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Analise a decisão judicial abaixo e, a seguir, faça o que se pede. “Homossexual que perde companheiro tem direito a receber pensão. O entendimento foi reforçado pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que confirmou sentença e considerou legal o pagamento de pensão ao companheiro de ex-funcionário público federal. O Supremo Tribunal Federal já decidiu pela primeira vez no mesmo sentido em dezembro de 2005. O entendimento também já foi utilizado na Justiça Federal do Rio Grande do Norte, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região e mesmo no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. (...) Após analisar o recurso, a relatora, juíza Vania Hack de Almeida entendeu que o pagamento do benefício é um direito e que a Constituição consagra o princípio da igualdade em detrimento da discriminação preconceituosa. É uníssono o repúdio da jurisprudência à negativa aos companheiros homossexuais dos direitos que são ordinariamente concedidos aos parceiros de sexos diversos, declarou a relatora. (...)”. a) A Juíza ao decidir o caso em tela, utilizou-se de algum elemento de integração das normas jurídicas? b) Qual? c) Identifique no texto o trecho que comprova sua resposta. 2) Marcos foi condenado, em 31 de janeiro de 2014, ao pagamento de R$ 38.000,00, a titulo de pensão alimentícia, sob pena de, não o fazendo, ser preso, pelo período de trinta dias. Seus familiares, procuram você, advogado, no dia 12 de setembro de 2014, questionando-lhe acerca da possibilidade de Marcos ser libertado, face à publicação da Lei n°11.106, de 28 de março de 2005, que entrou em vigor na data da sua publicação. Pergunta-se: a) É possível que Marcos seja colocado em liberdade? Por quê? b) As normas jurídicas sempre retroagem? Explique. c) Quais os limites para que a norma jurídica tenha efeitos retroativos? Explique-os. RESPOSTA: a) É possível que Marcos seja colocado em liberdade? Por quê? Resposta: Não. Já existe sentença transitada em julgado, que põem fim à lide judicial. b) As normas jurídicas sempre retroagem? Explique. Resposta: Não. Em nosso sistema jurídico não é permitida a retroatividade das leis como regra absoluta, somente excepcionalmente, nos casos previstos em lei, e, desde que, sejam respeitados os princípios constitucionais do ato jurídico perfeito, da coisa julgada e do direito adquirido, em razão da segurança nas relações jurídicas. c) Quais os limites para que a norma jurídica tenha efeitos retroativos? Explique-os. Resposta: Os limites são aqueles estabelecidos no art. 6º da LICC e no art. 5º , XXXVI, da CF. Nesses termos, a lei, nas hipóteses de retroatividade, devem respeitar tanto a decisões judicial definitivas, quanto os atos jurídicos celebrados perfeitos e acabados e os direitos que já fora incorporados definitivamente ao patrimônio da pessoa. 3) (CESPE – Analista judiciário – área judiciária – STM/2011) Havendo lacuna no sistema normativo, o juiz não poderá abster-se de julgar. Nesse caso, para preenchimento dessa lacuna, o juiz deve valer-se de quais critérios ? RESPOSTA: em primeiro lugar, da analogia; persistindo a lacuna, serão aplicados os costumes e, por fim, os princípios gerais do direito. 4) (CESPE – Analista judiciário – TRT-RN/2007) O juiz que aplica a um caso concreto norma jurídica prevista para situação semelhante, considerando a identidade de finalidade, utiliza a interpretação extensiva. Explique o critério de preenchimento da lacuna jurídica e o método e resultado da interpretação dada pelo Magistrado. RESPOSTA: O método para preenchimento da lacuna, utilizado no caso apresentado foi a analogia, conforme disposto na Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro. 5) Alfredo celebrou contrato de assistência médico-hospitalar para si e sua família, em 1984. Em 1987, Alfredo foi acometido por uma doença cardiovascular que o levou à colocação de um marca-passo, através de intervenção cirúrgica, cujo custo foi pago pelo mesmo, uma vez que em seu contrato de assistência médico-hospitalar não havia previsão de tal cobertura. Em 1995, Alfredo ingressa com ação judicial pretendendo a restituição dos valores gastos com os exames e o marca-passo não cobertos por seu plano de assistência, mais danos morais, em razão da recusa ao fornecimento do material, que ele reputa injusta. Em sede de contestação a assistência médico-hospitalar alega que o contrato é anterior à Constituição da República de 1988 e ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, que prevêem, respectivamente, a proteção à dignidade humana e a proteção ao consumidor. (Apelação Cível – 2006.001.58180 – TJ/RJ). Você é o juiz que decidirá a questão, dê a sentença amparada na questão dos limites à retroatividade das normas jurídicas. RESPOSTA: A sentença deverá negar o pedido de Alfredo, posto que, o contrato fora celebrado sob a égide da legislação que vigorava à época de sua celebração. Portanto, não será possível a retroatividade da CF e do CDC, pois deverá ser respeitado o ato jurídico perfeito como garantia do princípio da segurança nas relações jurídicas, pois a manutenção da segurança se constitui numa das finalidades do Direito.
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