordialmente, por um 
transtorno persistente, mas não invariável, do tono, da postura e do movimento, que 
aparece na primeira infância e que não só é diretamente secundário a esta lesão não 
evolutiva do encéfalo, senão devido, também, à influência que tal lesão exerce na 
maturação neurológica”. 
Já para Stokes (2000) o tipo de alteração do movimento observado está relacionado com 
a localização da lesão no cérebro e, a gravidade das alterações depende da extensão da 
lesão. A PC, também conhecida como ECI, pode ser classificada em relação à alteração 
de movimento que se mostra predominante, como a qualidade do tônus, do padrão de 
comprometimento motor, e às vezes, pela gravidade do acometimento. Quanto a sua 
classificação topográfica tem-se a hemiplégica, sendo um acometimento unilateral do 
corpo (hemicorpo), diplégica quando afetar principalmente os membros inferiores e, 
quadriplégica quando afetar os membros superiores, inferiores e o tronco (envolvimento 
total). 
Damiano (2006) acrescenta que a crescente perspectiva de melhora da qualidade de vida 
aumentou a utilização de dispositivos de mobilidade, como a cadeira de rodas e outros 
como o parapodium, os quais também eram utilizados por algumas delas. 
Peixoto (2004) descreve que para aquisição do controle cervical é necessária a obtenção 
do equilíbrio muscular entre agonistas e antagonistas. A sua facilitação pode ser 
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realizada em decúbito ventral, com ou sem auxílio de rolo sob axilas, ou mesmo em 
gato, com mãos apoiadas, enfatizando a extensão cervicalantigravitária, a extensão de 
tronco e também o endireitamento cervical. 
Segundo Araújo, Formiga & Tudella (2004), apesar da Paralisia cerebral (PC) tratar-se 
de uma desordem eminentemente motora, é comumente acompanhada de outros 
distúrbios, como crises convulsivas, distúrbios de inteligência, alterações sensoriais, 
problemas emocionais ou familiares associados. O dano neurológico é muitas vezes 
manifestado por incapacidade diversa e, em função deste nível de complexidade, o seu 
tratamento deve ser planejado individualmente para que se possa efetuar uma correta 
escolha de estratégia terapêutica. Assim, ao realizar o seu trabalho profissional o 
fisioterapeuta destaca-se pela sua atuação direta na reabilitação física, a qual exige o 
conhecimento de técnicas que podem ter influências benéficas na reabilitação. 
Todas as crianças portadoras de PC apresentam um atraso no seu desenvolvimento 
motor, tendo dificuldade para formar sua base sensório-perceptivo-motora, que irá 
ampliar o comprometimento do aprendizado motor. Essas crianças apresentam 
limitações para exploração do ambiente em que vivem, podendo acarretar déficit na 
exploração sensorial. Embora a paralisia cerebral esteja geralmente associada a outras 
manifestações de disfunção cerebral estática, o diagnóstico precoce é crucial, pois, 
envolve programas de tratamento e prognósticos específicos, desencadeando busca por 
estratégias reabilitativas. Mesmo que a lesão na paralisia cerebral seja não-progressiva, 
os sinais clínicos se modificam. Em muitas crianças o tônus pode parecer ser normal até 
os quatro meses de idade (CORRÊA, COSTA & FERNANDES, 2004). 
Christofoletti (2007) descreve em relação à etiologia, apesar de muitas vezes 
desconhecida, pode-se afirmar que os casos pré-natais associam-se principalmente às 
condições anóxicas, à infecção materna e fetal, ao uso de narcóticos e ao etilismo 
materno. Os casos peri-natais relacionam-se, sobretudo, à asfixia, aos traumas diversos 
e ao uso de fórceps durante o parto, já em relação aos casos pós-natais, é comum 
observar a associação de PC com casos de infecção, problemas vasculares e 
traumatismos crânio-encefálicos. 
Mancini (2004) A paralisia cerebral (PC) pode acometer os indivíduos de diferentes 
maneiras, por meio de alterações neuromusculares, com alterações de tônus, com a 
persistência de reflexos primitivos, rigidez e espasticidade. Tais alterações geram 
padrões de movimentos anormais que podem comprometer o desempenho funcional 
dessas crianças. A PC pode interferir na interação das crianças em contextos relevantes, 
por exemplo, na aquisição e desempenho de marcos motores básicos como rolar, sentar, 
andar e também em atividades de vida diária, como tomar banho, vestir-se, locomover-
se e alimentar-se. 
Bear (2002) descreve que lesões hemorrágicas como a leucomálacia periventricular 
podem provocar o quadro clínico de diparesia espástica que afeta principalmente 
membros inferiores. Admite-se que um fator de grande importância patogênica seja a 
degeneração cística grave da substância branca. A gravidade do distúrbio motor parece 
manter relação com a extensão das anomalias reveladas pela tomografia 
computadorizada. 
Para Weirzman (2005) a linha de tratamento preconizada nos atendimentos foi o 
conceito Bobath, que sofreu modificações em seus fundamentos teóricos ao longo do 
tempo para se tornar facilitador do DNPM. As manipulações propostas pelo conceito 
promovem respostas motoras automáticas, resultando em um controle funcional mais 
efetivo. Atuam também sobre o componente sensório-motor do tônus muscular, 
reflexos, padrões de movimentos anormais, controle postural, sensação, percepção e 
memória cinestésica (CURY,2006). 
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Árevalo (2005) relata sobre o método Bobath que os manuseios para estimulação dos 
movimentos se baseiam na manipulação de pontos-chave e na aquisição do controle de 
proximal para distal, sendo essas diretrizes seguidas nos atendimentos observados. 
Bache (2003) descreve estudos em portadores de Paralisia Cerebral demonstram a 
importância e a eficácia de fortalecimento muscular nesses pacientes, pois além de 
ganhar força muscular, ocorre uma melhora na função motora. Através de cargas 
repetitivas de exercícios, ocorrerá um crescimento do volume muscular, devido à 
hipertrofia das fibras musculares e aumento de unidades motoras dentro de cada 
sarcômeros. 
Na pesquisa de Liao H.F. (2007), crianças com diplegia espástica apresentaram ligeira 
melhora em suas habilidades motoras básicas e funcionais, da força muscular e do 
caminhar com mais eficiência, após a intervenção de um protocolo de fortalecimento 
muscular. 
Segundo Cury (2006) um músculo com tônus aumentado apresenta encurtamento e 
consequentemente um número reduzido de sarcômeros, levando a uma diminuição da 
produção de força adequada para realizar um movimento eficiente. 
Quanto mais precoce o início da intervenção, melhor será a resposta e maiores as 
chances de aquisição de habilidades motoras (PEIXOTO,2004). Esta informação deve 
ser amplamente divulgada, já que nos primeiros anos de vida o encéfalo é imaturo e 
com alta capacidade plástica, principalmente dos primeiros seis meses a dois anos de 
idade, faixa etária em que se encontravam as crianças participantes do estudo. Esta 
reorganização encefálica pode ocorrer por meio de estímulos externos, promovendo a 
formação de novas terminações pré e pós-sinápticas e reestruturando a rede neuronal 
(PEIXOTO,2004). Além disso, a fisioterapia precoce pode evitar a aquisição de padrões 
anormais posturais e de movimento, e o desenvolvimento de contraturas musculares e 
deformidades articulares. Devido aos comprometimentos causados pelas alterações 
neurológicas e musculares, as crianças com PC apresentam padrão postural típico de 
acordo com o tipo clínico, que consistiam em rotação interna de quadril e ombro, 
adução de quadril, flexão de cotovelo e punho e o pé equino (manifestação motora mais 
comum). 
Apesar do notável aumento na intervenção pré e perinatal com o objetivo de reduzir a 
epidemiologia de paralisia cerebral nos últimos anos, as taxas de PC não têm mostrado 
uma diminuição consistente. Houve uma redução nas taxas de mortalidade perinatal 
durante a última década devido às melhoras na obstetrícia, mas tal redução não tem sido 
acompanhada por uma diminuição na prevalência de PC, devido aos altos números de 
sobrevida de bebês de risco e a alta porcentagem de incidência de Encefalopatia Crônica 
da Infância (ECI) entre essas crianças (BEHRMAN, KLIEGMAN & JENSON, 2002; 
SHAPIRA, 2002). 
Knox V. e Evans A.l. (2002) realizaram uma pesquisa que teve como objetivo de avaliar 
os efeitos funcionais do conceito Bobath. Quinze crianças com PC com idades com a 
média de idade de 7 anos e 4 meses foram submetidas ao tratamento baseado pelo 
conceito Bobath. Estas crianças tiveram importante evolução em relação a função 
motora. 
Beche (2003)descreve que estudos em portadores de Paralisia Cerebral demonstram a 
importância e a eficácia de fortalecimento muscular nesses pacientes, pois além de 
ganhar força muscular, ocorre uma melhora na função motora. Através de cargas 
repetitivas de exercícios, ocorrerá um crescimento do volume muscular, devido à 
hipertrofia das fibras musculares e aumento de unidades motoras dentro de cada 
sarcômero. 
Levou muitos anos para desenvolver o tratamento de maneira simples, de redução da 
espasticidade, para tornar o paciente ativo e participativo sem que este retorna-se a um 
estado espástico (GJELSVIK,2008). 
9 
 
O tônus anormal já não é considerado como o comprometimento dominante neural que 
conduz ao movimento anormal, tal como inicialmente descritos pelosBobath. O 
conceito de Bobath reconhece que as alterações de tônus são apenas um fator 
contribuinte para posturas atípicas e ineficazes ou sequencias de movimento, refere 
também que é essencial também avaliar as mudanças mensuráveis em funções bem 
como alterações motoras e sistemas que suportam essas funções (HOWLE,2005). 
O conceito de Bobath foi desenvolvido como um conceito vivo, como base na 
compreensão de que o conhecimento dos terapeutas aumenta e sua visualização de 
tratamento é ampliada com o tempo (RAINE,2006). 
Graham (2009) explica que embora sua aplicação clínica esteja fundamentada em um 
raciocínio individualizado a cada caso em vez da aplicação de técnicas padronizadas, 
seus preceitos podem ser agrupados em estratégias de inibição, estimulação e 
facilitação. O uso de informações aferentes para melhorar o desempenho motor é 
descrito como facilitação. Ela permite que movimentos sejam mais bem-sucedidos em 
relação à orientação postural, componentes de movimento, sequências funcionais, 
reconhecimento da tarefa e motivação para completá-la. 
Por meio das técnicas de facilitação, o indivíduo tem uma experiência de movimento 
que não é completamente passiva, mas que ainda não pode realizar sozinho. É o projeto 
para tornar a atividade possível, pois exige uma resposta e permite que ela aconteça 
(KOLLEN,2009). 
Graham (2009) diz que a facilitação também pode ser utilizada para ativação de uma 
musculatura específica, como forma de preparação para uma atividade volitiva e para 
estabilizar uma parte do corpo ou um segmento corporal, a fim a fim de reduzir 
atividades musculares não relevantes na execução de determinada tarefa. 
Bigongiari (2011) relata que crianças com desenvolvimento típico e crianças com PC 
apresentam diferentes padrões de ajuste postural. As atividades musculares são 
limitadas por sinergias que ajudam a aumentar ou diminuir o sucesso da tarefa. O 
desenvolvimento do controle da cabeça é a aquisição motora mais básica no processo 
neuroevolutivo e depende da capacidade de integrar aferências vestibulares e 
proprioceptivas ao comando motor eferente das vias ventro-mediais de controle 
postural. Seu desenvolvimento é primordial para a modulação reflexa disparada pela 
ativação de receptores sensoriais localizados na cabeça, os quais podem resultar em 
modificações tônicas que interferem na manutenção da postura e na geração de 
movimentos voluntários. No desenvolvimento motor normal, o controle completo da 
cabeça só é alcançado aos seis meses de idade, após a criança ser capaz de controlar de 
forma coordenada a atividade de flexores, extensores e flexores laterais. 
O Conceito Neuroevolutivo Bobath é amplamente utilizado para o tratamento de 
reabilitação de sequelas sensório-motoras após lesões (PACY,2003; 
HUSEYINSINOGLU,2012). Dentre outras técnicas, utiliza as trocas de postura de 
forma sequencial, obedecendo a ordem de aquisição de habilidades motoras ao longo 
dos marcos do desenvolvimento neuropsicomotor normal (DNPM) (GRAHAM,2009). 
Dudek (2007) descreve que o decúbito ventral e o decúbito lateral são posturas adotadas 
pela criança durante o DNPM. O desenvolvimento das reações de retificação ocorre 
inicialmente em prono, por meio do aprimoramento da atividade dos músculos 
extensores cervicais e de tronco superior. O controle da musculatura flexora nos planos 
sagital e frontal desenvolve-se a seguir, devendo haver atividade coordenada entre esses 
grupos musculares ao final do sexto mês, como sinal da maturidade do controle da 
cabeça. 
Li et al (2007) utilizaram conceito Bobath, o método Vojta e a acupuntura em cento e 
trinta crianças com Paralisia Cerebral e observaram melhores resultados quanto mais 
jovens e menos acometidas eram as crianças. 
10 
 
Dentre as técnicas de intervenção fisioterapêutica, baseadas no 
neurodesenvolvimento, ou seja, nos princípios que buscam a melhora das capacidades 
motoras na PC adotando a cronologia do desenvolvimento motor normal, podemos citar 
o tratamento neuroevolutivo (TNE), também conhecido como “Conceito Bobath”. 
Tradicionalmente, é um modelo comumente utilizado na prática profissional e uma das 
técnicas mais difundidas em neurologia (BEGNOCHE, PITETTI, 2007; 
MAHONEY et al., 2004; SÁ, SANTOS, 2004; LANGHAMMER, 2003; 
FOWLER et al., 2001; BLY, 1997; BOBATH, 1978). 
Os tradicionais métodos de tratamento baseados nas técnicas de reeducação 
neurológica incluem uma combinação de conceitos neurofisiológicos e da visão 
desenvolmentista do comportamento motor através da sequência e cronologia das 
aquisições e etapas motoras (LEITE, PRADO, 2004; HOFFMAN, HARRIS, 2002; 
STOCKES, 2000; BLY, 1997; BOBATH, 1978). 
As reações reflexas são consideradas a base do equilíbrio nos seres humanos. Este 
modelo é baseado na ontogenia dos reflexos do equilíbrio em uma criança com 
desenvolvimento normal e propõe uma relação entre o amadurecimento desses reflexos 
e a sua capacidade de rolar, arrastar-se, sentar-se, levantar-se e andar (SHUMWAY- 
COOK, WOOLLACOTT, 2003; STOCKES, 2000). 
O conceito neuroevolutivo Bobath é uma abordagem para a solução de problemas, para 
a avaliação e para o tratamento de distúrbios da função, do movimento e do controle 
postural, devido as lesões do sistema nervoso central (RAINE,2006; IBITA, 2008). 
Há inúmeras abordagens para o tratamento de pacientes com déficits neurológicos, 
porém o Bobath é uma das mais comumente utilizadas (DAVIDSON & 
WALTERS,2000;LENNON,2003; GUSMAN E TORRE,2010). As técnicas utilizadas 
no conceito fornecem ao fisioterapeuta o embasamento teórico e protocolo de 
intervenção clinica necessário a intervenção em fisioterapia em neuropediatrica 
(RAINE,2009). 
 
 
Conclusão 
A paralisia cerebral definia como encefalopatia crônica da infância trata-se de um 
distúrbio no cérebro não progressivo, devido a fatores hereditários, eventos ocorridos 
durante a gravidez, parto, período neonatal ou durante os primeiros dois anos de vida. as 
causas podem ser congênitas, genéticas, inflamatórias, infecciosas, anóxicas, 
traumáticas e metabólicas. Mesmo crianças normais mostram muitas variações das 
sequelas de desenvolvimento normal e dos padrões de desenvolvimento estabelecidos 
para a criança média. A criança com paralisia cerebral mostrará variações adicionais em 
virtude das dificuldades neurológicas e mecânicas. O Método Bobath é uma abordagem 
terapêutica de solução de problemas para a avaliação e tratamento de indivíduos com 
distúrbios de função, do movimento e tônus muscular causados por uma lesão do S.N.C. 
As manipulações propostas pelo conceito promovem respostas motoras automáticas, 
resultando em um controle funcional mais efetivo e permite que movimentos sejam 
mais bem-sucedidos em relação à orientação postural, componentes de movimento, 
sequências funcionais, reconhecimento da tarefa e motivação para completá-la. Estudos 
mostram que quanto mais jovem e menos sequelada for a criança melhores são os 
resultados do tratamento com conceito Neuroevolutivo Bobath. 
 
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