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RESUMO 1a5 GESTÃO CONTRATOS

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AULA 01
O contrato é o acordo de duas ou mais pessoas para, entre si, constituir, regular, modificar ou extinguir direitos. É a mais comum e a mais importante fonte de obrigações devido às suas múltiplas formas e repercussões no mundo jurídico.    Sempre que determinado negócio resultar de um mútuo consenso, de um encontro de vontades, estaremos diante de um contrato. As empresas fazem uso desse instrumento para fundamentar suas relações comerciais. 
Com as novas técnicas de administração dentro das organizações, as empresas começaram a implementar novos modelos de gestão de contratos objetivando a melhoria de sua performance, um melhor relacionamento entre fornecedores, clientes e departamentos, otimizando e automatizando o processo de criação e aprovação dos contratos e levando a gestão de contratos a possuir uma importância corporativa e não apenas departamental. Uma boa gestão de contratos em uma empresa assegura o cumprimento de suas obrigações de forma rápida e eficaz, característica importante para a efetivação de bons negócios.  
O conceito acerca do que seja o contrato depende da época histórica que estejamos analisando, juntamente com suas implicações e contextos sociais, econômicos e políticos.
Em tempos liberalistas havia a suposição de que a igualdade formal dos indivíduos asseguraria o equilíbrio entre as partes contratantes e também se observavam a autonomia da vontade e a não intervenção do Estado, além do princípio do pacta sunt servanda, que fazia do contrato um instrumento jurídico que não admitia qualquer modificação superveniente e desconhecia sua função social ou econômica. Todos eram considerados como iguais. Igualdade essa que se mostrou não ser verdadeira.
O Direito evolui com o tempo e tal fato faz com que a renovação dos estudos jurídicos seja algo necessário. Essas renovações servem para mantê-lo atualizado, de acordo com a realidade em que se vive.
Há os subsídios trazidos pela: Sociologia, Política e Economia.
Sendo o contrato o principal instrumento jurídico e também a mais comum e mais importante fonte de obrigações, devido às suas múltiplas formas e repercussões no mundo jurídico, achamos importante conceituar o que seja o contrato. 
Mas falar de um conceito para o que seja contrato é tarefa complexa, e ele sofre variações de acordo com o tempo e o contexto em que ele esteja inserido.
Orlando Gomes nos ensina que o contrato é uma espécie de negócio jurídico que se distingue, na formação, por exigir a presença de pelo menos duas partes. Contrato é, portanto, “negócio jurídico bilateral ou plurilateral”. 
CONCEITO DE CONTRATO DURANTE O LIBERALISMO 
E NO DIREITO CONTEMPORÂNEO E SUA INTERPRETAÇÃO
Podemos afirmar que houve diversos fatores que concorreram para a modificação do conceito de contrato, se compararmos os tempos do Liberalismo e a contemporaneidade, a qual fez surgir uma nova teoria geral para os contratos.
- Promulgação de leis de proteção à categoria dos indivíduos mais fracos da relação contratual.
- Apoio a grupos organizados, como, por exemplo, os sindicatos, para enfrentar em pé de igualdade o contratante mais forte.
- Dirigismo contratual do Estado.
E quais as consequências trazidas por estas modificações:
- Mudança nas preocupações do legislador quanto à rigidez do contrato. Passou-se a adotar na disciplina cuidadosa declaração de vontade e dos vícios que podem anulá-la.
- Nos moldes contemporâneos, muitos contratos se realizam em série, tornando preocupante a defesa dos aderentes (contratos de adesão) mediante normas legais que proíbam cláusulas iníquas, uma vez que as regras sobre declaração de vontade e os vícios de consentimento quase não se lhe aplicam.
DECLARAÇÃO DE VONTADE
O contrato pressupõe declarações de vontade que têm de ser coincidentes. A vontade de uma das partes sempre precede a outra.  
O aspecto material do contrato pressupõe que ele seja um conjunto de disposições que devem obedecer normas consagradas pela praxe para facilitar sua interpretação. Devem seguir o uso de expressões e termos técnicos para traduzir com mais segurança e objetividade a intenção das partes, usando linguagem simples e precisa.
O contrato escrito é composto por duas partes: preâmbulo e contexto.
FUNÇÃO ECONÔMICA DO CONTRATO
A ordem jurídica oferece a todos os sujeitos de direito uma grande variedade de contratos para que seus interesses sejam regulados com segurança.
De acordo com alguns juristas, a função econômica é a real causa dos contratos, os quais podem ser classificados com a seguinte finalidade:
- Para promover a circulação da riqueza;
- De colaboração;
- Para prevenção de risco;
- De conservação ou acautelatórios;
- Para concessão de crédito;
- Para prevenir ou diminuir uma controvérsia.
PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DO CONTRATO
Pressupostos são elementos extrínsecos aos contratos e referem-se às condições sob as quais se desenvolve e pode se desenvolver o contrato. Já os requisitos se referem aos elementos intrínsecos do contrato. Os pressupostos podem ser de três categorias: 
 
Referente aos sujeitos: capacidade jurídica das partes.
Referente ao objeto: idoneidade do objeto.
Referente à situação dos sujeitos em relação ao objeto: Legitimação para que ele possa ser realizado.
CONSENTIMENTO
Consentimento das partes contratantes para a feitura do contrato:
O consentimento, entendido como sendo a declaração de vontade de cada parte do contrato, se refere a um dos requisitos típicos e constitutivos do contrato. É indispensável que cada parte leve sua vontade ao conhecimento da outra parte. A comunicação de declarações entre as partes é condição necessária para a formação do consentimento. Para que haja a efetivação do contrato, é preciso haver intercâmbio das duas declarações, o qual é precedido por negociações preliminares. Mas a simples troca de declarações não é suficiente para que haja o contrato. É necessário que as duas declarações se ajustem, integrando-se uma à outra.
Outro ponto importante a observar se refere ao fato de que a declaração de vontade precisa ser emitida em correspondência ao conteúdo do contrato que o declarante tem em vista, atento ao fim que o move a contratar.
MANIFESTAÇÕES DE VONTADE
As declarações podem se dar das seguintes formas:
- Verbal, escrita ou simbólica:
- Direta (emitida para um determinado fim) ou indireta; e
- Expressa, tácita ou presumida.
TIPOS DE CONSENTIMENTO
No que diz respeito ao consentimento expresso e o tácito, há dois critérios usados para distingui-los: o objetivo e o subjetivo.
RESILIÇÃO, RESCISÃO E DISTRATO
Resilir um contrato é, tecnicamente, cortar o vínculo contratual entre as partes devido a várias causas específicas. É a dissolução do contrato por simples declaração de vontade de uma ou das duas partes contratantes.
Rescindir um contrato é dissolvê-lo, rompê-lo devido a uma lesão.
Distrato: consiste de uma resilição bilateral, ou seja, as próprias partes contratantes deliberam dissolvê-lo mediante negócio extintivo. Por meio do distrato as partes rompem o vínculo contratual, extinguindo a relação jurídica.
CESSAÇÃO DE CONTRATOS E SEUS EFEITOS
Segundo Orlando Gomes, o caso em que há a morte de uma das partes contratantes impossibilita a execução do contrato, ou faz cessá-la definitivamente, mas não pode ser considerada como inexecução involuntária. Esse caso também não pode ser enquadrado no caso de resilição, pois esta depende da manifestação de vontade de uma ou das duas partes contratantes.
Em princípio, a morte de uma das partes não constitui causa para dissolução de contrato. A regra mors omnia solvit não se aplica no direito contratual. Isso só ocorre nos contratos intuitu personae. Nos demais casos, as obrigações do contrato transmitem-se aos herdeiros do de cujus. Os efeitos da morte sobre o contrato não se reduzem à sua extinção ou à substituição da parte por seus sucessores. Estes podem resilir o contrato, pedir a restituição da coisa ou ainda exercer direitos especiais contra a outraparte.  
A extinção do contrato pela morte de uma das partes contratantes dá-se ex nunc, ou seja, não tem efeito retroativo. 
AULA 02
Todas as pessoas que integram o mundo empresarial da atualidade, altamente dinâmico em suas relações, precisam saber, de forma acurada, as implicações decorrentes dos contratos que celebram, estes considerados como instrumentos legais que regulam as relações empresariais, assim como também as obrigações deles decorrentes. Devem saber também, é claro, como interpretá-los. 
Mas só isso não é o bastante. É preciso que tais pessoas saibam como fazer uma gestão adequada, eficiente e eficaz de tais instrumentos legais, a fim de que as atividades empresariais por eles reguladas atinjam seus reais objetivos com rapidez, segurança e eficácia, além de manter toda a documentação atualizada.
Uma boa gestão de contratos assegura, dentre outras coisas:
- O bom funcionamento da dinâmica da empresa;
- A redução de desperdícios e de tempo para realizar ações necessárias na empresa;
- A satisfação dos clientes;
- A boa organização de todos os processos que fazem com que a “engrenagem“ da empresa seja acionada sem grandes problemas.
Porque controlar os contratos:
As empresas utilizam o contrato para fundamentar suas relações comerciais, e por isso, precisam ter controle total de seu teor, assim como também de todas as ações que se achem por ele reguladas.
Falar da importância de tal controle é algo que já começava a ser discutido desde a última metade do século passado. Com o movimento crescente de melhoria dos processos dentro de grandes organizações, pudemos observar que algumas empresas americanas começaram a implantar novos modelos de gestão de contratos empresariais, com foco na melhoria de desempenho, na redução de riscos e no aumento de conformidades.
Uma nova disciplina de negócios foi criada com a divulgação de um relatório, em 2005, pelo Aberdeen Group, o qual indicava a gestão do ciclo de vida dos contratos empresariais, conhecida como CLM (Contract Lifecycle Management).
A definição para CLM é a de que tal termo se refere à gestão da criação do contrato, a execução e a análise do mesmo como sendo um processo sistemático e conectado, para o propósito de maximizar o desempenho operacional e financeiro, além de também minimizar riscos para a empresa.
Apesar de algumas empresas ainda desconhecerem a abordagem dessa nova gestão, parece-nos que sua observância deva ser feita com brevidade, haja vista os resultados benéficos trazidos pela adoção da mesma.
As referências a melhores práticas na gestão de contratos em nível mundial acham-se elencadas no CMBOK (Contract Management Body of Knowledge). O CMBOK descreve competências a serem observadas durante o processo de ação organizacional, o qual envolve etapas em que se incluem o conhecimento especializado, os negócios em geral, a contratação em geral, a estratégia de aquisição (na fase de pré-contratação), a pré-assinatura (na fase da contratação), a assinatura propriamente dita (na fase de pré-execução) e a pós-assinatura (na fase de execução).
Mas por que é tão importante controlar os contratos?
A resposta é simples: eles envolvem capitais e risco, logo, seu controle diz respeito à vida financeira da empresa e também à sua visibilidade perante o mercado e seus clientes.
Em geral, as empresas delegam a preocupação e a solução para melhorar o controle de seus contratos para a área de fechamento ou a de administração de contratos, e outras fazem com que a solução seja expandida para toda a companhia. Parece-nos mais apropriada a observância desta última prática, uma vez que, mesmo sabendo que cada departamento tem as suas demandas e seu orçamento, o que torna mais difícil o uso da solução de forma corporativa, a solução pensada de forma corporativa atende melhor à expectativa daqueles que precisam de tal solução. Em conjunto, cada departamento auxilia aquele outro que tenha apresentado uma demanda de melhoria no controle de contratos, além de saber sobre suas motivações e benefícios dele esperados.
A preocupação de alguns profissionais e empresas brasileiras com a melhoria da gestão de contratos fez surgir a Associação Nacional de Gestores de Contratações – ANGC (www.angc.org.br), em 2007.
Duas pesquisas foram feitas pela ANGC até o momento, apontando itens importantes com informações acerca do que ocorre nas empresas:
Na primeira descobriu-se, dentre outras informações, que mais de 90% das empresas usam e-mail para fazer sua gestão de contratos, e que os dois principais desafios dos gestores concentram-se no controle de prazos para contratação e integração das partes envolvidas. Além disso, verificou-se que as atividades administrativas do contrato ocupam cerca de 10% do tempo de sua vigência.
A segunda pesquisa conduzida pela ANGC focou empresas que responderam sobre seus contratos de TI e apontou como principais desafios o controle de SLA, sendo que: 
- 34% dessas empresas não faz qualquer controle dos SLAs de seus contratos.
- Mais de 75% delas não utiliza nenhuma metodologia para fazer a gestão de seus contratos.
Quando nos referimos à gestão de contratos precisamos lembrar da real motivação que faz com que as empresas avaliem as melhorias conseguidas através dessa forma de gerenciamento de ações. Tal gestão se traduz em práticas ou fatores de desempenho que podem ser encontrados em companhias líderes de mercado com padrão mundial.
Um dos modelos de gestão mais utilizados é o CLM – Contract Lifecycle Management, o qual tem seus processos de negócios e indicadores referenciados no CMBOK – NCMA.
Precisamos considerar o fato de que as empresas que decidem utilizar tais métodos modernos de gestão, tal como o método de Gestão Total de Qualidade (TQM – Total Quality Management), assim o fazem por saber que melhorias significativas em seus processos gerenciais aplicados em diversas áreas e departamentos que as compõem são, de fato, auferidas. Há credibilidade comprovada em sua adoção.
MODELOS DE GESTÃO
Surgem, no entanto, questões importantes no que diz respeito à conscientização e consequente convencimento de todas as empresas acerca do fato de que a gestão precisa acompanhar o dinamismo da vida atual:
Como fazer com que as empresas se conscientizem e mudem as práticas utilizadas atualmente para outras mais novas e mais eficazes?
Como trabalhar tal conscientização no sentido de manter os processos internos da empresa adequados ao novo ambiente externo que tem um dinamismo constante?
Como entender e explorar as novas possibilidades organizacionais trazidas pela evolução da Tecnologia da Informação - TI?
Estudiosos da Administração criaram modelos e métodos para que tal conscientização e implementação de um modelo de gestão atual por parte das empresas possa acontecer.
Listamos a seguir os sete itens que integram a estrutura de um processo bem desenhado e seus correspondentes objetivos:
- Atores: Regras necessárias para executar as atividades descritas no processo.
- Critérios de entrada: Condições que precisam ser atendidas antes que as atividades do processo se iniciem.
- Entrada: Documentos ou produtos que precisam estar disponíveis ou referenciados antes que as atividades do processo possam ter início (incluem-se aqui os contratos).
- Passos: Sequência passo a passo do processo.
- Saídas: Documentos ou produtos que serão produzidos pelas atividades do processo.
- Critérios de saída: Condições que existirão, tão logo o processo seja concluído.
- Medições: Qualquer medição que precisa ser coletada, uma vez que o processo seja completado.
FRAMEWORKS DE TRABALHO
Como já mencionamos anteriormente, tais modelos se baseiam em compilações feitas de outros processos de gestão que tenham registrado as melhores práticas e melhores resultados e, por isso, tornaram-se referências a serem seguidas. 
Essas melhores práticas geram, dentro de cada área específica, o que chamamos de frameworks de trabalho.
E por que devemos estudar esses frameworksquando falamos de gestão de contratos? A resposta é simples: em geral, todos esses frameworks abordam o tema de contratos, que está sempre relacionado às atividades empresariais.
Exemplos de frameworks
PMBOK - Project Management Base of Knowledge, destinado à área de Gestão de Projetos.
CMMI - Capability Maturity Model Integration, direcionado para fomentar o sucesso da gestão de Projetos no desenvolvimento de sistemas de informação;
ITIL - Information Technology Infrastructure Library, desenhado para atender a requisição de melhores práticas para gestão de operações e serviços de TI.
CMBOK - Contract Management Base of Knowledge, voltado especificamente para a gestão de contratos.
O modelo de gestão a ser seguido dependerá da análise e necessidade real, específica e imediata da empresa.
CICLO DE VIDA DOS CONTRATOS
CLM - Metodologia de gestão que trata do ciclo de vida dos contratos
É importante lembrar que, para melhorar o controle e o resultado de contratos de acordo com as novas dinâmicas empresariais, o gestor precisa repensar o modo como trabalha com tais documentos, desde o momento de sua criação, evoluindo para a fase de assinatura e culminando na fase de sua execução. 
O CLM envolve todo tipo de contrato, seja ele referente à aquisição, comercial, propriedade intelectual e outros. É claro que tal abrangência engloba os três tipos básicos de contratos mais usados em ambiente público ou privado, a saber:
- o contrato de preço fixo;
- o de custo reembolsável;
- o de tempo e material.
FASES DO CICLO DE VIDA DOS CONTRATOS
Fase Formal: abrange o período de sua requisição até a sua assinatura.
Fase de Execução: se dá após a assinatura do contrato até o seu encerramento.
Quantas e quais as etapas envolvidas nessas duas fases de vida do contrato?
- Definição: tratam das políticas da contratação, documentos constitucionais, alçadas e demais elementos que influenciam a criação do contrato.
- Pré Contratação: aqui são tratados os elementos preliminares ao contrato, tais como, requisição de produto/serviço, pesquisa de mercado, seleção do tipo de contrato e definição de estratégia de aquisição.
- Contratação: abrange atividades voltadas para se chegar à assinatura do contrato (preparação de requisições, avaliação de propostas, negociação, escolha de fornecedor, etc.
- Pré Execução: fase em que se dá a assinatura do contrato e aviso aos outros participantes sobre seu fechamento.
GESTÃO BEM SUCEDIDA
Se o modelo de gestão, que segue um framework de trabalho, e que está relacionado às capacidades organizacionais, for aplicado, os resultados de negócios serão bem sucedidos para fornecedores e vendedores de produtos, serviços e soluções integradas.
AULA 03
Falar a respeito de gestão de contratos implica muito mais do que o conhecimento acerca de suas vantagens. É preciso saber que ferramentas podem ser utilizadas para fazer tal gerenciamento de forma eficaz, e isso vai depender das reais necessidades da empresa, além de lembrar que o trabalho em equipe é algo de extrema importância para se obter sucesso nos negócios empreendidos. Ademais, o trabalho oferecido deve ser feito de forma rápida e eficiente.
Esse trabalho em conjunto ilustra a comunicação de processos que é determinante entre diversos setores internos da empresa, assim como também envolve terceirizados, notadamente na área de TI, que têm cada vez mais importância em termos de gestão eficiente. Esse serviço terceirizado contribui com sua expertise para a feitura de tarefas que demandam conhecimento especializado acerca de tarefas específicas para se obter melhoria de produtos / serviços oferecidos aos clientes, além de facilitar a forma de sua gestão.
Observar o mercado e as necessidades dos clientes, planejar, executar, gerenciar e monitorar são ações que demandam do gestor constante atualização, não somente de necessidades, mas também acerca de formas como tal trabalho pode ser feito de maneira mais organizada, rápida e eficiente.
Na aula anterior vimos os benefícios obtidos quando se adota na empresa um modelo de gestão de contratos. Hoje iremos observar quais ferramentas podem ser utilizadas para fazer tal gerenciamento de forma satisfatória.
Dentre as possíveis ferramentas ou recursos utilizados, destacamos três:
- A guarda física de documentos: objetiva manter contratos e outros documentos armazenados em conformidade com a legislação vigente e as políticas da empresa, além de permitir a utilização de recursos internos ou externos. Parece difícil de acreditar, mas, no Brasil, de acordo com o observado pela primeira pesquisa feita pela ANGC, são poucas as empresas que se preocupam com tal tipo de controle. De modo geral, tais documentos ficam guardados nas gavetas dos gestores, o que se mostra como uma prática que deve ser melhorada. É aconselhável que todos os profissionais envolvidos com contratos na empresa tenham visibilidade de seu portfólio de contratos, a fim de que possam acompanhar a gestão dos mesmos, assim como também saber sobre os possíveis riscos a eles associados.
- O sistema GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos): permite acesso a documentos no formato digital e as empresas de guarda física de documentos costumam fornecer esse recurso. A Microsoft oferece um programa chamado SharePoint, o qual apresenta funcionalidades de workflow adicional.
- O sistema SGC (Sistema de Gestão de Contratos): permite controlá-los desde o momento de sua criação até o recebimento/pagamento, demanda integração entre os sistemas da empresa e utiliza recursos como catalogação, controle de atividades / eventos e controle de acessos autorizados para permitir a aplicação de melhores práticas de gestão.
Pode ser considerado como aquele que permite um maior controle de documentos, além de proporcionar fácil localização e acesso por pesquisa despersonalizada (independe de uma pessoa específica), assim como também oferece rápido acesso à trilhas de auditoria.
As principais ferramentas utilizadas para uma melhor gestão de contratos são as seguintes:
Interface não transacional - usiness Intelligence – BI , datawarehouse e Intranet.
Interface transacional - ERP, BD Corporativo, Workflow, BD Eventos, BD Catálogo de Documentos e Gestão de Contratos.
É importante lembrar que quando o modelo CLM é aplicado na empresa, esta precisa ter todos os seus processos de negócios documentados e os Sistemas de Gestão utilizados devem apresentar total aderência a esses processos.
Outro ponto importante a ser destacado refere-se à colaboração que deve existir entre as várias áreas e profissionais que têm envolvimento com os contratos da empresa, além da conscientização acerca de suas responsabilidades. 
É preciso que tais agentes tenham ferramentas adequadas para fazer com que tal interação aconteça, de preferência com antecedência programada, o que pode acelerar o processo de negociação, ajudando a melhorar os níveis de fechamento de negócios na empresa.
Dependendo do Sistema adotado, o conhecimento acerca de eventos ou tarefas a serem executadas permite um controle real dos mesmos, promovendo maior eficácia às suas atribuições.
É preciso que tais agentes tenham ferramentas adequadas para fazer com que tal interação aconteça, de preferência com antecedência programada, o que pode acelerar o processo de negociação, ajudando a melhorar os níveis de fechamento de negócios na empresa.
Dependendo do Sistema adotado, o conhecimento acerca de eventos ou tarefas a serem executadas permite um controle real dos mesmos, promovendo maior eficácia às suas atribuições.
AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS – Workflow
Para que a gestão de contrato seja eficiente é preciso criar um sistema onde tenhamos atividades pré-definidas e departamentos envolvidos.
Tal prática faz com que todas as partes que têm participação no negócio tenham visibilidade acerca de tudo o que ocorre nesse processo, e, em consequência, haja uma melhoria considerável no tipo de atividade que seja proposta.
O registro de ocorrências feito acerca de tais eventos temmuita importância, uma vez que auxilia todos aqueles envolvidos no contrato para consulta e futuras negociações.
Podemos citar como exemplo para ilustrar tal workflow a elaboração de Rfx para aquisição de produto / serviço.
Nesse caso, a empresa precisa observar duas fases bem definidas (Planejamento da Contratação e Preparação para a Aquisição), cujos processos estão especificados em Gerência de Aquisições, antes de proceder à assinatura do contrato.
As descrições detalhadas sobre o conjunto de processos são encontradas no PMBOK, que gerencia projetos.
Toda essa organização sistematizada ocorre antes da assinatura do contrato e traz inúmeros benefícios para a empresa:
- Definição mais precisa acerca do produto / serviço a ser adquirido.
- Evitando desgastes internos e externos com vendedores envolvidos, além de evitar o retrabalho, que atrasa o bom andamento do processo.
- Redução no tempo de aquisição e assinatura do contrato.
- Permitindo o cumprimento de cronogramas de trabalho.
Toda essa organização sistematizada ocorre antes da assinatura do contrato e traz inúmeros benefícios para a empresa:
- Planejamento
- Execução
- Monitoração
- Controle
- Encerramento
Se o projeto de gestão segue tais processos, a garantia de sucesso é fato bem plausível de ocorrer!
DICAS PRÁTICAS 
PARA UMA BOA GESTÃO DE CONTRATOS NA EMPRESA
Algumas companhias de padrão mundial descobrem práticas inovadoras de gestão através do benchmark interno e externo e passam a utilizá-las para obter resultados melhores, principalmente no que se refere a gerenciamento de contratos empresariais. Conheça agora algumas sugestões oriundas dessas práticas:
- Utilize cláusulas contratuais de avaliação de condições de preço no mercado para evitar que ocorram mudanças indesejáveis de preços em contratos de longa duração.
- Utilize contratos de curta duração (de 6 meses a um ano), pois eles motivam o aumento da performance contratual baseada em competição mais frequente.
- Assuma um compromisso com um Programa de Desenvolvimento Profissional para Gestão de Contratos, pois tal prática requer colaboradores treinados, experientes e profissionais.
- Crie uma Metodologia de Gestão de Contratos que descreva um processo lógico, organizado e flexível, pela qual a empresa compra ou vende produtos / serviços. Detalhe as etapas requisitadas, as regras e as responsabilidades de todos os envolvidos.
- Utilize um sistema de Gestão de Contratos para, dentre outras coisas, reduzir o ciclo de tempo em seus processos de compra, cortar custos, aumentar produtividade e melhorar o serviço oferecido ao cliente.
- Simplifique os padrões de Termos e Condições Contratuais. Use textos menos longos, com linguagem clara, concisa e de fácil entendimento, para que as partes envolvidas no contrato o entendam sem problemas. Lembre-se de que um contrato difícil de entender pode, muitas vezes, ser empecilho para obter uma negociação bem sucedida.
- Desenvolva e mantenha uma Central de Conhecimento de Gerenciamento de Contratos, que pode incluir uma base de dados que seja fácil de usar e que esteja ao alcance de todas as pessoas. Tal base de dados deve estar focada nos grupos de interesse da empresa a fim de compartilhar informações e conceitos com os colegas.
- Para contratos de aquisição e comerciais, quando se fala em vendas, é preciso que haja profissionais gestores de contratos, que são experts no assunto.
Já para aquisição, é de extrema importância ter processos que comuniquem suas necessidades, selecionem fontes corretas, negociem um contrato bem sucedido e confirmem a entrega no tempo correto. Grupos de trabalho são essenciais para o sucesso do negócio.
As empresas precisam entender que o gerenciamento de contratos tem um aspecto crítico de integração da gestão do negócio, a fim de fazer com que as empresas atinjam suas metas de forma eficiente, além de promover uma melhor relação custo – benefício.
AULA 04 – CONTRATOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SUA GESTÃO
A terceirização consiste de um modelo de gestão em que a Administração Pública contrata serviços de terceiros, os quais, para serem aceitos, contratados e executados, precisam, anteriormente, passar por um processo de licitação.
É exatamente esse contrato que sucede a licitação que estudaremos nesta aula. 
Veremos a necessidade de se mostrar a sua importância para o interesse público, suas principais características e deliberações, suas cláusulas reguladas pelos preceitos de direito público e constataremos o fato de que é de extrema importância a atenção a ser dada à parte de execução e gestão desse contrato, uma vez que, quando se fala de contrato administrativo, devemos lembrar que é o dinheiro público que o financia, e, portanto, sua gestão é algo que interessa a todo cidadão, e como tal, precisa se dar de forma transparente.
LEI 8.666/93 – LEI DE LICITAÇÕES
Contrato é “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
O contrato administrativo é aquele firmado entre a Administração Pública e o particular, com a finalidade de regular a consecução de ações que apresentem objetivos de interesse público nas condições estabelecidas pela própria Administração.
É importante destacar que, no contrato administrativo, a vontade do contratante está sempre condicionada ao atendimento de interesse público.
Tais contratos são regulados pelas cláusulas e preceitos de direito público, e, de forma supletiva, também poderão ser a eles aplicados os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
OBRIGATORIEDADE NO CONTRATO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Nos casos em que:
- Se observam a concorrência, a tomada de preços e as dispensas e inexigibilidades, tem a Administração Pública a obrigatoriedade de firmar contratos para serviços prestados por terceiros;
- O contrato passa a ser facultativo, podendo ser substituído por uma carta contrato, uma nota de empenho de despesa, uma autorização de compra ou uma ordem de execução de serviço; 
- O contrato é dispensável: nos casos de compra com entrega imediata e integral em que não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. Nesse caso, a Administração Pública é que decide qual dentre os documentos citados acima vai substituir o contrato. 
CONTEÚDO DOS CONTRATOS
- O edital;
- O projeto ou termo de referência;
- Memórias / cálculos;
- Planilhas de custos;
- Cronogramas;
- Normas internas, que poderão ser expedidas pelos órgãos administrativos e publicadas na Imprensa Oficial.
É importante destacar que as cláusulas que constam do contrato devem ser claras, objetivas, devendo definir o objeto, os direitos, as obrigações, as responsabilidades das partes contratantes, os encargos, e observando, de modo especial, as cláusulas necessárias e acessórias.
Cláusulas Necessárias - Também chamadas de essenciais, são aquelas que definem o objeto e estabelecem as condições para sua execução, enquanto as cláusulas acessórias, também chamadas de secundárias, são aquelas que podem ser omitidas do contrato sem invalidá-lo.
Cláusulas Exorbitantes - São aquelas que, de acordo com a Lei 8.666/93, excedem do direito comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao contratado.
De acordo com Hely Lopes Meirelles, tal tipo de cláusula é absolutamente válida no contrato administrativo.
Como exemplos podemos citar as cláusulas que possibilitam a alteração e a rescisão unilateral do contrato, dentre outras.
MODIFICAÇÃO DE CONTRATOS
Modificação Unilateral dos Contratos Administrativos – Existem dois tipos de situações em que pode ocorrer a modificação unilateral:
- Modificação Qualitativa - Quando há modificação do projeto ou das especificações, com a finalidade de melhor adequação técnica de acordo com seus objetivos, ou seja, há uma modificação qualitativa, podendo também ocorrer variações de quantidade.- Modificação Quantitativa - Quando há alteração de valor contratual decorrente de acréscimos ou diminuições quantitativas do objeto.
Modificação do Contrato de Acordo entre as partes - As alterações contratuais por acordo das partes estão enumeradas no artigo 65, alíneas a – d do inciso II da Lei 8.666/93. 
As modificações no contrato elencadas na alínea d da lei supracitada ensejam a fundamentação do restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, que é um direito do contratado. 
Tal recomposição de preços nos contratos administrativos segue alguns institutos distintos, que são:
- Reequilíbrio - Tem como causas as decorrentes de fatos previsíveis ou imprevisíveis, porém de consequências incalculáveis, que retardam ou impedem a execução do contrato ou ainda decorrentes de caso fortuito, força maior ou fato de príncipe.   
- Repactuação - tem por objeto a prestação de serviços executados de forma contínua. Visa a adequação do contrato existente aos novos preços do mercado, e é sempre precedida de demonstração analítica do aumento dos custos, de acordo com a Planilha de Custos e Formação de Preços. A repactuação está fundamentada no artigo quinto do Decreto 2.271 / 1997. 
- Reajuste - Está fundamentado no inciso XI do artigo 40, inciso III do artigo 55 e parágrafo 8º do artigo 65 da Lei 8.666/93. Toda e qualquer alteração no valor original do contrato deverá ter como pré-requisito uma motivação fundamentada, seja acréscimo no seu quantitativo inicial, seja um reajuste no valor original.
RESCISÃO DE CONTRATOS
A professora Maria Sylvia Di Pietro divide as hipóteses em que a Administração Pública pode rescindir unilateralmente o contrato em quatro grupos distintos:
- 1º grupo - Se refere às situações relacionadas, dentre outras, à inexecução do contrato, à lentidão do seu cumprimento, a atrasos injustificados e paralisações atribuídas ao contratado.
- 2º grupo - Referem-se às situações decorrentes de circunstâncias que afetam a pessoa do contratado, tais como: a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; e a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato.
- 3º grupo - Refere-se às razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade administrativa a que está subordinado o contratante. 
- 4º grupo - Advém da ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada e que impede a execução do contrato. 
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Sanções somente são possíveis após a abertura de processo administrativo e depois de garantir prévia defesa à outra parte, e estão previstas nos artigos 86 a 88 da Lei 8.666/93, assim como também no artigo sétimo da Lei 10.520/02, no artigo 14, parágrafo único do Decreto 3.555/00 e artigos 21, parágrafo terceiro, e artigo 28, parágrafo único do Decreto 5.450/05.
As sanções são aplicáveis nos casos em que há a inexecução total ou parcial do contrato ou quando há atraso injustificado na execução do mesmo.
Tais sanções compreendem:
• Advertência;
• Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
• Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração por prazo de até dois anos;
• Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos da punição.
Nos casos de advertência, multa e suspensão temporária, tem competência para aplicar as sanções administrativas a autoridade competente (ordenador de despesa) ou a quem ele delegar. 
Já no caso de declaração de inidoneidade, a competência para aplicar as sanções é única e exclusivamente da autoridade máxima da instituição, como, por exemplo, o Ministro de Estado ou o Secretário Estadual ou Municipal. 
DURAÇÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
Corresponde à vigência dos respectivos créditos orçamentários, significando que terão vigência dentro do período de exercício financeiro, de 1º de janeiro a 31 de dezembro, obedecendo ao princípio da anualidade a que é submetido o orçamento público.
É importante ressaltar que não é possível haver um contrato administrativo com prazo de vigência indeterminado.
É possível haver prorrogação de Contratos Administrativos, de acordo com o que dispõe o artigo 57, inciso II da Lei 8.666/93.
Prevê-se tal prorrogação quando se trata de projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, e caso haja interesse da Administração para assim fazê-lo, desde que a possibilidade de prorrogação tenha sido prevista no ato convocatório.
Também é possível prorrogar o contrato quando este se referir à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, e que poderão ter sua duração prorrogada, com vistas à obtenção de preços e condições mais favoráveis para a Administração, limitada a sessenta meses.
A prorrogação do contrato também é possível quando há a referência de aluguel de equipamentos e a utilização de programas de informática, podendo se estender até o prazo máximo de 48 meses após o início da vigência do contrato. 
A prorrogação do Contrato Administrativo só é possível se:
- Houver previsão no Contrato de que ele poderá ser prorrogado;
- Houver a indicação de existência orçamentária suficiente para a cobertura da despesa;
- Existir a manifestação formal de interesse de prorrogação, tanto da parte da Administração Pública, quanto da parte contratada;
- Constar a comprovação de que tal prorrogação é vantajosa para a Administração, bem como a verificação da manutenção das condições habilitatórias; 
- Se todas as condições citadas acima forem efetivadas, a Administração faz uma Minuta de Termo Aditivo, e esta é analisada pelo Setor Jurídico, que aprovará a prorrogação. 
O contrato de serviços continuados poderá, em caráter excepcional, ser prorrogado por até mais doze meses após uma primeira prorrogação de 60 meses, se devidamente justificado e mediante autorização superior. 
Mas isso só é possível se ficar comprovado que tal necessidade de prorrogação não se deu devido à falta de planejamento ou desídia administrativa.
É necessária a demonstração de que todas as providências necessárias foram tomadas com prazo suficiente para a realização da licitação, antes do término da vigência do contrato que se encontra em vigor.
E o que vem a ser contrato emergencial?
Esse é um tipo de contrato administrativo que dispensa licitação, por se tratar de uma medida que tem de ser tomada rapidamente devido à falta de cobertura contratual dos serviços, de forma abrupta, serviços esse essenciais para o órgão e que demandam continuidade. 
Tal situação decorre da falta de acompanhamento do gestor/fiscal ou por razões da empresa contratada.
ALTERANDO CONTRATOS
Dependendo do tipo de alteração contratual, ela poderá usar o termo:
- Aditivo - Quando há alteração unilateral do contrato em que haja aumento de encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial através de aditamento, de acordo com o que dispõe o artigo 65, parágrafo 6º da Lei de Licitações.
- Apostilamento.
Parágrafo 8º do mesmo artigo - Nos é ensinado que “a variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previstos no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite de seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento”. 
É importante ressaltar que toda a prorrogação de prazo contratual tem que ser justificada por escrito, além de ser autorizada pela autoridade competente para celebrar tal documento.
GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS
Embora tenham significados distintos, as atribuições de gestor e fiscalizador se confundemna Gestão de Contratos na Administração Pública, e acabam por concentrar as duas funções em uma só pessoa.
No entanto, o Decreto 5.50/05, em seu parágrafo segundo, traz, de forma diferenciada, os procedimentos de gerenciamento e fiscalização, no Termo de Referência.
Segundo tal documento, o Gestor de Contratos é um Administrador e assume a responsabilidade da gestão do contrato solidariamente com o Ordenador de Despesas, o qual, de acordo com o artigo 80 do Decreto-lei 200/67, é o responsável pelos atos de gestão orçamentária, financeira, contábil e patrimonial, podendo responder civil e penalmente, de acordo com o que dispõe a Lei Orgânica 8.443/92 do TCU.
AULA 05 – CONTRATO DE COMPRA E VENDA
Nossa vida é permeada por várias situações que envolvem compra e / ou venda de bens ou serviços, por isso, é importante conhecermos as principais implicações que envolvem o contrato de compra e venda.
Nesta aula você verá as principais características e pressupostos de um contrato de compra e venda, quem tem capacidade e legitimidade para firmar esse tipo de contrato, além de conhecer as principais obrigações do vendedor e do comprador.
Você também terá uma sucinta exposição acerca de alguns tipos especiais de contratos que envolvem compra e venda.
O contrato de compra e venda tem importância social bastante significativa uma vez que se refere a um instrumento de circulação de bens e é um dos tipos de contrato mais frequentes em nossa sociedade.  
Por meio dele:
- O vendedor ou alienante se obriga a transferir a propriedade de uma coisa à outra parte contratante (comprador ou adquirente) e recebe, em contraprestação, determinada soma em dinheiro ou valor fiduciário equivalente;
A finalidade específica de tal tipo de contrato é a alienação de um bem.
A compra e venda pode ter como objeto:
- Uma coisa;
- Um direito (nesse caso, o contrato recebe o nome de cessão).
O conteúdo de um contrato de compra e venda é a transmissão da propriedade contra o pagamento do preço estipulado.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
- Bilateral - Nasce do acordo de vontades das partes que o integram e que têm, em consequência, obrigações específicas para o vendedor, a de entregar a coisa com o ânimo de transferir-lhe a propriedade, e para o comprador há a obrigação de pagar o preço pela coisa.
- Simplesmente Consensual - Nele basta o acordo de vontades sobre a coisa e o preço para que se torne perfeito e acabado. Não é necessária a entrega da coisa para sua perfeição. De acordo com Orlando Gomes, desse tipo de contrato deriva apenas a obrigação de entregar a coisa a que se refere tal contrato.
- Oneroso - Ambas as partes que o integram visam obter uma vantagem patrimonial. O vendedor perde a coisa, mas tem como proveito o recebimento do preço, e o comprador paga o preço estipulado, mas recebe a coisa a que se refere tal contrato e por qual pagou.
- De execução instantânea ou diferida - É contrato instantâneo, pois pode ter execução instantânea ou imediata, que é única, ocorrendo de uma só vez, com o cumprimento das obrigações se verificando imediatamente após sua perfeição ou pode ter execução diferida, quando as partes estipulam o parcelamento do valor da prestação ou adiem para momento futuro a execução do contrato.
- Comutativo - Além da equivalência entre o sacrifício e o proveito que ambas as partes contratantes experimentam, há a necessidade de haver a certeza com relação à prestação a que se comprometem as partes. Uma (a do vendedor) corresponde à outra (a do comprador), sem que qualquer das duas possa falhar, não importando se tais prestações equivalham objetivamente.
- Aleatório - Pode, ainda, ser aleatório, quando se admite que uma das prestações possa falhar, havendo, assim, a chance de ganho ou perda para cada uma das partes. São três as situações em que o contrato pode ser aleatório: quando se referir a coisas futuras, cujo risco de virem a não existir seja assumido pelo comprador (emptio spei); ou quando as coisas futuras têm risco de existir em qualquer quantidade, e tem a responsabilidade assumida pelo comprador (emptio rei speratae), ou ainda quando se referem a coisas existentes, mas que estejam expostas a riscos, os quais são assumidos pelo comprador.  
Pode-se ainda dizer que o contrato de compra e venda é solene, quando a venda tem por objeto um bem imóvel de certo valor, venda esta que só pode ser realizada mediante escritura pública.
Esse é o único caso em que o contrato de compra e venda requer forma especial para sua perfeição.
E quais as distinções entre o contrato de compra e venda, o de locação, o de empreitada, o de permuta, o da doação com encargo e o da dação em pagamento?
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de locação
1 – Quando a transferência de domínio é diferida para data afastada, depois que o preço tenha sido pago por anuidade (mas é venda) 
No primeiro caso, apesar de a aparência ser de locação, temos contrato de venda, pois neste há a intenção de transferir a propriedade da coisa, o que não ocorre com a locação.
2 – Quando a transferência do domínio recai numa coisa que é fruto ou produto de outra coisa.
No segundo caso, a distinção é mais difícil, principalmente quando o contrato concede o direito de perceber frutos. No entanto, se é assegurado o direito de extrair produtos, tem-se um caso de contrato de venda ou inominado, embora a utilização da coisa tenha sido concedida mediante locação.
Distinção entre o contrato de venda e o de empreitada
Na empreitada, o empreiteiro fornece os materiais. Se o preço dos materiais é superior ao valor do trabalho, o contrato será de venda. Se inferior, será de empreitada. Por exemplo, se o proprietário de um terreno se obriga a transferir sua propriedade depois de nele haver construído como é o caso da incorporação de edifícios de apartamentos, ter-se-á contrato de venda.
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de locação
As doações modais que têm encargos excessivamente onerosos equivalem-se à venda. No entanto, se o encargo for estabelecido em favor de terceiro ter-se-á um contrato de doação.
Distinção entre a compra e venda e a dação em pagamento
Apesar de a dação em pagamento ser regida pelas mesmas regras da compra e venda, com ela não se confundem, uma vez que ela supõe, necessariamente, uma obrigação preexistente, o que não ocorre na compra e venda.
Distinção entre a permuta ou troca e a compra e venda
Na troca ou permuta a contraprestação é composta por outro bem, e na compra e venda ela é composta por dinheiro (podendo ser composta também por dinheiro, em maior quantidade, e outro bem).
EFICÁCIA DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
O contrato de compra e venda opera a transferência de domínio ou gera apenas a obrigação de transmiti-lo?
O direito brasileiro atribui ao contrato de compra e venda apenas efeitos obrigacionais.
O artigo 108 do Código Civil diz que a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no país.
O Direito nacional não atribui ao contrato de compra e venda efeitos reais. No caso de bens imóveis, é necessário que haja a escritura e o registro de tal contrato.
CAPACIDADE E LEGITIMAÇÃO PARA FIRMAR CONTRATOS DE COMPRA E VENDA
A capacidade para o vendedor refere-se à sua capacidade, à sua possibilidade de alienar o bem, enquanto a capacidade do comprador refere-se à sua capacidade, possibilidade de se obrigar. (artigo 104, I do Código Civil)
A legitimação para ser parte de um contrato de compra e venda refere-se à  idoneidade para movimentar a relação processual, por ter interesse a ser protegido.
NÃO TÊM legitimidade para serem vendedores em um contrato de compra e venda, na venda de imóveis, sob pena de anulabilidade deste contrato, o: 
- Ascendente.
- Falido.
- Condômino de coisa indivisível.
- Marido sem outorga uxória.
- A mulher sem autorização do marido.
NÃO TÊM legitimidadepara serem compradores, ainda que em hasta pública, em contrato de compra e venda, sob pena de nulidade do contrato: 
Os tutores, os curadores, os testamenteiros e os administradores, com referência aos bens confiados à sua guarda e administração; os juízes, os auxiliares da Justiça, sobre bens litigados em juízo; os empregados públicos, com referência a bens que estejam sob sua administração direta ou indireta, e os leiloeiros e seus prepostos, com relação aos bens de cuja venda estejam eles encarregados. (artigo 497 do Código Civil).
NÃO TÊM legitimação para serem compradores ou vendedores:
Os cônjuges, com relação aos bens incluídos na comunhão conjugal, assim como também os mandatários, ou, por qualquer título, os representantes, com relação a contrato celebrado consigo mesmo ou em conflito de interesses com o representado, exceto se a lei ou o representado assim o permitirem.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
São três:
- O Bem - Em princípio, todas as coisas no comércio podem ser objeto de venda – os bens corpóreos e os incorpóreos, as coisas presentes e futuras, as próprias e as alheias. 
- O Preço - É a quantia que o comprador se obriga a pagar ao vendedor. Deve consistir em dinheiro, mas pode ser composto por algum outro bem, sendo que a quantidade em dinheiro deve-lhe ser sempre superior.
- Consenso entre as partes - Com relação ao consenso entre as partes, vemos que este se acha disciplinado nos artigos 481 e 482 do Código Civil. Deve ser dado por pessoas genericamente capazes e que têm legitimidade para tal ato. 
Em princípio, todas as coisas no comércio podem ser objeto de venda – os bens corpóreos e os incorpóreos, as coisas presentes e futuras, as próprias e as alheias.
OBRIGAÇÃO DAS PARTES
Vendedor: A obrigação principal do vendedor é a de entregar o bem, transferindo ao comprador a sua propriedade, garantindo-lhe a utilidade do bem e a real e efetiva disponibilidade sobre o mesmo. A entrega do bem (tradição) pode ser efetiva ou simbólica (entrega documental).
Comprador: A obrigação do comprador é a de pagar o preço, o que, geralmente, ocorre após o recebimento do bem. Tal pagamento também pode se dar antes do recebimento do bem, que, no caso de não ser a ele entregue, dá o direito de restituição do preço pago.
RISCOS 
Quando o vendedor não pode cumprir sua obrigação devido à força maior, fica-se na dúvida em saber se o comprador é obrigado ou não a pagar o preço. Os riscos a que nos referimos dizem respeito a determinar a parte que deve suportar as consequências de um caso fortuito.  
A regra geral é: os riscos correm por conta do vendedor quanto à coisa e por conta do comprador quanto ao preço. No entanto, tais disposições legais não são imperativas, podendo as partes adotarem outra regra.
Direito Pátrio: Estatui que, até o momento da tradição do bem, tais riscos correm por conta do vendedor. Desse modo, se o bem perece em razão de caso fortuito, antes de realizada a tradição, o vendedor perde o direito de exigir o pagamento do preço. Se já o tiver recebido, deve restituí-lo.
No entanto, os riscos correm por conta do comprador se:
- O bem tiver perecido depois que o mesmo tiver sido posto à sua disposição;
- Estiver o comprador em mora de receber o bem;
- Se o bem for expedido para lugar diverso, por ordem do comprador, a partir do momento da entrega de tal bem para o transportador.
Quando os riscos são suportados pelo comprador, fica ele obrigado a pagar o preço mesmo sem receber o bem.
MODALIDADES ESPECIAIS DE VENDA
Dependendo do tipo de bem a que estejamos nos referindo, as vendas podem particularizar-se em modalidades sujeitas a regras próprias.
Bens Imóveis - Destacam-se a venda ad corpus, a venda ad mensuram, a venda de coisa exclusiva e a venda de fração de condomínio.
Bens Móveis - Destacam-se as que se realizam à vista de amostras, protótipos ou modelos e a de venda contra documentos. Destacam-se ainda as vendas puras, as condicionais, as a prazo, as que se dão à prestações, entre outras. 
Venda Ad Corpus - A venda ad corpus é a que se faz sem a determinação da área do imóvel, ou estipulação do preço por medida de extensão. O bem é vendido como corpo certo, individualizado por suas características e confrontações.
Venda Ad Mensuram - Já na venda ad mensuram, a determinação da área do imóvel é elemento determinante da fixação do preço, explícita ou implicitamente.  A área é condição do preço quando este se estipula por medida de extensão.
Mas, por que é importante fazer essa distinção?
Na venda Ad Corpus o comprador não tem nenhuma pretensão se as dimensões do imóvel forem inferiores às que ele havia presumido.
Na venda Ad Mensuram deve haver exatidão com respeito às dimensões declaradas na escritura.
Caso haja divergência, o comprador pode exigir do vendedor que tal diferença seja completada. 
Se tal não for possível, pode o comprador resolver o contrato ou pedir abatimento proporcional do preço. (artigo 500 do Código Civil).
Venda de coisa indivisível - No que se refere à venda de coisa indivisível da parte ideal na fração de condômino, deve este oferecê-la aos outros condôminos, antes de fazê-lo a terceiros. Caso contrário, tal venda não terá efeito, se, por exemplo, um dos outros condôminos assim o arguir, por causa de seu direito de preferência.
Venda de bens móveis - Com respeito à venda de bens móveis por meio de vista de amostras, protótipos ou modelos, deve o bem ter rigorosa conformidade com eles. Caso contrário, o comprador pode enjeitar o bem e resolver a venda. (artigo 484 do Código Civil).
Venda Condicional - Deve-se observar o tipo de condição nela presente.
Venda Suspensiva - A propriedade da coisa só se transmite ao comprador quando ela for verificada.
Venda Resolutiva - O vendedor readquire a propriedade da coisa e fica obrigado a restituir o preço ao comprador quando tal condição for implementada. 
Venda que se dá por meio de Documentos - Outro tipo de venda bastante interessante é o que se dá por meio de (sobre) documentos. 
Nesta a tradição do bem é substituída pela entrega de documentos que comprovem a existência da mercadoria. O vendedor cumpre com sua obrigação principal quando entrega ao comprador os documentos (artigo 529 do Código Civil). 
Estando em ordem os documentos, o comprador não pode negar o pagamento.
Esta modalidade de contrato é muito comum nos contratos internacionais de importação e exportação, pois facilita muito o comércio à distância.

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