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1747921 PORTIFOLIO Movimento Sociais 1 0 476801 (1)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER
CURSO BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL – EAD
FABIANA DE FATIMA SOARES RICARDO BUDANT
RU - 1747921
ASPECTOS OBSERVADOS NO DISTRITO DE VOLTA GRANDE E REGIÃO. CICLO 1 MÓDULO A FASE II, DISCIPLINA DE CLASSES E MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL E MOVIMENTOS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL
 
CANOINHAS-SC
2017
FABIANA DE FATIMA SOARES RICARDO BUDANT
RU - 1747921
ASPECTOS OBSERVADOS NO DISTRITO DE VOLTA GRANDE E REGIÃO. CICLO 1 MÓDULO A FASE II, DISCIPLINA DE CLASSES E MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL E MOVIMENTOS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL
 
PORTFÓLIO- Trabalho para obtenção de nota da disciplina de Classes e Movimentos Sociais no Brasil e Movimentos Sociais e Serviço Social, pela tutora Simone Kondras representante do Polo de Canoinhas SC 
CANOINHAS- SC
2017
INTRODUÇÃO
 Este trabalho foi realizado através de uma entrevista com a moradora local Larissa Penkal de Volta Grande no município de Rio Negrinho que está localizado no planalto norte catarinense e sua população é composta por cerca de quarenta mil habitantes. Já o distrito de Volta Grande está situado a trinta quilômetros da sede municipal e é formado por doze comunidades ao entorno da vila de Volta Grande, em distâncias de sete e trinta quilômetros. Entre essas comunidades estão seis assentamentos da Reforma Agrária, iniciada no município na década de 1980, onde os assentados formam um contingente de aproximadamente duzentas e cinquenta famílias. Ao todo o distrito de Volta Grande abrange aproximadamente quatro mil habitantes.
 A entrevista tem como objetivo contextualizar o “rural”, apontando alguns aspectos históricos e socioeconômicos no intuito de explicitar algumas contradições que envolvem a realidade local, principalmente as pessoas que vivem no campo, no distrito de Volta Grande e região�.
DESENVOLVIMENTO
 O conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que tem como objetivo alcançar mudanças sociais por meio do embate político, dentro de uma determinada sociedade e de um contexto específico. 
Os movimentos sociais brasileiros ganharam mais importância a partir da década de 1960, quando surgiram os primeiros movimentos de luta contra a política vigente, ou seja, a população insatisfeita com as transformações ocorridas tanto no campo econômico e social. Mas, antes, na década de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram visibilidade. 
Os anos 80 trazem um panorama novo na prática e na teoria sobre os movimentos sociais populares urbanos. Na prática surgem novas lutas como pelo acesso à terra, a sua posse, moradia, expressas nas invasões, ocupações de casas e prédios abandonados, articulação do movimento dos transportes.
 Nos anos 90 o quadro de pesquisadores passa e se preocupar com os problemas da violência, da exclusão social e deixam de lado os movimentos sociais, e as redes ONGs passa ser o centro dos estudos, como o Instituto Pólis de São Paulo que funcionavam como núcleos de pesquisa. 
 No final dos anos 70, no Brasil o que se destacava eram os movimentos sociais populares vinculados às práticas da Igreja católica, articulada à Teologia da Libertação, os movimentos sociais no Brasil como no conjunto da América Latina, trouxeram à cena política de forma majoritária, a participação das mulheres. O maior contingente de participação de mulheres foi nos movimentos populares como de mandatárias de reivindicações populares por melhorias, serviços e equipamentos coletivos, e não como de mandatárias de direitos de igualdade entre os sexos. Foram elas que lutaram por creches, transportes, saúde entre outros. 
Portanto os Movimentos Sociais no Brasil das décadas de 70, e ao decorrem dos anos 80, foram demarcados com o surgimento de inúmeras formas de movimentos e formas organizativas populares, que reivindicavam direitos sociais tradicionais para sobrevivência do ser humano assim como a igualdade e a liberdade e a construção de uma democracia.
 A importância da organização desses grupos mobilizados é grande. A força da ação coletiva só é efetiva quando direcionada. Dessa forma, o surgimento de líderes que representem diretamente as demandas do grupo e a organização em nome de exigências ou ideias comuns são os pilares e a força matriz por traz desses grupos. Todavia, como bem sabemos, não é sempre que os interesses e necessidades de determinados grupos são supridos devidamente pelo Estado ou pelos nossos representantes políticos. A partir desse conflito de interesses é que os movimentos sociais se tornam uma ferramenta de intervenção.
 Portanto, percebe-se que os movimentos sociais estão diretamente ligados à resolução de problemas sociais, e não à reivindicação de posses materiais. No entanto, eles não se resumem apenas à reivindicação de direitos ou à demanda pela representação de um grupo, pois um movimento pode surgir como agente construtor de uma proposta de reorganização social para mudar um ou outro aspecto de uma sociedade.
 Já, a responsabilidade e o compromisso do Serviço Social com os movimentos sociais contribui com as pessoas e grupos que que lutam por condições de vida e trabalho, articulando forças e construindo alianças estratégicas com os que sofrem opressões econômicas de classes, gênero, de orientação sexual, entre outras, em recusa ao arbítrio e ao autoritarismo, com vistas a ampliação e consolidação de cidadania. Isto é, na defesa intransigente dos direitos humanos.
ENTREVISTA
	
	A vila de Volta Grande é considerada e classificada pela administração municipal como área urbana, motivo de discordância entre boa parte dos moradores, por apresentar características típicas rurais e não dispor de nenhuma infraestrutura das cidades, sobretudo estrada, transporte de qualidade, sinal para aparelhos celulares e saneamento básico. 
	Na vila de Volta Grande, além da atividade agrícola e pecuária, está presente a Indústria de Papel CVG (Companhia Volta Grande de Papel) responsável pela renda de muitas famílias que residem na comunidade. Como o município tem sua origem no ramo industrial moveleiro, as extensões de terras são predominadas por vastas fazendas de pinus, de grandes empresas do ramo florestal, o que explica que o trabalho no corte e manutenção de pinus também é uma fonte de renda para muitas famílias, no caso dos assentamentos, cada um deles conta com algumas famílias que tem no trabalho com pinus uma fonte secundária de renda, enquanto a renda principal está na produção agrícola no próprio lote, com a ajuda na família.
	Como já citado anteriormente, o município de forma geral tem sua origem a partir da atividade industrial, no ramo moveleiro, junto à construção da estrada de ferro que liga São Paulo ao Rio Grande do Sul. Em 1873, foi iniciada a colonização do município junto ao município vizinho São Bento do Sul. Sessenta e quatro lotes foram demarcados, e as atividades econômicas que se iniciavam eram as serrarias, devido à abundância de matéria prima que o local oferecia. Com o desenvolvimento local, aumentaram os comércios e as indústrias moveleiras se desenvolviam com rapidez, a maior delas, foi a Móveis Cimo, considerada a maior empresa de móveis da América Latina até a década de 1970. Nesse sentido é que se encontra a justificativa para a atribuição do município de Rio Negrinho com uma “origem urbana”. Sob esse contexto é que as condições do campo e a atividade agrícola no município sempre foram determinadas pela cidade, trata-se de uma relação de subordinação.
	Considerando que o município conta com mais de 200 famílias assentadas da Reforma Agrária, e ao mesmo tempo, tal processo da chegada dos movimentos sociais, iniciado há mais de 20 anos no interior do município, ainda não é entendido pela maioria da população, a qual não compreende a dinâmica dessaorganização social e da própria realidade dos jovens oriundos dos assentamentos. O que leva ao predomínio do discurso apresentado pela mídia e assumido por grande parte da sociedade: que os “sem terra” são sinônimo de marginalidade, de invasores, de vandalismo e descompromisso.
	É importante ressaltar que a agricultura ganhou força a partir do momento em que o MST-Movimento dos Trabalhadores Sem Terra se instalou no interior do município e passou a se organizar e lutar por seus direitos. Durante muitos anos houve grandes dificuldades para a viabilização da produção agrícola, devido o não investimento e apoio financeiro a essa atividade. Assim, as famílias eram obrigadas a trabalhar fora dos seus lotes, sobretudo, nas fazendas de pinus que cercam os assentamentos e, além disso, mesmo que eles plantassem para venda externa de seus produtos agrícolas, ainda assim, não havia apoio na viabilização de transporte para escoar a produção, devido à precariedade das condições das estradas e a distância, o que se tornava uma forte dificuldade também enfrentada pelos demais agricultores da região.
	A situação só melhorou a partir da criação de duas cooperativas no município, a COOPERDOTCHI - Cooperativa Regional de Industrialização e Comercialização Dolcimar Luiz Brunetto, com sede atual na vila de Volta Grande e a COOPERINE criada por iniciativa de órgãos públicos, Prefeitura e Secretaria da Agricultura. As melhorias também se deram através dos programas do governo Federal, PAA - Programa de Aquisição de Alimentos e PNAE- Programa Nacional de Alimentação Escolar.
	A partir de 2005, devido à queda produtiva do setor moveleiro provocada pela queda do dólar, muitas empresas que residiam no interior decretaram falência, deixando muitas famílias desempregadas. Essa situação provocou mudança na administração municipal, a qual também passou a ter um novo olhar para a agricultura do município, já que o setor moveleiro perdia seu status socioeconômico, o que desencadeou o acirramento de lutas por melhores condições no campo pelas organizações sociais do município.
	O exposto acima permite inferir que o município ainda está em processo de mudanças, as quais têm como consequência o acirramento da saída dos jovens do campo e por sua vez tal situação também tem implicação com o processo educativo no contexto escolar, em especial naquilo que interfere nas reflexões sobre a vida desses jovens.
	Sendo assim, um dos principais motivos que interferem nas reflexões sobre a vida desses jovens “rurais” estão relacionadas ao contexto educativo ao qual pertencem, tais como: o distanciamento físico entre a escola e as famílias, as quais não pedem manter um contato direto com escola, uma vez que o uso do transporte escolar só é permitido em casos específicos, onde há extrema necessidade de que os pais compareçam na escola, existem também ações de caráter assistencialista, que atendem provisoriamente um problema que tem causas muito mais complexas, o que vale refletir, o que e como fazer diante de tais circunstâncias.
	A escola é uma organização complexa, portanto não podemos olha-la por si só. É uma instituição formada por pessoas com interesses e posições divergentes, com vivências e histórias diferentes, que devem ser levadas em consideração e evidenciadas, sobretudo na prática pedagógica. Portanto deve-se entender que escola e sociedade não são segmentos separados ou isolados, mas que estão muito além da instituição de ensino os problemas da sociedade, os quais refletem e afetam diretamente o contexto escolar ao qual estes jovens estão inseridos.
	Percebe-se também que a juventude é muito mais que uma fase da vida, representa uma categoria social, com pouco espaço na sociedade para demonstrar suas opiniões, expectativas e necessidades, sendo assim, a escola deveria ter como objetivo atingir os sujeitos pertencentes às populações rurais, que na maioria das vezes não conseguem ingressar no ensino superior tanto por questões relacionadas à precariedade do campo, como, por questões econômicas.
A juventude é considerada como uma categoria social com expectativas e aspirações próprias, sobretudo, são sujeitos que constroem relações de aprendizado fora do espaço escolar, mas ao mesmo tempo esse aprendizado tem que ser levado em consideração no processo educativo da escola. Os jovens precisam de espaço para expor e refletir sobre suas perspectivas e visões de mundo, considerando-os como indivíduos socioculturais, também é necessário que sejam considerados como sujeitos ativos e participativos, tanto no contexto educativo, quanto nos demais espaços e organizações formativas da sociedade.
É unanime ressaltar que para os jovens que residem em Volta Grande e região, compreendidos em um contexto de “ruralidade”, não existam oportunidade de emprego, muito menos de continuidade de estudos para os jovens, trata-se da precariedade e falta de investimento e políticas públicas voltadas para as populações rurais, demonstrando que estes ainda, continuam tendo diversos direitos básicos negados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Por fim, ao pensar sobre a juventude do campo, percebe-se o quanto é complexo e requer muitas questões que ainda precisam ser trabalhadas. A juventude é um tema cada vez mais presente na sociedade contemporânea, tanto nos espaços acadêmicos de discussão e investigação como nas agendas para o desenvolvimento de políticas públicas.
Atualmente, a continuidade dos jovens no campo surge não como um desafio individual, mas como uma questão para a sociedade em geral, para os governantes, movimentos sociais e sindicais e também para a escola. Fica claro que é indispensável uma abordagem mais ampla e um debate que inclua todos os movimentos sociais que têm como propósito trabalhar com os sujeitos do campo, na direção da cidadania; com os sistemas de produção agrícolas e não agrícolas, na direção da viabilidade econômica e da sustentabilidade; e com a educação, na direção de assegurá-la como um direito e como uma ferramenta de transformação.
Referência Bibliográfica
GOHN, Maria da Glória. Movimentos Sociais na contemporaneidade. In: Revista Brasileira de Educação. V. 16n. 47 maio-ago. 2011 (material disponível na rota de aprendizagem)
SOUSA, Regina Sueli de; CASTRO, Alessandra Gomes. Movimentos Sociais, Direitos Humanos e Serviço Social no Brasil. In: Congresso Catarinense de Assistentes Sociais. (Material disponível na rota de aprendizagem).
Entrevista: LARISSA PENKAL, moradora de Rio Negrinho distrito de Volta Grande
�Você focou somente na entrevista em sua introdução!
É importante explicar ao leitor o que vai ocorrer em todo o seu trabalho, lembrando que a entrevista é uma parte do desenvolvimento do seu texto.
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