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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RUBEM, (nacionalidade), (estado civil), médico, portador da Cédula de Identidade n. __, inscrito no CPF sob n. __, residente e domiciliado no endereço __, por seu advogado (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal, e na Lei 12.016/09, impetrar MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR em face do ato coator praticado pelo Ministro de Estado da Saúde, com base nas razões de fato e de direito a seguir aduzidas. I – DOS FATOS Foi expedido mandado de prisão preventiva contra o impetrante Rubem, médico pertencente ao quadro de pessoal do Ministério da Saúde. Por considerar ilegal a referida medida, Rubem furtou-se ao seu cumprimento e deixou de comparecer ao seu local de trabalho durante mais de quarenta dias consecutivos. Após esse período. Tendo sido concedido “habeas corpus” em seu favor, o médico retornou ao exercício regular de suas funções laborais. O Ministro de Estado da Saúde instaurou processo administrativo disciplinar para apurar suposta irregularidade na conduta de Rubem, relativa a abandono de cargo. Na portaria de instauração do processo, optou-se pelo rito sumário, tendo sido designados para compor a comissão disciplinar, como membro e presidente, dois servidores federais estáveis ocupantes do cargo de agente administrativo, ambos com escolaridade de nível superior. Foram indicadas, também, a autoria e a materialidade do fato tido como irregular. Três dias após a publicação da portaria, o servidor foi indiciado por violação ao art. 138, c/c o art. 132, II, ambos da Lei n. 8.112/90, e, posteriormente, citado para a apresentação de defesa no prazo de cinco dias. Na peça de defesa, o então advogado do servidor, em pedido administrativo, postulou a oitiva de testemunhas, aduzindo que estas comprovariam que a ausência do acusado ao local de trabalho fora motivada por seu entendimento de que a ordem de prisão seria ilegal e que, tão logo afastada a ordem, o médico retornara às suas atividades. O presidente da comissão de processo administrativo disciplinar indeferiu o pedido de produção de prova testemunhal, considerando-o impertinente, sob o argumento de que o rito escolhido pela autoridade instauradora prevê instrução sumária, sem a possibilidade de produção de prova, nos termos do art. 133, inciso II, da Lei n. 8.112/90. No relatório final, sugeriu-se a demissão do servidor, com fulcro nos artigos citados na peça de indiciamento, tendo sido a sugestão acolhida pelo ministro da Saúde. A portaria de demissão por abandono de cargo, assinada há cinco meses, foi publicada no Diário Oficial da União há três meses. II – DO DIREITO Consoante o disposto no artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal, bem como o artigo 1º da Lei 12,016/09, o Mandado de Segurança é um remédio constitucional com o fito de assegurar, proteger direito líquido e certo contra atos arbitrários praticados por autoridades públicas. Tal medida não comporta dilação probatória, devendo assim o impetrante instruir de logo. O impetrante, conforme dito alhures, fora processado na via administrativa, pelo o rito sumário (art. 133 da Lei n. 8.112/90), por ter supostamente abandonado o cargo com o propósito de não retornar, infração esta definida no art. 138 e cuja sanção aplicável é a de demissão (art. 132, II, da Lei 8.112/90). Porém, o referido processo administrativo disciplinar, ainda que pudesse seguir o processo sumário, o artigo 140 dispõe que esse processo – respeitando o contraditório e a ampla defesa – será aplicado no caso de inassiduidade habitual. Ou seja, houve indubitável cerceamento de defesa, eis que a produção de prova testemunhal, indispensável ao exercício do direito de defesa, fora indeferida. De acordo com o processo disciplinar, a que tem o impetrante direito líquido e certo a ser submetido, permite-se a produção de provas durante sua instrução. Assim, a oitiva das testemunhas restará assegurada à defesa do impetrante, em sendo futuramente seguido. Ademais, cumpre observar conforme o disposto no artigo 149, o processo disciplinar deve ser conduzido por uma comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, o que não foi observado no caso. Ou seja, o ato de demissão é manifestamente nulo. III – DA CONCESSÃO DE LIMINAR No caso em apreço, ambos os requisitos para a concessão da liminar estão cristalinamente presentes. O “fumus boni iuris” está presente, posto ser direito de o impetrante ser submetido a julgamento no âmbito administrativo com a observância do devido processo legal e da ampla defesa. Quanto ao “periculum in mora”, também se mostra presente, eis que a remuneração advinda do serviço público tem natureza alimentar inquestionável (importante fonte de renda familiar). Presentes os dois requisitos legais, o Impetrante faz jus à concessão da medida liminar, para ser anulado o ato de demissão, além de reintegrá-lo ao quadro de servidores públicos. IV – DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: a)A concessão da medida liminar nos termos do art. 7º, III, da Lei 12.016/09, para os fins de anular o ato de demissão juntamente com o processo e reintegrar o impetrante ao serviço público. b)A procedência da ação, confirmando a medida liminar, para o efeito de, definitivamente, anular o procedimento administrativo e o ato de demissão do impetrante, com a consequente reintegração do Impetrante ao serviço público. c)A intimação da autoridade coatora, para apresentar informações dentro do prazo legal, nos termos do artigo 7º, I, da Lei 12.016/09. d)A oitiva do Ministério Público. e)Ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada. f)A condenação em custas. g)O deferimento da juntada dos documentos que acompanham a inicial. Dá-se à causa o valor de R$(...). Termos em que, pede deferimento. Local e data. Advogado/OAB
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