Buscar

10. Tecido cartilaginoso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UFCG – CSTR 
MEDICINA VETERINÁRIA 
HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA 
Prof. Fernando Borja 
 
 
Tecido Cartilaginoso 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
 O tecido cartilaginoso também chamado de cartilagem é um tipo de conjuntivo especializado 
para a função de suporte, resistente à tração, no entanto pouco menos rígido que o osso podendo ser 
mais elástico do que esse. Apresenta superfície lisa o que permite seu deslizamento com pouco ou 
nenhum atrito. É importante destacar que apesar de ser um tecido conjuntivo as cartilagens são 
desprovidas de vascularização, bem como de vasos linfáticos e nervos. O seu metabolismo é baixo. 
 
II. FUNÇÕES 
 
 As principais funções das cartilagens são: 
A. Suporte, sustentação e proteção de outros tecidos; 
B. Permite o deslizamento ou articulação dos ossos longos com pouco ou nenhum 
desgaste; 
C. Permite ou é responsável pelo crescimento longitudinal dos ossos longos; 
D. Funcionam como amortecedores de choques mecâncios; 
 
 
III. COMPONENTES 
 
 O tecido cartilaginoso é constituído de células (condrócitos) envoltas pela substância intercelular 
chamada matriz (na grande maioria composta de fibras colágenas e pode está junto com elastina 
mais moléculas de glisoaminoglicanas). 
 Os condrócitos encontram-se em cavidades denominadas lacunas, que podem abrigar de um a 
quatro condrócitos; no entanto mais células podem ser encontradas formando um ninho celular. 
 Os condrócitos possuem formato arredondado e são grandes. Quando jovens são achatados e 
então denominados condroblastos. 
 O tecido por não possuir vasos sanguíneos se nutre dos capilares do conjuntivo envolvente 
(pericôndrio). 
 
IV. DESENVOLVIMENTO OU ORIGEM EMBRIONÁRIA 
 As cartilagens se desenvolvem a partir do mesênquima. As células mesenquimais se 
aproximam e perdem os prolongamentos citoplasmáticos e então iniciam a fabricação da substância 
intercelular que as separa. 
 
V. CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO CARTILAGINOSO 
 Há três tipos de cartilagens, classificadas de acordo com a abundância e o tipo de fibra 
presente na matriz. A saber: HIALINA, ELÁSTICA e FIBROSA. 
 
 
 
 
A. CARTILAGEM HIALINA 
 Quando observada a olho nu a cartilagem hialina aparece branca, translúcida e vítrea. 
Composta de condrócitos em lacunas, fibras colágenas imersas em substância fundamental amorfa 
semelhante à gelatina. 
 É a mais comum e portanto a mais estudada. É encontrada nas superfícies articulares dos ossos 
longos, nas paredes das fossas nasais, traquéia e brônquios. Forma a maior parte do esqueleto 
apendicular e axial no embrião. Em animais em crescimento encontra-se entre a epífise e a diáfise 
dos ossos longos no chamado disco epifisário, responsável pelo crescimento longitudinal desses 
ossos. 
 
B. CARTILAGEM ELÁSTICA 
 Histologicamente a cartilagem elástica é semelhante à cartilagem hialina, exceto que apresenta 
além de fibras colágenas também fibras elásticas. 
 É encontrada no ouvido externo, na epiglote e conduto auditivo. Como a hialina, a elástica 
possui pericôndrio e cresce principalmente por aposição. É menos sujeita à degeneração do que a 
hialina. É parte das cartilagens corniculada e cuneiforme da laringe. 
 
C. CARTILAGEM FIBROSA 
 Também chamada fibrocartilagem, é a que ocorre com menor freqüência. É uma forma 
transicional entre tecido conjuntivo denso e cartilagem. Observada nos discos intervertebrais, na 
sínfise pubiana, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se inserem nos ossos. Compõe os 
meniscos da articulação do joelho e às vezes é encontrada em locais onde o tecido conjuntivo denso 
reúne músculo; por exemplo, no cão o miocárdio atrial e o miocárdio ventricular são unidos por 
fibrocartilagem. 
 A fibrocartilagem não possui pericôndrio e se caracteriza por apresentar grande quantidade de 
fibras colágenas e pouca substância fundamental e os condrócitos dispostos geralmente em fileiras. 
Normalmente só cresce por aposição. 
 
VI. HISTOFISIOLOGIA 
 Por ser o tecido cartilaginoso avascularizado, os condrócitos vivem sob baixa tensão de 
oxigênio e sua nutrição se dá por difusão a partir dos capilares do pericôndrio o que pode ocorrer 
devido a água de solvatação existente na matriz. Este fato limita a espessura da cartilagem. 
 Já foi demonstrado por radioautografias que a matriz é sintetizada pelos condrócitos que 
demonstram grande desenvolvimento do retículo endoplasmático rugoso e do complexo de Golgi. 
 
VII. CRESCIMENTO 
 A cartilagem cresce de duas formas: a intersticial e a aposicional. 
 O crescimento do tipo intersticial se dá mais nas cartilagens na primeira fase de sua vida e 
ocorre por divisão mitótica dos condrócitos. Após cada divisão mitótica nova substância 
fundamental intercelular separa as duas células-filhas. Este processo conduz a uma substancial 
expansão da cartilagem a partir do interior. 
 O crescimento do tipo aposicional é mais comum e ocorre a partir do pericôndrio por 
diferenciação dos fibroblastos em condrócitos. Logo que formados os condrócitos já iniciam o 
processo de síntese da matriz. À medida que a matriz se torna mais espessa e rígida o crescimento 
intersticial deixa de ser viável e então só se dá por aposição. 
 A regeneração do tecido cartilaginoso só é completa e sem dificuldade nos animais de pouca 
idade. Nos adultos esta se dá de forma difícil a partir do pericôndrio que muitas vezes forma um 
tecido conjuntivo denso.

Outros materiais