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GOVERNANÇA CORPORATIVA AULA 3 PROF. RICARDO NEVES O órgão soberano da sociedade é a Assembleia Geral onde os proprietários reúnem-se para deliberações de alto impacto nos destinos da companhia. O poder exercido na companhia emana desse órgão superior. Já o Conselho de Administração e, exclusivamente, os seus comitês e a Auditoria Independente, atuam como órgãos guardiões dos interesses dos proprietários. Por fim, a Diretoria Executiva interage com o Conselho de Administração no exercício dos poderes e funções que lhes soa atribuídos, abrangendo as áreas funcionais e de negócios da companhia. Assim, independentemente dos princípios e dos propósitos em que se alicerça e do modelo predominantemente praticado em cada país, a governança corporativa expressa-se por um sistema de relações que formam um triângulo básico: 1. a Propriedade, 2. o Conselho de Administração e a, 3. Diretoria Executiva. A essas três âncoras podem-se somar outras, quando se admite a ativa interação com outras partes interessadas no desempenho e nos impactos das corporações, conforme podemos verificar no slide seguinte. No âmbito de atuação de cada um desses atores estabelecem-se relações internas, além das que ligam uns aos outros. No conjunto dos proprietários, as intrarrelações têm como foco o alinhamento de propósitos empresariais. Assim, teremos: 1. No colegiado do Conselho de Administração: uma interação construtiva; 2. Na Diretoria Executiva: o alinhamento entre presidente e gestores; e 3. Entre outras partes interessadas (demais stakeholders): a conciliação das suas demandas com o máximo retorno total dos proprietários. Nas relações abertas a múltiplos interesses, o que define a extensão e os objetivos do relacionamento é a assimilação, pelos proprietários, de responsabilidades corporativas ampliadas, voltadas para objetivos emergentes - como sociais, ambientais - e com atores da cadeia de negócios, a montante (para cima) e a jusante (para baixo). O que os proprietários esperam, em contrapartida, é a ampla validação dos resultados da empresa e a sustentação de sua imagem positiva a longo prazo. Ou seja, a reputação corporativa. O próximo quadro demonstra o quadrilátero onde se relacionam esta interação de múltiplos interesses entre (1) proprietários, (2) conselhos, (3) diretoria executiva e (4) outros interessados. Compete ao Conselho de Administração definir as políticas de relacionamento com as outras partes interessadas. Já à Diretoria Executiva compete implementar essas políticas, olhando para a gestão estratégica das suas demandas. As partes envolvidas emitirão sinais que reforçam a legitimidade da atuação executiva. Assim, a estrutura de suporte da alta administração é constituída: 1. Pela Assembleia Geral dos acionistas, à qual está vinculado o Conselho Fiscal; 2. Pelo Conselho de Administração, pelos seus comitês técnicos e pela Auditoria Independente; e 3. Pela Diretoria Executiva, à qual reportam-se as unidades de negócios e as de serviços corporativos compartilhados, entre os quais a Auditoria Interna. Entre os órgãos do ambiente de auditoria e fiscalização , cabe destacar o Conselho Fiscal e o Comitê de Auditoria. Eles exercem papéis semelhantes, mas não necessariamente iguais. O Conselho Fiscal garante o direito dos proprietários de fiscalizar a gestão de negócios, opinar sobre relatórios de resultados e sobre propostas da administração à Assembleia Geral. Já o Comitê de Auditoria é um importante órgão obrigatório nas companhias abertas dos Estados Unidos e das que, embora com sede no exterior, têm valores mobiliários negociados no mercado daquele país. O Comitê de Auditoria, exigido pela SOX, vai além das atribuições do Conselho Fiscal. Suas três responsabilidades são: 1. Acompanhar e avaliar o ambiente de controle, abrangendo a Auditoria Interna e a Auditoria Independente; 2. Identificar, avaliar e analisar os riscos corporativos- estratégicos, de conformidade, contratuais, financeiros, tecnológicos, de meio ambiente, de marca, imagem e reputação; e 3. Supervisionar a elaboração de relatórios financeiros, auxiliando a administração no entendimento completo das demonstrações de resultados. A Auditoria Interna exerce o papel bem conhecido, relacionado à organização do ambiente interno de controle, fortemente focado em compliance. Mas suas atribuições têm evoluído de um enfoque tradicional para o foco em riscos. A nova abordagem desse órgão auxiliar de governança exige uma postura ,mais comprometida coma produtividade organizacional. Deste modo, antigas funções desse órgão têm sido deslocadas para a Ouvidoria e para o Comitê de Ética. Embora submetida a decisões emanadas da Assembleia Geral, a Governança é de fato exercida pelo Conselho de Administração e pela Diretoria Executiva e pelos órgãos criados no âmbito destes dois pilares da Administração. No Conselho de Administração têm assento representantes dos proprietários (insiders); independentes (outsiders); e outros outsiders relacionados. Além da constituição, são três as questões-chave dos Conselhos de Administração: 1. A acumulação da presidência pelo presidente executivo; 2. O grau de envolvimento na governança; e 3. A definição de suas responsabilidades. Constitui missão do Conselho de Administração o que segue: 1. Proteger e valorizar o patrimônio tangível e intangível da empresa e otimizar o retorno do investimento; 2. Zelar pelos valores e crenças; 3. Consensar propósitos estratégicos; 4. Acompanhamento e avaliação da Diretoria Executiva. Os papéis e responsabilidades da Diretoria Executiva são focados na busca incessante de eficácia estratégica, na excelência operacional, na criação de valor e na maximização do retorno dos proprietários. São atributos e posturas esperadas da Diretoria Executiva (CEO e sua equipe): 1. Integração com o Conselho de Administração e compromisso com as expectativas dos proprietários; 2. Eficaz alinhamento da estratégia e das operações; 3. Capacitação expressa por visão sistêmica e multidisciplinar; 4. Comportamento positivo, de liderança; 5. Capacidade de escuta; 6. Capacidade de decisão; e 7. Geração de resultados positivos. Em síntese, a boa governança corporativa envolve três aspectos assim resumidos: 1. Está voltada para a geração de valor e para a perenidade das empresas; 2. Busca a harmonização da geração do máximo retorno total dos proprietários com outros interesses internos e externos; e 3. É vista como fundamental para a criação de um ambiente de negócios saudável e confiável, importante para o desenvolvimento do mercado de capitais, a capitalização das empresas e o crescimento econômico das nações. FONTES: http://governancacorporativa.com https://www.slideshare.net%2FSustentare%2Faula-1- sustentarefev2014mbapimpressao&usg=AFQjCNE5_RFGctun191gdYY7j V7k7NdJeQ https://www.3A%2F%2Fpt.slideshare.net%2Fhfgcg%2Fgovernanca- corporativa-principios-e-praticasvalter- faria&usg=AFQjCNHIV50t6xbmv42dmVerCn6a9vGM_Q
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