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educacao ambiental cap 4

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CAPÍTULO 4
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
  Conhecer os princípios básicos da Educação Ambiental.
  Compreender a evolução dos movimentos ambientalistas, bem como as diferentes 
 formas de manifestação.
  Compreender o surgimento da Educação Ambiental como resposta à preocupação da 
 sociedade com o futuro.
  Analisar as tendências da Educação Ambiental, no que tange principalmente à 
 sustentabilidade, como uma nova perspectiva para conduzir as relações sociedade- 
 natureza.
92
 Fundamentos da Educação Ambiental
92
93
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
93
 Capítulo 4 
CONTEXTUALIZAÇÃO
A maioria dos problemas ambientais, poderiam ser evitados se a Educação 
Ambiental (EA) e a consequente conscientização ecológica fi zessem parte 
da formação das gerações passadas. O conhecimento do contexto histórico 
e cultural da visão homem-natureza torna-se importante, pois nos permite 
compreender as evoluções empíricas e, posteriormente, cientifi cas da 
representatividade da natureza. 
 Como vimos no capítulo 2, o homem foi produzindo, transformando e 
construindo o espaço geográfi co. Os interesses e as necessidades dos seres 
humanos não foram sempre os mesmos em todos os lugares e em todos os 
tempos. Conforme as sociedades foram se modifi cando, criando novas e mais 
complexas formas de sobrevivência, novos espaços foram construídos. Muitos 
deles eram relacionados com os tipos de paisagens e o pensamento sobre as 
mesmas nos diferentes séculos. Tendo por base o estudo que já efetuamos, 
você consegue traçar uma linha do tempo com os principais momentos e/
ou acontecimentos responsáveis pelas mudanças no espaço geográfi co e, 
consequentemente, os problemas ambientais? Tente fazer isso.
Lamentavelmente, a ausência da EA no contexto histórico cultural da 
humanidade nos coloca hoje em uma exponencial crise ambiental. Uma das 
mais importantes consequências dessa crise ambiental é a percepção de que 
a vulnerabilidade da natureza à ação do homem exige inesperadas dimensões 
de responsabilidade socioambiental, não presentes anteriormente pelo 
campo da ética (GRÜN, 1996). De acordo com esse autor, com a ampliação 
ética, criam-se condições para os seres humanos se sentirem moralmente 
responsáveis pelo seu comportamento em relação à natureza. 
 Nesse contexto, a EA é um componente essencial, de forma articulada, 
em todos os níveis e modalidades do processo educativo, no que diz respeito à 
preservação e à conservação do meio ambiente. Vamos então ao estudo sobre 
a EA. Neste capítulo, inicialmente, estudaremos os conceitos e princípios da 
E A; a seguir, veremos o surgimento da EA, os movimentos ambientalistas, os 
eventos importantes realizados sobre o meio ambiente. Finalizaremos nosso 
estudo com a EA e a sustentabilidade.
94
 Fundamentos da Educação Ambiental
94
CONCEITOS E PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
Você saberia conceituar o que é Educação Ambiental? Pense um pouco.
Existem várias defi nições sobre a Educação Ambiental. Vamos 
compreender e tentar conceituar a EA do ponto de vista de alguns autores, 
eventos que ocorreram sobre o meio ambiente e/ou órgãos responsáveis pelo 
assunto. 
 Em 1975, no Seminário Internacional sobre EA, que aconteceu em 
Belgrado, promovido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para 
a Educação, a Ciência e a Cultura), foi produzido um documento, A carta de 
Belgrado, que defi ne como meta da EA o desenvolvimento de uma população 
mundial consciente do meio ambiente e dos problemas ambientais. Uma 
população que disponha de conhecimento, habilidade, criatividade, atitude 
e compromisso, na busca por soluções para os problemas ambientais. Um 
trabalho que deve acontecer coletivamente. Pensar na EA coletivamente, sem 
dúvida seria o ideal para tentarmos amenizar e/ou solucionar os problemas 
ambientais. Você concorda?
 Vejamos como a EA foi defi nida na Conferência sub-regional de EA 
para a Educação Secundária, realizada em Chosica, no Peru, em 1976. 
Nesta conferência, fi cou defi nido que a EA assume a posição de promover 
conhecimento dos problemas ligados ao meio ambiente, associados a uma 
visão global; preconiza também a ação educativa permanente, em que a 
comunidade educativa toma consciência de sua realidade global, do tipo 
de relações que os seres humanos estabelecem entre si e com a natureza, 
dos problemas derivados das ditas relações e suas causas. E ainda, a 
EA desenvolve, mediante uma prática educativa dos educandos com a 
comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido 
à transformação socioambiental. Atualmente, será que ocorre uma prática 
educativa efi caz no que concerne a essa transformação socioambiental?
Em 1977, na Conferência Intergovernamental sobre Educação para o 
Ambiente, realizada em Tbilisi (Geórgia), a EA foi defi nida como um processo 
de reconhecimento de valores e conceitos, objetivando o desenvolvimento das 
habilidades e modifi cando as atitudes em relação ao meio, para entender e 
apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios 
biofísicos. A EA fi cou entendida como uma prática de tomada de decisões e 
ética, que conduzem a uma qualidade de vida melhor para todos. É importante 
você saber, embora abordaremos este assunto mais adiante, que esta 
conferência foi decisiva para a ampliação da EA. 
95
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
95
 Capítulo 4 
 Você provavelmente já ouviu falar da Agenda 21. Caso não saiba o que é, 
não se preocupe. Estudaremos sobre isto mais adiante. Vejamos como a EA é 
defi nida no capítulo 36 da Agenda 21. A EA é um processo que tem como meta 
o desenvolvimento de uma população consciente e preocupada com o meio 
ambiente e com os problemas que lhes são associados. 
De acordo com a Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe 
sobre a EA no Brasil, entende-se por EA os processos por meio dos quais 
o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e 
sua sustentabilidade. Ainda, de acordo com a mesma, a EA é um componente 
essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de 
forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em 
caráter formal e não-formal. 
Indubitavelmente, a EA deveria atingir todos os níveis educacionais; 
contudo, no caso do Brasil, será que isso ocorre efetivamente? Ou a EA é 
competência exclusiva da educação formal? Refl ita.
Atividade de estudo:
Verifi que, na sua na cidade e/ou região, o desenvolvimento de práticas 
educativas voltadas a EA, que abarca todos os níveis de educação (formal e 
não-formal). 
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Você saberá mais sobre a lei n° 9.795 no caderno de Inserção Curricular 
da Educação Ambiental e aFormação de Professores. Contudo, caso queira 
antecipar o estudo e saber na íntegra sobre esta lei, acesse o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L9795.htm
 
96
 Fundamentos da Educação Ambiental
96
Para o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), a EA é 
defi nida como um processo de formação e informação orientado para o 
desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões ambientais, e de 
atividades que levem à participação das comunidades na preservação do 
equilíbrio ambiental. 
CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (SISNAMA), instituído pela Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a 
Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90.
Vejamos como a EA é entendida na opinião de alguns autores; depois, 
gostaríamos de saber a sua opinião.
 
 Para Gonçalves (1990), a EA não deve ser entendida como um tipo 
especial de educação. Refere-se a um longo e contínuo processo de 
aprendizagem, com a qual todos os indivíduos e instituições (escola, família, e 
comunidade) devem estar envolvidos. Este processo de aprendizagem precisa 
ser crítico, criativo e político, com a preocupação de transmitir conhecimentos 
a partir da discussão e avaliação feitas pelo aluno, da sua realidade individual e 
social, na comunidade em que vive. Ainda de acordo com Gonçalves (1990), a 
EA é um processo de aprendizagem que visa esclarecer conceitos e fomentar 
valores éticos, com o intuito de desenvolver atitudes racionais, responsáveis e 
solidárias entre os seres humanos e o meio ambiente. 
 A EA pode ser defi nida, de acordo com Guimarães (1995), como uma 
ação interdisciplinar, conduzida para a resolução de problemas locais. 
[...] a EA é participativa, comunitária, criativa e valoriza a 
ação. É uma educação crítica da realidade vivenciada, 
formadora da cidadania. É transformadora de valores 
e atitudes através da construção de novos hábitos e 
conhecimentos, criadora de uma nova ética, sensibilizadora 
e conscientizadora para as relações integradas ser humano/
sociedade/natureza objetivando o equilíbrio local e global, 
como forma de obtenção da melhoria da qualidade de todos 
os níveis de vida. (GUIMARÃES, 1995, p.28). 
Na visão de Keim (1984), em nível interdisciplinar e extraescolar, a EA visa 
estimular vivências que, provavelmente, poderão nortear as reações futuras 
da população mundial, desenvolvendo ações favoráveis à vida e não apenas 
aos interesses econômicos. 
Lima (1984) ressalta o paradoxo da EA, diante de uma educação voltada 
para os objetivos essencialmente econômicos, segundo a qual será preciso 
substituir a competitividade pela solidariedade. Para a mesma autora, a EA 
necessita de uma postura crítica e um conhecimento a partir de uma refl exão 
97
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
97
 Capítulo 4 
da realidade vivenciada pelo indivíduo. O objetivo maior da EA é a promoção 
de um comportamento adequado à proteção ambiental, com novos valores, 
dos quais a participação do indivíduo é o princípio fundamental. (LIMA, 1984). 
Para Leonardi (1997), a defi nição de EA é muito infl uenciada pelas 
diversas formas de se compreender o próprio meio ambiente (a questão 
biológica, cultural, política e econômica). 
Como você pôde perceber, muitas são as defi nições sobre a EA. 
Podemos dizer, ainda, que há diferentes abordagens da questão ambiental 
na educação. Para Brügger (1994, p. 32), por exemplo, “por trás dessas 
abordagens ou tendências, existem diferentes pressupostos fi losófi cos e 
práticas pedagógicas” no que se refere às questões ambientais. Contudo, não 
resta dúvida da importância da EA. Por isso, é fundamental a participação da 
comunidade (ONGs, instituições públicas e privadas, dentre outros.) no que 
concerne à construção de valores sociais (moral, ética, dignidade, respeito, 
solidariedade), capazes de transformar o comportamento humano em relação 
ao ambiente em que vive. A disseminação de conhecimentos e experiências e 
o engajamento das comunidades em atividades práticas podem ser meios de 
construir ou reconstruir a cidadania, principalmente no âmbito ambiental. 
O esquema a seguir sintetiza importantes fatores que a EA procura 
contemplar e/ou estão inseridos no seu contexto. Observe. 
Figura 22 – Educação Ambiental em rede.
Fonte: DELEVATTI, D. Sociedade e Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.
comitepardo.com.br/images/dionei_organograma.gif>. Acesso em: 16 set. 2009.
Você conseguiu compreender que a EA corresponde a uma 
interdependência entre os fatores econômicos, políticos, ambientais, sociais e 
espaciais?
98
 Fundamentos da Educação Ambiental
98
Assim, concluímos esta seção, destacando que a EA pode ser considerada 
como: - uma ação política, no intuito de promover uma transformação social 
através da refl exão crítica sobre os problemas ambientais; - uma ação 
mobilizadora de conhecimentos técnico-científi cos que envolvam várias 
disciplinas, como forma de compreender as relações sócionaturais; - uma 
maneira de privilegiar as diferenças étnico-culturais dos povos, bem como, 
seus conhecimentos sobre o meio onde estão inseridos; - uma forma de 
possibilitar o desenvolvimento de uma consciência ética e participativa dos 
indivíduos no que concerne à preservação e à conservação do meio ambiente.
Atividade de estudo:
Como você defi niria a Educação Ambiental? 
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 O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Podemos dizer que a educação para o meio ambiente está atrelada à 
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada 
em Estocolmo, em 1972. Para Reigota (1994), desta conferência emerge a 
EA, pois uma das resoluções deixava claro que o cidadão deve ser educado 
para a solução dos problemas ambientais. 
Segundo Brügger (1994), a partir dessa conferência, a UNESCO 
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e 
o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), em 1975, 
lançaram o PIEA (Programa Internacional de Educação Ambiental). Dentre 
as atividades do PIEA que mais contribuíram para uma conscientização 
internacional sobre a EA, destacaram-se uma série de reuniões internacionais 
e regionais que culminaram na Conferência Intergovernamental de Tbilisi 
(URSS), em 1977. 
99
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
99
 Capítulo 4 
Atualmente o PIEA encontra-se desativado.
Embora algumas tentativas de promover uma educação para o meio 
ambiente antecedem a este período, a EA surge ofi cialmente, nesse contexto, 
como uma forma de resolver os chamados problemas ambientais (BRÜGGER, 
1994).
Percebe-se a presença de estudos sobre a EA já em 1864, com a 
publicação do livro “O homem e a natureza: ou geografi a física modifi cada pela 
ação do homem”, do autor George Perkin Marsh (DIAS, 2004). Na obra, o autor 
faz uma abordagem sobre o esgotamento dos recursos naturais realizados pelo 
homem, e acrescenta que, se estes recursos não dispusessem de cuidadosquanto ao seu uso excessivo, logo a sociedade poderia desaparecer, como 
aconteceu com outras civilizações mais antigas, por exemplo, a civilização 
maia. Cinco anos depois, Ernst Haeckel propõe o termo ecologia (você 
estudou no capítulo 1) para defi nir os estudos que são realizados sobre as 
relações entre as espécies e seu ambiente. 
Alguns exemplos evidenciam, embora bastante embrionária, a EA já na 
segunda metade do século XIX. Você, muito provavelmente, já ouviu falar do 
Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos. Saiba que sua criação 
data de 1872 e foi o primeiro parque nacional do mundo a ser criado. Duas 
décadas depois, em 1896, o Brasil cria seu primeiro parque estadual, o “Parque 
da Cidade” em São Paulo. Em 1937, surge a criação do Parque Nacional de 
Itatiaia e do Parque Nacional do Iguaçu, em 1939, também no Brasil. 
Todavia, essa preocupação com as questões ambientais não foram 
levadas em conta, uma vez que as atenções estavam voltadas ao crescimento 
e desenvolvimento econômico capitalista. Assim quando, em 1952, a cidade 
de Londres enfrentou uma de suas maiores crises ambientais, houve uma 
retomada das questões ambientais na Inglaterra (DIAS, 2004). Segundo o 
mesmo autor, nesta crise ambiental, o ar da cidade se tornou tão denso devido 
à poluição, que cerca de 1.600 pessoas morreram.
A imagem a seguir nos dá uma ideia da poluição atmosférica na cidade de 
Londres. Observe.
100
 Fundamentos da Educação Ambiental
100
Figura 23 – Poluição atmosférica – Londres
Fonte: Disponível em:
<http://www.abae.pt/programa/JRA/concursos/concurso09/uploads/A1/image/Smog-3.bmp>. 
Acesso em: 16 set. 2009.
Após este período, passou a ocorrer uma sensibilização com as questões 
ambientais e também com a qualidade de vida, sendo aprovada a lei do Ar 
Puro, pelo Parlamento Inglês, o que gerou vários questionamentos também 
em outros países, inclusive fazendo surgir, nos Estados Unidos, na década de 
1960, os movimentos ambientalistas (estudaremos mais adiante). 
Como vimos no capítulo 2, a Revolução Industrial surgiu na Inglaterra.
Assim, os problemas ambientais passaram a ser enfatizados com 
mais frequência, e a humanidade começou a sentir as consequências do 
desenvolvimento econômico, principalmente durante a década de 1960, 
quando houve um grande aumento dos índices de poluição atmosférica, uma 
grande quantidade de rios envenenados, devido aos pesticidas e resíduos 
oriundos das grandes indústrias, como, por exemplo, o rio Tâmisa (Londres); o 
acentuado processo erosivo dos solos e perda da fertilidade da terra. Segundo 
Oliveira (2008), nessa época, a imprensa mundial começava a divulgar, com 
manchetes catastrófi cas, os danos ambientais que estavam se consolidando. 
Esse contexto, para muitos, marca a história da educação ambiental, 
principalmente no início dos anos de 1960, com a publicação do livro Primavera 
silenciosa, de Rachel Carson (ver fi gura 24 - você já deve conhecer esta 
obra, a qual já foi citada pelas disciplinas anteriores). A autora denuncia a 
ação destruidora do homem em relação ao meio ambiente. Após o lançamento 
do livro, várias conferências e encontros foram realizados. Destacamos a já 
citada Conferência Intergovernamental sobre a EA, realizada em 1977, em 
101
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
101
 Capítulo 4 
Tbilisi (Geórgia), promovida pela UNESCO, em cooperação com o PNUMA, 
pois foi considerado um dos encontros mais importantes e decisivos para a 
EA, no mundo. Não se esqueça disso. 
Figura 24 - A jornalista e bióloga Rachel Carson e sua obra 
mais importante, o livro “Primavera Silenciosa”.
Fonte: RUY, R. A. V. A Educação Ambiental na Escola. Disponível em:
<http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_26/eduambiental.html>. Acesso em: 17 set. 2009.
No fi nal dos anos 1960 e início dos anos 1970, o movimento hippie 
manifesta-se a favor da natureza. Em 1970, em virtude da poluição gerada e 
o alerta do esgotamento dos recursos naturais, esses fatos passaram a gerar 
preocupações aos governantes. De acordo com Guimarães (1995), na década 
de 1980, o termo “Educação Ambiental” popularizou-se defi nitivamente no 
mundo. Atualmente, tornou-se uma necessidade global.
 Vimos, no capítulo 2, que o ser humano ao longo de seu processo evolutivo 
passou a se comportar de forma diferenciada, no que tange à sua relação com 
a natureza. A separação entre o homem e a natureza refl ete-se em toda a 
produção humana, em particular no conhecimento produzido por esse modelo 
de sociedade. Essa separação resultou numa postura antropocêntrica, sem 
considerar as relações de interdependência entre os elementos existentes no 
meio ambiente.
 Tal postura de dominação da natureza pelo homem, segundo Guimarães 
(1995), faz parte da lógica do modelo de sociedade moderna, que apresenta 
como caminho o crescimento econômico baseado na extração ilimitada de 
recursos naturais, renováveis ou não, na acumulação contínua de capitais, 
na produção ampliada de bens, sem levar em conta as interações entre 
essas intervenções e o ambiente em que se realizam. Você concorda com o 
radicalismo do autor em relação ao modelo de sociedade moderna?
Neste contexto de dominação, apenas uma pequena parcela da população 
planetária tem acesso aos benefícios do crescimento econômico.
 
 Essa dominação criou uma sociedade consumista de recursos, capitais 
e bens. Assim, passou a gerar profundas transformações nos seus espaços 
Neste contexto de 
dominação, apenas 
uma pequena 
parcela da população 
planetária tem acesso 
aos benefícios do 
crescimento econômico.
102
 Fundamentos da Educação Ambiental
102
e uma intensa demanda de recursos naturais. Neste contexto, a EA emerge 
com enfoque no equilíbrio dinâmico do ambiente. Apresenta-se como uma 
dimensão do processo educativo, voltada para a participação de seus atores, 
educandos e educadores, na construção de um novo paradigma, que contemple 
as aspirações populares de melhor qualidade de vida socioeconômica e um 
mundo ambientalmente saudável (GUIMARÃES, 1995). 
Refl ita sobre a fala de um ancião norte-americano, citada por Vandana 
Shiva, em sua obra Ecodesenvolvimento, em 1989. “Apenas quando você 
tiver cortado a última árvore, pescado o último peixe e poluído o último 
rio, vai descobrir que não se pode comer dinheiro.”
Atividade de estudo:
Você se enquadra nesta sociedade consumista, da qual falávamos 
anteriormente? Propomos que faça uma lista de produtos que tenha comprado 
no decorrer deste ano. Nesta mesma lista, identifi que os produtos que você 
realmente tinha necessidade de comprar. Após esta atividade, você terá a 
resposta à pergunta inicial.
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A EA tem o importante papel de fomentar a percepção da necessária 
integração do ser humano com o meio ambiente. Uma relação harmoniosa, 
consciente do equilíbriodinâmico na natureza, possibilitando, por meio de 
novos caminhos, valores e atitudes, a inserção do educando e do educador 
como cidadãos no processo de transformação do atual quadro ambiental no 
nosso planeta. A EA é um meio de conscientizar os indivíduos dos problemas 
ambientais, visando a uma participação ativa dos mesmos. (GUIMARÃES, 
1995).
103
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
103
 Capítulo 4 
Você sabia que, no Brasil, durante muito tempo, a EA foi confundida 
com Ecologia? Para Dias (1994), o equívoco consolidou-se a partir da 
desconsideração dos aspectos políticos, sociais e da preocupação restrita 
à ecologia, no que concerne a uma dada questão ambiental. Para você ter 
uma ideia, os cursos de treinamento, antes da década de 1990, eram em 
sua maioria escassos e alguns professores tinham difi culdade em acessar a 
informações sobre a EA. (DIAS, 1994). 
Foi principalmente a partir da RIO-92 ou ECO-92, que a EA no Brasil 
ganhou um incentivo, ou seja, as instituições governamentais passaram 
a adotar, como prioridade, o investimento no treinamento e formação de 
profi ssionais na área de Educação Ambiental (DIAS, 1994). Assim, houve uma 
forte demanda institucional no que concerne à elaboração de projetos na EA. 
A EA foi pela primeira vez citada na Constituição Brasileira em 1988 
(inciso VI do artigo 225, do capítulo VI do Meio Ambiente). Contudo, ela foi 
tratada apenas no capítulo de Meio Ambiente, dissociada de sua dimensão 
pedagógica, o que poderia induzir a uma percepção restrita, excluindo 
uma visão holística da EA (PEDRINI, 1997). Segundo este autor, a EA, foi 
formalmente referenciada no Brasil pela lei federal de nº 6.938, sancionada em 
31 de agosto de 1981, quando foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA). Esta lei foi um marco histórico na institucionalização de defesa da 
qualidade ambiental brasileira. Foi também criado o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (SISNAMA), para possibilitar organicidade e todas as instâncias de 
ação, principalmente governamentais.
E, fi nalmente, em 1999, foi instituída a Lei n° 9.795, de 27 de abril, que 
dispõe sobre a EA no Brasil. A partir daí a EA, tanto pode ser formal (âmbito 
escolar), quanto não formal (fora do âmbito escolar). Esta deve ser realizada 
desde a infância e prosseguir por toda a vida do indivíduo. Assim, se fortalecerá 
a relação entre o indivíduo e o ambiente no qual está inserido, desenvolvendo 
valores e uma responsabilidade ambiental mais efi caz, possibilitando uma 
ampliação mais qualitativa na transmissão de informações referentes às 
questões ambientais. 
OS MOVIMENTOS AMBIENTALISTAS
A década de 1980 marcou a popularização da questão ambiental; porém, 
o movimento ecológico, enquanto movimento social global, data da década de 
1960 e, ao que parece, não emergiu exclusivamente em virtude das questões 
ambientais.
Esta lei foi um 
marco histórico na 
institucionalização de 
defesa da qualidade 
ambiental brasileira. 
Foi também criado 
o Sistema Nacional 
do Meio Ambiente 
(SISNAMA), para 
possibilitar organicidade 
e todas as instâncias 
de ação, principalmente 
governamentais.
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 Fundamentos da Educação Ambiental
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 De acordo com Brügger (1994), no caso brasileiro, o movimento ecológico 
emergiu na década de 1970, no contexto da ditadura militar. Segundo a mesma 
autora, os partidos de esquerda acreditavam que o subdesenvolvimento 
do Brasil se devia à ação imperialista, aliada à oligarquia latifundiária e que 
deveríamos lutar por uma revolução anti-imperialista, de caráter popular, com 
o apoio da burguesia nacional. 
Todavia, a burguesia nacional declarava que a pior poluição é a da miséria 
e se preparava para articular justamente o contrário. A burguesia queria 
atrair capitais estrangeiros para o país, sob o pretexto de que esses capitais 
gerariam um maior desenvolvimento econômico. Concomitantemente, cresce, 
mundialmente, a pressão em torno da questão ambiental. Assim, muitas 
instituições estrangeiras viam-se obrigadas a colocar exigências para a 
realização de investimentos em outros países; ou seja, sem preservação não 
há dinheiro (BRÜGGER, 1994). Neste contexto, julga a mesma autora, antes 
que houvesse enraizado em território brasileiro um movimento ecológico, o 
Estado tratou de criar diversas instituições para gerir o meio ambiente, com 
o intuito de viabilizar a entrada de investimento. Assim, surgem no Brasil 
várias teorias e práticas ecológicas (divergentes na sua origem), formando um 
suposto “movimento ecológico”.
 Como você pode perceber, o interesse inicial pelas questões ambientais, 
no Brasil, por parte do governo, é puramente econômico. 
 Embora muitos movimentos ecológicos tenham emergido na década de 
1970, eles são muitas vezes associados aos movimentos de contracultura 
dos anos 1960. Tais movimentos estiveram radicalmente envolvidos na crítica 
das sociedades industriais e dos costumes racionalizados da vida moderna. 
Enfatizavam os limites do progresso com relação à exploração capitalista, tanto 
na exploração dos recursos naturais, como também, do trabalho humano. 
Os movimentos de contracultura correspondem aos movimentos dos 
pacifi stas, hippies, feministas, punks, estudantis, beatniks (movimento socio-
cultural dos anos 50 e princípios dos anos 60, que subscreveram um estilo de 
vida antimaterialista), entre outros.
Assim, tanto o crescimento do consumo de matérias-primas, como da 
própria população humana, foram entendidos como desencadeadores de 
sérios problemas futuros às condições de vida no planeta. Esses discursos, 
divulgados amplamente pela contracultura ecológica, foram interpretados 
como promotores da ideia de uma catástrofe ambiental, sendo necessária 
uma mudança radical dos valores e atitudes, no que concerne ao estilo de 
vida e aos hábitos consumistas dos seres humanos. Uma tentativa de salvar o 
planeta. 
A burguesia queria atrair 
capitais estrangeiros 
para o país, sob o 
pretexto de que esses 
capitais gerariam um 
maior desenvolvimento 
econômico. 
105
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
105
 Capítulo 4 
As obras Primavera Silenciosa (de Rachel Carson) e Antes que 
a natureza morra (de Jean Dorst) tornaram-se marcos da contracultura 
ecológica. Podemos citar ainda o Negócio é ser pequeno (E.F. Schumacher)
 Podemos dizer que os movimentos ecológicos, ao surgirem associados 
a um conjunto amplo de outros movimentos contestatórios, inauguram, em 
relação aos discursos de proteção da natureza de épocas anteriores, uma 
disseminada crítica global à sociedade industrial e aos estilos de vida dela 
derivados. 
Atualmente, em virtude da ampliação da esfera pública e política (através 
das lutas por direitos, em batalhas travadas, também, no campo jurídico) 
exige-se uma maior institucionalização dos movimentos nas chamadas 
Organizações Não-Governamentais (ONGs). Não podemos deixar de destacar, 
que o termo ONG, ao que parece, é utilizado na década de 1940, pela ONU, 
para designar diferentes entidades executoras de projetos humanitários ou 
de interesse público que, posteriormente, ganharam um papel consultivo em 
várias agências e fundos das Nações Unidas. 
No Brasil, a expressão ONG se referia, principalmente, às organizações 
de cooperação internacional, formada pelas igrejas católicas e protestantes 
(francesa, alemã, holandesa e inglesa). Essas organizações procuravam 
priorizar a ajuda às organizações e movimentos sociais nos países do sul, 
com o intuito de consolidar a democracia. É neste contexto que os centros de 
assessoria a movimentos sociais e populares na década de 1970, encontram 
nessas ONGs/agências internacionais uma fonte de fi nanciamento para suas 
atividades, focada na politização, conscientizaçãoe formação política. A partir 
do fi nal da década de 1980, essa conjuntura muda. Momento em que há uma 
verdadeira explosão das ONGs. O foco das atividades também começa a 
mudar, ou seja, já não estão mais comprometidas com os movimentos sociais. 
As ONGs passaram a atuar em nível mundial. O número de ONGs 
ambientais no Brasil é de aproximadamente 3.000. No que se refere às 
questões ambientais, dentre as várias ONGs destacamos: 
a) Greenpeace: ONG internacional de proteção ao meio ambiente, mantida por 
uma rede de sócios, que somam aproximadamente 3 milhões de pessoas. 
Esta organização desenvolve pesquisas, denuncia problemas ambientais, 
propõe alternativas de progresso que não ocasionam danos ecológicos, 
luta pela preservação de maneira direta, com protestos e manifestações.
b) Fundo Mundial para a Natureza (WWF): ONG internacional autônoma que 
desenvolve projetos de conservação dos recursos naturais em todas as 
regiões do Brasil, principalmente no Cerrado, na Amazônia e no Pantanal.
Não podemos deixar 
de destacar, que o 
termo ONG, ao que 
parece, é utilizado na 
década de 1940, pela 
ONU, para designar 
diferentes entidades 
executoras de projetos 
humanitários ou de 
interesse público 
que, posteriormente, 
ganharam um papel 
consultivo em várias 
agências e fundos das 
Nações Unidas.
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 Fundamentos da Educação Ambiental
106
c) Fundação SOS Mata Atlântica, cujo objetivo é defender as áreas 
remanescentes da mata atlântica e o patrimônio cultural e histórico indígena.
d) Conselho Nacional de Defesa Ambiental (CNDA): ONG que estimula e 
apóia ações direcionadas à proteção de ecossistemas e da biodiversidade.
e) Instituto Socioambiental (ISA), cujo objetivo é propor soluções que 
integrem questões sociais e ambientais. 
Consideramos importante a leitura do artigo intitulado As ONGs: origens 
e (des) caminhos, da Drª Joana Coutinho, para você compreender a gênese 
e evolução das ONGs, bem como suas respectivas atuações. Acesse o site: 
http://www.pucsp.br/neils/downloads/v13_14_joana.pdf
Atividade de estudo:
Você conhece alguma ONG? Na cidade onde você reside há a presença de 
ONGs? Propomos que você investigue e relate o trabalho desenvolvido por 
ela. Caso não exista em sua cidade, selecione uma ONG de seu interesse e 
pesquise sobre a atuação da mesma.
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IMPORTANTES EVENTOS REALIZADOS SOBRE O 
MEIO AMBIENTE
 No capítulo 3, você estudou sobre a crise ambiental. Assim, diante da 
crise ambiental, surgiu a necessidade da elaboração de políticas e programas 
que abarcassem as preocupações com as questões ambientais. Para isso, 
foram promovidos vários eventos e acordos internacionais. Alguns desses 
eventos já comentamos anteriormente. Veremos agora os principais eventos 
internacionais relacionados ao meio ambiente.
a) Conferência de Estocolmo 
A Organização das Nações Unidas (ONU) realizou em 1972, em 
Estocolmo, na Suécia, o primeiro grande evento sobre Meio Ambiente 
Humano, com a participação de 113 países. O tema principal foi a importância 
de se estabelecer uma visão holística da realidade e princípios comuns, que 
107
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
107
 Capítulo 4 
servissem como orientação para a preservação e conservação do nosso 
planeta. O foco do evento foram os problemas ambientais ocasionados pelo 
uso excessivo dos recursos naturais.
Neste mesmo ano, porém, antes da Conferência de Estocolmo, segundo 
Pacheco (2009), uma entidade chamada Clube de Roma encomendou ao 
Massachussettes Institute of Tecnology (MIT), dos Estados Unidos, um estudo 
que fi cou conhecido como Desenvolvimento Zero, o qual apontava que o 
congelamento do crescimento econômico seria a única maneira de evitar que 
o aumento dos impactos ambientais ocasionasse ao mundo uma tragédia 
ambiental. É claro que para os países subdesenvolvidos isso impediria o 
respectivo desenvolvimento econômico. 
O Clube de Roma reúne economistas, industriais, banqueiros, chefes de 
estado, líderes políticos e cientistas, de vários países, para analisar a situação 
mundial e apresentar previsões e soluções para o futuro, desde 1968.
A Conferência foi marcada pela polêmica entre os que defendiam a 
implantação do Desenvolvimento Zero, na maioria representantes de países 
desenvolvidos, e do outro lado, representantes de países subdesenvolvidos, 
que defendiam o desenvolvimento econômico a qualquer preço. Dessa 
maneira, alguns membros dos países subdesenvolvidos acusavam os países 
desenvolvidos de impedirem o seu crescimento econômico, usando as políticas 
ambientais como forma de inibirem a sua capacidade de competir no mercado 
internacional.
Tente imaginar o que aconteceria com o meio ambiente se todos os países 
subdesenvolvidos e/ou grande parte deles atingissem um desenvolvimento 
econômico pleno. Teríamos um equilíbrio ambiental, afi nal estes países 
teriam condições de investir em tecnologias limpas, ou teríamos um colapso 
ambiental?
Não podemos deixar de destacar que, nesta Conferência, foi criado o 
PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). Também foram 
defi nidos 26 princípios sobre as questões socioambientais, econômicas e 
políticas. Destacamos o princípio 19: 
[...] é indispensável um esforço para a educação em 
questões ambientais, dirigida tanto às gerações mais jovens 
como aos adultos e que preste a devida atenção ao setor 
da população menos privilegiado, para fundamentar as 
bases de uma opinião pública bem informada, e de uma 
conduta dos indivíduos, das empresas e das coletividades 
inspirada no sentido de sua responsabilidade sobre a 
proteção e melhoramento do meio ambiente em toda sua 
dimensão humana. É igualmente essencial que os meios de 
108
 Fundamentos da Educação Ambiental
108
comunicação de massa evitem contribuir para a deterioração 
do meio ambiente humano e, ao contrário, difundam 
informação de caráter educativo sobre a necessidade 
de protegê-lo e melhorá-lo, a fi m de que o homem possa 
desenvolver-se em todos os aspectos.
Para ter acesso a todos os princípios que compõem a declaração 
formulada na Conferência de Estocolmo, acesse o site: http://www.dhnet.org.
br/direitos/sip/onu/doc/estoc72.htm
Será que, no Brasil, essa conferência gerou algum resultado positivo? 
Pense um pouco.
No Brasil, o resultado desta Conferência, segundo Oliveira (2008), foi a 
criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), sendo considerada, 
na visão de Dias (2004), o primeiro organismo brasileiro de ação nacional 
para a gestão integrada do ambiente. Para Oliveira (2008), a criação dessa 
secretaria foi pressionada pelo Banco Mundial e pelas instituições ambientais, 
e, como na época estava instaurada no país a ditadura militar, a SEMA era 
composta por apenas três funcionários e tinha tudo para não dar certo. 
Contudo, segundo o mesmo autor, o que ocorreu foi justamente o contrário, 
pois ela foi reconhecida internacionalmente e deixou grandes contribuições no 
que diz respeito à legislação ambiental. 
b) Conferência de Belgrado
Em 1975, foi realizada, em Belgrado, a Conferência Internacional sobre 
Educação Ambiental. Nesta, os objetivos para a EA já estavam explícitos, pois 
o princípio básico seria a atenção com o meio natural e artifi cial, considerando 
os fatores ecológicos, políticos, sociais culturais e estéticos. A EA deveria 
ser contínua, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais, voltada 
para os interesses nacionais e centrada no questionamentosobre o tipo de 
desenvolvimento. A meta principal era a formação de uma consciência coletiva 
nos indivíduos, que se tornassem capazes de discernir sobre a importância da 
EA na preservação do ser humano e também estimular um comportamento 
cooperativo nos diferentes níveis territoriais (LIMA, 1984). 
O resultado dessa Conferência foi a elaboração da Carta de Belgrado. 
É importante destacar que, neste documento, questionam-se os avanços 
econômicos e os problemas socioambientais, assim como, a reivindicação 
do fi m da pobreza, da miséria, das desigualdades sociais. Também foram 
defi nidos, nesta carta, seis objetivos para a EA. Vejamos quais são eles: 
• Conscientização: contribuir para que os indivíduos e grupos sociais 
adquiram consciência e sensibilidade em relação ao ambiente como um 
todo e a problemas a ele relacionados. 
109
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
109
 Capítulo 4 
• Conhecimento: propiciar aos indivíduos e grupos sociais uma 
compreensão básica sobre o ambiente como um todo e os problemas 
a ele relacionados, e sobre a presença e o papel de uma humanidade 
criticamente responsável em relação a esse ambiente.
• Atitudes: possibilitar aos indivíduos e grupos sociais a aquisição de 
valores sociais, fortes vínculos afetivos com o ambiente e motivação para 
participar ativamente na sua proteção e melhoria.
• Habilidades: propiciar aos indivíduos e aos grupos sociais condições 
para adquirirem as habilidades necessárias à solução dos problemas 
ambientais.
• Capacidade de avaliação: estimular os indivíduos e os grupos sociais 
a avaliarem as providências relativas ao ambiente e aos programas 
educativos, quanto aos fatores ecológicos, políticos, econômicos, estéticos 
e educacionais.
• Participação: contribuir com os indivíduos e grupos sociais, no sentido de 
desenvolverem senso de responsabilidade e de urgência com relação aos 
problemas ambientais, para assegurar a ação apropriada para solucioná-
los. 
Indubitavelmente, os seis objetivos defi nidos para a EA, na carta de 
Belgrado, são importantíssimos. Contudo, sabemos que atualmente estes 
objetivos, na maioria das vezes, não estão integrados uns aos outros; ou seja, 
nem todos são colocados em prática. 
Assim, destes seis objetivos, qual você consideraria como primordial? 
É difícil responder, pois todos estão interligados. 
 Leia o texto completo da Carta de Belgrado, acessando o site.
http://www.ufpa.br/npadc/gpeea/DocsEA/A%20Carta%20de%20Belgrado.pdf
c) I Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental de Tbilisi 
A Unesco, em cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA), organizou a Primeira Conferência Intergovernamental em 
Educação Ambiental, em Tbilisi (Geórgia), no período de 14 a 26 de outubro 
de 1977. É considerado um dos principais eventos sobre a EA do Planeta. 
Inclusive os princípios tratados nessa conferência tornaram-se um referencial 
para a EA. Podemos dizer que esta Conferência constituiu-se como ponto 
de partida para precisar a natureza da EA, defi nindo seus objetivos e suas 
características, bem como as estratégias pertinentes ao plano nacional e 
internacional da EA. Esta conferência foi um marco para a EA.
A conferência de Tbilisi 
foi um marco para a EA.
110
 Fundamentos da Educação Ambiental
110
 Em 1980, a Unesco publicou “La Educacion Ambiental: las Grandes 
Orientaciones de La Conferência de Tbilisi”, importante fonte de pesquisas para 
as ações a serem desenvolvidas em EA, com quarenta e uma recomendações, 
em que são citados: sua concepção, fi nalidades, objetivos e princípios. Essas 
recomendações (41) primam pela união internacional dos esforços para 
o bem comum, constituem um verdadeiro plano de ação, tendo a EA como 
fator primordial para que a riqueza e o desenvolvimento dos países sejam 
atingidos mais igualitariamente. (PEDRINI,1997). De acordo com o mesmo 
autor, essa Conferência foi a culminância de um movimento ético e histórico 
de transformação do pensamento e das atitudes do homem contemporâneo 
diante da ameaça de destruição do planeta.
 Vejamos um dos objetivos estabelecidos na recomendação nº 1, 
considerada fundamental para a Educação Ambiental:
[...] lograr que os indivíduos e a coletividade compreendam 
a natureza complexa do meio ambiente natural e do 
meio criado pelo homem, resultante da integração de 
seus aspectos biológicos, físicos, sociais, econômicos e 
culturais, e adquiram os conhecimentos, os valores, os 
comportamentos e as habilidades práticas para participar 
responsável e efi cazmente da prevenção e solução dos 
problemas ambientais, e da gestão da questão da qualidade 
do meio ambiente. (CONFERÊNCIA DE TBILISI, UNESCO, 
1980)
Ainda, de acordo com a recomendação nº, 1 o propósito fundamental da 
EA é:
também mostrar, com toda clareza, as interdependências 
econômicas, políticas e ecológicas do mundo moderno, no 
qual as decisões e comportamentos dos diversos países 
podem ter consequências de alcance internacional. Neste 
sentido, a educação ambiental deveria contribuir para o 
desenvolvimento de um espírito de responsabilidade e de 
solidariedade entre os países e as regiões, como fundamento 
de uma nova ordem internacional que garanta a conservação 
e a melhoria do meio ambiente. (CONFERÊNCIA DE 
TBILISI, UNESCO, 1980)
 
Confi ra todas as recomendações tratadas na Conferência de Tibilisi, no 
site: http://www.aipa.org.br/ea-trat2-tiblisi-parcial-1977.htm
Lembre-se de que esta conferência foi um dos mais importantes eventos 
internacionais em favor da EA realizados até então. Inspirada pela Carta 
de Belgrado, a conferência foi responsável pela elaboração de princípios, 
estratégias e ações orientadoras em EA, que são adotados até os dias atuais, 
em todo o mundo.
111
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
111
 Capítulo 4 
Essa conferência, na verdade, foi a culminância de um movimento 
ético e histórico de transformação do pensamento e das atitudes do homem 
contemporâneo, frente às ameaças de destruição do planeta. Como 
vimos anteriormente, este movimento teve início nos anos de 1960, com a 
efervescência da mobilização de vários grupos pelos direitos humanos, entre 
eles, o ambientalista.
Atividade de estudo:
Na sua opinião, em relação à recomendação nº1, correspondente ao propósito 
fundamental da EA, citado anteriormente, é possível uma nova ordem 
internacional que garanta a conservação e a melhoria do meio ambiente?
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d) II Conferência Mundial sobre Educação Ambiental de Moscou
Em 1987, a Unesco organizou em Moscou a II Conferência Mundial 
para tratar de EA. Nesta, foram também reforçados os princípios traçados 
na I Conferência de Tbilisi. Vejamos alguns dos princípios, de acordo com 
Guimarães (1995): 
• A EA resulta de uma dimensão do conteúdo e da prática da educação 
orientadora para a resolução dos problemas concretos, embasados pelo 
meio ambiente, graçasao enfoque interdisciplinar e a uma participação 
ativa responsável de cada indivíduo e da coletividade.
• Atualmente sabe-se que a chave dos problemas ambientais está atrelada 
aos fatores sociais, econômicos e culturais que os provocam e que não 
será possível preveni-los ou resolvê-los com meios exclusivamente 
tecnológicos. 
112
 Fundamentos da Educação Ambiental
112
• A EA se concebe como um processo permanente, em que os indivíduos e a 
coletividade tomam consciência de seu meio e adquirem os conhecimentos, 
os valores, as competências, as experiências e, também, a vontade capaz 
de fazê-los atenuar individualmente e coletivamente, para resolver os 
problemas atuais e futuros do meio ambiente.
• Entre os elementos que contribuem para a especifi cidade da EA, talvez 
o mais importante seja o enfoque orientado para a solução de problemas 
concretos do meio ambiente humano.
Neste evento, chegou-se à conclusão de que a EA deveria preocupar-
se com a promoção da conscientização e transmissão de informações, 
desenvolvimento de critérios e padrões, orientações para a resolução de 
problemas e tomada de decisões. A meta era apontar um plano de ação para 
a década de 90, considerando que houve um processo de conscientização 
gradual, principalmente após a conferência de Tbilisi, no âmbito mundial 
e individual, do papel da educação em compreender, prevenir e resolver 
problemas ambientais. 
e) Conferência da ONU sobre Meio ambiente e Desenvolvimento – RIO-
92
O que você sabe sobre esta conferência? Certamente, já ouviu falar 
sobre ela, afi nal de contas, ocorreu em território nacional. Conseguiu esboçar 
algumas informações? Então vejamos.
Em 1992 realizou-se, na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência da ONU 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), mais conhecida como 
Rio-92 e/ou Eco-92. A Conferência foi a maior reunião de chefes de Estado já 
realizada na história da humanidade, com a presença de aproximadamente 
172 governos, incluindo 108 chefes de Estado e de Governo, que procuravam 
buscar soluções para o desenvolvimento sustentável das populações mais 
carentes do planeta. 
Essa Conferência foi considerada a maior reunião internacional até 
então realizada pelas Nações Unidas. Um dos resultados desta Conferência 
foi a elaboração do Tratado de Educação Ambiental para as Sociedades 
Sustentáveis e Responsabilidade Global. Vejamos alguns dos princípios da EA 
defi nidos neste Tratado: 
A educação é um direito de todos; somos todos aprendizes e 
educadores; a EA deve ter como base o pensamento crítico 
e inovador, em qualquer tempo ou lugar, em seus modos, 
formal, não formal e informal, promovendo a transformação 
e a construção da sociedade; a EA é individual e coletiva. 
113
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
113
 Capítulo 4 
Tem o propósito de formar cidadãos com consciência local e 
planetária, que respeitem a autodeterminação dos povos e 
a soberania das nações; a EA não é neutra, mas ideológica. 
É um ato político, baseado em valores para a transformação 
social; a EA deve envolver uma perspectiva holística, 
enfocando a relação entre o ser humano, a natureza e o 
universo de forma interdisciplinar; a EA deve estimular a 
solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos, 
valendo-se de estratégias democráticas e interação entre as 
culturas.
Indicamos a leitura do Tratado de Educação Ambiental para as Sociedades 
Sustentáveis e Responsabilidade Global. Para efetuá-la, uma das opções é 
acessar o site http://www.ufpa.br/npadc/gpeea/DocsEA/TratadoEA.pdf 
Atividade de estudo:
Vimos que um dos princípios da EA, defi nido no Tratado de Educação Ambiental 
para as Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, é estimular a 
solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos, valendo-se de 
estratégias democráticas e interação entre as culturas. Na sua opinião, para 
que isso realmente ocorra, que estratégias poderiam ser desenvolvidas? 
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Também na Rio-92 iniciou-se o processo de criação da Carta da Terra, 
documento em permanente construção e que foi um marco ético para a 
Agenda 21, igualmente fruto da conferência Rio-92. Vejamos um trecho da 
Carta da Terra.
114
 Fundamentos da Educação Ambiental
114
Estamos diante de um momento crítico na história da 
Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o 
seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais 
interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, 
grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, 
devemos reconhecer que no meio de uma magnífi ca 
diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família 
humana e uma comunidade terrestre com um destino 
comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade 
sustentável global baseada no respeito pela natureza, 
nos direitos humanos universais, na justiça econômica 
e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é 
imperativo que, nós, os povos da Terra, declaremos nossa 
responsabilidade de uns para com os outros, com a grande 
comunidade da vida, e com as futuras gerações. 
Você lembra que o caderno de Responsabilidade Social também citou a 
Carta da Terra? Se quiser ler este documento na íntegra, acesse o site:
http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.doc
O objetivo da Rio-92 foi, também, aumentar os esforços no que concerne 
à aquisição de informações sobre o meio ambiente, capazes de promover 
a conscientização ambiental, além de possibilitar um treinamento maior de 
profi ssionais, com o intuito de ampliar as informações sobre as questões 
ambientais. 
Durante a Rio-92, o governo federal promoveu um workshop, no qual 
foi aprovado um documento denominado Carta Brasileira para a Educação 
Ambiental. Uma das prioridades seria a implantação da EA em todos os 
níveis de educação. Reafi rmando o que falamos no início do capítulo, a partir 
desta conferência a EA no Brasil ganhou incentivo, principalmente no que 
tange à formação e ao treinamento de profi ssionais na área de EA. A partir 
desse momento, houve um aumento considerável de teses de doutorado, 
dissertações de mestrado, monografi as de especialização, livros publicados 
por editoras de renome, e cresceu a procura por cursos de Educação 
Ambiental. 
Em 1994, por exemplo, o ministro do Meio Ambiente determinou ao IBAMA 
que elaborasse o primeiro Programa Nacional de Educação Ambiental – 
PRONEA. A primeira versão da proposta foi aperfeiçoada por alguns técnicos 
do MEC e da UNESCO. Em 1996, as diretrizes de operacionalização foram 
publicadas pelo IBAMA e já podem ser otimizadas. 
A partir desse momento, 
houve um aumentoconsiderável de 
teses de doutorado, 
dissertações de 
mestrado, monografi as 
de especialização, livros 
publicados por editoras 
de renome, e cresceu a 
procura por cursos de 
Educação Ambiental.
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HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
115
 Capítulo 4 
Conheça o texto da Carta Brasileira para a EA na íntegra. Basta acessar:
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./educacao/index.
php3&conteudo=./educacao/artigos/carta_ea.html
f) Agenda 21 
É importante você conhecer a Agenda 21. É um programa de ação 
fi rmado na Rio 92. A Agenda 21 convoca os governos a adotarem estratégias 
nacionais para o desenvolvimento sustentável. Ela prevê ações que deverão 
ser implementadas tanto pelos governos, bem como pela sociedade civil, 
abarcando todas as esferas: federal, estadual e local. É constituída em 
40 capítulos. Pode-se dizer que é a mais ousada e abrangente tentativa, 
já realizada, de promover, em escala planetária, um novo padrão de 
desenvolvimento econômico, conciliando métodos de proteção ambiental, 
justiça social e efi ciência econômica. Refere-se a um documento consensual, 
que teve a contribuição dos governos e instituições da sociedade civil de 179 
países participantes. Para você ter uma ideia, o processo preparatório do 
documento durou dois anos e culminou com a realização da Conferência Rio-
92.
Seria interessante você fazer a leitura dos 40 capítulos, principalmente 
o capítulo 36, que faz uma abordagem da promoção do ensino, da 
conscientização e do treinamento da EA. Para isso, acesse o site do Ministério 
do Meio Ambiente:
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18&i
dConteudo=575&idMenu=9065. 
Da Agenda 21, destacamos o capítulo 28. Ele estabelece que as 
autoridades de cada país implementem uma Agenda 21 Local, tendo como 
base de ação a construção, operacionalização e manutenção da infraestrutura 
econômica, social e ambiental local, estabelecendo políticas ambientais locais 
e prestando assistência na implementação política. 
A Agenda 21 Local é um instrumento de planejamento de políticas públicas 
que deve envolver tanto a sociedade civil como também o governo.
Destacamos ainda a Agenda 21 Brasileira, que é um processo e 
instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável, 
cujo eixo central é a sustentabilidade, compatibilizando a conservação 
ambiental, a justiça social e o crescimento econômico. O documento é o 
resultado da consulta realizada entre grande parte da população brasileira, e 
tem como base as diretrizes da Agenda 21 Global. 
116
 Fundamentos da Educação Ambiental
116
Saiba mais sobre a Agenda 21 Local e a Agenda 21 Brasileira, acessando 
o site a seguir:
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18&i
dConteudo=575&idMenu=9065
 Agora que você sabe da existência destes documentos, é importante fazer 
uma leitura completa dos mesmos, para assim ampliar seu conhecimento sobre 
a promoção e/ou implantação da EA no Brasil, bem como conhecer maneiras 
de desenvolver práticas educativas pautadas na solução e/ou amenização das 
questões ambientais. 
g) Conferência Internacional sobre ambiente e sociedade: educação e 
conscientização pública para a sustentabilidade 
 
Destacamos também a Conferência Internacional de Tessalônica. Esta foi 
realizada entre os dias 8 e 12 de dezembro de 1997, em Tessalônica, na Grécia, 
com representantes de organizações governamentais, intergovernamentais 
e não-governamentais (ONG) e sociedade civil, de mais de 83 países. A 
preparação para a Conferência de Tessalônica, em 1997, incentivou muitos 
encontros regionais, nacionais e internacionais, em países como a Índia, 
Tailândia, Canadá, México, Cuba, Brasil e Grécia, bem como na região do 
Mediterrâneo.
Nesta conferência, foi reafi rmada a importância da EA e a conscientização 
pública para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável. Foi também 
destacada a importância da educação em suas diferentes modalidades, como
[...] meio indispensável para dar a todos os homens e 
mulheres do mundo a capacidade para conduzir suas 
próprias vidas, exercitar suas opções pessoais, e a 
responsabilidade para viver uma vida sem fronteiras, sejam 
políticas, geográfi cas, culturais, religiosas, lingüísticas ou de 
gênero.
Reiterou-se, nesta conferencia, a necessidade de reorientar a educação 
para os valores da sustentabilidade, abarcando todos os níveis do ensino, 
assumindo que a sustentabilidade é “um imperativo moral e ético, que 
compreende meio ambiente, população, a pobreza, saúde, segurança 
alimentar, democracia, direitos humanos e paz”. Sem dúvida, essa reorientação 
educacional é necessária, para que tenhamos resultados positivos com relação 
à sustentabilidade. Você concorda?
A preparação para 
a Conferência de 
Tessalônica, em 
1997, incentivou 
muitos encontros 
regionais, nacionais 
e internacionais, em 
países como a Índia, 
Tailândia, Canadá, 
México, Cuba, 
Brasil e Grécia, bem 
como na região do 
Mediterrâneo.
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 Capítulo 4 
h) Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável - Rio+10
 
Trinta anos após a Conferência das nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
Humano (desenvolvimento Humano), em Estocolmo, e dez anos após a Rio–
92, no Rio de Janeiro, acontece a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento 
Sustentável. 
Finalizamos esta seção, apresentando alguns aspectos desta Conferência 
sobre o Desenvolvimento Sustentável, também chamada de Rio+10. A Rio+10 
foi realizada entre 26 de agosto e 4 de setembro de 2002, em Joanesburgo, 
África do Sul. Teve como objetivos principais o fortalecimento de acordos 
fi rmados na Rio 92, especialmente a Agenda 21. Das reuniões ofi ciais da 
Cúpula da Terra, resultaram dois documentos principais: uma declaração 
política, que expressa os compromissos e os rumos para implementação do 
desenvolvimento sustentável; e um plano de ação, que estabelece metas e 
ações de forma a orientar a implementação dos compromissos assumidos pelos 
países. Contudo, para muitos, o resultado deste encontro não foi satisfatório, 
pois, poucas foram as ações concretas para resgatar centenas de milhões de 
pessoas da fome, das epidemias e da falta de acesso a saneamento básico e 
serviços de saúde. Os governos concordaram em garantir, até 2015, a redução 
para a metade dos 1,2 bilhões de pessoas que, atualmente, não têm acesso 
a água potável e saneamento básico. Podemos dizer que esta conferência foi 
um retrocesso, se comparada com a Rio 92. Saiba que no mundo temos uma 
população de aproximadamente 6,5 bilhões de habitantes. 
Vimos que na Rio + 10 os governos concordaram em garantir até 2015 a 
redução para a metade dos 1,2 bilhões de pessoas que atualmente não têm 
acesso a água potável e saneamento básico.
Na sua opinião, essa redução realmente irá acontecer? Será que até 2015 
teremos ainda água potável? Refl ita
Saiba mais sobre o plano de ação defi nido na Rio+10, acessando o site:
http://www.dec.feis.unesp.br/mauricio/joanesburgo.pdf
Fazendo uma análise de todos os eventos e/ou conferências já realizadas 
ao longo dos últimos 50 anos, gostaríamos de destacar a importância que 
esses eventos mundiais trouxeram para a tutela do meio ambiente e a EA, 
tanto no cenário internacional como para o Brasil, embora saibamos que muito 
precisa ser feito em prol do meio ambiente e a efetivação da EA. 
Saiba que no mundo 
temos uma população 
de aproximadamente 
6,5 bilhões de 
habitantes.
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 Fundamentos da Educação Ambiental
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Em países, como a Inglaterra e os Estados Unidos, a EA não é considerada 
um tema novo. Na Inglaterra, por exemplo, hámais de 20 anos a EA vem 
ganhando importância nas escolas e na sociedade em geral. Nos Estados 
Unidos, há mais de 25 anos o governo recomendou a implantação da EA nos 
planos de ensino e nos currículos escolares. 
É importante que você busque leituras mais aprofundadas sobre esses 
eventos e/ou conferências, bem como os acordos ambientais fi rmados até o 
presente momento. 
Atividade de estudo:
Como atividade, propomos que você elabore uma linha do tempo, classifi cando 
o período de realização de cada evento e/ou conferencia, o que foi defi nido 
sobre as questões ambientais e a EA, bem como os resultados de cada 
evento. Tente fazê-lo de forma clara e simplifi cada.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Segundo Paula (2007), sustentabilidade signifi ca atender às necessidades 
do presente, sem comprometer as possibilidades das futuras gerações de 
atenderem às suas próprias necessidades. Esta é uma das defi nições de 
sustentabilidade. Para ser sustentável, qualquer empreendimento humano 
deve ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo 
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HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
119
 Capítulo 4 
e culturalmente aceito. Contudo, esses conceitos, infelizmente, ainda estão 
longe da prática cotidiana das pessoas e instituições. 
Vimos, no capítulo 2, que a responsabilidade socioambiental corresponde 
a um compromisso de empresas que atuam na vanguarda, atendendo 
à crescente conscientização da sociedade. Diz respeito à necessidade 
de revisar os modos de produção e padrões de consumo vigentes, de tal 
modo que o sucesso empresarial não seja alcançado a qualquer preço, 
mas ponderando-se os impactos socioambientais decorrentes da atuação 
administrativa de cada indústria e/ou empresa. A sustentabilidade vai além 
da responsabilidade socioambiental; ou seja, para ser sustentável, qualquer 
empreendimento humano deve ser, como já mencionamos anteriormente, 
ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e 
culturalmente aceito. Atingir essa sustentabilidade não é tão simples assim, 
pois toda sociedade precisa (re) educar suas ações, estabelecer limites de 
consumo, e isso envolve não só os consumidores, mas também as empresas, 
que devem desenvolver produtos ecologicamente corretos. Além disso, esse 
fato infl uencia a economia. Algumas empresas perderão muito dinheiro em 
nome da conservação ambiental.
 Sustentabilidade não signifi ca somente reciclar o lixo, ou simplesmente 
apoiar uma instituição não governamental (ONG). Refere-se a um processo 
cíclico de melhorias (sociais, culturais, econômicas, ambientais), e à 
elaboração e implantação de projetos de sustentabilidade ambiental, para que 
realmente seja possível a sustentabilidade sem sobrecarregar os recursos 
utilizados. Observe a fi gura.
Figura 25 – Ciclo contínuo da sustentabilidade
Fonte: Disponível em: http://www.consultoriaambiental.com.br/Projetos-
De-Sustentabilidade-Ambiental.asp. Acesso em: 16 set 2009.
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 Fundamentos da Educação Ambiental
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A fi gura mostra a sustentabilidade como um ciclo contínuo, no qual 
precisamos considerar todos os fatores, sejam eles sociais, econômicos ou 
ecológicos. 
Com referência à realização de projetos de sustentabilidade, podemos 
exemplifi car os projetos de compensação de créditos de carbono. Nestes 
projetos, comunidades e empreendimentos das mais diversas áreas podem 
neutralizar as suas emissões de carbono, através de negociações que levem 
ao estabelecimento de compensações para captação desse carbono emitido. 
Assim, uma indústria que tem um alto índice de emissões de carbono pode 
vender /“comprar créditos” de projetos sociais ou empresariais, que visem 
retirar esse carbono do ambiente, como, por exemplo, os empreendimentos de 
refl orestamento. 
Para você ter uma ideia, em 2006, as transações envolvendo créditos de 
carbono atingiram US$ 25 bilhões, sendo que os principais negociadores foram 
países da Europa e o Japão (MARTINEZ, 2007). Para facilitar as transações, 
foi criada uma moeda, o crédito de carbono. Segundo Martinez (2007), uma 
tonelada métrica de CO2 (dióxido de carbono) equivale a um crédito de 
carbono, que pode ser negociado, no mercado internacional, como qualquer 
ação de uma empresa.
Talvez você tenha fi cado confuso em relação à compensação de créditos 
de carbono. Não se preocupe, pois o Caderno de Gestão Ambiental trará 
informações detalhadas sobre este tema. 
Diante da problemática ambiental, podemos dizer que um dos princípios da 
EA é proporcionar a toda a sociedade a consciência de adotar comportamentos 
e atitudes ambientalmente adequados, possibilitando o desenvolvimento 
de estratégias que estejam voltadas para a construção de uma sociedade 
sustentável; ou seja, estabelecendo padrões que proporcionem uma melhor 
qualidade de vida. 
O Tratado de Educação Ambiental para as Sociedades Sustentáveis e 
Responsabilidade Global, assinado pelas ONGs em reunião paralela à Rio-
92, sem dúvida, foi muito importante na valorização da Educação Ambiental. 
Neste tratado, de acordo com Guimarães (1995, p. 28):
a EA para uma sustentabilidade equitativa é um processo 
de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas 
as formas de vida. Tal educação afi rma valores e ações 
que contribuem para a transformação humana e social e 
para a preservação ecológica. Ela estimula a formação 
de sociedades socialmente justas e ecologicamente 
equilibradas, que conservam entre si relações de 
Para facilitar as 
transações, foi criada 
uma moeda, o crédito 
de carbono. Segundo 
Martinez (2007), uma 
tonelada métrica 
de CO2 (dióxido de 
carbono) equivale a um 
crédito de carbono, que 
pode ser negociado, no 
mercado internacional, 
como qualquer ação de 
uma empresa.
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 Capítulo 4 
interdependência e diversidade. Isso requer responsabilidade 
individual e coletiva em níveis local, nacional e planetária.
A refl exão sobre as práticas sociais, com relação à degradação dos 
ecossistemas, envolve uma articulação necessária da EA. Não há dúvida 
da importância da EA, como instrumento da adoção de práticas que visem 
à sustentabilidade ambiental e social. Será que é possível a sustentabilidade 
ambiental e social a nível global? Observe a charge. 
 
 
Figura – 26 - Degradação ambiental.
Fonte: Disponível em: <http://miriamsalles.info/
wp/?cat=63&paged=2>. Acesso em: 17 set. 2009.
A que conclusão você chegou? Para que essa sustentabilidade ocorra, 
teríamos que oferecer uma EA mais adequada, melhor para todos, sem 
discriminações. Deveríamos pensar em todos os componentes da pirâmide 
social, desdeo topo até a base (AB’ SABER, 2005). Teríamos que pensar em 
todos os componentes da sociedade.
Assim, o papel da EA, além de proporcionar a conservação e a preservação 
do meio ambiente, é promover a integração saudável do ser humano com ele. 
Promover a sustentabilidade ambiental de maneira efi caz e urgente, levando 
em conta a atual gravidade ambiental. E, ainda, o papel da EA é fazer a 
interação socioambiental, não apenas na tentativa de salvar o planeta, mas 
de conscientização dos valores éticos. De acordo com Ab’Saber (2005), temos 
que pensar em todos os componentes socioambientais para promover uma EA 
vital. 
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 Fundamentos da Educação Ambiental
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Levando em conta o estilo de vida da sociedade atual, com valores e 
atitudes consumistas, é possível que ocorra a sustentabilidade ambiental? 
Refl ita.Queremos chamar a atenção sobre o nosso papel no que tange à 
efetivação de uma EA efi caz e vital. Devemos nos questionar se nossas 
atitudes diárias contribuem para que tenhamos um planeta saudável. O que 
você tem feito para preservar e conservar os recursos naturais? 
Atente para as charges abaixo.
Figura 27 - Sustentabilidade...?
Fonte: Disponível em: <http://arrastao.apostos.com/rico%20
sustentabilidade.jpg>.Acesso em: 17 set 2009.
Atividade de estudo: 
 
A que conclusões você chegou? O que estamos fazendo para salvar o nosso 
planeta?
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Como atividade fi nal, propomos que liste suas atitudes e/ou hábitos que 
contribuem para a preservação e conservação do meio ambiente, assim como 
ações que não estão contribuindo. Depois, tente elaborar outra lista com o que 
você poderá fazer para contribuir, a fi m de conquistarmos uma qualidade de 
vida socioambiental. 
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 Capítulo 4 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
 Neste capítulo, vimos várias defi nições sobre a EA. Todas elas convergem 
para a promoção de uma EA qualitativa e efi caz, a fi m de que possamos 
conservar e preservar o meio ambiente. Assim, a EA é uma educação crítica, 
transformadora de valores e atitudes, formadora da cidadania, criadora de uma 
nova ética, sensibilizadora e conscientizadora da importância do equilíbrio 
entre a sociedade e a natureza. Estudamos também que o ponto de partida 
para precisar a natureza da EA, quanto a seus objetivos e características, 
bem como as estratégias pertinentes ao plano nacional e internacional, está 
relacionado com a Conferência de Tbilisi, realizada em 1977. Vimos que, 
diante da problemática ambiental, um dos princípios da EA é proporcionar 
a toda a sociedade a consciência de adotar comportamentos e atitudes 
ambientalmente adequados, possibilitando o desenvolvimento de estratégias 
que estejam voltadas para a construção de uma sociedade sustentável. 
Chegamos ao término do estudo do caderno de Fundamentos da 
Educação Ambiental, contudo, esperamos que seja apenas o início de uma 
busca constante por mais conhecimento a respeito dos temas abordados, 
principalmente no que concerne à EA. Indubitavelmente, a EA é um processo 
de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida. 
A EA deve ser contínua, a fi m de estimular a formação de sociedades mais 
justas e ecologicamente equilibradas. Lembre-se de que você, a partir de 
agora, exerce um papel mais importante na sociedade, o de promotor da EA. 
Lembre-se de que educar para a EA é educar para a vida. 
Acesse o site do Ministério do Meio Ambiente e veja o acervo de vídeos 
produzidos que poderão dar suporte para trabalhar a EA:
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=16&i
dConteudo=5321&idMenu=4728
Indicamos a leitura da obra “Educação Ambiental: Princípios e Práticas, 
do autor Genebaldo Freire Dias. Esta obra aborda informações básicas 
conceituais sobre a EA, faz um histórico de suas atividades pelo mundo, sugere 
mais de cem atividades para sua prática, bem como fornece subsídios para a 
ampliação dos conhecimentos sobre EA e expõe as diferentes formas legais 
de ação individual e comunitária que possibilitam um exercício de cidadania, 
visando uma melhor qualidade de vida. 
124
 Fundamentos da Educação Ambiental
124
REFERÊNCIAS
AB’SABER. A. Educação Ambiental. Revista SENAC. Rio de Janeiro. n.1, 
p.14 jan./abr. 2005
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1995 
KEIM, E. J. Abordagens das relações entre os componentes ambientais 
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São Paulo: Cortez, 1997.p. 391-408.
LIMA. M. A.J. Ecologia humana. Petrópolis: Vozes, 1984.
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HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTALHISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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 Capítulo 4 
MARTINEZ, E. Créditos de Carbono, 08 out.2007.Disponível em: <http://
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