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Fontes do Direito Internacional

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As fontes materiais são os fatos que demonstram a necessidade e a importância da formulação de preceitos jurídicos, que regulem certas situações. Exemplo de fonte material foi a II Guerra Mundial, cujas atrocidades evidenciaram a relevância de proteger a dignidade humana, impulsionando a negociação e a consagração de algumas das principais normas internacionais de direitos humanos.As fontes materiais são também “os fundamentos sociológicos das normas internacionais, a sua base política, moral ou econômica”. São, portanto, as bases teóricas que influenciam a construção das normas, de cunho filosófico, sociológico, político, econômico etc., ou os valores, aspirações e ideais que inspiram a concepção dos preceitos jurídicos, como o desejo de manutenção da paz e de realização da justiça, a proteção da dignidade humana e a mera necessidade de sobrevivência.As fontes formais são o modo de revelação e exteriorização da norma jurídica e dos valores que esta pretende tutelar, representadas pelas normas de Direito positivo.Ao conceituar as fontes formais, Soares enfatiza o elemento axiológico de que estas devem se revestir, asseverando que se tratam de “expressão clara dos valores jurídicos” e que a “fonte formal informa-nos sobre as formas externas e claras com que um valor deverá revestir-se”. Dinh, Dailler e Pellet enfatizam seu modo de preparação, ao defini-las como “os processos de elaboração do direito, as diversas técnicas que autorizam a considerar que uma regra pertence ao direito positivo”.Não há hierarquia entre tratado e costume, não prevalecendo nenhum deles sobre o outro. Com isso, um tratado mais recente pode derrogar ou modificar um costume, e vice-versa.FONTES EXTRA-ESTATUTARIAS: Essas fontes adicionais são os princípios gerais do Direito Internacional, os atos unilaterais dos Estados, as decisões das organizações internacionais e o soft law, fenômeno relativamente recente, mas que também já começa a exercer influência sobre o desenvolvimento da vida da sociedade internacional. Os tratados são acordos escritos, concluídos por Estados e organizações inter-nacionais com vistas a regular o tratamento de temas de interesse comum. Apesar de existirem desde a Antiguidade, começaram a formar-se como fonte por excelência do Direito Internacional apenas a partir da Paz de Vestfália, substituindo paulatina-mente o costume como fonte mais empregada no Direito das Gentes. Costume internacional como a prática geral, uniforme e reiterada dos sujeitos de Direito Internacional, reconhecida como juridicamente exigível. Princípios gerais do Direito Internacional indicamos: a soberania nacional; a não-intervenção; a igualdade jurídica entre os Estados; a autodeterminação dos povos; a cooperação internacional; a solução pacífica das controvérsias internacionais; a proibição da ameaça ou do uso da força; e o esgotamento dos recursos internos antes do recurso a tribunais internacionais. Outro princípio, que adquire relevo cada vez maior, a ponto de ser visto por parte da doutrina como o mais importante dentre todos, é o da prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais:Analogia à forma de regular relações sociais que não sejam objeto de norma jurídica expressa por meio do emprego de regras aplicáveis a casos semelhante; Equidade é a aplicação de considerações de justiça a uma relação jurídica, quando não exista norma que a regule ou quando o preceito cabível não é eficaz para solucionar, coerentemente e de maneira equânime, um conflito. Atos unilaterais classificam-se em expressos e tácitos. Os atos expressos aperfeiçoam-se por meio de declaração que adote a forma escrita ou a oral. Os tácitos configuram-se quando os Estados implicitamente aceitam determinada situação, normalmente pelo silêncio ou pela prática de ações compatíveis com seu objeto. A extradição está prevista na Constituição Federal, artigo 5º, inciso LI. É cabível somente ao brasileiro naturalizado, nunca ao brasileiro nato, possível em duas situações: se praticar crime comum antes da naturalização ou em caso de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, no caso de comprovado envolvimento, não importando o momento da prática do crime. Vale lembrar que o estrangeiro não poderá ser extraditado em caso de crime político ou de opinião (art. 5º, inc. LII, CF).A expulsão está prevista no artigo 65 da lei nº 6.815/80, possível para o estrangeiro que de qualquer forma atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. O parágrafo único do mesmo artigo entende possível a expulsão do estrangeiro que praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou a permanência no Brasil, dentre outros.A deportação é meio de devolução do estrangeiro ao exterior, em caso de entrada ou estada irregular no estrangeiro, caso este não se retire voluntariamente do território nacional no prazo fixado, para o país de origem ou outro que consinta seu recebimento. Esta não se procederá caso haja periculosidade para o estrangeiro.Quanto ao banimento, este não é admitido pelo ordenamento jurídico, artigo 5º, inciso XLVIII, d, da Constituição Federal, uma vez que consiste no envio compulsório do brasileiro ao estrangeiro.
Tratados são acordos internacionais concluídos por escrito entre Estados ou entre Estados e Organizações, regidos pelo Direito Internacional. Podem conter um instrumento único, dois ou mais instrumentos conexos, independente de sua denominação específica.Podem ser classificados:a) Em função do número de partes: Bilaterais: apenas entre dois Estados ou Estado e Organização;Multilaterais: mais de dois Estados ou Organizações.b) Em função do procedimento para sua conclusão: tratados que exigem ou não ratificação para o comprometimento jurídico dos Estados.c) Em relação ao conteúdo:· De acordo com a natureza: contrato ou norma (em desuso);· De acordo com a matéria: direitos humanos ou tratados gerais.Importante: tratados-norma criam regras de direito, em geral comuns às partes, sem uma contraprestação específica pelos Estados.Competência para assinar tratados: Chefes de Estado e de Governo (competência originária); plenipotenciários: Ministro das Relações Exteriores (competência derivada); outros plenipotenciários: mediante apresentação da “carta de plenos poderes”; delegações: participam da fase negocial dos tratados.A Carta de plenos poderes é dispensável: pela prática, quando se presume a pessoa indicada; em negociações conduzidas por Chefes de Estado, de Governo ou Ministros de Relações Exteriores; ao Chefe da missão permanente (embaixador), no território da representação; aos representantes oficiais em Organismos Internacionais, no âmbito de sua atuação.Os tratados concluídos normalmente se dividem em três partes: Preâmbulo: é a introdução ao tratado, na qual se relata os participantes, motivos, objetivos e circunstâncias do ato negocial, sem força de compromisso (mas importante para fins de interpretação). Parte Dispositiva: encerra as normas jurídicas, em linguagem apropriada, com a disposição em artigos ou cláusulas, que estabelecem as obrigações assumidas pelos signatários. Anexos: são normalmente de índole técnica e, portanto, passíveis de maior mutabilidade. São compostos de procedimentos, gráficos, tabelas, listas de produtos etc., que possuem caráter vinculante para os signatários.Assinatura do tratado: é o ato emanado do representante do Estado, que manifesta sua concordância com o conteúdo. Representa, ao mesmo tempo, o comprometimento e a autenticação do acordo.Ratificação: é o ato formal e unilateral de consentimento, em que o país exprime definitivamente a vontade de obrigar-se. Trata-se, portanto, de ato de governo com alcance internacional. A competência para ratificar um tratado varia de acordo com a ordem constitucional de cada país. Não há prazo máximo definido ou sanção no caso de não ratificação.Formas de ratificação: ato expresso e formal. Se consubstancia na comunicação àoutra parte, que pode ou não ser simultânea. Pode ser objeto de depósito, especialmente no caso de tratados multilaterais.Vigência: em regra, os tratados vigem por tempo indeterminado; permitem adesão aos seus termos; podem ser objeto de “emendas”, ou, de modo mais amplo, revisões ou reformas. No caso de violação, enseja o direito de a outra parte considerá-lo extinto ou de suspender o seu cumprimento.Extinção: a extinção dos tratados se dá por vontade comum:a) predeterminação ab-rogatória: quando há termo de vigência;b) decisão ab-rogatória superveniente: de modo total ou majoritário.Pode também ocorrer por vontade unilateral mediante denúncia, que se exprime numa notificação, carta ou instrumento. Quanto à incorporação dos tratados internacionais ao direito dos Estados soberanos (ou, tecnicamente falando, seu consentimento definitivo), esta ocorre de acordo com as regras do direito interno do respectivo Estado, regras estas normalmente estabelecidas na Constituição, como é o caso da República Federativa do Brasil. No Brasil, a competência para incorporação ou consentimento definitivo do tratado internacional é compartilhada entre o Legislativo e o Executivo, com atuação específica de cada Poder, nos termos expressos da Constituição de 1988, passando por aprovação e promulgação, em três fases distintas, a saber: a celebração, o referendo ou aprovação e a promulgação. A celebração é ato da competência privativa do Presidente da República (Constituição de 1988, art. 84, inciso VIII), a aprovação ou referendo é da competência exclusiva do Congresso Nacional (Constituição, art. 49, inciso I; art. 84, inciso VIII), e a promulgação é da competência privativa do Presidente da República (Constituição de 1988, art. 84, inciso IV).

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