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1CONManual de Estruturas Conceitos Sistematizaçªo PrÆticas recomendadas Adensamento Nivelamento Acabamento superficial Concretagem Conceitos Conceitos fundamentais Propriedades no estado fresco Propriedades no estado endurecido As deformaçıes do concreto Sistematizaçªo Concreto preparado na obra Seleçªo e aquisiçªo de materiais Recebimento e estocagem dos materiais Dosagem do concreto Mistura do concreto Concreto dosado em central Escolha do fornecedor Pedido Recebimento PrÆticas recomendadas Transporte Lançamento Adensamento Nivelamento Acabamento superficial Cura 2CON Manual de Estruturas 3CONManual de Estruturas Conceitos DicionÆrio Concretagem: ato de receber, transportar, lançar, espalhar, adensar, nivelar e fazer o acabamento do concreto. Em uma estrutura de concreto armado, o material concreto possui duas funçıes bÆsicas: Resistir aos esforços de compressªo ao qual a estrutura estÆ submetida Conferir proteçªo ao aço. Para que a estrutura de concreto atenda às especificaçıes do projeto, alØm dos cuidados referentes à armadura, cimbramento e fôrmas, Ø preciso considerar uma sØrie de fatores do próprio concreto: propriedades dos materiais constituintes do concreto, dosagem da mistura e execuçªo da concretagem. Se algum desses itens nªo for realizado adequadamente, hÆ uma grande probabilidade de ocorrŒncia de problemas na estrutura. Salienta-se que nªo hÆ a possibilidade de compensar a deficiŒncia em uma das operaçıes com cuidados especiais em outra. Conceitos fundamentais VocŒ jÆ deve ter questionado ao menos uma vez por que o concreto, com o passar do tempo, passa do estado pastoso a um material endurecido. Vejamos entªo como ocorre o endurecimento do concreto. O cimento, ao entrar em contato com a Ægua, reage quimicamente, passando por um processo de hidrataçªo. Durante a hidrataçªo, cada grªo do cimento desdobra-se em inœmeras partículas, formando um sólido poroso denominado gel de silicato de cÆlcio hidratado. Como resultado dessa reaçªo, o volume dos sólidos cresce dentro dos limites da pasta, produzindo embricamentos. Para a formaçªo desses embricamentos, parte da Ægua utilizada na mistura Ø utilizada. Essa malha formada reduz a porosidade do concreto e aumenta a sua resistŒncia mecânica. Seguindo esse raciocínio, teremos uma maior resistŒncia à compressªo quanto maior a quantidade de embricamentos, pois obteremos um concreto menos poroso com estrutura mais compacta. Esse processo Ø complexo e envolve diversas variÆveis e, para avaliar a qualidade do concreto, Ø importante conhecer as suas propriedades, seja no estado fresco, desde o momento da colocaçªo da Ægua atØ o adensamento na fôrma; seja no estado endurecido, resistindo às açıes solicitadas ao longo da vida œtil. 4CON Manual de Estruturas Nota O conhecimento das características geomØtricas da estrutura Ø importante para definir a trabalhabilidade desejada para a produçªo da estrutura. Conceitos Propriedades no estado fresco No espaço de tempo que o concreto permanece plÆstico, as características de maior importância sªo: a consistŒncia, a coesªo e a homogeneidade. A combinaçªo dessas trŒs características Ø denominada trabalhabilidade. Trabalhabilidade É a propriedade do concreto associada a trŒs características: 1. facilidade de reduçªo de vazios e de adensamento do concreto 2. facilidade de moldagem, relacionada com o preenchimento da fôrma e dos espaços entre as barras de aço 3. resistŒncia à segregaçªo e manutençªo da homogeneidade da mistura, durante manuseio e vibraçªo. A trabalhabilidade Ø uma propriedade transitória que depende de diversos fatores, dentre os quais se destacam: as características e dosagens dos materiais constituintes e o modo de produçªo do concreto. O ensaio de consistŒncia deve iniciar atØ 5 minutos da coleta da amostra e a trabalhabilidade deve ser controlada ao longo do intervalo de tempo entre a produçªo e a aplicaçªo. Nenhum ensaio Ø capaz de fornecer uma avaliaçªo completa da trabalhabilidade do concreto. O ensaio mais conhecido, que mede a consistŒncia do concreto, Ø o denominado ensaio de abatimento do tronco de cone, mais conhecido como Slump Test. O abatimento do concreto Ø uma das medidas de referŒncia das características do concreto, motivo pelo qual seu valor costuma ser especificado no pedido do concreto. Propriedades no estado endurecido Basicamente, o concreto endurecido deve apresentar resistŒncia mecânica e durabilidade compatíveis com as condiçıes do projeto e ao ambiente ao qual a estrutura fica exposta. Como obter a resistŒncia desejada? Para obter a resistŒncia especificada no projeto estrutural, vÆrios fatores devem ser considerados. - Para a dosagem do concreto, Ø importante ter a especificaçªo da relaçªo Ægua/ cimento, as características dos agregados, a especificaçªo do cimento. - Durante a execuçªo, devem ser tomados cuidados no recebimento, transporte, lançamento, adensamento e cura. ResistŒncia característica do concreto - fck É o valor da resistŒncia abaixo do qual Ø esperada a probabilidade de 5% de todas as mediçıes possíveis da resistŒncia especificada. Para o concreto, admite-se a distribuiçªo normal de Gauss para as resistŒncias mecânicas. O concreto de uma estrutura deve ser especificado atravØs de sua resistŒncia característica à compressªo (fck), estimada pela moldagem e ensaios de corpos de prova cilíndricos aos 28 dias de idade. DicionÆrio ConsistŒncia: medida da mobilidade da mistura (plasticidade), ou seja, maior ou menor facilidade de deformar-se sob a açªo de cargas. É expressa pelo ensaio de abatimento do tronco de cone (slump test) Coesªo: forças que agem de forma a manter os grªos ligados entre si. Segregaçªo: processo de separaçªo dos constituintes do concreto, em que os materiais mais densos (brita) ficam no fundo e a pasta, na superfície. A segregaçªo Ø ocasionada por excesso de vibraçªo durante o adensamento ou lançamento em alturas elevadas. 5CONManual de Estruturas ResistŒncia à traçªo simples Nas obras, geralmente nªo sªo realizados ensaios de resistŒncia à traçªo do concreto. A sua determinaçªo pode ser œtil para procurar prevenir as fissuras no concreto, a partir do conhecimento das condiçıes de carregamento e movimentaçıes tØrmicas e higroscópicas. No Brasil, sua determinaçªo deve obedecer as prescriçıes da norma NBR 7222 ResistŒncia à traçªo simples de argamassa e concreto por compressªo diametral dos corpos-de-prova cilíndricos. Uma outra forma de determinar a resistŒncia à traçªo Ø atravØs da realizaçªo do ensaio de flexªo simples. Flexªo à fadiga. Avalia a resistŒncia do concreto quando submetido à açªo de cargas repetidas. A capacidade do concreto em resistir aos esforços de traçªo por flexªo se reduz à medida que aumenta o nœmero de vezes que a carga atua. Dessa forma, a consideraçªo dessa característica no projeto Ø extremamente importante, principalmente quando a estrutura receberÆ açıes repetidas de cargas. As deformaçıes do concreto As variaçıes de volume do concreto podem ser oriundas de diversos fatores: higromØtricas, ocorrem devido à variaçªo do teor de Ægua e independe de causas externas; químicas, sendo as retraçıes resultantes das reaçıes químicas provocadas durante o processo de endurecimento do concreto; tØrmicas, sendo as variaçıes volumØtricas ocasionadas pelo gradiente de temperatura; mecânicas, ocasionadas pela açªo de cargas. FluŒncia É a deformaçªo lenta que cresce com o correr do tempo, quando uma carga Ø mantida. Sªo diversos os fatores que afetam a fluŒncia, dentre os quais se destacam: as condiçıes ambientais, que com o aumento da temperatura e baixas umidades relativas, concorrem para seu aumento; a resistŒncia da pasta, que, ao aumentar, reduz a fluŒncia; a relaçªo entre a tensªo sobre o corpo-de-prova e a resistŒncia da pasta que, aumentando, concorre para o aumento da fluŒncia; a quantidade de pasta no concreto que, ao aumentar, concorre para o aumento da fluŒncia. Na prÆtica, a deformaçªo instantânea e a retraçªo hidrÆulica ocorrem simultaneamente na maioria das vezes, de modo que o tratamento de ambos conjuntamente Ø muito mais conveniente. Notas Definir o abatimento do concreto nªo significa que a obra terÆ o concreto ideal para a execuçªo da estrutura. É necessÆrio um estudo em laboratório para a definiçªo da dosagem do concreto, antes de chegar a uma trabalhabilidade considerada satisfatória, podendo haver, ainda assim, ajustes posteriores no canteiro. O controle da resistŒncia à compressªo do concreto permite avaliar se o que estÆ sendo produzido corresponde ao que foi especificado no dimensionamento da estrutura. Durante a retirada da amostragem para o ensaio de resistŒncia, utilize o concreto situado no terço mØdio do caminhªo, ou seja, nªo permita que a amostra seja retirada nem no princípio nem no final da descarga da betoneira. O ensaio de resistŒncia à traçªo por flexªo Ø muito empregado para o controle de qualidade de pavimentos de concreto. Conceitos 6CON Manual de Estruturas Sistematizaçªo Sistematizaçªo A execuçªo da concretagem envolve as seguintes atividades: Concreto preparado na obra Seleçªo e aquisiçªo dos materiais Atualmente, muitas empresas solicitam concreto dosado em central. Essa Ø uma prÆtica recomendada, pois reduz o estoque dos materiais na obra, agiliza o processo de produçªo e proporciona um maior grau de controle do concreto. O preparo do concreto no canteiro somente Ø recomendÆvel para situaçıes de extrema urgŒncia ou quando hÆ a necessidade de pequena quantidade de concreto. Mesmo que seja pequena a quantidade de concreto a ser produzida na obra, Ø importante conhecer as características dos materiais constituintes, para que a escolha dos materiais seja realizada tecnicamente. No caso do concreto dosado em central, o conhecimento das características dos materiais permite que o pedido do concreto seja feito balizando-se em parâmetros tØcnicos, nªo considerando somente o preço do fornecedor. Concluindo, podemos dizer que, seja produzido na obra, seja dosado em central, o conhecimento dos cuidados necessÆrios para a seleçªo dos materiais torna-se imprescindível, pois a qualidade do concreto estÆ diretamente relacionada às características dos constituintes. Cimento Portland Ø o material mais importante que constitui o concreto. Basicamente, as principais características físicas dos cimentos que influenciam no desempenho do concreto dizem respeito à resistŒncia da argamassa, à finura dos grªos que compıem o cimento e ao tempo de início de pega. A resistŒncia e durabilidade da estrutura dependem diretamente da quantidade, qualidade e tipo de cimento empregado. Atualmente os seguintes tipos de cimento sªo fabricados no Brasil: Notas Concreto dosado na obra x dosado em central Para decidir sobre a viabilidade ou nªo de adquirir concreto dosado em central, analise: espaço disponível do canteiro, devido à Ærea necessÆria para estocagem dos materiais constituintes cimento, areia e brita aquisiçªo de equipamento para mistura do concreto implantaçªo de mØtodo de controle para garantir a uniformidade na dosagem tempo e mªo-de-obra demandada para produçªo do concreto. Geralmente, os agregados representam cerca de 60 a 75% do volume total do concreto. Quando a areia estiver muito œmida, nªo esqueça que o seu volume pode chegar a aumentar atØ 30%, devido ao fenômeno do inchamento. 7CONManual de Estruturas Sistematizaçªo InfluŒncias Tipo de Cimento Podemos observar que o tipo de cimento exerce uma grande influŒncia no comportamento da estrutura, principalmente durante o processo de endurecimento. É importante, pois, conhecer as características de cada tipo, para especificar o cimento mais adequado para a finalidade requerida. A variaçªo do comportamento dos vÆrios tipos de cimento pode ser melhor visualizada no grÆfico a seguir. ResistŒncia à compressªo Calor gerado na reaçªo do cimento com a Ægua Impermeabilidade ResistŒncia aos agentes agressivos (Ægua do mar e de esgotos) Durabilidade Branco Estrutural Comum e Composto de Alto-Forno Pozolânico ARI Resistente aos Sulfatos Menor nos primeiros dias e maior no final da cura Padrªo Menor nos primeiros dias e maior no final da cura Muito maior nos primeiros dias Padrªo Padrªo Menor MaiorPadrªo Menor MaiorPadrªo Padrªo Maior Maior Padrªo Padrªo Padrªo MenorPadrªo Padrªo Maior Maior Menor PadrªoMaior Maior Maior Menor Padrªo 8CON Manual de Estruturas Sistematizaçªo Agregados Os agregados possuem as seguintes finalidades no concreto: 1. Transmitir as tensıes aplicadas ao concreto atravØs de seus grªos. Geralmente, a resistŒncia à compressªo dos agregados Ø superior que a do concreto; 2. Reduzir o efeito das variaçıes volumØtricas ocasionadas pela retraçªo. Nessa lógica, quanto maior o teor de agregados em relaçªo à pasta de cimento, menor serÆ a retraçªo; 3. Reduzir o custo do concreto. No concreto, utilizamos dois tipos de agregados: o graœdo (brita) e o miœdo (areia), cada qual com funçıes e propriedades específicas.Nota Geralmente, os agregados representam cerca de 60 a 75% do volume total do concreto. nªo devem conter grªos de um œnico tamanho, ou seja, deve-se procurar adquirir agregados com boa distribuiçªo granulomØtrica. A quantidade de Ægua no concreto Ø um fator importante que condiciona inclusive a resistŒncia e durabilidade da estrutura. Dessa forma, Ø importante considerar a quantidade de Ægua presente na areia (umidade) na dosagem do concreto. atentar para o diâmetro mÆximo, levando-se em consideraçªo as dimensıes da peça estrutural e a distribuiçªo das armaduras. O teor de material pulverulento deve ser o menor possível, pois sua presença aumenta consideravelmente a superfície específica, exigindo uma quantidade maior de Ægua, o que ocasiona correçıes no consumo de cimento (para nªo mudar a relaçªo Ægua/cimento) e, conseqüentemente, influenciando no custo do concreto. O formato dos grªos tambØm Ø relevante sobre a qualidade e o custo do concreto. Para isso, costuma-se calcular o índice de forma do agregado, que Ø a relaçªo entre a maior e a menor dimensªo do grªo (analogamente, podemos dizer que seria a relaçªo entre o comprimento e a altura). Quanto menor o índice de forma, menor serÆ o teor de vazios do agregado, de modo que a quantidade de argamassa para preenche-los tambØm serÆ menor, exigindo uma menor quantidade de Ægua. Agregado miœdo (areia) Agregado graœdo (brita) 9CONManual de Estruturas Sistematizaçªo Recebimento e estocagem dos materiais Cimento Portland para a estocagem, o cimento deve ser armazenado em pilhas, que nªo devem conter mais de 10 sacos. AlØm disso, deve estar em local coberto e bem protegido e os sacos nªo devem estar em contato direto com o piso. Agregado miœdo a areia deve ser estocada em baias drenadas, para evitar que as parcelas dos grªos finos sejam carreados. Agregado graœdo o cuidado a ser tomado na estocagem Ø evitar que haja a segregaçªo. Geralmente, os grªos maiores tendem a ficar na base das pilhas. Dessa forma, no preparo do concreto, deve-se pegar o material desde a base atØ o topo das pilhas. Dosagem do concreto Consiste em determinar a quantidade necessÆria de material para que o concreto atinja as características desejadas. O traço pode ser determinado em massa ou em volume. Dessa forma, Ø importante que, ao se estabelecera dosagem, esteja claro o que o traço estÆ representando. Nos concretos preparados na obra, a dosagem em volume Ø a mais empregada, devido à praticidade na execuçªo. PorØm, Ø um processo que oferece uma menor precisªo, em funçªo das variaçıes que podem ocorrer devido às diferenças no enchimento, na compactaçªo dos materiais, no rasamento mal feito. A dosagem em massa Ø realizada com o uso de balanças. É o mØtodo mais seguro, pois permite determinaçıes precisas das quantidades dos componentes do concreto. AlØm disso, pode-se realizar eventuais correçıes necessÆrias, em virtude da variaçªo da umidade da areia. Independente do mØtodo de dosagem adotado, o traço do concreto sempre deve ser calculado para nœmero inteiro de sacos de cimento. Nªo deve ser permitido o fracionamento de sacos, pois o cimento deve ser sempre medido em massa. Mistura do concreto Numa mistura, as duas qualidades desejadas para uma boa mistura sªo: a homogeneidade a integridade A mistura pode ser realizada manual ou mecanicamente. Na primeira situaçªo, recomenda-se o emprego de caixas ou estrados impermeÆveis, para evitar a perda de Ægua devido a absorçªo. A dosagem manual Ø indicada somente quando serÆ utilizada uma quantidade muito pequena de concreto, misturando-se em uma amassada no mÆximo de 100 kg de cimento. Na dosagem mecânica, o equipamento empregado Ø a betoneira. Existem diversos tipos de betoneiras, variando-se o eixo de rotaçªo do tambor, que pode ser horizontal, vertical ou inclinado. Nas betoneiras de eixo horizontal, a eficiŒncia da mistura Ø um pouco comprometida, pois o agregado graœdo tende ir para o fundo, ocorrendo um início de segregaçªo dos materiais. Notas Esteja atento com o período de estocagem do cimento. O período mØdio de estocagem Ø de aproximadamente um mŒs. Esse prazo deve ser reduzido em locais de climas œmidos e pode ser aumentado para dois meses em locais de clima seco. Na estocagem dos agregados, deixe previsto um local para a descarga de materiais de qualidade diferente do que estÆ sendo utilizado. O enchimento e rasamento mal feito das caixas utilizadas para dosagem volumØtrica pode gerar uma diferença de 6 a 9% do peso do material, chegando a representar uma diferença de atØ 6% do volume do concreto. Os materiais cuja alteraçªo de quantidade exerce maior influŒncia nas propriedades do concreto sªo a Ægua e o cimento. DicionÆrio Integridade: situaçªo em que todas as partículas sólidas estªo em contato com a Ægua. 10CON Manual de Estruturas Sistematizaçªo Dependendo do equipamento, a seqüŒncia de colocaçªo dos materiais Ø importante para a obtençªo de uma boa mistura. De um modo geral, recomenda-se a seguinte seqüŒncia e quantidades: 1. 1/3 da quantidade de Ægua 2. todo agregado graœdo, (proceder a lavagem dos agregados) 3. todo cimento mais 1/3 de Ægua 4. homogeneizar por um minuto 5. todo agregado miœdo mais o restante da Ægua Concreto dosado em central Uma das diferenças mais significativas entre o concreto preparado na obra e o dosado em central estÆ na composiçªo dos materiais. O concreto dosado em central utiliza aditivos, que sªo produtos químicos adicionados durante o preparo do concreto, em proporçıes inferiores a 5% em relaçªo à massa do cimento. Tem a finalidade de modificar algumas propriedades do concreto ou conferir a ele qualidades para melhorar o seu comportamento. De acordo com sua finalidade, podem ser aplicados no concreto fresco ou endurecido. Existem diversos tipos de aditivos, com funçıes distintas, entre os quais destacam-se: Notas Sempre que solicitar aditivo, recomenda-se verificar a compatibilidade do produto no concreto. Os aditivos servem para melhorar ou conferir boas características de desempenho ao concreto. Nªo resolvem qualquer problema ligado às propriedades do concreto e tampouco tranforma um mau concreto em um bom concreto. reduz a perda de consistŒncia em climas quentes e œmidos reduz a quantidade de Ægua e permite ganho mais rÆpido de resistŒncia ganho de resistŒncia em baixas temperaturas reduçªo do tempo de desfôrma Tipos Efeitos Vantagens Desvantagens Plastificante Retardador de pega Acelerador de pega Plastificante e Retardador Plastificante e Acelerador aumenta o índice de consistŒncia possibilita a reduçªo de pelo menos 6% da Ægua de amassamento maior trabalhabilidade para determinada resistŒncia menor consumo de cimento para determinada resistŒncia e trabalhabilidade retarda o início de pega para dosagens elevadas do aditivo risco de segregaçªo aumenta o tempo de início de pega mantØm a trabalhabilidade a temperaturas elevadas retarda a elevaçªo do calor de hidrataçªo amplia os tempos de aplicaçªo pode promover exsudaçªo pode aumentar a retraçªo plÆstica do concreto pegamais rÆpida resistŒncia inicial mais elevada possível fissuraçªo devido ao calor de hidrataçªo risco de corrosªo de armaduras efeito combinado do plastificante e retardador de pega aumento da exsudaçªo e retraçªo plÆstica risco de segregaçªo efeito combinado do plastificante e acelerador de pega risco de corrosªo de armadura 11CONManual de Estruturas Sistematizaçªo Escolha do fornecedor Atualmente sªo diversos os fornecedores de concreto dosado em central. Como escolher aquele que melhor atende às minhas necessidades? É evidente que nªo hÆ a necessidade de realizar a escolha pelo mØtodo da tentativa e erro. Para isso, verifique com antecedŒncia à data de concretagem as seguintes informaçıes das concreteiras: Dados gerais da empresa Informaçªo O que verificar se Ø associada à Associaçªo Brasileira de Empresas de Serviços de Concretagem (ABESC) a configuraçªo jurídica da empresa capital social, contrato de prestaçªo de serviços, notas fiscais e faturas, recolhimento de tributos; o tempo de funcionamento e experiŒncia no mercado; principais clientes e obras Materiais e Equipamentos Outros a procedŒncia e a qualidade dos materiais componentes do concreto; a idade mØdia dos caminhıes betoneiras as condiçıes dos equipamentos utilizados para o transporte e lançamento do concreto caminhıes e bombas; Controle tecnológico se possui laboratórios de controle e responsÆvel tØcnico; a automaçªo, a informatizaçªo e o grau de controle dos ensaios; se possui certificado de aferiçªo de equipamentos de mediçªo (balanças e equipamentos de laboratório); a localizaçªo da central de dosagem em relaçªo à obra; se a empresa respeita o meio ambiente, atravØs de controles ambientais (filtros, reciclagem, disposiçªo de rejeitos, etc.) Superplastificante riscos de segregaçªo da mistura efeito do fluidificante Ø num tempo menor que o plastificante pode elevar a perda de consistŒncia Incorporador de ar incorpora pequenas bolhas de ar no concreto aumenta a durabilidade ao congelamento do concreto sem elevar o consumo de cimento e o conseqüente aumento do calor de hidrataçªo reduz o teor de Ægua e a permeabilidade do concreto necessita controle cuidadoso da porcentagem de ar incorporado e do tempo de mistura elevado aumento do índice de consistŒncia possibilita a reduçªo de, no mínimo, 12% da Ægua de amassamento eficiente re redutor de Ægua proporciona ganhos de resistŒncia para determinada trabalhabilidade reduz o consumo de cimento 12CON Manual de Estruturas A avaliaçªo do fornecedor nªo deve ser efetuada somente para a escolha da central dosadora.Uma forma de avaliar posteriormente consiste em atribuir pontuaçªo para itens que julgar importante, como por exemplo, prazo, preço e qualidade. Dessa forma, Ø possível mensurar aquelas que melhoratendem, alØm de possibilitar uma melhoria na qualidade do fornecimento, retroalimentando os pontos positivos e alertando as concreteiras sobre os pontos que devem ser melhorados. Pedido Ao realizar o pedido do concreto, informe: a quantidade requerida, em m3; o volume de concreto que deve vir no caminhªo betoneira e o intervalo de entrega; o horÆrio de início de concretagem, que deve estar atrelado ao plano de concretagem; a forma de lançamento convencional, bomba estacionÆrio, auto-bomba com lança, grua, entre outros; o fck do concreto; o slump; a dimensªo mÆxima da brita. Um vez que o fornecedor influencia diretamente no ritmo da concretagem - atravØs da entrega dos caminhıes no intervalo desejado e tambØm no fornecimento de bomba - Ø importante que o plano de concretagem jÆ tenha sido definido previamente à realizaçªo do pedido. Para assegurar que o concreto solicitado atenda aos requisitos desejados, pode-se, no momento do pedido, informar, por exemplo, o tipo e a marca do cimento, o tipo e a marca do aditivo, a relaçªo Ægua/cimento, o teor de ar incorporado e a massa específica. Recebimento Designe um profissional responsÆvel para o recebimento do concreto, que deverÆ conferir: A nota fiscal, verificando se o volume e a resistŒncia característica conferem com o pedido de compra; A integridade do lacre do caminhªo, que Ø uma forma de garantir que o concreto nªo foi descarregado desde a sua saída da central; A consistŒncia do concreto, atravØs do ensaio de abatimento do tronco de cone. No recebimento do concreto, a realizaçªo do slump test Ø importante para verificar se a quantidade de Ægua existente no produto estÆ compatível com as especificaçıes. A falta de Ægua dificulta a aplicaçªo do concreto, propiciando a ocorrŒncia de bicheiras na estrutura. JÆ o excesso de Ægua, apesar de facilitar a aplicaçªo, reduz a resistŒncia da estrutura. É comum que, durante o trajeto do caminhªo betoneira, ocorra a perda de consistŒncia do concreto, seja devido à temperatura, seja devido à umidade. Nesse caso, a quantidade de Ægua a ser reposta deve ser efetuada de modo a corrigir o abatimento de todo o volume transportado. Notas É responsabilidade da obra a perda de consistŒncia (slump) devido à espera prolongada para o recebimento e/ou descarga do caminhªo betoneira. Dessa forma, programe-se para evitar problemas posteriores. O ensaio de abatimento do tronco de cone Ø o œnico instrumento de qualificaçªo do material para o recebimento. Dessa forma, efetue o ensaio sempre, ainda que o motorista do caminhªo betoneira ou o próprio responsÆvel pelo recebimento tenha uma larga experiŒncia. Nªo adicione Ægua após o início da concretagem, pois isso altera as propriedades do concreto, alØm de perder a garantia do produto. Sistematizaçªo 13CONManual de Estruturas Concretagem: prÆticas recomendadas A concretagem Ø a etapa final de um ciclo de execuçªo da estrutura e, embora seja a de menor duraçªo, necessita de um planejamento que considere os diversos fatores que interferem na produçªo, visando um melhor aproveitamento de recursos. Basicamente, as etapas da concretagem podem ser resumidas em: Transporte O transporte do concreto Ø um item importante numa concretagem, pois Ø um condicionante que interfere diretamente nas definiçıes das características do concreto (trabalhabilidade desejada, por exemplo), na produtividade do serviço e, se houver, na elaboraçªo de um projeto para produçªo. O sistema de transporte deve ser tal que permita o lançamento direto nas fôrmas, evitando-se depósitos intermediÆrios ou transferŒncia de equipamentos. O tempo de duraçªo do transporte deve ser o menor possível, para minimizar os efeitos relativos à reduçªo da trabalhabilidade com o passar do tempo. De acordo com o grau de racionalizaçªo proporcionado pelo sistema de transporte, podemos classificÆ-los como: Nota Para a escolha do tipo de transporte do concreto, deve-se optar por aquele que nªo acarrete segregaçªo de seus constituintes ou perda sensível de seus componentes, seja por vazamento, seja por evaporaçªo Para a escolha e o dimensionamento do sistema de transporte do concreto, considere: O volume a ser concretado A velocidade de aplicaçªo A distância horizontal e vertical entre o recebimento e a utilizaçªo O arranjo físico do canteiro Grua e caçamba Carrinho de mªo Jerica Bombas de concreto Concebido para movimentaçªo de terra, seu uso Ø improdutivo, pois hÆ a dificuldade de equilíbrio em apenas uma roda Menos de 80 litros 110 a 180 litros Evoluçªo do carrinho de mªo, facilita a movimentaçªo horizontal do concreto 35 a 45 m3/hora Permite a continuidade no fluxo do material. Reduz a quantidade de mªo-de-obra Realiza a movimentaçªo horizontal e vertical com œnico equipamento. Apresenta um abastecimento do concreto descontinuado. Libera o elevador de cargas. 15 m3/h Sistema de transporte CacterísticasCapacidade PrÆticas 14CON Manual de Estruturas Tipos de bomba As bombas de concreto podem ser estacionÆrias ou acopladas a lanças. A bomba lança Ø um equipamento com tubulaçªo acoplada a uma lança móvel, montados sobre um veículo automotor. Tem a praticidade de movimentar mecanicamente o mangote, alØm de nªo ter a necessidade de montar e desmontar a tubulaçªo fixa. Tem como desvantagem a limitaçªo da altura, as dimensıes da laje e os espaços no canteiro. JÆ a bomba estacionÆria Ø um equipamento rebocÆvel para o lançamento do concreto. Tem uma pressªo maior, alcançando maiores alturas. Tem como desvantagem a necessidade de ter uma tubulaçªo fixa, bem como a retirada e remontagem dos tubos no decorrer da concretagem. Lançamento Essa atividade geralmente Ø realizada pelo próprio equipamento de transporte. Devido à maior probabilidade de segregaçªo do concreto durante as operaçıes de lançamento, a consistŒncia deve ser escolhida em funçªo do sistema a ser adotado. Os cuidados necessÆrios durante o lançamento sªo: o concreto preparado na obra deve ser lançado logo após o amassamento, nªo sendo permitido o intervalo superior a uma hora após o preparo; no concreto bombeado, o tamanho mÆximo dos agregados nªo deve ser superior a 1/3 do diâmetro do tubo no caso de brita ou 2/5 no caso de seixo rolado; Em nenhuma hipótese o lançamento pode ocorrer após o início da pega; Nos pilares, a altura de queda livre do concreto nªo pode ser superior a 2m, pois pode ocorrer a segregaçªo dos componentes. Nas lajes e vigas, o concreto deve ser lançado encostado à porçªo colocada anteriormente, nªo devendo formar montes separados de concreto para distribui-lo posteriormente. Esse procedimento deve ser respeitado, pois possibilita a separaçªo da argamassa que flui à frente do agregado graœdo. Nas lajes, se o transporte do concreto for realizado com jericas, Ø necessÆrio o emprego de passarelas ou caminhos apoiados sobre o assoalho da fôrma, para proteger a armadura e facilitar o transporte. Quando o lançamento Ø interrompido, formam-se juntas de concretagem. Essas juntas devem ser tratadas, para garantir a ligaçªo do concreto endurecido com o novo. Para isso, os locais da parada de concretagem devem ser estudados previamente, de modo que estejam localizadas em seçıes pouco solicitadas, para nªo influir no comportamento da estrutura. Em locais de maior solicitaçªo, pode-se aplicar um adesivo estrutural na junta. Nota Para a opçªo do tipo de bomba deve-se considerar a altura do local onde serÆ concretado, dimensıes e condiçıes do canteiro. O concreto bombeado exerce uma pressªo maior sobre o escoramento lateral, se compararmos com o lançamento convencional. Assim sendo, Ø importante que o travamento das fôrmas, bem como o escoramento, sejam reforçados. Nos pilares, hÆ empresasque realizam o lançamento só da argamassa no fundo da peça estrutural, para evitar o aparecimento de bicheiras. Esse procedimento nªo Ø necessÆrio e, quando utilizado, devem ser tomados cuidados especiais para que a argamassa nªo permaneça no fundo, sem misturar com o restante do concreto. Dica Nos pilares, realize o lançamento do concreto em camadas inferiores a 50 cm, para que a vibraçªo seja realizada de forma eficiente. PrÆticas 15CONManual de Estruturas Adensamento Atividade que tem como funçªo retirar os vazios do concreto, diminuindo a porosidade e, consequentemente, aumentando a resistŒncia do elemento estrutural. Tem tambØm a funçªo de acomodar o concreto na fôrma, para tornar as superfícies aparentes com textura lisa, plana e estØtica. A energia e o tempo de adensamento dependem da trabalhabilidade do concreto, devendo crescer o sentido do emprego de concretos de consistŒncias plÆticas para secas. O adensamento pode ser realizado de forma manual ou mecânica. No adensamento manual, utilizam-se barras de aço ou de madeira, que atuam como soquetes estreitos, que expulsam as bolhas de ar do concreto. É um procedimento que exige experiŒncia e baixa eficiŒncia, de modo que deve ficar restrito em serviços de pequeno porte, utilizando-se nesse caso concretos com abatimentos superiores a 8 cm, tendo as camadas de concreto uma espessura mÆxima de 20 cm. Geralmente, o adensamento Ø realizado mecanicamente e, nesse caso, o equipamento mais utilizado Ø o vibrador de imersªo. Quando utilizar esse equipamento, a espessura das camadas nªo deve ser superior a 3/4 do comprimento da agulha e a distância entre os pontos de aplicaçªo do vibrador deve ser de 6 a 10 vezes o diâmetro da agulha. Nesse caso, para agulhas com diâmetro de 35 a 45 cm, as distâncias variam de 25 a 35 cm. No caso de lajes, pode-se empregar tambØm a rØgua vibratória, que tem a vantagem de nivelar e adensar simultaneamente. Por outro lado, o manuseio desse equipamento exige uma certa habilidade por parte de quem opera, alØm de possuir limitaçıes quanto às dimensıes e espessura da laje. Na concretagem das lajes, os caminhos de madeira devem ser dispostos de modo a otimizar as relocaçıes e remoçıes dos mesmos, minimizando as interferŒncias e proporcionando um fluxo adequado durante o lançamento do concreto. Notas Durante o adensamento, deve-se evitar a vibraçªo da armadura, para que nªo formem vazios ao seu redor, prejudicando a aderŒncia da armadura ao concreto. Deve-se tambØm manter uma distância de aproximadamente 10 cm da fôrma, para nªo forçar excessivamente as paredes laterais. O tempo de vibraçªo depende da freqüŒncia de vibraçªo, abatimento, forma dos agregados e densidade da armadura. É melhor vibrar por períodos curtos em pontos próximos do que por muito tempo em pontos mais distantes. O excesso de vibraçªo produz segregaçªo, de modo que o adensamento deve ser cessado quando a superfície se tornar lisa e brilhante e quando nªo aparecer mais bolhas de ar na superfície. Adensamento 16CON Manual de Estruturas Pelo fato da desempenadeira de madeira propiciar um acabamento rugoso, sªo utilizadas quando a especificaçªo do projeto indicar o uso de contrapiso. Ganho na produtividade pode ser obtido com o uso de desempenadeiras motorizadas, devendo ser aplicada a partir do instante em que for possível caminhar sobre o concreto, sem esse estar completamente endurecido. O momento adequado para essa operaçªo ocorre quando o concreto suporta a pressªo do operÆrio, deixando apenas uma pequena marca da bota, com cerca de 2 mm de produndidade. DicionÆrio a laje zero Ø aquela executada com controle de nivelamento, planeza e textura superficial coerente com o revestimento que o piso irÆ receber. Para isso, o controle dos níveis Ø mais rígido que o convencional, empregando- se, muitas vezes, equipamentos acabadores de superfície. Cura: conjunto de medidas que tem como finalidade evitar a evaporaçªo prematura da Ægua necessÆria à hidrataçªo do cimento, consistindo em realizar o controle do tempo, temperatura e condiçıes de umidade após o lançamento do concreto nas fôrmas. Nivelamento TambØm denominada sarrafeamento, Ø uma atividade realizada nas lajes.e vigas. A ferramenta empregada Ø o sarrafo, que pode ficar apoiado em mestras, que definem a espessura das lajes. Para essa atividade, Ø recomendÆvel que a fôrma da laje esteja nivelada, pois isso facilita o posicionamento correto das mestras. A fim de obter um maior controle no nivelamento das lajes, pode-se empregar taliscas ou mestras metÆlicas. No caso dos pilares, ao invØs do nivelamento, Ø realizada uma conferŒncia do prumo, pois durante a concretagem as fôrmas podem sair do ajuste inicial. Acabamento superficial Etapa em que procura-se proporcionar à laje a textura desejada. De acordo com o padrªo desejado, podemos ter os seguintes tipos de laje: convencionais: aquelas em que nªo sªo realizados controles do nivelamento e da rugosidade superficial nivelada: possuem controle do nivelamento, para que o contrapiso seja aplicado com a espessura definida no projeto acabada: tambØm conhecida como laje zero, oferecem um substrato com rugosidade superficial adequada, bem como controle de planeza e nivelamento, sem a camada de contrapiso. Existem diversos equipamentos que proporcionam rugosidade diferente na superfície do concreto. Dessa forma, Ø preciso utilizar o equipamento adequado para cada tipo de acabamento. Para essa operaçªo, pode-se utilizar desempenadeiras metÆlica ou de madeira. As primeiras sªo empregadas quando se deseja um acabamento liso na superfície de concreto. Nota para a definiçªo da espessura das lajes, pode-se empregar taliscas, de aço, madeira ou argamassa. Nivelamento 17CONManual de Estruturas Cura A realizaçªo da cura Ø fundamental para a garantia da resistŒncia desejada na estrutura, pois evita a ocorrŒncia de fissuraçªo plÆstica do concreto, uma vez que impede a perda precoce da umidade. Essa proteçªo precisa ser feita atentando-se para os seguintes fatos: a cura deve ser iniciada assim que a superfície tenha resistŒncia à açªo da Ægua; no caso de lajes, recomenda-se a cura por um período mínimo de 7 dias; o concreto deve estar saturado com Ægua atØ que os espaços ocupados pela Ægua sejam inteirados por produtos da hidrataçªo do cimento; em peças estruturais mais esbeltas ou quando empregado concreto de baixa resistŒncia à compressªo, deve-se realizar a cura com bastante cuidado, pois, nessas situaçıes, ocorre um decrØscimo de resistŒncia à compressªo caso a cura nªo seja realizada. As temperaturas iniciais sªo as mais importantes para o concreto, sendo as baixas temperaturas mais prejudiciais ao crescimento da resistŒncia, enquanto as altas o aceleram. Dessa forma, no inverno, deve-se tomar cuidado com resistŒncias menores em idades baixas (7 ou 14 dias), enquanto no verªo haverÆ maior crescimento, desde que a cura seja realizada adequadamente. Tipos de cura A cura da obra pode ser realizada por: Molhagem das fôrmas, no caso de pilares; Irrigaçªo periódica das superfícies; Recobrimento com material para manter a estrutura sempre œmida, podendo ser areia, sacos de aniagem, papel impermeÆvel ou mantas; Películas de cura; Submersªo; Cura a vapor. O melhor agente de cura Ø a Ægua potÆvel. Na impossibilidade de utilizÆ-la, pode- se empregar as películas. Essas películas sªo produtos obtidos por soluçıes ou emulsıes aquosas de resinas e parafinas, que se depositam durante um certo prazo sobre a superfície do concreto, impedindo a dessecaçªo prematura. Após esse período sªo naturalmente destruídas ou carreadas pela açªo das intempØries, restabelecendo a superfície natural do concreto. Dicas Para a garantiacontra o aparecimento de fissuras na estrutura, recomenda-se a realizaçªo da cura atØ os 14 dias após o lançamento do concreto. Evite que os procedimentos de cura sejam realizados apenas nos primeiros dias. Em dias excessivamente quentes e secos, a cura com Ægua deve ser iniciada antes da pega, para evitar fissuras originadas por retraçªo plÆstica. Nota As películas de cura tambØm sªo denominadas impermeabilizaçªo superficial. Cura 18CON Manual de Estruturas CAD CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO Conceitos Definiçªo Princípios do CAD Quando utilizar o CAD CAD x concreto convencional: como decidir? Sistematizaçªo Definiçªo do traço do concreto Aquisiçªo do concreto Definiçªo dos materiais Seleçªo do fornecedor Pedido do concreto Recebimento do concreto PrÆticas Recomendadas Transporte Lançamento Adensamento Desfôrma Cura Controle Tecnológico 19CONManual de Estruturas Conceitos fundamentais Concreto que, alØm de alta resistŒncia, Ø concebido considerando-se a vida œtil, a durabilidade da estrutura. (NOTA 1) De um maneira bem simples, podemos dizer que a combinaçªo de alta resistŒncia e durabilidade Ø obtida atravØs da reduçªo da relaçªo Ægua/cimento. Num concreto convencional, a relaçªo Ægua/cimento Ø de aproximadamente 0,60. No CAD, essa relaçªo fica em torno de 0,25 a 0,30. Com menor quantidade de Ægua, o concreto fica mais compacto, pois possui menos poros e, consequentemente, adquire uma maior resistŒncia à compressªo. AlØm do aumento da resistŒncia à compressªo, a menor porosidade do concreto dificulta a entrada de agentes agressivos, melhorando a durabilidade da estrutura. O CAD possui tambØm as seguintes características: ResistŒncia à compressªo elevada em baixas idades; Retraçªo menor que o concreto convencional; AusŒncia de exsudaçªo; Maior coesªo, reduzindo o problema de segregaçªo do concreto; Menor deformaçªo ao longo do tempo (fluŒncia); Baixa permeabilidade. Nota HÆ uma diferença entre concreto de alta resistŒncia (CAR) e concreto de alto desempenho (CAD). O CAR envolve apenas a resistŒncia do concreto, enquanto o CAD considera tambØm a durabilidade. Conceitos 20CON Manual de Estruturas Princípios do CAD Para que o concreto adquira a resistŒncia desejada, Ø preciso promover a hidrataçªo do cimento, o que Ø feito adicionando-se Ægua na mistura. PorØm, na prÆtica, Ø preciso adicionar uma quantidade de Ægua alØm da necessÆria para o endurecimento do concreto, para possibilitar o manuseio do material no estado fresco, ou seja, obter a trabalhabilidade desejada. Assim sendo, uma parte da Ægua Ø utilizada para promover o endurecimento do concreto, atravØs de reaçıes químicas dos seus constituintes, e a outra parte Ø evaporada, criando-se vazios. No CAD, Ø empregada uma menor quantidade de Ægua (ocorre a reduçªo da relaçªo Ægua/cimento) e, consequentemente, obtØm-se um concreto com menor quantidade de vazios. Tendo um concreto mais compacto, aumenta-se a resistŒncia à compressªo. Ao mesmo tempo, a menor porosidade dificulta a penetraçªo de agentes agressivos, motivo pelo qual possui uma maior durabilidade. Quando utilizar o CAD? Um projeto estrutural bem concebido deve explorar o potencial que cada tipo de arranjo e ou tipologia estrutural proporciona. No caso do CAD, podemos obter vantagens no seu emprego sobretudo nas seguintes situaçıes: Pilares de edifícios uma das características do CAD Ø a alta resistŒncia à compressªo. Dessa forma, as vantagens da utilizaçªo do CAD sªo mais sensíveis nos pilares pois, alØm da reduçªo de seçªo, acabam tendo reduçªo na taxa de armadura, facilitando a concretagem. Regiıes marítimas e ambientes agressivos Pelo fato de ser menos poroso, o CAD tambØm Ø indicado para ser empregado em ambientes agressivos, pois os agentes deletØrios terªo mais dificuldade em penetrar no concreto. Pisos industriais o aumento da resistŒncia à abrasªo, somada à resistŒncia a agentes agressivos sªo fatores considerados para o emprego do CAD em pisos industriais. Obras de arte o fato de ter um aumento na durabilidade torna vantajoso utilizar tambØm em obras de arte, pois o intervalo necessÆrio para a manutençªo torna-se maior. CAD x concreto convencional: como decidir? A decisªo do tipo de concreto a ser empregado deve ser feita na etapa de projeto. Devido às particularidades de cada obra, o projetista precisa analisar cada caso, para verificar a viabilidade ou nªo de se empregar o CAD. Nota No CAD, para obter a trabalhabilidade necessÆria, utiliza- se aditivos superplastificantes. Nos edifícios, o emprego do CAD pode proporcionar ganho de Ærea œtil, pois hÆ uma reduçªo na seçªo dos pilares ou atØ mesmo na quantidade dos mesmos. Consequentemente, temos um ganho de flexibilidade no lay out do empreendimento. É interessante que o projetista realize estudos analisando a possibilidade de utilizaçªo de diferentes resistŒncias para pilares e lajes/vigas, pois isso influi diretamente no custo da estrutura. Conceitos 21CONManual de Estruturas Nessa anÆlise, Ø importante considerar: As características arquitetônicas da obra, como grandes vªos e ou altura, quantidade de pavimentos; A resistŒncia à compressªo desejada para a estrutura; A vida œtil do empreendimento; As condiçıes ambientais que a obra serÆ executada, analisando-se a umidade do ar, a temperatura, a salinidade, presença de agentes químicos. A anÆlise de viabilidade dos diferentes modelos estruturais. A escolha pelo emprego do CAD tem como principais objetivos: Ganho de Ærea œtil, atravØs da concepçªo de elementos estruturais de menor dimensªo Baixo custo de manutençªo da estrutura, ou seja, execuçªo de estrutura com maior durabilidade. AlØm desses custos, Ø importante considerar os gastos com a manutençªo da estrutura e tambØm o ganho de Ærea œtil obtido. CAD x Concreto Concreto convencional CAD 22CON Manual de Estruturas Sistematizaçªo Uma vez definido no projeto, a execuçªo de uma estrutura com CAD segue as seguintes etapas: Podemos perceber que as etapas para a execuçªo de uma estrutura com CAD nªo difere de uma estrutura convencional. É preciso, porØm, que alguns cuidados sejam tomados em cada etapa, para que a estrutura tenha o resultado desejado. Definiçªo do traço do concreto A definiçªo do traço do concreto implica em definir os materiais a serem empregados, definir as suas proporçıes e a seqüŒncia da mistura. Por isso, Ø importante que essa atividade seja realizada por um profissional com conhecimento tØcnico, denominado tecnologista. AlØm de todo o conhecimento necessÆrio para o desenvolvimento das atividades anteriormente descritas, Ø interessante que o tecnologista proponha ensaios de módulos de deformaçªo do concreto. A relaçªo do tecnologista com a dosadora de concreto deve ser bastante estreita, sendo importante realizar as seguintes açıes: 1. Documentar o resultado das anÆlises dos materiais, das dosagens experimentais, as correçıes necessÆrias e os novos resultados; 2. Realizar ou participar do treinamento das pessoas que serªo parceiras no processo das concretagens, pois a linguagem entre os envolvidos deverÆ ser a mesma; 3. Confrontar os procedimentos tØcnicos de fiscalizaçıes na central dosadora e no local de aplicaçªo do CAD; 4. Documentar e retroalimentar os sucessos e os fracassos durante o processo, para que as eventuais falhas durante o processo nªo se repitam e tambØm para que haja uma evoluçªo na tecnologia de dosagem do CAD. 5. Definir tempos de transporte e aplicaçªo do concreto. Nota O tecnologista Ø um profissional conhecedor das características do concreto e mØtodos de dosagem. Geralmente, as centrais dosadoras de concreto possuem esse profissional. Sistematizaçªo23CONManual de Estruturas Aquisiçªo do concreto O processo de aquisiçªo do concreto consiste em realizar as seguintes atividades: Definiçªo dos materiais Na dosagem do CAD, a definiçªo dos materiais a serem empregados deve ser feito de forma criteriosa, devendo atender SEMPRE as exigŒncias das normas. Dessa forma, Ø importante que essa definiçªo seja realizada junto com o tecnologista e, numa segunda etapa, sejam buscados fornecedores que tenham capacidade de atender aos critØrios estabelecidos. De um modo geral, esteja atento aos seguintes itens para a escolha dos materiais: Cimento Em princípio, qualquer cimento brasileiro Ø adequado para a produçªo do CAD, sendo desejÆvel priorizar a maior compatibilidade com os aditivos superplastificantes. Dessa forma, na escolha dos materiais, Ø importante otimizar a combinaçªo cimento/aditivo. A partir disso, escolhe- se os agregados, de acordo com as características de desempenho solicitados no projeto da estrutura. Aditivos superplastificantes Os aditivos superplastificantes tem como funçªo melhorar a trabalhabilidade do concreto, sem a necessidade de adicionar Ægua para tal. Com isso, pode-se obter um grande abatimento no concreto com uma baixa relaçªo Ægua/cimento. Dica Cuidado: o excesso de aditivo superplastificante pode ocasionar: Aumento no custo do concreto Retardamento de pega Aumento do teor de ar incorporado (aumento da porosidade da estrutura, prejudicando a resistŒncia do concreto). Sistematizaçªo 24CON Manual de Estruturas Aditivo retardador ou estabilizador de pega O CAD tem uma perda rÆpida de trabalhabilidade, sendo necessÆrio, em alguns casos,utilizar aditivo retardador ou estabilizador de pega, para manter a trabalhabilidade do concreto por um tempo maior. O cuidado a ser tomado, nesse caso, Ø encontrar um equilíbrio entre a dosagem do superplastificante e do retardador de pega, para evitar a perda de abatimento durante o lançamento sem atrasar o desenvolvimento da resistŒncia do concreto. Agregado miœdo (areia) O agregado deve demandar uma menor quantidade de Ægua e ao mesmo tempo a mÆxima plasticidade do concreto fresco. É preferível que os grªos sejam esfØricos, nªo angulosos. Agregado graœdo (brita) Deve possuir as seguintes características: resistŒncia à compressªo superior à do concreto baixo índice de abrasªo boa aderŒncia à pasta de cimento formato dos grªos preferencialmente cœbicos Adiçıes (sílica ativa) Nos casos em que o concreto possui uma alta resistŒncia à compressªo (superior a 50 MPa, aproximadamente), costuma-se utilizar adiçıes. A adiçªo empregada comumente nesse caso Ø a sílica ativa. Devido aos tamanhos dos grªos, as partículas de sílica podem preencher os vazios entre as partículas maiores de cimento. Dessa forma, o concreto resulta numa microestrutura muito densa, motivo pelo qual Ø possível obter o aumento da resistŒncia à compressªo do concreto. A decisªo de utilizar ou nªo a sílica deve levar em conta razıes econômicas e tecnológicas, como a diminuiçªo do calor de hidrataçªo, por exemplo. É preciso analisar a vantagem no ganho de resistŒncia x custo do material em substituiçªo ao cimento. Dicas É importante definir: o tipo de agregado miœdo, sua granulometria e o formato dos grªos. É recomendÆvel que o diâmetro mÆximo do agregado seja de 19 mm (brita 1). DicionÆrio Adiçıes: produto adicionado ao concreto em quantidade superior a 5% da massa de cimento. Sistematizaçªo 25CONManual de Estruturas Seleçªo do fornecedor A escolha do fornecedor de concreto deve ser feita de forma criteriosa, ou seja, devem ser tomadas precauçıes na escolha do fornecedor, para que o concreto adquirido realmente atenda às condiçıes desejadas. Para isso, entre em contato com os fornecedores locais e verifique se sªo atendidos os seguintes itens: 1. A dosadora possui condiçªo para estocagem de mais de um tipo de cimento? 2. A dosadora possui condiçªo para estocagem de agregados sem contaminaçıes, de forma a mantŒ-los isolados em caso de averiguaçıes tØcnicas? 3. Possui um estoque regular para 3 dias (em mØdia) de operaçªo, sem reposiçªo de materiais? 4. O sistema de dosagem Ø informatizado/automatizado, com registros de pesagens automÆticos? (Sem interferŒncia do homem) 5. HÆ medidor de umidade do agregado realizado no silo, com correçªo automÆtica de Ægua? 6. Possui medidor de Ægua por vazªo? (Ø preferível em relaçªo ao medidor de volume, por oferecer maior precisªo). 7. A dosadora segue procedimentos de manutençıes regulares preventivas, para evitar paralisaçıes que venham a comprometer o andamento de uma concretagem? 8. HÆ frota disponível para a sustentaçªo do fluxo a ser determinado para o ritmo de concretagem? 9. Dispıe de mÆquina operatriz (pÆ-carregadeira) reserva? 10. Disponibilidade de equipamentos e equipe de bombeamento em situaçıes de grandes volumes em curto espaço de tempo para aplicaçªo? 11. A empresa conta com uma equipe treinada conforme necessidade da obra? Pedido do concreto Para realizar o pedido do concreto dosado em central, tenha as seguintes definiçıes: Quantidade desejada em cada caminhªo; Intervalo entre os caminhıes; Trabalhabilidade requerida - abatimento (Slump); ResistŒncia característica do concreto (fck); Dimensªo mÆxima do agregado; Tipo de lançamento convencional ou bombeado. No caso do CAD, Ø interessante tambØm que as definiçıes do tecnologista sejam transmitidas: Relaçªo Ægua/cimento; Tipo do cimento; Tipo e marca do aditivo e da adiçªo; Tipo de agregado miœdo e graœdo; Módulo de deformaçªo; Temperatura no estado fresco. Nota É importante a realizaçªo de uma RIO (Reuniªo de Início de Obra) para definir as condiçıes gerais do processo, incluindo segundo turno de trabalho, se for necessÆrio. Para concretos com slump de 160 – 3 mm, limite a quantidade de concreto para cerca de 75% da capacidade do caminhªo, para nªo prejudicar a homogeneidade do concreto. Procure realizar a programaçªo e o pedido do CAD com antecedŒncia, sobretudo se o concreto for bombeado. Dica A disponibilidade de uma mÆquina operatriz Ø super importante, pois a paralisaçªo desse tipo de equipamento compromete o funcionamento regular da central e seu fornecimento. Sistematizaçªo 26CON Manual de Estruturas Recebimento do concreto Eleja um responsÆvel pelo recebimento do concreto, o qual deve verificar no documento da entrega: Se o volume indicado na nota fiscal confere com o pedido de compra; Se o concreto possui a trabalhabilidade especificada; Se o fck indicado na Nota Fiscal estÆ de acordo com o pedido de compra; Se hÆ alguma informaçªo sobre os aditivos e se esses conferem com o pedido. O CAD possui uma perda rÆpida de trabalhabilidade. Dessa forma, fique atento ao tempo de adiçªo do superplastificante, para nªo dificultar ou atØ mesmo inviabilizar a execuçªo da concretagem. PrÆticas recomendadas A execuçªo de uma estrutura com o emprego do CAD possui o mesmo processo de uma estrutura em concreto convencional. Atente apenas aos seguintes detalhes: Transporte O transporte do CAD pode ser feito do mesmo modo que o convencional: por meio de grua, caçamba, jerica ou bomba. No caso da utilizaçªo do concreto bombeado, a granulometria do agregado miœdo Ø um parâmetro importante, para se obter a coesªo desejada. Lançamento No CAD, pelo fato do concreto ter baixa segregaçªo, Ø possível o lançamento do concreto a uma altura maior que o convencional. Nos pilares executados com CAD e que receberªo na laje um concreto com resistŒncia menor, Ø preciso alargar o capitel com o CAD, para que nªo haja o problema da punçªo. AlØm disso, deve-se tomar cuidado na sobreposiçªo dos dois concretos, para que nªo seja criadauma junta fria. Para evitar esse problema, recomenda-se o emprego de um retardador de pega, para que o CAD esteja plÆstico o suficiente para ligar com o concreto convencional da laje. PrÆticas 27CONManual de Estruturas Adensamento O CAD Ø bastante coeso e possui alta viscosidade. Dessa forma, Ø preciso atentar para os seguintes cuidados na vibraçªo: No caso de lajes, pode-se utilizar vibradores de imersªo (agulhas) ou rØguas vibratórias, devendo-se adensar o concreto por um tempo maior que o utilizado no concreto convencional. Nos pilares e vigas, alØm dos vibradores por imersªo, Ø recomendÆvel empregar tambØm vibradores externos, para eliminar as bolhas de ar que ficam aprisionadas no concreto. PrÆticas 28CON Manual de Estruturas Desfôrma De um modo geral, numa estrutura executada com CAD, a desfırma pode ocorrer num prazo menor que o convencional, pois o concreto atinge uma resistŒncia inicial superior. Cura O rigor da cura no CAD Ø maior do que em relaçªo ao concreto convencional. No CAD, a cura deve ser realizada tªo cedo quando possível, para garantir a hidrataçªo do cimento presente na mistura e, tambØm, reduzir a retraçªo da peça estrutural. Pode ser realizada com uma membrana de cura, aspersªo de Ægua (no caso de lajes) ou pela utilizaçªo de uma película de Ægua. O período para a realizaçªo da cura com Ægua nªo deve ser inferior a 3 dias, sendo 7 dias um período adequado, para reduzir o problema da retraçªo do concreto.Notas Como o CAD possui uma alta resistŒncia inicial, Ø difícil introduzir pregos na estrutura. Dessa forma, Ø preciso prever e emprego de furadeiras eletro- mecânicas ou pneumÆticas, para a fixaçªo de gastalhos e escoras, por exemplo. E se a cura nªo for realizada? Se a cura nªo for realizada, poderÆ haver o impedimento de um desenvolvimento satisfatório da resistŒncia à compressªo. PrÆticas 29CONManual de Estruturas Controle tecnológico O ensaio de resistŒncia à compressªo do concreto Ø realizado com corpos de prova menores, com dimensıes de 100 x 200 mm, devido à capacidade das prensas utilizadas para realizar a ruptura dos mesmos. Notas Dependendo do tipo de cimento empregado, pode haver um ganho significativo (atØ 20%) de resistŒncia do concreto após 28 dias, motivo pelo qual realiza-se, em algumas situaçıes, ensaios aos 63 e 91 dias. As idades mais avançadas para a ruptura dos corpos de prova (63 e 91 dias) servem para eliminar dœvidas a respeito dos resultados da moldagem aos 28 dias, evitando-se a extraçªo de corpos de prova na estrutura. Uma outra diferença estÆ no tratamento dos topos do corpo de prova. No concreto convencional, geralmente realiza-se o capeamento com enxofre. No CAD, a resistŒncia do composto do capeamento pode ser inferior à resistŒncia do concreto. Dessa forma, recomenda-se realizar a retífica dos corpos de prova, que consiste em regularizar as bases com uma mÆquina politriz. Quanto aos nœmeros de corpos de prova de cada betonada, recomenda-se moldar dois corpos de prova para o rompimento aos 28 dias, para a determinaçªo do fck do lote. AlØm disso, caso se deseje acompanhar a evoluçªo da resistŒncia do concreto, ou decidir pela desfôrma ou reescoramento da estrutura, pode-se retirar um corpo de prova para cada idade desejada (3, 7, 63 e ou 91 dias). Controle
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