Buscar

Manual de direito comercial

Prévia do material em texto

MANUAL DE
DIREITO COMERCIAL
Fátima Gomes
Professora da Faculdade de Direito
Universidade Católica Portuguesa
NOTA PRÉVIA
O presente Manual foi escrito como elemento de apoio ao estudo da 
disciplina de Direito Comercial, integrante do plano de estudos do 1.º 
ciclo (Licenciatura), 7.º semestre, da Escola de Lisboa da Faculdade de 
Direito da Universidade Católica Portuguesa, com uma primeira ver-
são disponibilizada aos alunos, na forma de documento electrónico, no 
ano lectivo 2011-2012, ano em que, pela primeira vez, fui encarregada 
da regência.
Perspectivando-se a necessidade de aprofundar e desenvolver o traba-
lho iniciado, na mesma óptica e com o mesmo sentido didáctico, optou-
-se por proceder à edição do texto em formato tradicional, que agora se 
divulga publicamente.
O sentido pretendido é manifestamente o de colocar à disposição dos 
estudantes um texto global do programa da disciplina, com um carácter 
introdutório e de fácil leitura. Atendendo a esta finalidade, o texto é ilus-
trado com quadros, esquemas e outros instrumentos considerados úteis. 
Em alguns pontos do discurso, em função do interesse do destinatário, 
são sugeridas investigações adicionais, através de sugestões de aprofun-
damento temático.
Pelos motivos expostos, não se encontra no texto citação ou indica-
ção de toda a bibliografia disponível, em termos nacionais, mas apenas 
algumas referências tidas por mais ilustrativas, fundadas numa escolha 
naturalmente subjectiva da autora, da sua inteira responsabilidade, 
MANUAL DE DIREITO COMERCIAL6
e que não pressupõe nenhum juízo relativamente às diversas e importan-
tes obras doutrinais disponíveis sobre os temas versados. Todas as obras 
são elemento relevante de estudo e aprofundamento dos problemas ju-
rídicos que devem ser atendidas pelos interessados, em complemento do 
texto que aqui se apresenta.
O texto deste Manual não se encontra ainda completo, em face do 
programa da disciplina adoptado e disponibilizado no sítio informático 
da Escola, o qual contém uma parte que é apenas versada em aula prática, 
e sobre o qual não faremos quaisquer considerações neste texto: trata-se 
do relevantíssimo tema dos contratos comerciais, relativamente ao qual a 
bibliografia nacional existente nos parece perfeitamente adequada, pelo 
menos neste momento, para os fins pretendidos – um primeiro contacto 
com o tema, sendo objecto de estudo específico em outras disciplinas ofe-
recidas nos planos curriculares da escola, muito em especial, nos diversos 
programas de Mestrado, para os quais se remete.
O presente Manual é tributário do estudo e ensino da matéria versa-
da, à qual me tenho dedicado há mais de vinte anos, fundada num esque-
ma de compreensão que muito deve aos ensinamentos do Dr. Evaristo 
Mendes, meu amigo e mestre, a quem devo o enorme agradecimento 
pelo facto de, no ano de 1990, me ter estendido a mão e aberto o cami-
nho para o estudo mais profundo e o ensino do Direito Comercial (atra-
vés de um telefonema memorável – para mim – em que me convidou a 
ser sua monitora na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 
na altura em que era responsável pela regência da disciplina). São me-
recedores de idênticos agradecimentos vários membros da nossa Escola, 
dos quais destaco apenas os que têm estado relacionados com a área do 
Direito Comercial: Prof. Paulo Sendin, Prof. Pessoa Jorge, Prof. Engrácia 
Antunes e Prof. Paulo Olavo Cunha.
Lisboa, Junho de 2012
ÍNDICE
Nota Prévia 5
Abreviaturas 7
PARTE I
QUESTõES INTRODUTóRIAS E TRANSVERSAIS
§ I – INTRODUçãO AO DIREITO COMERCIAL
1. Surgimento e evolução histórica 9
2. Autonomia substancial vs. 
 autonomia formal/autonomia didáctica 17
3. O comércio em sentido económico e em sentido jurídico 
 e o âmbito do Direito Comercial 22
4. Direito Comercial como Direito da Empresa Comercial 26
5. Posição do legislador português 
 (visão através das posições doutrinais) 27
6. Posição adoptada neste curso 30
7. Unificação do Direito Comercial com o Direito Civil 31
§ II – FONTES DO DIREITO COMERCIAL
8. Fontes nacionais ou internas 33
 8.1. CRP 33 
 8.2. Infra-constitucionais 34
 8.2.1. Lei 34
 8.2.2. Usos e costumes 36
 8.2.3. Jurisprudência 37
 8.2.4. Doutrina 37
9. Fontes Internacionais 37
10. Critérios de interpretação e integração de lacunas 38
11. Aplicação das leis no tempo e no espaço 39
§ III – QUALIFICAçãO: ACTOS DE COMéRCIO
12. Qualificação e âmbito do Direito Comercial 41
13. Actos de comércio e Teoria dos Actos de Comércio 42
§ IV – QUALIFICAçãO: EMPRESA COMERCIAL COMO
REALIDADE CENTRAL DO DIREITO COMERCIAL
14. Conceito de Empresa 57
MANUAL DE DIREITO COMERCIAL286
15. Importância da noção de empresa comercial 60
16. Prevalência do exercício colectivo 
 sob a forma de sociedade comercial 61
17. Actividades económicas comerciais de carácter empresarial 63
18. Empresa como bem jurídico 67
19. Teoria Jurídica da Empresa 68
§ V – SUJEITOS DO DIREITO COMERCIAL: 
COMERCIANTE E EMPRESáRIO MERCANTIL
20. Pessoas ou entidades que podem ser qualificadas como tais 73
21. Requisitos para se adquirir a qualidade de comerciante 74
22. Estatuto típico do comerciante ou empresário 86
 22.1. Perspectiva activa 86
 22.2. Perspectiva passiva 86
 22.2.1. Obrigação de adoptar firma 86
 22.2.2. Obrigação de ter escrituração mercantil 94
 22.2.3. Obrigação de prestar contas e dar balanço dos negócios 95
 22.2.4. Obrigação de realizar registo comercial 97
 22.2.5. Obrigação de apresentação à insolvência 100
 22.2.6. Sujeição ao regime do art.º 15.º – dívidas comerciais 108
§ VI – REgIME COMUM DOS ACTOS DE COMéRCIO 
E DAS ACTIVIDADES COMERCIAIS
23. Forma e prova 112
 23.1. Princípio do consensualismo 112
 23.2. Princípio da livre admissibilidade de todos 
 os meios probatórios 112
 23.3. Regras adicionais 113
 23.4. Regime do empréstimo e penhor mercantil 115
24. Conteúdo e efeitos 116
 24.1. Solidariedade 116
 24.2. Onerosidade 117
 24.3. Regime de prescrição de obrigações comerciais 126
 24.4. Jurisdição comercial 126
§ VII – ESTRUTURAS JURÍDICAS DA EMPRESA
25. Introdução 129
26. Empresa singular 132
27. Empresa colectiva 135
287Índice
 27.1. Sociedade comercial 135
 27.2. Cooperativa 141
 27.3. ACE 144
 27.4. AEIE 147
 27.5. Empresa pública e do sector público 148
 27.6. Sociedade Anónima Europeia 
 e Sociedade Privada Europeia 151
28. Empresa de grupo 153
§ VIII – COOPERAçãO EMPRESARIAL
29. Cooperação entre empresas sem criação 
 de entidade personificada 161 
 29.1. Consórcio 162 
 29.2. Associação em Participação 164
30. Cooperação entre empresas com criação 
 de entidade personificada 171
 30.1. Através da Sociedade 171
 30.2. Através ACE (remissão) 172
 30.3. Através AEIE (remissão) 172
 
§ IX – TRANSMISSãO DA EMPRESA
31. Transmissão directa 174
 31.1. Trespasse da empresa 174
 31.2. Locação de empresa 176
 31.3. Outras formas 177
32. Transmissão indirecta 177
 32.1. Share deal 177
 32.2. Reestruturação da sociedade comercial 180
33. Transmissão da empresa em processo de insolvência 181
34. O regime da transmissão 182
 34.1. Trespasse 182
 34.2. Locoção 184
 34.3. Share deals 185
35. Objecto da entrega 185
36. Obrigações e direitos das partes 189
37. Regras especiais de outros ramos 193
 37.1. Direito Fiscal 193
 37.2. Direito Laboral 193
 37.3. Direito Concorrencial 195
MANUAL DE DIREITO COMERCIAL288
PARTE II
REgIMES COMERCIAIS COMPLEMENTARES
§ I – TÍTULOS DE CRéDITO
38. Introdução. Noção ampla e restrita de título de crédito 198
39. Noção. Características. Tipos 202
40. Ponto de ordem 209
41. Letra de Câmbio 210
 41.1. Generalidades 210
 41.2. Requisitos 214
 41.3. Negócios Jurídicos Cambiários 218
 41.3.1. Saque 218
 41.3.2. Aceite 220
 41.3.3. Endosso 221
 41.3.4. Circulação: normale de regresso 223
 41.3.4.1. Circulação normal 223
 41.3.4.2. Circulação de regresso 225
 41.3.5. Traços comuns ao saque e endosso: 
 garantias legais de resultado 230
 41.4. Vicissitudes das Obrigações Cambiárias 234
 41.4.1. Regime do art.º 16.º 234
 41.4.2. Regime do art.º 40.º, III 238
 41.4.3. Outras tutelas cambiárias 239
 41.5. Prescrição 241
 41.6. Aval 242
 41.6.1. Como garantia voluntária 242
 41.6.2. (Des)necessidade de protesto para demandar
 avalista do aceitante 243
 41.6.3. Princípio da independência do aval 244
 41.6.4. Prescrição da obrigação do avalista 244 
 41.6.5. Aval presumido e aval real 245
42. Livrança 247
 42.1. Noção 247
 42.2. Regime 247
43. O Cheque 248
 43.1. Noção 248
 43.2. Regime 249
44. Outros títulos de crédito. Remissão 252
289Índice
§ II – VALORES MOBILIáRIOS
45. Caracterização geral. Principais espécies. 
 Função socioeconómica 253
46. Títulos de crédito e valores mobiliários 256
47. Regime dos valores mobiliários titulados 256
 47.1. Títulos ao portador 256
 47.2. Títulos nominativos 257
48. Valores mobiliários escriturais 257
49. Regime dos valores mobiliários e equiparados a escriturais 258
50. Particularidades do regime “geral” dos valores mobiliários 258
§ III – SINAIS DISTINTIVOS DO COMéRCIO E DIREITOS 
DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL RELATIVOS À EMPRESA
51. Noções introdutórias 259
 51.1. Modo de operar da protecção do DPI e âmbito 
 da protecção 261
 51.2. Protecção da função identificadora/
 individualizadora/publicitária 262
 51.3. Protecção que visa fomentar o progresso técnico 265
 51.4. Tipologia dos direitos conferidos (regra) 265
52. Concorrência desleal 266 
§ IV – DIREITO DA CONCORRÊNCIA
53. Introdução 269
54. Lei de Defesa da Concorrência (LDC) 270
 54.1. Comportamentos Proibidos 271
 54.1.1. Acordos, decisões e práticas concertadas restritivas
 da concorrência 271 
 54.1.2. Abusos de posição dominante 272
 54.1.3. Abuso de dependência económica 273
 54.2. Controlo prévio das concentrações económicas 273
 54.3. Auxílios Públicos 275
55. Direito Europeu da Concorrência 275
§ V – CONTRATOS COMERCIAIS
(matéria a versar em aulas práticas) 
Bibliografia 279

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes