Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE DOURADOS CURSO DE ENFERMAGEM CAROLINE PAIS TOBIAS CRISTIANE CHAVES P. DA SILVA GABRIELLE CAROLINE FIRMO ILANA COFFACCI MEDEIROS ISABELLE IOSIF RODRIGUES CASO CLÍNICO: POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA DOURADOS/MS 2017 CAROLINE PAIS TOBIAS CRISTIANE CHAVES P. DA SILVA GABRIELLE CAROLINE FIRMO ILANA COFFACCI MEDEIROS ISABELLE IOSIF RODRIGUES CASO CLÍNICO: POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Trabalho apresentado ao curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, referente as políticas de assistência farmacêutica, sob orientação do Prof.° Dr. Rogério Dias Renovato. DOURADOS/MS 2017 SUMÁRIO P. 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................4 2. CASO CLÍNICO...............................................................................................5 3. DESENVOLVIMENTO.....................................................................................5 3.1 DEFINIÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E SEUS MARCOS...5 3.2 CICLO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA............................................6 3.3 COMPONENTES DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA...........................7 3.4 PROGRAMAS............................................................................................8 3.5 ACESSIBILIDADE AOS MEDICAMENTOS ENVOLVIDOS......................9 3.5.1 INSERÇÃO DOS MEDICAMENTOS NAS LISTAS E PROGRAMAS.......9 3.5.2 PLANO DE TRATAMENTO E GASTOS...................................................12 4. CONCLUSÃO................................................................................................16 5. REFLEXÃO EM GRUPO...............................................................................17 7. REFERÊNCIAS.............................................................................................18 4 1. INTRODUÇÃO Este trabalho retrata um primeiro contato com Assistência Farmacêutica, suas legislações e normas. Tem como objetivo trazer a realidade da população sobre o acesso aos fármacos e a disponibilidade destes, trazendo benefícios a uma parcela de pessoas que precisam da rede pública de saúde devido a condições financeiras e outros motivos. “A inclusão dos princípios defendidos pelo Movimento da Reforma Sanitária na atual Constituição Federal e na Lei Orgânica da Saúde garante como direito de todos e dever do Estado o acesso universal igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde, inclusive no que diz respeito à Assistência Farmacêutica. Esta, por sua vez, deve ser entendida como o conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico e outros profissionais de saúde, (...) tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional”. (Conselho Federal de Farmácia, 2010). Segundo o Ministério da Saúde a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, está voltada a promoção, proteção, recuperação da saúde e garantir princípios de integralidade, equidade e universalidade envolvendo setores públicos e privados do país, sendo esse conjunto de ações os quais dão manutenção aos serviços atendidos pela rede pública, qualificações, desenvolvimento, valorizações entre outros. O Sistema Único de Saúde (SUS) implementou algumas alterações na Assistência Farmacêutica, facilitando o acesso aos medicamentos de forma gratuita ou diminuindo custos e garantindo o produto a população abrangente. A Política Nacional de Medicamentos foi aprovada em 1998, definindo como funções e finalidade da Assistência farmacêutica apoiar as ações à população, o que inclui, o abastecimento de medicamentos com base na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais. (BRASIL, 1998) A relação nacional dos medicamentos (RENAME) serve de base no Brasil para a produção da lista de medicamentos a serem utilizados no nível estadual e municipal da atenção à saúde. O Ministério da saúde seleciona medicamentos de qualidade comprovada para tratar as principais doenças que existem no nosso país, e coloca na lista do RENAME. Os estados e municípios montam suas próprias listas, pois existem diferenças regionais. No nosso município temos a REMUME (Relação Municipal de Medicamentos Essenciais). 5 2. CASO CLÍNICO Usuário A.B.C. adscrito na E.S.F. 87, do bairro Uirapuru. Sexo masculino, casado, com ensino médio completo, funcionário público, 55 anos, 1,65m, 96 kg. Fatores de risco: sedentarismo, etilismo, histórico familiar de hipertensão e diabetes. Última verificação da pressão arterial há 30 dias, 150x90mmHg. Última verificação da glicemia capilar há 30 dias, 180mg/dl. Faz uso dos seguintes medicamentos: Xigduo XR (10/500), 1 comprimido de manhã; Natrilix SR 1,5mg, 1 comprimido de manhã; losartam 50mg, 1 comprimido de manhã, Nifedipina 20mg 1 vez ao dia. Pelo menos 1 vez por mês, utiliza ibuprofeno 600mg, 1 vez ao dia, por 3 dias para aliviar sua dor de coluna. Por conta própria, faz uso de Gingko biloba extrato seco 80mg comprimido, 2 vezes ao dia, e Targifor C – 1 comprimido efeverscente 1 vez ao dia. 3. DESENVOLVIMENTO 3.1 DEFINIÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E SEUS MARCOS A assistência farmacêutica é um aglomerado de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto coletiva como a individual, dispondo o medicamento como material essencial e visando o uso racional e o acesso. Este aglomerado envolve a produção dos medicamentos e insumos incluindo sua seleção a pesquisa, desenvolvimento, planejamento, compra, distribuição, prescrição, dispensação, responsabilidade pela qualidade dos produtos e serviços, supervisão e avaliação da sua consumação, na perspectiva da obtenção de resultados reais e do restauro da qualidade de vida da população. Caracterizada por ações articuladas entre si a organização da assistência farmacêutica são realizadas em uma ordem linear. Como dependem uma das outras, uma falha ou uma má execução de uma das fases influencia nas outras acarretando assim no comprometimento final dos resultados. De acordo com a Constituição de 1988, Lei 8080 art 6º, item d, definem assistência terapêutica integral e farmacêutica como: 6 II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados. 3.2 CICLO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA O ciclo da assistência farmacêutica é composto por 6 etapas, sendo elas, Seleção, Programação, Aquisição, Armazenamento,Distribuição, Dispensação. Seguindo respectivamente: I. Seleção é a etapa de escolha dos medicamentos seguros e eficazes, que não podem faltar numa determinada população, tendo como base as doenças prevalentes naquele local. O processo de seleção é feita pela CFT(Comissão de Farmácia e Terapêutica), envolvendo os profissionais de saúde (médicos, farmacêuticos, enfermeiros e dentistas) e estabelecendo normas e critérios para o seu funcionamento. II. Programação identifica as quantidades de medicamentos necessárias ao atendimento da demanda da população, para evitar compras e perdas desnecessárias, defini as prioridades dos medicamentos a serem adquiridos, possui influência direta sobre o abastecimento e o acesso ao medicamento. 7 III. Aquisição ocorre o processo da compra dos medicamentos estabelecidos na seleção e programação, mantendo o abastecimento de medicamentos em quantidade e qualidades adequados, sempre buscando o menor custo possível. IV. Armazenamento é a recepção/recebimento de medicamentos, estocagem, guarda de medicamentos, conservação de medicamentos e controle de estoque. V. Distribuição é uma atividade que consiste no suprimento de medicamentos às unidades de saúde, em quantidade, qualidade e tempo oportuno, para posterior dispensação à população usuária. VI. Dispensação o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação dos produtos. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) são aqueles medicamentos que satisfazem às necessidades de saúde da maioria da população, a um preço que eles e a comunidade possam pagar, é uma das estratégias da política de medicamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para promover o acesso, uso seguro, e racional de medicamentos 3.3 COMPONENTES DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA O custeio das ações de saúde é disposto em grupos conforme Portaria nº 204/GM de 29 de janeiro de 2007. A Assistência Farmacêutica compõe um desses grupos e se divide em três componentes: componente básico, componente estratégico da assistência farmacêutica e componente especializado. Define-se como componente básico medicamentos e insumos essenciais, com destinação a assistência de doenças e agravos mais predominantes, tendo como foco a atenção primária em saúde em nível 8 ambulatorial atendendo unidades básicas de saúde e programas tais como o programa de saúde da família. Componente estratégico da assistência farmacêutica são medicamentos destinados para o tratamento de epidemias e doenças endêmicas, tais como o tratamento do AIDS-HIV, hanseníase, tuberculose, malária, doença de Chagas e etc. E por fim o componente especializado que abrange a linha de medicamentos para assistência integral á saúde tendo como destino a linha de cuidados conforme a PCD que tem como objetivo estabelecer critérios de diagnóstico de cada doença, o resultado de tratamento das doenças com as doses adequadas e os processos para o acompanhamento clínico em relação a irrefutabilidade do tratamento e a verificação de possíveis efeitos adversos. Os PCDT têm também como objetivo criar meios que garantam uma prescrição eficaz e segura. Portanto no contexto do CEAF, os medicamentos devem ser dispensados para os pacientes que se encaixarem nos critérios estabelecidos pelo PCDT, contudo o componente especializado tem como âmbito a estratégia de controle da doença que se concentra no tratamento de seus portadores. 3.4 PROGRAMAS Programa Farmácia Popular e Saúde Não Tem Preço Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Programa Farmácia Popular do Brasil vem a ser uma iniciativa do Governo Federal que cumpre uma das principais diretrizes da Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Foi implantado por meio da Lei nº 10.858, de 13 de abril de 2004, que autoriza a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) a disponibilizar medicamentos mediante ressarcimento, e pelo Decreto nº 5.090, de 20 de maio de 2004, que regulamenta a Lei 10.858 e institui o Programa Farmácia Popular do Brasil. As unidades contam com 112 itens, entre medicamentos e preservativos masculino, que são disponibilizados pelo seu valor de custo ou seja 90% do valor de mercado é reduzido. O requisito para adquirir os medicamentos pelo programa é portar um documento com foto e o número do CPF e a receita 9 médica ou odontológica. É relevante dizer que apenas a Rede Própria aceita as receitas odontológicas. Em 09 de março de 2006 houve uma ampliação do Programa Farmácia Popular do Brasil, esse novo projeto foi denominado “Aqui Tem Farmácia Popular” e funciona com o propósito de levar benefício de conseguir medicamentos essenciais a mais pessoas, sendo possível graças à parceria do Governo Federal. Em junho de 2007 o quadro de medicamentos do “Aqui Tem Farmácia Popular” aumentou, incluindo agora os contraceptivos. Em fevereiro de 2010, foi incluído o Fosfato de Oseltamivir como medida de combate à Gripe A (H1N1). Em abril do mesmo ano, houve a inclusão da Insulina Regular para o tratamento da diabetes. Em outubro de 2010 o Programa passou a contar com medicamentos para o tratamento da hipertensão, sendo que em 2011 os medicamentos para tratamento de diabetes e hipertensão era gratuito para os usuários, surgindo assim uma campanha denominada “Saúde Não tem Preço” (SNTP). No dia 03 de fevereiro de 2011, a Portaria 184/2011 foi assinada, estabelecendo que a partir de 14 de fevereiro, as farmácias da Rede Própria, assim como aquelas credenciadas do “Aqui Tem Farmácia Popular” ofereceriam a gratuidade nos medicamentos para tratamento da hipertensão e diabetes. A partir de 04 de junho, o Ministério da Saúde, por meio da SNTP, passou a disponibilizar gratuitamente três medicamentos para tratamento da asma. Além desses o projeto oferece mais 11 itens, sendo medicamentos e fralda geriátrica, cujos preços são 90% mais baratos, utilizados no tratamento de rinite, mal de Parkinson, glaucoma, osteoporose e dislipidemia. O programa tem propósito de beneficiar uma parcela da população que procura o Sistema Único de Saúde (SUS), contudo tem dificuldades de prosseguir o tratamento medicamentoso devido ao valor dos medicamentos, tendo impacto positivo no bem-estar da população. 3.5 ACESSIBILIDADE AOS MEDICAMENTOS ENVOLVIDOS RELAÇÃO DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS PRESENTES NO CASO CLINÍCO. 10 MEDICAMENTO RENAME LISTA ESTADUAL REMUME AQUI TEM FARMACIA / SAÚDE NAO TEM PREÇO Xigduo XR X X X X Natrilix SR X X X X Losartam 50mg/comprimido 50mg/comprimido 50mg/comprimido 50mg/comprimido Nifedipina 10mg/comprimido, cápsula X 20mg/comprimido 20mg/comprimido Ibuprofeno 200mg,300mg,600 mg,50mg/ml- comprimido, suspensão oral. 200mg,300mg,600m g,50mg/ml- comprimido, suspensão oral. 300mg,600mg,50 mg/ml- comprimido, suspensão oral. 300mg / comprimido Gingko biloba X X X X Targifor C X X X X A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1988, p. 154). Partindo disto o acesso aos medicamentos essenciais tornam-se umas das estratégias de atenção e promoção à saúde além, de ser reconhecido comoindicador na garantia do direito a saúde pela Organização das Nações Unidas. Segundo Corey et al o Brasil tem passado por importantes transformações no âmbito da Assistência Farmacêutica nos últimos quarenta anos, desde a criação da Central de Medicamentos (CEME) no final da Ditadura Militar que representou um marco na utilização e no acesso de medicamentos pela população de menor poder aquisitivo, atuando em sua produção e distribuição estimulando assim a industria farmacêutica a pesquisa cientifica e tecnológica. Desse modo, a CEME iniciou a organização e a ampliação da Assistência Farmacêutica no Brasil, garantindo o abastecimento de medicamentos essenciais à população (Cosendey 2000; Oliveira et al., 2006). 11 O acesso a medicamentos essenciais constitui-se dos oito elementos da atenção primaria à saúde o que se tornou um dos fatores norteadores para a criação do RENAME sendo baseado nas recomendações da OMS levando em considerações, por exemplo, dados de eficácia, segurança de estudos clínicos, disponibilidade da forma farmacêutica. Visto como um elemento estratégico na politica de medicamentos o RENAME facilita a organização das listas estaduais (RESME) e municipais (REMUME), organizadas conforme patologias e agravos prevalentes de cada região. Segundo a PNM “integram o elenco de medicamentos essenciais àqueles produtos considerados básicos e indispensáveis para atender a maioria dos problemas de saúde da população”. O aspecto multidisciplinar da Assistência Farmacêutica é observado nas ações de suprimentos e de dispensação dos medicamentos da Farmácia Básica, cuja oferta deve estar localizada o mais perto possível da residência do cidadão (Marin et al., 2003). Os fatores que intervém na acessibilidade aos medicamentos descritos por Guerra Jr et al, podem ser desde geográficos onde os produtos podem ser adquiridos em uma distancia razoável, acesso imediato ou contínuo, onde estes medicamentos estejam disponíveis nos serviços de saúde e o acesso econômico, onde a disponibilidade esta diretamente relacionada as necessidades e demanda da população de maneira contínua. O usuário A.B.C utiliza sete medicamentos diferentes e tem acesso apenas a três dos quais , dois são para tratamento de HAS e um anti inflamatório ambos presentes no Programa Aqui Tem Farmácia Popular, Saúde Não Tem Preço e nas unidades de saúde. Vale ainda salientar que o paciente dispõe de diabetes tipo2 e faz uso de uma medicação relativamente nova no mercado e por isso não está presente na RENAME, REESME e REMUME assim como outros três medicamentos, tornando-se refém das patentes que geram um monopólio da indústria farmacêutica no acesso a medicamentos. É indiscutível o impacto no tocante a acessibilidade que o Programa Aqui tem Farmácia Popular, Saúde Não Tem Preço e até mesmo a criação dos genéricos, mas ainda sim faltam medicamentos fazendo com que o usuário do SUS tenha que comprar os medicamentos de que necessita causando gastos que interferem em sua qualidade de vida, outro fator importante é a 12 participação dos prescritores na adesão as listas municipais, segundo Dal Piazzol (2010) para aumentar a adesão a REMUME é necessário à participação de uma comissão multidisciplinar na atualização de medicamentos essenciais e divulgação aos prescritores além do abastecimento regular dos medicamentos nas farmácias caso não ocorra os riscos dos pacientes abandonarem os tratamentos por não ter condições de compra-los é grande, o Estado deixa assim de cumprir o seu dever. PLANO DE TRATAMENTO E GASTOS Através de tabelas, foi elaborado o plano de gastos no tratamento do paciente A.B.C, com as medicações necessárias no período de um mês, seguindo abaixo: Tabela 1 - Medicamentos utilizados pelo paciente, contendo os de referência, similares e genéricos. MEDICAMENTO Medicamento Referência Medicamento Similar Medicamento Genérico XIGDUO XR® 10/500mg Xigduo Xr® 10/500mg Não possui medicamentos similares. Não possui medicamentos genéricos. NATRILIX SR ® 1,5mg Segundo a lista da ANVISA, o medicamento referencia é Natrilix SR® 1,5mg Não possui medicamentos similares. Indapamida 1,5mg – Eurofarma Laboratório S.A IBUPROFENO Alivium®, Artril®, Motrim® Ibuprovil – Laboratório Multilab. Ibuprofeno – Prati Donaduzzi & Cia Ltda. NIFEDIPINA Adapamed® Neofedipina – Laboratório Neo química Nifedipina - LOSARTANA 50mg Córun® Losartol 13 TARGIFOR C® Targifor C® Não possui medicamentos similares. Não possui medicamentos genéricos. GINGKO BILOBA 80mg Segundo a lista da ANVISA, o medicamento referência é Teborim® Gigko Vital - Prati Donaduzzi & Cia Ltda. Gingko Biloba – Laboratório Farmacêutico Vitamed Ltda Tabela 2 – Valores dos medicamentos utilizados pelo paciente, contendo os de referência, similares e genéricos MEDICAMENTOS Medicamento de Referência Medicamento Similar Medicamento Genérico XIGDUO XR® 10/500mg – 30 comprimidos R$158,56 Não possui medicamento similar Não possui medicamento genérico NATRILIX SR ® 1,5mg – 30 comprimidos R$34,48 Não possui medicamento similar R$ 24,97 IBUPROFENO 600mg – 30 comprimidos R$30,50 R$ 34,02 R$ 18,98 NIFEDIPINA 20mg – 30 comprimidos R$ 77,00 R$ 14,81 R$ 6,00 LOSARTANA 50mg – 30 comprimidos. R$ 7,12 R$ 16,96 R$ 2,49 TARGIFOR C® 1g – 16 comprimidos efervescentes R$ 43,01 Não possui medicamento similar Não possui medicamento genérico GINGKO BILOBA 80mg – 30 comprimidos R$ 153,85 R$38,20 Não possui medicamento genérico Total em reais R$ 701,38 R$421,25 R$373,42 14 Utilizando como base o salário mínimo vigente no ano de 2017 que é R$937,00 (novecentos e trinta e sete reais). O usuário utilizaria 74,8% do valor do seu salário para comprar os medicamentos de referência, 44,95% com os medicamentos similares e por fim 39,85% com os medicamentos genéricos, os cálculos foram realizados de acordo com a disponibilidade na linha de similares e genéricos. Fica evidente o auto custo que este usuário terá para comprar todos os medicamentos necessários mesmo sendo a linha genérica que teoricamente é a mais em conta. De acordo com o site CAMPO GRANDE NEWS (Maio 2017) o valor da cesta básica é de R$412,19 (quatrocentos e doze reais e dezenove centavos), supondo que a única fonte de renda deste usuário seja o recebimento deste salário mínimo, torna-se extremamente complicado realizar a compra de seus medicamentos, mesmo que seja da linha de genéricos. Levando em consideração as necessidades básicas de alimentação e saúde humana, o consumo de uma cesta básica mensal e a compra dos medicamentos necessários, resultariam em um custo exacerbado, quando comparado ao valor da renda do usuário. Tabela 3 – Valores e diminuição de custos dos medicamentos adquiridos pelos programas sendo referência, similares e genéricos. MEDICAMENTOS Medicamento de Referência Medicamento Similar Medicamento Genérico XIGDUO XR® 10/500mg – 30 comprimidos R$158,56 Não possui medicamento similar Não possui medicamento genérico NATRILIX SR ® 1,5mg – 30 comprimidos R$34,48 Não possui medicamento similar R$ 24,97 IBUPROFENO 600mg – 30 comprimidos NÃO TEM CUSTO NÃO TEM CUSTO NÃO TEM CUSTONIFEDIPINA 20mg – 30 NÃO TEM CUSTO NÃO TEM CUSTO NÃO TEM CUSTO 15 comprimidos LOSARTANA 50mg – 30 comprimidos. NÃO TEM CUSTO NÃO TEM CUSTO NÃO TEM CUSTO TARGIFOR C® 1g – 16 comprimidos efervescentes R$ 43,01 Não possui medicamento similar Não possui medicamento genérico GINGKO BILOBA 80mg – 30 comprimidos R$ 153,85 R$38,20 Não possui medicamento genérico Total em reais R$ 586,76 R$ 355,46 R$ 345,95 Utilizando novamente como base o salário mínimo vigente no ano de 2017 que é igual (R$937,00). O usuário passaria a utilizar agora com os programas 62,62% do valor do seu salário para comprar os medicamentos de referência, 37,93% com os medicamentos similares e por fim 36,92% com os medicamentos genéricos, os cálculos foram realizados de acordo com a disponibilidade na linha de similares e genéricos. Fica evidente e se confirma novamente o auto custo para comprar todos os medicamentos necessários mesmo sendo a linha genérica – mais em conta - porém agora mostra uma discrepância de valores consideravelmente menor entre os medicamentos similares e genéricos, aumentando assim a opção de escolha entre ambos. Como foi citado anteriormente, o valor da cesta básica é R$412,19 (quatrocentos e doze reais e dezenove centavos), supondo que a única fonte de renda deste usuário seja o recebimento deste salário mínimo, torna-se extremamente complicado ainda realizar a compra de seus medicamentos, mesmo que seja da linha de similares ou genéricos. Levando em consideração as necessidades básicas de alimentação e saúde humana, o consumo de uma cesta básica mensal e a compra dos medicamentos necessários, resultariam em um custo exacerbado, quando comparado ao valor da renda do usuário. Nota-se a necessidade da inclusão de alguns medicamentos nos programas de fácil acesso para auxiliar na qualidade de vida de usuários de baixa renda como o paciente do caso clínico. 16 4. CONCLUSÃO Diante do que foi exposto as políticas públicas no que diz respeito à atenção primária a saúde e acesso a medicamentos o Brasil vem conseguindo avanços importantes, esbarrando apenas na insuficiência de recursos financeiros e na necessidade de capacitação de trabalhadores e gestores implicados no processo de Assistência Farmacêutica descrito por Oliveira , Assis e Barboni (2010). São notáveis os avanços significativos que a saúde publica brasileira obteve e as políticas criadas desde a CEME, SUS, PNM até a criação da RENAME e a Lei dos Genéricos contribuíram para o acesso a medicamentos, garantindo assim maior qualidade e expectativa de vida a população. Assim, garantir o acesso aos medicamentos considerados essenciais e, ainda, o seu uso racional são alguns dos aspectos que contribuem para a valorização e o aperfeiçoamento do serviço de Assistência Farmacêutica como estratégia peculiar da atenção básica à saúde (De Bernardi et al., 2006). A RENAME, REESME e REMUME são feitas de acordo com o perfil epidemiológico de doenças e permitem a distribuição de medicamentos gratuitos seja através do Programa Aqui Tem Farmácia Popular, Saúde Não Tem Preço no caso dos portadores de doenças não transmissíveis (DNT) ou disponibilizados nas unidades de saúde conforme REMUME, porém a falta e a limitação de medicamentos e a não adesão dos profissionais prescritores interferem diretamente na renda do usuário e na terapêutica, o obrigando a comprar da indústria farmacêutica privada para manter seu tratamento, dessa maneira o Estado deixa de cumprir o seu dever assegurado pela Constituição de 1988. No âmbito de saúde pública existe de fato o acesso aos medicamentos, porém ainda ha deficiências no sistema que precisam ser corrigidas, desde o investimento na produção nacional, constante atualização a nível municipal da REMUME e o abastecimento das farmácias presentes nas unidades de saúde que contribuem para maior acesso aos medicamentos que a população necessita. 17 5. REFLEXÃO EM GRUPO Para finalizar, nosso grupo achou o trabalho bastante cansativo devido as várias etapas de processo presente nele, porém é um exercício que para nós como futuros profissionais da saúde mostra a realidade de muitos indivíduos que tanto dependem da rede pública de saúde e dos programas para seu bem-estar. Trazer a realidade evidenciando todas as dificuldades e benefícios foi um ponto positivo, pois de certa forma ajuda na criação ética profissional, principalmente a tão conhecida empatia. “A enfermagem é conceituada como a arte de cuidar. Neste sentido, a empatia habilidade essencial do cuidar, constitui-se um componente fundamental do tratamento dispensado ao cliente. O conhecimento científico e a habilidade técnica do profissional enfermeiro são importantes, mas de pouco adiantará se este mesmo profissional não apresentar um bom relacionamento interpessoal, ser empático e assertivo. O desenvolvimento do sentimento de empatia pela equipe de enfermagem no atendimento à pessoa que está sendo assistida é de grande importância. Também da empatia depende o sucesso do tratamento da pessoa, pois a mesmatem efeito terapêutico. ” (TAKAKI; SANT’ANA, 2004) Particularmente consideramos a UEMS, uma faculdade que tem o lado humanizado, segue exemplo da nossa grade curricular que possui muitas matérias voltadas para o lado reflexivo e humano do nosso mundo prático em Hospitais, Unidades Básicas entre outros. Notamos que o nosso paciente, possui um salário regrado e curto para suas necessidades, onde refletimos que muitas vezes as pessoas podem não levar a sério, abandonar o tratamento ou fazer de maneira errada pelos altos custos, que talvez a pessoa deve abrir mão de lazer ou até mesmo de algumas necessidades para se ajustar nos gastos com saúde e subsidio. 18 6. REFERÊNCIAS ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA: Instruções técnicas para a sua organização. Brasília: Ministério da Saúde Secretaria de Políticas de Saúde, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd03_15.pdf>. Acesso em: 19 maio. 2017. BOING, Alexandra Crispim et al.Acesso a medicamentos no setor público: análise de usuários do Sistema Único de Saúde no Brasil. Cad. Saúde Pública [online]. 2013, vol.29, n.4, pp.691-701. ISSN 1678-4464. Disponivel em:<http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2013000400007> acesso em 27/05/2017. Cosendey MAE, Bermudez JAZ, Reis ALA, Silva HF, Oliveira MA, Luiza VL. Assistência farmacêutica na atenção básica de saúde: a experiência de três estados brasileiros. Cad. Saúde Pública. 2000; 16(1):171-82. DAL PIZZOL, Tatiane da Silva et al.Adesão a listas de medicamentos essenciais em municípios de três estados brasileiros. Cad. Saúde Pública [online]. 2010, vol.26, n.4, pp.827-836. ISSN 1678-4464. Disponível em:<http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2010000400024 >acesso em 25/05/2017 GUERRA JR, Augusto Afonso et al.Disponibilidade de medicamentos essenciais em duas regiões de Minas Gerais, Brasil. Rev Panam Salud Publica [online]. 2004, vol.15, n.3, pp.168-175. ISSN 1680-5348. Disponivel em:<http://dx.doi.org/10.1590/S1020-49892004000300005> acesso em 26/05/2017 Hogerzeil HV, Mirza Z. The world medicines situation 2011: access to essential medicines as part of the right to health. Geneva: World Health Organization; 2011. OLIVEIRA, Luciane Cristina Feltrin de; ASSIS, Marluce Maria Araújo and BARBONI, André René.Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde: da Política Nacional de Medicamentos à Atenção Básica à Saúde. Ciênc. saúde coletiva[online]. 2010, vol.15, suppl.3, pp.3561-3567. ISSN 1413-8123. Disponivel em: < http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000900031> acesso em 27/05/2017. 19 RENOVATO, R.D. O uso de medicamentos no Brasil: uma revisão crítica. Revista Brasileira de Farmácia, v.89, n.1, p.64-69, 2008. Disponível em: <http://www.rbfarma.org.br/files/pag_64a69_uso_medicamentos.pdf>. Acesso em: 17 de maio de 2016, às 24 horas. TAKAKI, Maria Harue; SANT’ANA, Débora de Mello Gonçalves. A EMPATIA COMO ESSÊNCIA NO CUIDADO PRESTADO AO CLIENTE PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE. Cogitare Enfermagem, [s.l.], v. 9, n. 1, p.79-83, 30 jun. 2004. Universidade Federal do Parana. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/1708>. Acesso em: 29 maio 2017.
Compartilhar