Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
JBF RELATÓRIO TÉCNICO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Goianésia / GO 2010 Orientador: Prof.: Antônio Fábio S. Ferreira Relatório Técnico de Estágio Supervisionado apresentado ao Centro de Educação Profissional Governador Otávio Lage, como requisito para obtenção de Título de Técnico em Química, Análises e Processos e como requisito para conclusão de curso. RELATÓRIO TÉCNICO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Aprovado em: BANCADA EXAMINADORA: ASSINATURA ASSINATURA 1º Exam.: 2º Exam.: Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Relatório Técnico de Estágio Supervisionado, aprovado como requisito para obtenção de Diploma de Técnico em Química, Análises e Processos, pelo Centro de Educação Profissional Governador Otávio Lage JBF A minha mãe que de modo discreto e simples sempre buscou apoiar-me tornando mais suave a jornada durante meus estudos para possibilitar assim a concretização deste curso. AGRADECIMENTOS A Deus em primeiro lugar, que faz possível todas coisas. A todos os professores em especial aqueles que se dedicaram nos disponibilizando ao máximo sua atenção. A todos os funcionários e a direção do CEPGOL que também foram importantes nesta conquista. A empresa Jalles Machado S/A que abriu suas portas nos recebendo durante o período de estágio. ...Depois um professor disse, Fala-nos do Ensino. E ele respondeu: Ninguém vos poderá revelar nada que já não esteja meio adormecido na aurora do vosso conhecimento. O professor que caminha na sombra do templo, entre os seus discípulos, não dá a sua sabedoria mas antes a sua fé e amor. Se for realmente sábio, não vos convida a entrar na casa da sua sabedoria, mas antes vos conduz ao limiar do vosso próprio espírito. O astrónomo pode falar-vos do seu entendimento do espaço, mas não vos pode dar o seu entendimento. O músico pode cantar-vos o ritmo do espaço, mas não vos pode dar o ouvido que faz parar o ritmo, ou a voz que dele faz eco. E aquele que é versado na ciência dos números, pode falar-vos de pesos e medidas, mas não pode levar-vos até lá. Pois a visão de um homem não empresta as suas asas a outro homem. E, mesmo que cada um de vós esteja sozinho no conhecimento de Deus, também cada um de vós deve estar sozinho no seu conhecimento de Deus e na sua compreensão da Terra. Gibran Khalil Gibran RESUMO ABSTRACT O objetivo deste trabalho foi entender os conceitos básicos sobre a utilização da química aplicada como uma ferramenta que tem por finalidade analisar a qualidade da cana de açúcar utilizada como matéria prima, na produção de açúcar e etanol na Destilaria Jalles Machado localizada na região de Goianésia estado de Goiás, em um sistema denominado PCTS (Pagamento de Cana pelo Teor de Sacarose), onde os preços pagos aos produtores de cana são determinados por cálculos efetuados com os resultados obtidos através das análises químicas realizadas em amostras recolhidas no início do processo. The purpose of this study was to understand the basic concepts on the use of chemical applied as a tool that aims to examine the quality of the sugar cane used as feedstock in the production of sugar and ethanol distillery Jalles Machado located in the region of Goianésia state of Goias, in a system called PCTS (Payment by Cane sucrose content), where prices paid to sugarcane farmers are determined by calculations made with the results obtained by chemical analysis performed on samples collected at the beginning of the process. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................9 2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO.........................................................................................10 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.............................................................................10 4. APRESENTAÇÃO DA CONCEDENTE......................................................................11 5. OBJETIVOS GERAIS..................................................................................................12 6. CONCEITOS E DEFINIÇÕES.....................................................................................13 6.1 Requisitos para o laboratório de análise de cana de açucar..............................................14 6.2 Normas operacionais para a determinação da qualidade da cana-de-açúcar.................16 6.2.1 Fundamentos.................................................................................................................16 6.2.2 Coleta de amostragem das cargas...................................................................................16 6.2.3 Pesagem e deteminação da broca e impureza vegetal.....................................................16 6.2.4 Desintegração da amostra..............................................................................................16 6.2.5 Extração do caldo...........................................................................................................17 6.2.6 Determinação do brix, pol, açucar redutores, umidade e impurezas................................17 6.2.7 Determinação do peso do bagaço (bolo úmido)..............................................................17 6.2.8 Determinação da fibra da método de tanimoto................................................................17 6.2.8 Determinação da pol no caldo filtrado na bancada..........................................................17 6.2.9 Determinação do brix na bancada...................................................................................17 6.3 Descrição análises.........................................................................................................17 6.3.1 Determinação do teor de açucar redutores - Método de Lane & Eynon...........................17 6.3.2 Determinação do ART do caldo da cana (REDUTEC)....................................................20 6.3.3 Comparação de resultados das análises..........................................................................18 6.4 Cálculos.........................................................................................................................19 6.4.1 Cálculo da pureza aparente do caldo (Q)........................................................................20 6.4.2 Cálculo dos açúcares redutores do caldo (AR)................................................................20 6.4.3 Cálculo da fibra da cana-de-açúcar (F)...........................................................................20 6.4.4 Cálculo da fibra da cana pelo método de tanimoto..........................................................20 6.4.5 Cálculo do coeficiente “C”.............................................................................................20 6.4.6 Cálculo da pol da cana (PC)............................................................................................21 6.4.7 Cálculo dos açúcares redutores da cana (ARC)..............................................................21 6.4.9 Cálculo do açúcar total recuperável (ATR)....................................................................21 7. DESENVOLVIMENTO................................................................................................22 8. CONCLUSÃO..............................................................................................................25 9. BILBLIOGRAFIA........................................................................................................26 1. INTRODUÇÃO Os desafios de uma carreira profissional são inúmeros e estar preparado para enfrentar toda essa problemática depende em grande parte do aluno buscar o máximo de aproveitamento durante o período de seu estágio. Está ai a oportunidade de fazermos a junção de tudo que assimilamos em sala de aula com o que estamos vivenciando na prática, pois é importante conhecer as peculiaridades a realidade do dia-a-dia, da área que pretendemos atuar. Ao passo que começamos a lidar com as atividades do estágio é normal e até natural que começamos a compreender melhor tudo aquilo que é de nosso conhecimento teórico passando a facilitar até mesmo o que futuramente ainda teremos que aprender. Do ponto de vista pedagógico sabemos que a eficiência do ensino torna-se mais eficaz ao mesmo tempo que este passa a ser ministrado aliado a prática, torna-se mais prazeroso o ato de aprender facilitando a compreensão. Na sala de aula tomamos posse do conhecimento através das teorias e dos conceitos que são componentes importantes na formação de qualquer profissional. Os benefícios que o estágio nos proporciona são indiscutíveis é o momento propício de aproveitar para aplicarmos todo o que absorvemos em sala configurando um elo entre a teoria e a prática. O Estágio Supervisionado foi realizado no labortório químico da Destilaria Jalles Machado S/A no município de Goianésia Estado de Goiás no departamento do PCTS (Pagamento de Cana pelo Teor de Sacarose). Realizado em duas etapas sendo que a primeira ocorrreu no primeiro turno de trabalho tendo início no dia 13 de setembro do ano de 2010, e sendo finalizada no no dia 3 de outubro do ano corrente com uma carga de 8 horas ao dia. A segunda etapa foi desenvolvida no turno 2 tendo seu inicio no dia 4 e finalizando no dia 23 de outubro do mesmo ano, perfazendo assim um total de 240 horas. Na oportunidade fui orientado pelo coordenador de qualidade da empresa o Sr. Joel José de Jesus, Bacharel em química pela Unievangélica. 9 2. OBJETIVOS DO ESTÁGIO O Estágio Supervisionado teve o objetivo aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas estudadas, e também confrontá-los com as atividades desenvolvidas durante nossa estadia na empresa, com propósito de buscar experiência para alir ao conhecimentos teóricos. Buscamos firmar uma prática que seja significativa. Encontra-se descrito neste trabalho as observações dentro deste pressuposto, procurou-se compreender a importância do laboratório de pagamento de cana, o impacto de seu trabalho no contexto da usina e entender os conceitos teóricos das atividades desenvolvidas neste departamento. As atividades desenvolvidas no laboratório do PCTS (Pagamento de Cana Por Teor de Sacarose), abrangeram desde a coleta das amostras, passando pelo processamento das mesmas a fim de prepará-las para as análises realizadas, acompanhando todos os trabalhos até a obtenção dos resultados a fim de compreender todo o processo. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 10 4. APRESENTAÇÃO DA CONCEDENTE A empresa Jalles Machado S/A localizada na Rodovia GO-080 - Km 71,5 - Goianésia - GO, é uma indústria sucroalcoleira de grande importância regional, fundada em Goianésia-GO, em 1980 pelo ex-governador do estado, Jalles Machado. A empresa se destaca pela sua atuação no setor onde produz uma gama de variados produtos com tecnologia e equipamentos de última geração e tem em sua produção um mix de vários produtos originados apartir do cultivo de cana-de-açúcar, entre eles estão a produção de álcool etílico anidro, a produção de álcool etílico hidratado, a produção de álcool etílico, a produção de açúcar cristal, a produção de açúcar VHP, a produção de açúcar orgânico, a cogeração de energia a partir do bagaço de cana-de-açúcar, a produção de levedura, a produção de melaço, a produção de saneantes domissanitários, a produção de álcool em gel, a produção de adubo líquido, o cultivo de eucalipto, a produção de mudas nativas alem da comercialização de créditos de carbono crescente a cada ano. A empresa possui vários prêmios e certificações, que comprovam a qualidade de seus produtos, e se destaca, a cada dia, por promover desenvolvimento econômico com responsabilidade socioambiental. Fazenda São Pedro S/N - Zona Rural 11 5. OBJETIVOS GERAIS Você pode saber como fazer uma coisa mas não conseguir fazer por falta de experiência. Na verdade o conhecimento pode ser adquirido sem experiência, porém, não adianta saber muito a teoria e não ter noção de como funciona a prática. Atualmente as oportunidade de trabalho vem acompanhadas de requisitos que requer por parte dos profissionais total desenvolturas na função a ocupar em uma empresa e muitas oportunidades são deixadas de lado por falta de experiência. Diante da dinâmica das mudanças tecnológicas e organizacionais, torna-se imperativo uma familiarização do aluno com a realidade empresarial. O estágio é um momento de fundamental importância no processo de formação profissional. Constitui-se em um treinamento que possibilita ao estudante colocar em prática o aprendido na escola, tendo como função integrar as inúmeras disciplinas que compõem o currículo acadêmico, dando-lhes unidade estrutural e testando-lhes o nível de consistência e o grau de entrosamento. Por meio dele o estudante pode perceber as diferenças do mundo organizacional e exercitar sua adaptação ao meio empresarial. O estágio funciona como uma “janela do futuro” através do qual o aluno antevê seu próximo modo de viver. Deve ser uma passagem natural do “saber sobre” para o “saber como”; um momento de validação do aprendizado teórico e prático em confronto com a realidade. O Estágio Supervisionado tem cumprido de forma eficiente o papel de elo entre os mundos acadêmico e profissional ao possibilitar ao estagiário a oportunidade de conhecimento da administração, das diretrizes e do funcionamento das organizações e também como forma de aproximar os alunos das necessidades do mundo do trabalho, criando oportunidades de exercitar a prática profissional, além de enriquecer e atualizar a formação acadêmica desenvolvida no curso. 12 Alguns conceitos e definições básicos são necessários para homogeneizar a linguagem deste trabalho. Entre eles destacam-se: - Glucose e frutose: são os açúcares que compõem a cana em menor quantidade. A partir delas só é possível a fabricação do álcool, uma vez que elas não sofrem o processo de cristalização. - Sacarose: é o açúcar mais importante e sintetizado em maior quantidade pela cana. A partir dela é possível fabricação de açúcar em forma de cristais, assim como álcool. – fibra: é a parte sólida da cana formada pela celulose, lignina, vasos lenhosos, etc. - Pol: é definida como a quantidade de sacarose, em porcentagem, presente na cana ou no caldo da cana. - Açúcares redutores (AR): é a quantidade de massa de glucose e frutose presente na cana, em porcentagem. - Açúcar redutor total (ART): fornece a quantidade de açúcar total: sacarose, frutose e glucose existentes na cana, em porcentagem. -Açucar total recuperável (ATR): que corresponde à quantidade de açúcar disponível na matéria-prima subtraída das perdas no processo industrial. - Sólidos solúveis: são todos os sólidos que se encontram dissolvidos no caldo da cana. Entre eles estão os açúcares, ac. Orgânicos, amidas, sais, gomas, pectinas, ceras, proteínas, etc. - Brix: fornece a quantidade de sólidos solúveis contidos no caldo em porcentagem. - Pureza: é definida como a quantidade de sacarose presente no caldo em relação ao total de sólidos solúveis. - Impurezas minerais: são os detritos minerais carregados com a cana, na operação de corte e carregamento, provenientes do solo. - Impurezas vegetais: são as impurezas de origem vegetal, provenientes da própria cana e de outras culturas que competem com ela. - Espectrofotômetro infravermelho próximo (NIR): é a medição de comprimento de onda e intensidade da absorção de luz infravermelha próxima realizada pela amostra. A luz infravermelha próxima se estende em uma faixa de 800 nm - 2.5 µm (12,500 - 4000 cm-1) e tem energia suficiente para excitar sobretons e combinações de vibrações moleculares a altos níveis de energia. A espectroscopia NIR é tipicamente usada na medição quantitativa de grupos funcionais orgânicos, especialmente O-H, N-H, e C=O. Os limites de detecção são normalmente 0.1%. - Laboratório PCTS: laboratório para análise químicofísica da cana. - Refratometro de escala brix: Constitui em um método físico para medir a quantidade de 13 6. CONCEITOS E DEFINIÇÕES sólidos solúveis presentes em uma amostra. Baseia-se em um sistema de graduação de aparelhos especialmente para ser utilizado na indústria açucareira, mais precisamente na análise de açúcares em geral que estejam em solução. - Redutec: aparelho para análise de açúcares redutores 6.1 - Requisitos para o laboratório de análises de cana-de-açúcar Para um bom desempeno do laboratório do pcts alguns requistos são importantes, seugue abixo algumas recomendações. - o laboratório deve estar localizado no pátio da unidade industrial, próximo do local de coleta de amostra e de seu preparo. - a rede elétrica deve estar dimensionada de modo a atender as especificações originais dos fabricantes de todos os equipamentos à plena carga operacional e possuir sistema de aterramento específico. Não será permitida a utilização de qualquer dispositivo que possa alterar as características originais da corrente elétrica exigida pelos aparelhos ou equipamentos de laboratório. Não será permitido o emprego de derivações (extensões) em tomadas, a fim de evitar interferências nos equipamentos. - a temperatura interna deve ser mantida à 20ºc ± 5ºc (vinte mais ou menos cinco graus celsius). - os equipamentos devem estar dimensionados de modo a atender à demanda operacional das análises da unidade industrial particularmente, no tocante a: – sonda(s) amostradora(s) – desintegrador (es) – homogeneizador (es), tipo betoneira – balança(s) semi-analítica (s) – digestor (es), tipo sul africano – aparelho para determinação do índice de preparo – prensa(s) hidráulica(s) – estufa(s) de circulação forçada de ar –refratômetro digital automático, com correção automática de temperatura ou banho termostático a 20ºc – sacarímetro digital automático – espectrofotômetro infravermelho próximo (nir), quando utilizado para substituir o refratômetro e o sacarímetro. – microcomputador ou terminal para processamento de dados etc. - a balança semi-analítica deve ser instalada em local que atenda ao fluxograma operacional e não 14 deve ter influência de correntes de ar ou de trepidações. - os reagentes devem ser de qualidade p.a. (pró-análise) e de origem comprovada. - os materiais de laboratório: béqueres, funis, frascos coletores de caldo não clarificado e clarificado, balões volumétricos, agitadores, etc., devem ser dimensionados de acordo com o volume diário de análises. Os balões volumétricos, provetas, pipetas e outras vidrarias para medições de volumes deverão ser calibrados. - a balança(s) semi-analítica(s), o(s) refratômetro(s) e o(s) sacarímetro(s) devem ser calibrados antes do início do período de moagem, por empresa credenciada e, durante este período, através Da utilização de pesos-padrões, soluções de índice de refração conhecidos e pelo tubo de quartzo, respectivamente. - a linearidade e a repetitividade do refratômetro e do sacarímetro serão determinadas por leituras de soluções padrões de sacarose, conforme normas estabelecidas. 15 6.2 Normas operacionais para determinação da qualidade da cana-de- açucar 6.2.1 - Fundamentos A qualidade da cana-de-açúcar, destinada à produção de açúcar e de álcool, é avaliada através de análise tecnológica em amostras coletadas no momento de sua entrega. É responsabilidade do laboratório, a operação do sistema de avaliação da qualidade da matéria prima, incluindo todas as etapas, desde a pesagem da cana até o processamento dos dados. 6.2.2 - Coleta de amostragens das cargas - As amostras são determinadas por sorteio. - A coleta das cargas são colhidas por sonda mecânica, horizontal. - A posição da coleta nos furos das carrocerias são feitas basicamente em 3 furos podendo revezar em posições diagonais. - O tubo amostrador deve ser introduzido totalmente na carga e esvaziado após cada perfuração. Quando não for possível introduzir totalmente o tubo amostrador, será necessária a re-introdução no mesmo furo. - Após a coleta as amostras são encaminhadas para laboratório do PCTS onde são transferidas para recipientes apropriados a fim de iniciar as análises. 6.2.3 - Pesagem e determinação da broca e da broca e impureza vegetal - Inicialmente é verificado e anotado o peso total da amostra. - Após a pesagem a amostra é transferida para uma bancada apropriada para a separação. - A amostra é separada em 3 partes distintas: Toletes sádios, toletes infestadados com sintomas da broca(apodridão vermelha) e a palha. - São contabilizados os toletes infestados, toletes sádios e a massa da palha - Depois de cotabilizados os toletes infestados e a palha novamente são incorporados aos toletes sádios para a realização da desintegração. 6.2.4 - Desintegração da amostra - As amostras são desintegradas em um desfibrador apropriado e adaptado a uma betoneira para homogenização. -Após a desintegração são retiradas 80 ml em pequenos recipientes e fechados para serem analizados no nir (Infralyser), também são pesados 500gr em uma bacia para ser levado na prensa para extração do caldo. 6.2.5 - Extração do caldo 16 - O caldo é extraido em uma prensa hidráulica apropiada com pressão mínima de 250 kgf/cm2, sobre a amostra durante 1 minuto, o caldo é retido em bekers para a realização das análises. - O PBU ou bagaço (bolo úmido) também é recolhido para a determinação de seu peso que é utilizado para o cálculo da fibra da cana é obtido em balança semi-analítica, conforme 6.2.6 - Determinação do brix, pol, açúcar redutores, umidade e impureza mineral -As determinações do brix, pol, açucar redutor, umidade e impureza mineral da amostra desfibrada é realizada por espectrometria de infravermelho próximo (NIR). 6.2.7 - Determinação do peso do bagaço (bolo úmidoPBU) O peso do bagaço (bolo úmido) utilizado para o cálculo da fibra da cana (F) é obtido em balança semi-analítica. 6.2.8 - Determinação da fibra da método de tanimoto - Após a pesagem do bagaço úmido (PBU), transferi-lo para um cesto tarado, sem perda de material; - Desfazer o bagaço úmido no próprio cesto, colocá-lo na estufa e deixá-lo secar até peso constante, à uma temperatura de 105ºC; -Retirar o cesto e pesar. 6.2.9 - Determinação da pol no caldo filtrado na bancada - A determinação da pol na bancada e realizado quando a porcentagem de broca (aprodridão vermelha) ou impureza vegetal e mineral estiverem em padrões elevados, utiliza-se octapol para clarificar e depois filtrá-lo para a realização da leitura sacarimétrica que é feita em um sacarímetro digital automático. 6.2.10 - Determinação do brix na bancada - Parte da amostra é separada em recipiente apropiado e levada ao refratômetro para executar a leitura. 6.3 - Descrição das análises 6.3.1 - Determinação do teor de açúcares redutores - Método de Lane & Eynon – Filtrar a amostra de caldo em algodão para eliminar as partículas em suspensão; – Diluir a amostra, em volume ou em peso, visando a consumir na titulação um volume em torno 17 de 35 ml, de maneira a reduzir os erros de análise; – A quantidade de EDTA deve ser adicionada antes de completaro volume a 100 ml; – Transferir, com auxílio de pipetas volumétricas para erlenmeyerde 250 ml, 5 ml da solução de Fehling B e 5ml da solução de Fehling A; – Colocar algumas pérolas de vidro; – Transferir para a bureta 15 ml da solução e aquecer a mistura até a ebulição, que deve ser conseguido em 2min e 30seg; – Se não ocorrer mudança de cor na solução, indicando que o licor de Fehling não foi reduzido, deve-se adicionar mais solução da bureta até que a cor original desapareça, tornando-se a mistura de cor vermelho tijolo; – Anotar o volume gasto (V), como valor aproximado da titulação; – Repetir as mesmas operações, adicionando no erlenmeyer, além do licor de Fehling, o volume da solução consumido na titulação anterior, menos 1 ml (V - 1); – Aquecer a mistura até a ebulição e então cronometrar, exatamente, 2min, mantendo o líquido em ebulição constante; – Adicionar 3 a 4 gotas da solução de azul de metileno; – Completar a titulação, gota a gota, até completa eliminação da cor azul; – O tempo total, desde o início da ebulição até o final da titulação deve ser de 3 min, no máximo; – Anotar o volume gasto na bureta e corrigi-lo, com o fator do licor de Fehling. 6.3.2 - Determinação do ART do caldo da cana (Redutec) - Pesar 25,0 g do caldo em balão volumétrico de 200 ml, previamente filtrado em algodão, adicionar 5ml da solução de EDTA 4%, completar o volume e homogenizar; - Pipetar com auxilio de uma pipeta volumétrica 20 ml para outro balão volumétrico de 200 ml, introduzir um termômetro e colocar água até o cobrir o bulbo do mesmo, aquecer em banho Maria até 65 ºC; - Retirar do banho maria, retirar o eletroldo rapidamente adicionar 1º ml de ácido clorídrico 6,34 N, agitar o balão com movimentos rotatórios e deixar em repouso por 30 minutos; - Adicionar 3 gotas de fenolftaleína 1%, adicionar hidróxido de sódio 20%, até coloração levemente rosa, adicionar gotas da solução de ácido clorídrico HCL 0,5 N suficiente para eliminar a cor rosa e de volta ao incolor; - Resfriar em banho maria ou algum recipiente com água fria, completar o volume com água destilada e homogenizar; - Fazer ambiente na bureta com a solução com asolução preparada (amostra), encher a bureta com amostra novamente, colocar 10 ml de licor de fehling no balão de redutec com uma pipeta 18 volumétrica, adicionar 15 ml da solução da bureta, aquecer a mistura até ebulição, (a ebulição deverá ocorrer em 2 minutos e meio no máximo), verificar se houve a mudança da coloração da solução, caso contrário, continuar adicionando a solução da bureta até desaparecer a cor original do fehling; - Adicionar 4 gotas da solução de azul de metileno, continuar a titulação até que ocorra a viragem da cor azul para vermelho tijolo, anotar o volume gasto e repetir a titulação por duas vezes colocando um 1 ml menos do volume gasto na primeira titulação, marcar em cronometro 2 minutos de espera após a ebuliçaão; - Fazer a média dos volumes gastos, nas últimas titulações. 6.3.3 - Comparação de resultados das análises A diferença máxima aceitável a 95% (noventa e cinco por cento) de probabilidade entre repetições de análises de brix (B), leitura sacarimétrica (L) e açúcares redutores (AR) de um mesmo caldo, realizadas no mesmo laboratório e pelos mesmos operadores, é de: Brix = 0,2° Brix; Leitura sacarimétrica = 0,57°Z. AR = 0,2% A diferença máxima aceitável a 95% (noventa e cinco por cento) de probabilidade entre repetições de análises de brix (B), leitura sacarimétrica (L) e açúcares redutores (AR), de um mesmo caldo, realizadas em laboratório e operadores diferentes, é de: Brix = 0,6 ° Brix Leitura sacarimétrica = 1,72°Z AR = 0,4% 19 Abaixo, seguem as definições destes indicadores. 6.4 - Cálculos Após a realização da análises todos os resultados são digitalizados em planilhas nas quais fornecem os resultados automaticamente abaixo segue a descrição dos cálculos que possibitam estabelecer o (ATR) 6.4.1 - Cálculo da pureza aparente do caldo (Q) A pureza aparente do caldo (Q) definida como a porcentagem de pol em relação ao brix, será calculada pela equação: Q = 100 x S ÷ B, onde: S = pol do caldo; B = brix do caldo. 6.4.2 - Cálculo dos açúcares redutores do caldo (AR) O teor de açúcares redutores (AR) por cento, em peso, de caldo será calculado pela equação: AR % caldo = 3,641 – 0,0343 x Q, onde: Q = pureza aparente do caldo, expressa em porcentagem. 6.4.3 - Cálculo da fibra da cana-de-açúcar (F) A fibra da cana (F) será calculada pela equação: F = 0,08 x PBU + 0,876, onde: PBU = peso do bagaço úmido da prensa, em gramas. 6.4.4 - Cálculo da fibra da cana pelo método de tanimoto F = [(100 x PBS) – (PBU x B)] ÷ [5 x (100 – B)], onde: PBS = peso do bagaço seco; PBU = peso do bagaço úmido; B = brix do caldo. 6.4.5 - Cálculo do coeficiente “C” O coeficiente “C” é utilizado para a transformação da pol do caldo extraído pela prensa (S) em pol de cana (PC) e é calculado por uma das seguintes fórmulas: C = 1,0313 – 0,00575 x F, ou, C = 1,02626 – 0,00046 x PBU, onde, F = fibra da cana; PBU = peso do bagaço (bolo) úmido 20 6.4.6 - Cálculo da pol da cana (PC) PC = S x (1 - 0,01 x F) x C, onde: S = pol do caldo; F = fibra da cana; C = Ver norma N-084. 6.4.7 - Cálculo dos açúcares redutores da cana (ARC) O cálculo dos açúcares redutores da cana (ARC) será realizado pela equação: ARC = AR x (1 – 0,01 x F) x C, onde: AR = açúcares redutores do caldo (ver norma N-080) C = coeficiente “C” 6.4.9 - Cálculo do açúcar total recuperável (ATR) Conhecendo-se a pol da cana (PC) e os açúcares redutores da cana (ARC), o ATR é calculado pela equação: ATR = 10 x PC x 1,05263 x 0,905 + 10 x ARC x 0,905 ou, ATR = 9,5263 x PC + 9,05 x ARC, onde: 10 x PC = pol por tonelada de cana 1,05263 = coeficiente estequiométrico para a conversão da sacarose em açúcares redutores 0,905 = coeficiente de recuperação, para uma perda industrial de 9,5% (nove e meio por cento) 10 x ARC = açúcares redutores por tonelada de cana. 21 Atualmente o pagamento de cana no Brasil é feito com base na sua qualidade este sistema foi implantado no Brasil a cerca de 30 anos baseado em métodos químicos analíticos que tem por objetivo determinar a qualidade da matéria prima que vai ser processada na indústria através dos resultados são aplicados cálculos com a finalidade de estabelecer os valores a serem pagos pela tonelada de cana-de-açucar de acordo com sua qualidade. O primeiro sistema a funcionar era denominado pagamento de cana pelo teor de sacarose aparente do caldo PCTS, apartir de 1998 iniciou-se o pagamento de cana pelo total de açucares recuperáveis que é denominado ATR é um aprimoramento do PCTS pois manteve os mesmos parâmetros tecnológicos até então vigentes, peso do bolo (bagaço) úmido, leitura sacarimétrica, brix, pol e outros outras variáveis relativas ao processo de fabricação. A principal mudança na forma de pagamento de cana ocorreu na sistemática de cálculos usados para determinação dos valores obtidos apartir dos resultados das análises realizadas na recepção das cargas. O nome PCTS para designar este proceso manteve-se, inclusive o local onde se coleta as amostras das cargas e se realiza as álises e denominado Laboatório do PCTS. Antes, a qualidade da cana-de-açúcar era determinada exclusivamente pela POL (sacarose aparente). Atualmente, há uma definição mais completa, que engloba as características físico-químicas e até microbiológicas dessa matéria-prima, que podem afetar, significativamente, a recuperação deste açúcar na fábrica e a qualidade do produto final. Dois tipos de fatores afetam a qualidade da matéria-prima destinada à indústria: · fatores intrínsecos: relacionados à composição da cana (teores de sacarose, açúcares redutores, fibras, compostos fenólicos, amido, ácido aconítico e minerais), sendo estes afetados de acordo com a variedade da cana, variações de clima (temperatura, umidade relativa do ar, chuva), solo e tratos culturais; · fatores extrínsecos: relacionados a materiais estranhos ao colmo (terra, pedra, restos de cultura, plantas invasoras) ou compostos produzidos por microrganismos devido à sua ação sobre os açúcares do colmo. Para avaliar corretamente a qualidade da matéria-prima é preciso considerar dois aspectos: a riqueza da cana em açúcares e o potencial de recuperação dos açúcares da cana. Desta forma, existe uma série de indicadores que permitem avaliar tanto a riqueza da cana como a qualidade da mesma para a recuperação dos açúcares. Os principais fatores relacionados à qualidade da cana-de-açúcar são POL (sacarose aparente), pureza, ATR (açúcares redutores totais) na cana, teor de açúcares redutores, percentagem de fibra 7. DESENVOLVIMENTO 22 e tempo de queima e corte. POL: teor de sacarose aparente na cana. Para a indústria canavieira, quanto mais elevados os teores de sacarose, melhor. Pureza: é determinada pela relação POL/Brix x 100. Quanto maior a pureza da cana, melhor a qualidade da matéria-prima para se recuperar açúcar. Todas as substâncias que apresentam atividade óptica podem interferir na POL, como açúcares redutores (glicose e frutose), polissacarídeos e algumas proteínas. ATR (Açúcares Redutores Totais): indicador que representa a quantidade total de açúcares da cana (sacarose, glicose e frutose). O ATR é determinado pela relação POL/0,95 mais o teor de açúcares redutores. A concentração de açúcares na cana varia, em geral, dentro da faixa de 13 a 17,5%. Entretanto, é importante lembrar que canas muito ricas e com baixa percentagem de fibras estão mais sujeitas a danos físicos e ataque de pragas e microrganismos. Os estudos mostram que nas primeiras 14 horas de deterioração da cana, 93% das perdas de sacarose foram devidas à ação de microrganismos, 5,7% por reações enzimáticas e 1,3% por reações químicas, resultantes da acidez. Açúcares redutores: é a quantidade de glicose e de frutose presentes na cana, que afetam diretamente a sua pureza, já que refletem em uma menor eficiência na recuperação da sacarose pela fábrica. Porcentagem da fibra da cana: reflete na eficiência da extração da moenda, ou seja, quanto mais alta a fibra da cana, menor será a eficiência de extração. Por outro lado, é necessário considerar que variedades de cana com baixos teores de fibra são mais susceptíveis a danos mecânicos ocasionados no corte e transporte, o que favorece a contaminação e as perdas na indústria. Quando a cana está com a fibra baixa ela também acama e quebra com o vento, o que a faz perder mais açúcar na água de lavagem. Tempo de queima/corte: é o tempo entre a queima do canavial e a sua moagem na indústria (no caso da colheita manual) ou o tempo entre o corte mecanizado e a moagem. Quanto menor o tempo entre a queima/corte da cana e a moagem, menor será o efeito de atividades microbianas nos colmos que ocorrem e melhor será a qualidade da matéria-prima entregue á indústria. Além de afetar a eficiência dos processos de produção de açúcar e álcool, o tempo de queima/corte também afeta a qualidade dos produtos finais e o desempenho dos processos. Outros fatores que afetam a qualidade da matéria-prima são: - temperatura ambiente; - freqüência e quantidade de chuvas; - umidade relativa do ar; - quantidade de terra na cana; 23 - contaminação da cana por bactérias, fungos e leveduras; - teor de álcool no caldo da cana; - acidez do caldo, ocasionado por microorganismos; - concentração de dextrana, composto formado a partir da hidrólise da sacarose por bactérias, e associada, portanto, à deterioração da cana; - concentração de amido na cana; - pragas e doenças; - índice de Honig-Bogstra, que é um indicador da performance da decantação do caldo; - quantidade de palhiço; - quantidade de ácido aconítico no caldo. 24 com usinas e destilarias possibilitaram a descoberta de novos indicadores. A partir das análises de correlação e regressão destes indicadores, tem sido possível dimensionar o impacto da qualidade da matéria-prima sobre o rendimento industrial, sobre as perdas, insumos e qualidade do açúcar produzido. Baseadas em números, as usinas podem fixar metas e tomar decisões em busca da melhoria dos resultados tanto para a área agrícola como para a industrial. Sem indicadores e números que orientem ambas, não é possível esperar ganhos reais em desempenho, rendimento e qualidade. Se o objetivo é obter desempenhos elevados e produtos de qualidade estas duas áreas precisam interagir, diuturnamente. O objetivo deste trabalho foi conhecer, compreender e descrever como é o funcionamento do laboratório de pagamento de cana de uma usina produtora de açúcar é álcool em um sistema denominada PCTS (Pagamento de Cana Por Teor de Sacarose). O PCTS é um departamento do laboratório de controle da qualidade onde todo o trabalho se concentra em analisar a matéria prima (cana de açucar) que entra no processo industrial. As atividades desenvolvidas no PCTS tem por finalidade nortear futuras ações de todo processo produtivo desde a área agricola até o procesamento final da cana na indústria suas atividades fornecem dados importantes referentes a materia prima procesada alem de estabelecer os preços pagos aos fornecedores de cana através do teor de sacarose contido na mesma. Nos últimos anos, pesquisas sobre a qualidade da matéria-prima e trabalhos em parceria 8. CONCLUSÃO 25 OLIVEIRA, E.R. de; STURION, A. C.; GEMENTE, A. C.; PARAZZI, C.; VASECHI, O. A. Pagamento de Cana pelo Teor de Sacarose: o sistema implantado no estado de São Paulo. Revista Brasil Açucareiro, Rio de Janeiro, p. 32-39, out./nov. 1983. SACHS, R.C.C. Remuneração da tonelada de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo. Informações Econômicas, SP, v.37, n.2, fev. 2007. SILVA. G.M.A. Consecana - modelo justo e transparente. Disponível em http://www.agroanalysis.com.br/. Acesso em: jan. 2008. SILVA JUNIOR, J.F. Consecana – revisão do sistema: perdas industriais e ATR relativo. Disponível em http://www.agroanalysis.com.br/. Acesso em: jan. 2008. VEIGA, C. F. M.. Diagnóstico da cadeia produtiva da cana-de-açúcar do Estado do Rio de Janeiro: relatório de pesquisa / (Carlos Frederico de Menezes Veiga, Joana Rita Vieira, Ivan Ferreira Morgado). – Rio de Janeiro: FAERJ: SEBRAE/RJ, 2006. VIAN, C.E.F; QUINTINO, D.D. Crítica à teoria dos mercados futuros à luz do desenvolvimento recente dos contratos futuros de açúcar e álcool da BM&F. Pesquisa & Debate, SP, volume 18, número 2 (32) pp. 307-328 2007. 9. REFERÊNCIAS 26 CENTRO EDUCACIONAL PROFISSIONAL GOVERNADOR OTÁVIO LAGE CURSO TÉCNO EM QUÍMICA, ANÁLISE E PROCESSO JOSÉ BRAZ DE FARIA RELATÓRIO TÉCNICO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO GOIANÉSIA/GO 2010 Página 1 Página 2 Página 3 Página 4 Página 5 Página 6 Página 7 Página 8 Página 9 Página 10 Página 11 Página 12 Página 13 Página 14 Página 15 Página 16 Página 17 Página 18 Página 19 Página 20 Página 21 Página 22 Página 23 Página 24 Página 25 Página 26 Página 27
Compartilhar