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RESENHA Sobre as origens e o desenvolvimento do Estado Moderno no Ocidente Florenzano

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Universidade Federal de Minas Gerais 
Faculdade de Ciências Econômicas
Disciplina: Estado, Economia e Relações Internacionais.
Docente: Bernardo Campolina
Discente: Talyta Christiane Marques Pinto
Resenha: “Sobre as origens e o desenvolvimento do Estado Moderno no Ocidente” – Modesto Florenzano
	O autor Modesto Florenzano em seu texto “Sobre as origens e o desenvolvimento do Estado Moderno no Ocidente” aborda como se deu o processo da passagem de um Estado Absolutista a um Estado Moderno, como outros autores analisaram esse processo e suas origens, procurando debater suas ideias e enfatizando acontecimentos históricos que contribuíram para o ocorrido, colocando em questão alguns dilemas que serão expostos adiante.
	Florenzano antes de tudo traz uma concepção de Estado no século XX, tendo como base principalmente as ideias de Weber entre outros autores, com isso trata este como “entidade política, com uma ‘Constituição’ racionalmente redigida, um Direito racionalmente ordenado, e uma administração orientada por regras, as leis, e administrado por funcionários específicos”. 
	Dá-se a entender que Florenzano enfatiza o Estado como além de ser uma instituição, deve-se levar em conta a relação entre os agentes e classes que o compõem (quando cita Marx-Engels e sua visão e que vieram a ser estudados e retratados por Mousnier e Hartung mais tarde), sendo importante assim em suas palavras: “cultuar os valores políticos que privilegiaram a unidade estatal nacional, a consciência daquela unidade coletiva que é o povo ou nação.”.
	A questão de sua origem e desenvolvimento destacada no texto encontra-se na historiografia entre o século XIX e começo do XX, havendo alguns dilemas, pois os autores tiveram dificuldades e divergências sobre o seu advento, há uma confusão acerca da questão do sentimento nacional e da nacionalidade, que poderiam ser uma das suas características. 
A dificuldade em conceituar onde se dá o fim do Estado Absolutista e o começo do Estado Moderno, é um dos principais pontos debatidos. Os historiadores como já citado, não entram em consenso, uns se falam em meados do século XVI, outros XVII e outros adiantam ao século XV, ligando-o aos Estados Italianos, confundindo os termos e às vezes os juntando no tempo, alguns os intitulando de Estados ou Monarquia Moderna e outros em Estados ou Monarquias de Estados. Florenzano já incorpora aí que seriam “[...] órgãos representativos das diversas ordens ou camadas sociais do reino, cuja ordem é obscura e cujos nomes variam de um lugar para outro”.
Mousnier e Hartung estudiosos do tema absolutismo, o colocam como poder despótico, com uma visão marcada pelo liberalismo no século XX, contrastando com a visão do século XIX. Norbert Elias já falava do aspecto forte e inovador e do seu papel disciplinador e civilizador, mostrando que o absolutismo teve então uma grande influência para o pontapé inicial do Estado Moderno.
 Já Burckhardt deixando para trás (pelo menos enfatizando menos) a questão Estado Absolutista x Estado Moderno, põe em relevância o cenário político italiano renascentista e daí vem a especulação do Estado Moderno ter surgido na Itália.
	Na época do renascimento italiano, a cultura, os estudos das humanidades (principalmente do direito) foram colocadas em importância (incentivando um conhecimento científico sobre política), assim como o dinamismo econômico, a riqueza, as inovações na “arte da guerra” e nas atividades diplomáticas (diplomacia permanente) que também foram outros fatores influentes para uma nova estrutura estatal.
	O autor concorda em partes com Hobbes, que “o Estado funciona máquina e que é algo externo ao tecido social, as inovações que ocorrem nos seus aparatos e na técnica de governar podem, podem, portanto, ser facilmente imitadas e importadas” e com Mateucci de que essas inovações poderiam ser paradigmas à outros países como a Espanha e França (muito citada no texto). Mas, além disso, para Florenzano o Estado Moderno também surge da luta de classes, do conflito político. 
É colocado em questão se já existia nessa época tanto na Itália como na Europa,
o patriotismo ou um sentimento nacional que também seria levado em conta por alguns historiadores como influência do surgimento do Estado Moderno e a resposta é não para o autor que cita Chambot e justifica dizendo que a religião era um fator maior que ainda movimentava o idealismo dos homens e não um nacionalismo ou patriotismo nacional, chagando a conclusão que o Estado Moderno começou mas não se efetivou na Itália e de que não haveria uma distinção entre a palavra Estado e Governo, por isso sendo difícil a conceituação e sua aplicação.
	A discussão do surgimento e a distinção entre Estado Moderno e Absolutista é complexa, o que pode ser questionado é que se realmente há uma distinção ou uma aplicação errônea da palavra Estado na História, ou se dá apenas pela característica política e do papel que é determinante dos agentes sociais no Estado Moderno.

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