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17/08/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/9 MÓDULO 1. Do objeto de estudo. Nesse semestre o estudo se concentra nos efeitos das relações obrigacionais. Examinaremos os modos extintivos das obrigações e as consequências do inadimplemento das obrigações. O credor (ou seus sucessores) pode exigir do devedor o cumprimento da prestação, ônus que se transmite aos herdeiros do devedor caso a prestação não seja personalíssima (obrigação de fazer infungível). _____________//___________ Do pagamento. As obrigações geram efeitos entre as partes. Vinculam aos seus efeitos legais apenas as partes e seus sucessores (que respondem apenas com a força da herança pelas obrigações do de cujus). As obrigações personalíssimas, como as obrigações de fazer infungíveis, em que a pessoa do devedor não pode ser substituída por terceiro, por suas características peculiares, não se transmitem aos sucessores. Por exemplo, a obrigação de uma bailarina de dançar em certo espetáculo não se transmite aos seus herdeiros. A promessa de fato de terceiro torna avalista o promitente, pois o terceiro só se vincula pela anuência e, se negá-la, o promitente arcará com as consequências do inadimplemento. Prometer fato de terceiro não é ato ilícito, mas o promitente se compromete a alcançar a venia do terceiro – obrigação de fazer, sob pena de arcar com as perdas e danos. Conceito: O pagamento é espécie de adimplemento obrigacional pela via direta, em que a obrigação se extingue pela morte natural, com o cumprimento da prestação almejado pelas partes. É o desempenho voluntário da obrigação, que extingue a relação jurídica. Do conceito se extrai que adimplemento obrigacional e pagamento não são sinônimos. Adimplemento obrigacional é gênero, do qual o pagamento é uma de suas espécies. O adimplemento abrange todos os modos de extinção da obrigação, diretos e indiretos, como a remissão de dívida, a compensação, a dação em pagamento, a novação etc. _________//_____________ Dos elementos do pagamento: 17/08/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/9 a) Vínculo obrigacional – capaz de justificar o pagamento, sob pena de ocorrer pagamento indevido, ato unilateral que gera para o accipiens (aquele que recebe) a obrigação de restituir, já que a lei proíbe o enriquecimento ilícito. b) Solvens – aquele que paga. Pode ser o próprio devedor, esta é a regra geral. Mas pode ser também o fiador, o sublocatário, um terceiro que tenha interesse moral no pagamento etc. c) Accipiens – aquele que recebe. Normalmente é o próprio credor, mas veremos hipóteses em que o credor não pode receber, como no caso da incapacidade, ou ainda situações em que terceiro recebe e é válido o pagamento, como no caso do credor putativo. ________________//_________ Do solvens: Quem deve pagar é o devedor. Há, no entanto, o pagamento por terceiro, nas seguintes circunstâncias: 1. Terceiro interessado – é o terceiro que pode ser juridicamente responsabilizado pelo pagamento, e por isso tem interesse na extinção do vínculo obrigacional pelo adimplemento. Trata-se do fiador, do sublocatário, do avalista, cuja obrigação em pagar não é meramente natural, mas civil. Os efeitos da mora podem alcançar essas pessoas, de modo que elas têm interesse em pagar e o direito de alcançar a quitação. A recusa do credor ensejaria a consignação em pagamento. O pagamento por terceiro interessado leva à sub-rogação do solvens (o terceiro, que pagou) em todos os direitos do credor. Trata-se de hipótese de sub-rogação legal, em que o terceiro no lugar de mero direito de reembolso passa a ocupar o lugar do credor originário, para cobrar do devedor o que desembolsou com todos os acessórios que privilegiavam o credor originário, como a garantia, a cláusula penal, os juros etc. 2. Terceiro não interessado – é a pessoa que, embora não possa ser responsabilizada em juízo pela prestação, tem interesse moral em solvê-la. Nesse caso, o terceiro não tem interesse jurídico, daí ser um “não interessado”. É o pai, o noivo, a amiga, a tia, pessoa que nunca poderá ser processada para cumprir a prestação assumida pelo devedor, mas que tem interesse sentimental em livrá-lo do ônus o inadimplemento. Há interesse das partes e da sociedade em que o pagamento seja efetuado. O inadimplemento resulta em ônus para o devedor e causa insegurança à sociedade, sobrecarregando ainda o Judiciário, com mais uma demanda. O terceiro não interessado que paga em nome do devedor não tem direito de reembolso. Nesse caso houve o animus donandi. Caso pague em nome próprio, pode cobrar do devedor (sem direito a sub- rogação, pois a obrigação anterior se extingue por completo, com todos os seus acessórios) o valor que desembolsou. O fundamento está no art. 305, CC. Se 17/08/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/9 pagar antes de vencida a dívida, o terceiro não interessado só terá direito ao reembolso no vencimento, consoante parágrafo único do art. 305, CC. O reembolso neste caso será pelo menor valor – se pagou menos e o credor aceitou, recebe o valor pago. Se pagou mais que o valor originário da dívida, receberá somente o valor da dívida, que foi equivalente ao benefício efetivo do devedor principal. Obs.: é possível que o devedor se oponha ao pagamento a ser efetuado pelo terceiro não interessado. Se o fizer por mero capricho, sem justo motivo para a oposição, a relação jurídica se extingue pelo pagamento e o terceiro não interessado tem direito ao reembolso, caso pague em nome próprio, como já exposto (supra). Caso a oposição tenha justo motivo, como no caso de uma compensação parcial, ou de uma remissão, só deverá o devedor reembolsar o terceiro da parte que tenha aproveitado, se houver. ___________________//________________ Do pagamento efetuado pela dação em pagamento: Art. 307, CC. A dação em pagamento será examinada como modo de adimplemento obrigacional pela via indireta. Trata-se de espécie de novação em que o credor anui receber no lugar da prestação originariamente avençada coisa móvel ou imóvel de propriedade do devedor. A dação em pagamento depende da anuência do credor porque este não está obrigado a receber coisa diferente daquela que foi pactuada, ainda que seja mais valiosa. A coisa dada em pagamento deve ser suscetível de alienação, não pode ser coisa fora do comércio. E deve ser coisa de propriedade do devedor. A exceção se dá quando o pagamento for feito através da dação com coisa de terceiro, mas fungível, consumível e entregue ao credor de boa-fé que, por erro escusável a recebe e consome. Aqui o pagamento é válido, ainda que o solvens (sem capacidade ou sem legitimação para dar em pagamento tal objeto) tenha que responder perante o prejudicado (proprietário cuja coisa foi dada em pagamento). ____________________//_________________ Do accipiens: Art. 308 e s., CC. A regra geral é a de que o credor é o accipiens, quem deve receber o pagamento. O credor, seu representante (legal ou convencional) ou seu sucessor deve ser o accipiens, sob pena de ter pago mal e ter de pagar de novo o devedor. São credores legais o pai, o tutor, o curador, o síndico da massa falida, o inventariante em relação ao espólio. 17/08/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/9 São credores convencionais os mandatários, que por contrato receberam poderes do credor, podendo ou não portar a procuração, instrumento do mandato[1]. É representante convencional ainda o adjectussolutionis causa, ou adjectus solutionis gratia, pessoa designada para receber o pagamento, em seu próprio benefício – o poder desse representante não é revogável, como o do mandatário, e nem se extingue em função da morte do mandante, porque se trata de uma estipulação em favor de terceiro, quando o beneficiado é como um cessionário do crédito e tem o direito de receber em lugar do credor. Também há o caso do mandato presumido por lei, quando o portador da quitação é presumivelmente (presunção relativa) o mandatário do credor, que se apresenta para receber a dívida. O devedor precisa neste caso ser diligente, pois a presunção é relativa e, se ficar provado que o erro foi grosseiro, pode ter que pagar duas vezes (pagar outra vez, ao verdadeiro credor). Das exceções: 1. Pagamento ao credor e não válido: 1.1. Se o credor é incapaz o pagamento deve ser feito a seu representante, ou em juízo. O pagamento ao incapaz não vale, obrigando o devedor a novo pagamento, salvo se provar que o pagamento se reverteu em proveito do incapaz ou se provar erro escusável - o solvens não podia desconfiar da incapacidade. 1.2. Se o credor está intimado de penhora sobre o crédito e o devedor tem ciência da penhora, o pagamento é ineficaz se realizado diretamente ao credor. Para preservar os direitos dos credores do credor. Aqui o devedor precisa depositar a prestação em juízo. 2. Pagamento a terceiro que não o credor ou seu representante e válido: 2.1. Se o credor ratificar o pagamento. O terceiro que recebe no lugar do credor atua como um gestor de negócio, em que a ratificação retroage à data do pagamento, como se tivera havido verdadeiramente um contrato de mandato. A diferença é que a gestão de negócio não é contrato, é manifestação unilateral da vontade, com apenas um centro de interesse, em que o gestor age por conta própria, mas produzindo todos os efeitos do ato (o pagamento extingue o vínculo obrigacional). 2.2. Quando o credor tira proveito do pagamento. 2.3. Pagamento ao credor putativo. O credor putativo é aquele que aos olhos de todos passa como verdadeiro credor. É preciso que o devedor pague de boa-fé e que o erro seja escusável, pois se o solvens erra grosseiramente, deverá pagar de novo, agora ao verdadeiro credor. Por exemplo: quando o pagamento é feito à viúva do credor e o devedor não sabe que há filhos do credor; ou quando se paga a herdeiro que depois é excluído por indignidade por fato desconhecido do solvens à época do pagamento. Ao verdadeiro credor resta apenas o direito de reclamar do credor putativo a devolução do que este recebeu. _____________//________________ 17/08/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/9 [1] A procuração não é obrigatória porque o contrato de mandato é não solene, a sua forma não está prescrita em lei. A procuração é obrigatória quando o ato a ser praticado pelo mandatário é solene. Exercício 1: Considerando-se que o pagamento é espécie de adimplemento obrigacional pela via direta, em que a obrigação se extingue pela morte natural, com o cumprimento da prestação almejado pelas partes, extinguindo a relação jurídica, podemos afirmar que: A) Adimplemento obrigacional e pagamento não são sinônimos. Adimplemento obrigacional é gênero, do qual o pagamento é uma de suas espécies. B) O adimplemento abrange todos os modos voluntários de extinção da obrigação, com exceção da dação em pagamento. C) Pagamento e adimplemento obrigacional são sinônimos. D) O adimplemento obrigacional pode não extinguir o vínculo obrigacional. E) Não é hipótese de adimplemento obrigacional a remissão de dívidas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: Considere as proposições abaixo e assinale a alternativa correta: 17/08/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/9 I. Os elementos do pagamento são: vínculo obrigacional – capaz de justificar o pagamento, sob pena de ocorrer pagamento indevido; solvens – aquele que paga; e accipiens – aquele que recebe. II. O terceiro não interessado não pode ser obrigado em juízo a efetuar o pagamento. III. O terceiro não interessado tem o direito de exigir do accipiens a quitação. A) I e II são falsas. B) I e III são falsas. C) II e III são falsas. D) Todas são falsas. E) Todas são verdadeiras. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: Considere as afirmações seguintes: O terceiro não interessado que paga em nome do devedor não tem direito de reembolso. PORQUE Nesse caso entende-se que houve o animus donandi. É correto afirmar que: A) apenas a primeira proposição é correta. 17/08/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/9 B) apenas a segunda proposição é correta. C) as duas proposições são corretas e a segunda justifica a primeira. D) as duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira. E) as duas proposições são falsas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: Considere as seguintes proposições e assinale a alternativa correta. I. O pagamento ao credor não é válido se o credor é incapaz, caso em que o pagamento deve ser feito a seu representante, ou em juízo. O pagamento ao incapaz não vale, obrigando o devedor a novo pagamento, salvo se provar que o pagamento se reverteu em proveito do incapaz ou se provar erro escusável - o solvens não podia desconfiar da incapacidade. II. Se o credor está intimado de penhora sobre o crédito e o devedor tem ciência da penhora, o pagamento é ineficaz se realizado diretamente ao credor; para preservar os direitos dos credores do credor. Neste caso, o devedor precisa depositar a prestação em juízo. III. Há casos em que o pagamento é feito a terceiro que não o credor e é válido, como na hipótese do credor putativo. A) I e II são verdadeiras. B) I e III são verdadeiras. C) 17/08/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/9 II e III são verdadeiras. D) Todas são verdadeiras. E) Todas são falsas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 5: Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: I. As obrigações geram efeitos entre as partes. Vinculam aos seus efeitos legais apenas as partes e seus sucessores. II. Sucessores respondem pelas obrigações deixadas pelo hereditando não apenas com a força da herança, mas com os bens anteriores ao recebimento da herança. III. As obrigações personalíssimas, como as obrigações de fazer infungíveis, transmitem-se aos sucessores. A) Somente I é verdadeira. B) Somente II é verdadeira. C) Somente III é verdadeira. D) Todas são verdadeiras. E) Todas são falsas. 17/08/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 9/9 Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 6: Considere as proposições abaixo e assinale a alternativa correta: A promessa de fato de terceiro torna avalista o promitente, pois o terceiro só se vincula pela anuência e, se negá-la, o promitente arcará com as consequências do inadimplemento. Porque Prometer fato de terceiro não é ato ilícito, mas o promitente se compromete a alcançar a venia do terceiro – obrigação de fazer, sob pena de arcarcom as perdas e danos. A) As duas são corretas e a segunda justifica a primeira. B) As duas são corretas, mas a segunda não justifica a primeira. C) Somente a primeira proposição é correta. D) Somente a segunda proposição é correta. E) As duas proposições são incorretas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
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