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brev coment testamento apresentacao registro e cumprimento.rtf

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SUCESSÕES
TESTAMENTO – ABERTURA, REGISTRO E CUMPRIMENTO
BREVES COMENTÁRIOS: 
1. SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA - Diz a nossa lei civil que “ a sucessão dá-se por disposição de última vontade, ou em virtude da lei” (aritgo 1.573 do Código Civil). Portanto, reconhece o nosso Direito a sucessão testamentária, aquela que resulta de testamento, ou seja, de disposição de última vontade; e a sucessão legítima, aquela que resulta da lei, na falta de testamento válido ou qualquer ato de última vontade. Podem coexistir as duas formas: quando há herdeiros necessários e o “de cujus” fez testamento da parte disponível da herança; ou quando todos os bens não foram incluídos no testamento.
2. TESTAMENTO – CONCEITO - Nos termos do artigo 1.626 do Código Civil, “considera-se testamento o ato revogável pelo qual alguém, de conformidade com a lei, dispõe, no todo ou em parte do seu patrimônio, para depois de sua morte” . O poder de livre disposição no testamento só encontra limite na lei. Assim, aquilo que não é vedado por lei pode ser objeto de disposição testamentária. Pode o testador servir-se do testamento para, por exemplo, gravar a herança com as cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade de bens, fazer legado, instituir fundações, reconhecer filhos naturais, deserdar herdeiros com expressa declaração de causa, etc. Pontes de Miranda (in: “ Comentários ao Código de Processo Civil”, Tomo XVI, pág. 151, 1ª edição, Ed. Revista dos Tribunais, Rio de Janeiro, 1977) conceitua TESTAMENTO como “a declaração unilateral de última vontade (contendo, às vezes, comunicações de conhecimento e de vontade), pela qual alguém, nos limites da lei, e para depois da sua morte, dispõe dos seus bens, no todo ou em parte, ou algo resolve para efeitos jurídicos. Ato unilateral, não existe qualquer aceitante, ou recebedor da declaração de última vontade, posto que o testador possa dar cargos a alguém.” 
3. CARACTERÍSTICAS DO TESTAMENTO - O testamento é: a) Ato revogável – por isso pode o testador, a qualquer tempo, modificá-lo, cancelá-lo, ou substituí-lo por outro. b) Ato conforme a lei, ou seja, deve ser feito em estrita concordância com o que está expresso na lei, com todas as formalidades exigidas. c) Ato de rigor absoluto, isto é, as formas testamentárias são substanciais ao ato e sua inobservância induz nulidade intransponível - para ter eficácia jurídica é necessário: que o testador tenha capacidade de testar; que o herdeiro instituído, ou o legatário tenha capacidade para receber; e que os atos praticados para a formalização do testamento estejam em perfeita consonância com as formalidades legais exigidas. 
4. Existem três formas ordinárias de testamento: o TESTAMENTO PÚBLICO ( escrito por oficial público, deve ser apresentado em Juízo através de traslado ou certidão) ; o TESTAMENTO CERRADO ( escrito pelo testador ou por pessoa a seu rogo, é sigiloso e deve ser aberto em Juízo, devendo estar intacto para sua validade); o TESTAMENTO PARTICULAR ( escrito e assinado pelo próprio testador, precisa de confirmação judicial, através da oitiva de pelo menos três das testemunhas que participaram do ato). 
5. CODICILO: É uma manifestação de última vontade, menos solene que o testamento, e sem instituição de herdeiro, pela qual o testador dispõe por escrito, sobre pequenas esmolas, legados de móveis, jóias de pequeno valor, roupas, enterro, animais de estimação, etc. O documento deve ser escrito, datado e assinado por quem é capaz de testar. 
6. TESTAMENTOS ESPECIAIS - O artigo 1.631 do Código Civil positiva que não são admitidos outros testamentos especiais, além daqueles que contempla nos seus artigos 1.656 a 1.663, quais sejam: 
6.1. Testamento Marítimo ( art. 1.656 a 1659 C.C.) - Nos navios nacionais, de guerra, ou mercantes, em viagem de alto-mar, o testamento será lavrado pelo comandante, ou pelo escrivão de bordo, que redigirá as declarações do testador, ou as escreverá, por ele ditadas, diante de duas testemunhas idôneas, escolhidas, preferencialmente, entre os passageiros, devendo estar presentes a todo o ato, assinando o instrumento depois do testador.
6.2. Testamento Militar (art. 1.660 a 1663 C.C.) – Militares e pessoas a serviço do exército em campanha, dentro ou fora do país, poderão testar, não havendo oficial público, e se não puderem ou não souberem assinar, ante três testemunhas, caso em que assinará por ele a terceira (o testamento poderá ser escrito, nesses casos, pelo respectivo comandante). Se souberem escrever, poderão fazer o testamento de próprio punho, datando e assinando por extenso, e apresentando-o, na presença de duas testemunhas, ao auditor ou ao oficial de patente. Estando empenhados em combate, ou feridos, poderão fazer testamento NUNCUPATIVO (art. 1.663 C.C.), ou seja, não escrito, feito de viva voz, confiando a sua última vontade a duas testemunhas (esse testamento não terá efeito se o testador não morrer na guerra, e se convalescer do ferimento. 
7. DA INCAPACIDADE PARA TESTAR: São incapazes de testar, nos termos do artigo 1.627 do Código Civil : os menores de dezesseis anos; os loucos de todo o gênero; os que, ao testar, não estejam em perfeito juízo; os surdos-mudos, que não puderem manifestar a sua vontade. Consoante positiva o artigo 1.628 do mesmo diploma legal, a incapacidade superveniente não invalida o testamento eficaz, nem tampouco se valida o testamento do incapaz com a superveniência da capacidade. A incapacidade testamentária não se presume, não se caracterizando incapacidade o fato de ser o testador pessoa de idade avançada, pois, o velho, qualquer que seja sua idade, tem capacidade para testar.
8. TESTAMENTO CONJUNTIVO: O artigo 1.630 do Código Civil estampa proibição taxativa para o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo, ou seja, o testamento em que duas ou mais pessoas estabelecem disposições testamentárias uma(s) para outra(s) mutuamente. A característica essencial do testamento conjuntivo, no dizer de Orlando de Souza (in: Prática dos Testamentos – 4ª edição, Ed. Forense, Rio de Janeiro, 1978, pág. 30), “está na participação de um mesmo ato e em um mesmo papel, no caso de testamento cerrado ou particular, ou na mesma escritura, tratando-se de testamento público, de duas ou mais pessoas” . Não incide a proibição, continua o conceituado jurista, nos testamentos “de duas pessoas feitos separadamente, embora no mesmo livro do oficial , na mesma data, e em termos semelhantes, deixando os bens um para o outro”. 
9. CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS – Dada a formalidade e rigor absoluto que devem ser observados na feitura dos testamentos, importante destacar as características essenciais de cada uma de suas formas, pois a inobservância de qualquer delas implica na nulidade da cédula testamentária.
9.1. TESTAMENTO PÚBLICO é o escrito por oficial público em seu livro de notas, de forma solene e na presença de cinco testemunhas, registrando a última vontade do testador feita a esse oficial. Consoante acentua o artigo 1.632 do Código Civil, são requisitos essenciais dessa forma de testamento: a) que seja escrito por oficial público, em seu livro de notas, de acordo com o ditado ou as declarações do testador, em presença de cinco testemunhas; b) que as testemunhas assistam a todo o ato; c) que, depois de escrito o instrumento, seja lido pelo oficial, na presença do testador e das cinco testemunhas, ou pelo testador, se o quiser, em presença das mesmas testemunhas e do oficial; d) em seguida ä leitura e sendo achado conforme o testamento, deverá o ato ser assinado pelo testador, pelas cinco testemunhas e pelo oficial que o lavrou.
9.2. TESTAMENTO CERRADO, como bem esclarece Orlando de Souza (in: obra citada) “ é o escrito pelo próprio testador, ou por outrem a seu rogo, e que se completa pelo instrumento de aprovação, lavrado pelo oficial público, em presença de cinco testemunhas. O testamento cerrado também se denomina secreto, místico ou sigiloso”.O artigo 1.638 do Código Civil apresenta seus requisitos essenciais, a saber: “ I – Que seja escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo. II – Que seja assinado pelo testador. III – Que não sabendo, ou não podendo o testador assinar, seja assinado pela pessoa que lho escreveu. IV – Que o testador o entregue ao oficial em presença, quando menos, de cinco testemunhas. V – Que o oficial, perante as testemunhas, pergunte ao testador se aquele é o seu testamento, e quer que seja aprovado, quando o testador não tenha antecipado em declará-lo. VI – Que para logo, em presença das testemunhas, o oficial exare o auto de aprovação, declarando nele que o testador lhe entregou o testamento e o tinha por seu, bom, firme e valioso. VII – Que imediatamente depois da última palavra comece o instrumento de aprovação. VIII – Que, não sendo isto possível, por falta absoluta de espaço na última folha escrita, o oficial ponha nele o seu sinal público e assim o declare instrumento. IX – Que o instrumento ou auto de aprovação seja lido pelo oficial, assinando ele, as testemunhas e o testador, se souber e puder. X -–Que, não sabendo, ou não podendo o testador assinar, assine por ele uma das testemunhas declarando, ao pé da assinatura, que o faz a rogo do testador, por não saber ou não poder assinar. XI – Que o tabelião cerre e cosa, depois de concluído o instrumento de aprovação. “ O testamento cerrado pode ser escrito em língua nacional ou estrangeira, pelo próprio testador, ou por outrem, a seu rogo. Nada impede, entretanto, seja datilografado, importando, essencialmente, para sua validade, é que contenha a assinatura do testador. Nenhuma disposição legal proíbe o emprego da escrita mecânica na elaboração do testamento cerrado. 
9.3. TESTAMENTO PARTICULAR é o escrito pelo próprio testador e lido na presença de cinco testemunhas, assinado pelo testador e pelas testemunhas. Seus requisitos essenciais vêm expressos no artigo 1.645 do Código Civil: “I- Que seja escrito e assinado pelo testador. II– Que nele instervenham cinco testemunhas, além do testador. III – Que seja lido perante as testemunhas, e, depois de lido, por elas assinado.” Característica singular do testamento particular é o de ser escrito pelo próprio testador, não admitindo a intervenção de pessoa estranha para esse mister. O testamento deve ser de próprio punho do testador, ou por ele digitado ou datilografado, o que deve ficar expresso no instrumento. Para sua execução, o testamento particular depende de publicação, registro e inscrição após o falecimento do testador.
10. DA REVOGAÇÃO DOS TESTAMENTOS - Positiva o artigo 1.746 do Código Civil que o testamento pode ser revogado pelo mesmo modo e forma por que pode ser feito, o que significa dizer que um testamento só pode ser revogado por outro testamento. A revogação pode ser total ou parcial, e, no termos do que dispõe o art. 1.747 do mesmo diploma legal, “Se a revogação for parcial, ou se o testamento posterior não contiver cláusula revogatória expressa, o anterior subsiste em tudo que não for contrário ao posterior.“ A última vontade do testador é a que prevalece, observadas sempre as formalidades legais do ato. Entretanto, tem-se como revogado o testamento nos seguintes casos: a) Se o testamento cerrado for aberto ou dilacerado pelo testador (art. 1.749 C.C.); b) Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o tinha ou não o conhecia quando testou, se esse descendente sobreviver ao testador (art. 1.750 C.C.); c) Testamento feito na ignorância da existência de outros herdeiros necessários (art. 1.751 C.C.). 
11. PROCEDIMENTO APÓS A MORTE DO TESTADOR – Após a morte do testador, dispõe o Código de Processo Civil, devem ser observadas as seguintes formalidades iniciais para que se possa dar cumprimento ao testamento, quais sejam: 
a) apresentação do testamento ao Juízo competente, e, se ele for cerrado, com observância da formalidade de abertura a que alude o artigo 1.125 do C.P.C.; 
b) lavratura do auto de apresentação (abertura), e leitura da cédula testamentária;
c) audiência do órgão do Ministério Público; 
d) despacho do Juiz determinando o cumprimento (“cumpra-se”); 
e) registro do testamento. 
A apresentação e o cumpra-se são elementos comuns a todos os testamentos, mas a abertura solene é específica dos cerrados. O festejado jurista Pontes de Miranda registra em seus Comentários ao Código de Processo Civil (ob. Cit. Pág. 192) que “fala-se em abertura como solenidade comum a todos os testamentos, extensão perfeitamente compreensível mas imprópria, porque só se abre o que está fechado. Se o público, ou o particular, vem em carta fechada ou capeado, com lacre, amarras, ou costura, abri-lo é ato material, mais do que de jurisdição.” 
12. ABERTURA , REGISTRO E CUMPRIMENTO DO TESTAMENTO CERRADO. 
12.1. ABERTURA - O testamento cerrado é apresentado ao Juiz em invólucro fechado, cosido e lacrado, constituindo a solenidade de abertura judicial peculiaridade desse tipo de testamento. O testamento cerrado será aberto pelo Juiz, após verificar se está intacto e se foram observadas as formalidades preceituadas pelo art. 1.638 do Código Civil, seguindo-se sua leitura pelo escrivão, na presença de quem o entregou (art. 1.125 do C.P.C.). Imediatamente após a leitura, será lavrado o competente termo de abertura, que indicará a data e o lugar em que o testamento foi aberto, o nome do apresentante e como houve ele o testamento, a data e o lugar do falecimento do testador; esse termo será rubricado pelo juiz e assinado pelo apresentante. Ouvido o Ministério Público, o Juiz mandará registrar, arquivar e cumprir o testamento, se não for constatado vício externo que o torne suspeito de nulidade ou falsidade. A teor do que dispõe o artigo 1.126 do C.P.C., após registrado e arquivado no cartório , o escrivão remeterá uma cópia à repartição fiscal. Acentua Orlando de Souza (in ob. cit. , pág. 184) “ é regra que se há de negar o “cumpra-se”, quando existir nulidade resultante de se haverem preterido formalidades extrínsecas, visíveis no próprio instrumento, como número insuficiente de testemunhas, ou ser absolutamente incapaz uma delas. Fora disso, se o testamento , conforme têm decidido os nossos tribunais, é aparentemente válido no fundo e na forma, deve o juiz mandar cumpri-lo.”. Constatada a ausência de qualquer das formalidades prescritas em lei, deve o Juiz mandar as partes para as vias contenciosas, propiciando o amplo debate. Saliente-se que a função do Juiz na aprovação do testamento é de inspeção dos aspectos formais, não entrando nas questões de alta indagação e nem tampouco na discussão das disposições de última vontade expressas no testamento, na apreciação da validade ou nulidade da cédula testamentária. O objetivo primordial da abertura do testamento cerrado pelo Juiz, é o de positivar a sua vigência (art. 1.749 C.C.). 
12.2. REGISTRO - Após sua abertura, o testamento será registrado em livro próprio do cartório, devendo o escrivão intimar pessoalmente o testamenteiro nomeado para assinar o termo da testamentária, no prazo de 5 (cinco) dias – art. 1.127 C.P.C. . 
12.3. CUMPRIMENTO – “ Assinado o termo de aceitação da testamentária, o escrivão extrairá cópia autêntica do testamento para ser junta aos autos de inventário ou de arrecadação da herança. “ (art. 1.127, parágrafo único C.P.C.) . O testamento está apto para ser cumprido. 
13. APRESENTAÇÃO, REGISTRO E CUMPRIMENTO DO TESTAMENTO PÚBLICO. O testamento público reveste-se de forma solene, é escrito por oficial público, que relata a disposição de última vontade do testador, na presença de 5 (cinco) testemunhas, registrando tudo no livro de notas. Quando do falecimento do testador, qualquer interessado, exibindo o traslado ou certidão do testamento, poderá requerer ao Juiz que ordene o seu cumprimento (art. 1.128 C.P.C.). 
13.1. APRESENTAÇÃO - O testamento público é apresentado sob a forma de traslado ou certidão do original que consta do livro de notas do tabeliãoque o lavrou. Diferentemente do testamento cerrado, portanto, o testamento público não é aberto e nem publicado em juízo, mas apresentado por qualquer interessado. Quem tenha em seu poder um testamento tem a obrigação de, após a morte do testador, apresentá-lo em juízo para registro e cumprimento. Se o detentor não o apresentar, será intimado a fazê-lo sob pena de busca e apreensão.
13.2. REGISTRO E CUMPRIMENTO - Recebendo o testamento, e verificando não conter vícios externos, e estando observadas as formalidades legais, o Juiz mandará lavrar termo de apresentação. Autuado o testamento, que tem início com o termo de apresentação, e ouvido o Ministério Público, o Juiz mandará registrar e cumprir o testamento. Serão, então extraídas duas cópias autênticas, uma para ser remetida à repartição fiscal competente e outra para ser anexada aos autos de inventário ou arrolamento. 
14. CONFIRMAÇÃO, REGISTRO E CUMPRIMENTO DO TESTAMENTO PARTICULAR. O testamento particular dispensa a formalidade da abertura, porque não é cerrado, mas precisa ser apresentado em Juízo e publicado. Nas palavras de Orlando de Souza: “A publicação judicial do testamento hológrafo ou particular compreende o pedido de publicação instruído com a cédula do testamento, a inquirição das testemunhas que ouviram a leitura do mesmo testamento pelo testador e o assinaram, e a intimação dos interessados relacionados no art. 1.131, e do Ministério Público, para a referida inquirição.” 
14.1. CONFIRMAÇÃO - O testamento particular depende de confirmação e, para tal, deverão ser intimados para a inquirição, a teor do que dispõe o art. 1.131 do C.P.C., aqueles a quem caberia a sucessão legítima, o testamenteiro, os herdeiros e os legatários que não tiverem requerido a publicação, e o Ministério Público. Na presença de todos os interessados, as testemunhas serão ouvidas e responderão sobre as assinaturas apostas no testamento, se este foi lido em sua presença e se, no seu entender, o testador encontrava-se em perfeito juízo quando fez as declarações de última vontade. Se as testemunhas forem contestes sobre o fato objeto do testamento, sobre a leitura do mesmo na sua presença e se confirmarem suas assinaturas apostas no documento, bem como a do testador, o testamento será confirmado. Para a confirmação do testamento, necessário que pelo menos 3 (três) das (cinco) testemunhas reconheçam sua autenticidade (art. 1.648 do Cód. Civil). 
14.2. - REGISTRO E CUMPRIMENTO - Confirmado o testamento, será registrado e arquivado no cartório, que deverá remeter uma cópia para a repartição fiscal competente, no prazo de 8 (oito) dias, extraindo uma cópia autêntica para ser anexada aos autos de inventário ou arrolamento. 
15. EXECUÇÃO DO TESTAMENTO: Cabe ao testamenteiro executar (ou cumprir) as disposições de última vontade do testador, devendo prestar contas, no juízo do inventário, do que recebeu e do que despendeu (art. 1.135 C.P.C.). A principal obrigação do testamenteiro é a de cumprir o testamento no prazo marcado pelo testador ou por lei, podendo requerer prorrogação do prazo, desde que plenamente justificado; defender a validade do testamento; defender a posse dos bens da herança; requerer ao juiz do inventário que lhe conceda os meios necessários para cumprir as disposições testamentárias. Em contrapartida, o testamenteiro tem direito a um prêmio como pagamento pelos serviços prestado, que não excederá o valor equivalente a cinco por cento (5%) da herança líquida, se não for fixado pelo testador (art. 1.138 C.P.C.). Se, entretanto, o testamenteiro for casado com herdeiro ou legatário do testador, não terá direito ao prêmio, se o regime de bens for o da comunhão de bens; podendo, porém, preferir o prêmio à herança ou legado (art. 1.138, Parágrafo 2º ). 
16. COMPETÊNCIA: A competência para o “cumpra-se” de qualquer testamento é: a) do foro do lugar da morte; b) ou do domicílio do testador; c) ou do Juiz do lugar em que se acha em poder de alguém o testamento. É preciso esclarecer que a competência para o “cumpra-se” do testamento coincide, necessariamente, com a competência para o inventário, porque, consoante ensina o mestre Pontes de Miranda (ob. cit. pág. 161), trata-se de “ integração da forma do negócio jurídico, e não de litígio”. E, mais adiante (fls. 187) complementa o mestre: “O Código não atribuiu ao juízo do inventário tal competência. Cada espécie tem de ser aforada segundo os princípios que as leis de organização judiciária firmarem. Temos, pois, a respeito de testamentos, três competências, pelo menos, que podem estar juntas e podem não estar: a) para apresentação e cumpra-se do testamento; b) para o inventário e partilha dos bens testados e as prestações de contas do art. 1.135; c) para as ações testamentárias em que seja réu ou autor o testamenteiro, ou em que tenha de ser interveniente ou assistente.” 
A questão da competência para o inventário foi detalhada nos Breves Comentários sob a rubrica “SUCESSÕES”, que assim pode ser resumido: É competente para processar o inventário (arrolamento ou arrolamento sumário) o foro do domicílio do autor da herança (art. 96, caput C.P.C.); se o autor da herança não possuir domicílio certo, o foro competente será o da situação dos bens (art. 96,§ único, I); se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes, é competente o foro do lugar onde ocorreu o óbito (art. 96, § único, II). 
17. CAUSAS DE ANULAÇÃO DE TESTAMENTO- Dispõe o art. 1.126 do C.P.C. que o juiz mandará registrar, arquivar e cumprir o testamento, “se lhe não achar vício externo que o torne suspeito de nulidade ou falsidade.” O testamento, por ser ato de rigor absoluto, pode ser anulado se ausente qualquer requisito previsto em lei. Assim, por exemplo: 
17.1. Segundo noticiou o Jornal A TRIBUNA DO DIREITO (julho/2000), a quarta turma do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do RESP 151398, datado de 23/05/2000, por maioria, determinou a anulação de dois testamentos públicos, pela ausência do oficial de cartório no momento em que uma das testemunhas assinava o documento. 
17.2. A Quarta Câmara Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo, no julgamento da Apelação 65.945-1, tendo por relator o Des. Olavo Silveira, determinou a anulação de testamento particular pela falta de observância dos requisitos essenciais e da solenidade exigida pelo Art. 1.645, III do Cód. Civil, ou seja, a falta de leitura do testamento perante as cinco testemunhas. 
17.3. A jurisprudência, atualmente, admite a validade do testamento particular datilografado, condicionado à circunstância de que o respectivo instrumento haja sido mecanizado pelo próprio testador (cf. acórdão publicado na RT 574/240), ou, que “ o escrito possa ser atribuído à autoria do testador, como induvidosa manifestação de sua vontade, tal como por ele livre e conscientemente, declarada às testemunhas, depois de lido perante elas, que também assinarão “ ( TJRJ – Rel. Des. Antonio Assumpção, Ap. 3.723/86, 4ª CC, RT 636/159). 
17.4. “ É nulo o testamento se o oficial, ao invés de lavrá-lo na presença e sob ditado ou de acordo com as declarações do testador, lança-o em seu livro de notas em cartório, antecipadamente, e só depois comparece à residência do testador impossibilitado de locomover-se, obtendo, então, a concordância do mesmo. ( TJRGS – Rel. Des. Athos Gurmão Carneiro, Ap. 30.888, 1ª CC, RT 522/190). 
17.5 - “ É nulo o testamento se todas as testemunhas não acompanharam o ato, ausentando-se algumas delas, ainda que ligeiramente.” ( STF – Rel. Min. Oscar Corrêa – RE 106.890 – PR, 1ª T., RTJ 120/802)
17.6. A assinatura de apenas quatro testemunhas, nem todas presentes ao ato, caracteriza violação do art. 1.632 do Código Civil, maculando de nulidade o testamento ( Tribunal de Justiça de São Paulo – Relator Des. Silveira Paulilo – Apelação Cível 145.460-1, j. 01.10.91)
17.7. “As formalidades dos artigos 1.632 e 1633 do Código Civil são consideradas substanciais, não podendo ser preteridas sem prejuízodo ato, afetando o cerne do testamento. As cautelas e as formalidades essenciais, para a garantia da validade do testamento, não podem ser dispensadas pelo julgador, sob pena de infringência da lei, que exige sua fiel observância. A conseqüência da preterição de qualquer das formalidades prescritas para as declarações de última vontade é a nulidade insanável de todo o testamento. “ ( Tribunal de Justiça do Distrito Federal – Apelação 64.174 – julgamento 17/05/1993 – Des. Fátima Nancy Andrighi – Publicação: Diário da Justiça de 30/06/93, página 20.015) 
18. LEGISLAÇÃO: 
- Código Civil – arts. 1.626 a 1.769
- Código de Processo Civil – arts. 1.125 a 1.141 
____________________________________________________________________________
BANCO JURÍDICO – CÍVEL – SUCESSÕES – DISCO 5 – BREVES COMENTÁRIOS – SUCESSÕES - TESTAMENTO 
VERA LÚCIA DE OLIVEIRA FERNANDES (AUTORA)
JOSÉ MANOEL FRAZÃO MENDES (REVISOR)

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