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MANUAL ABCP - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CONCRETO (Concretagem) CONCEITOS FUNDAMENTAIS

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1CONManual de Estruturas
Conceitos
Sistematizaçªo
PrÆticas recomendadas
Adensamento
Nivelamento
Acabamento superficial
Concretagem
Conceitos
Conceitos fundamentais
Propriedades no estado fresco
Propriedades no estado endurecido
As deformaçıes do concreto
Sistematizaçªo
Concreto preparado na obra
Seleçªo e aquisiçªo de materiais
Recebimento e estocagem dos materiais
Dosagem do concreto
Mistura do concreto
Concreto dosado em central
Escolha do fornecedor
Pedido
Recebimento
PrÆticas recomendadas
Transporte
Lançamento
Adensamento
Nivelamento
Acabamento superficial
Cura
2CON Manual de Estruturas
3CONManual de Estruturas
Conceitos
DicionÆrio
Concretagem: ato de receber,
transportar, lançar, espalhar,
adensar, nivelar e fazer o
acabamento do concreto.
Em uma estrutura de concreto armado, o material concreto possui duas funçıes
bÆsicas:
• Resistir aos esforços de compressªo ao qual a estrutura estÆ submetida
• Conferir proteçªo ao aço.
Para que a estrutura de concreto atenda às especificaçıes do projeto, alØm dos
cuidados referentes à armadura, cimbramento e fôrmas, Ø preciso considerar uma
sØrie de fatores do próprio concreto: propriedades dos materiais constituintes do
concreto, dosagem da mistura e execuçªo da concretagem.
Se algum desses itens nªo for realizado adequadamente, hÆ uma grande probabilidade
de ocorrŒncia de problemas na estrutura. Salienta-se que nªo hÆ a possibilidade de
compensar a deficiŒncia em uma das operaçıes com cuidados especiais em outra.
Conceitos fundamentais
VocŒ jÆ deve ter questionado ao menos uma vez por que o concreto, com o passar
do tempo, passa do estado pastoso a um material endurecido.
Vejamos entªo como ocorre o endurecimento do concreto.
O cimento, ao entrar em contato com a Ægua, reage quimicamente, passando por
um processo de hidrataçªo.
Durante a hidrataçªo, cada grªo do cimento desdobra-se em inœmeras partículas,
formando um sólido poroso denominado gel de silicato de cÆlcio hidratado.
Como resultado dessa reaçªo, o volume dos sólidos cresce dentro dos limites da
pasta, produzindo embricamentos. Para a formaçªo desses embricamentos, parte
da Ægua utilizada na mistura Ø utilizada.
Essa “malha” formada reduz a porosidade do concreto e aumenta a sua
resistŒncia mecânica.
Seguindo esse raciocínio, teremos uma maior resistŒncia à compressªo quanto maior
a quantidade de embricamentos, pois obteremos um concreto menos poroso com
estrutura mais compacta.
Esse processo Ø complexo e envolve diversas variÆveis e, para avaliar a qualidade
do concreto, Ø importante conhecer as suas propriedades, seja no estado fresco,
desde o momento da colocaçªo da Ægua atØ o adensamento na fôrma; seja no estado
endurecido, resistindo às açıes solicitadas ao longo da vida œtil.
4CON Manual de Estruturas
Nota
O conhecimento das características
geomØtricas da estrutura Ø
importante para definir a
trabalhabilidade desejada para a
produçªo da estrutura.
Conceitos
Propriedades no estado fresco
No espaço de tempo que o concreto permanece plÆstico, as características de maior
importância sªo: a consistŒncia, a coesªo e a homogeneidade. A combinaçªo dessas
trŒs características Ø denominada trabalhabilidade.
Trabalhabilidade
É a propriedade do concreto associada a trŒs características:
1. facilidade de reduçªo de vazios e de adensamento do concreto
2. facilidade de moldagem, relacionada com o preenchimento da fôrma e
dos espaços entre as barras de aço
3. resistŒncia à segregaçªo e manutençªo da homogeneidade da mistura,
durante manuseio e vibraçªo.
A trabalhabilidade Ø uma propriedade transitória que depende de diversos fatores,
dentre os quais se destacam: as características e dosagens dos materiais constituintes
e o modo de produçªo do concreto.
O ensaio de consistŒncia deve iniciar atØ 5 minutos da coleta da amostra e a
trabalhabilidade deve ser controlada ao longo do intervalo de tempo entre a
produçªo e a aplicaçªo.
Nenhum ensaio Ø capaz de fornecer uma avaliaçªo completa da trabalhabilidade do
concreto. O ensaio mais conhecido, que mede a consistŒncia do concreto, Ø o denominado
ensaio de abatimento do tronco de cone, mais conhecido como Slump Test.
O abatimento do concreto Ø uma das medidas de referŒncia das características do
concreto, motivo pelo qual seu valor costuma ser especificado no pedido do
concreto.
Propriedades no estado endurecido
Basicamente, o concreto endurecido deve apresentar resistŒncia mecânica e
durabilidade compatíveis com as condiçıes do projeto e ao ambiente ao qual a
estrutura fica exposta.
Como obter a resistŒncia desejada?
Para obter a resistŒncia especificada no projeto estrutural, vÆrios fatores devem ser
considerados.
- Para a dosagem do concreto, Ø importante ter a especificaçªo da relaçªo Ægua/
cimento, as características dos agregados, a especificaçªo do cimento.
- Durante a execuçªo, devem ser tomados cuidados no recebimento, transporte,
lançamento, adensamento e cura.
ResistŒncia característica do concreto - fck
É o valor da resistŒncia abaixo do qual Ø esperada a probabilidade de 5% de todas
as mediçıes possíveis da resistŒncia especificada.
Para o concreto, admite-se a distribuiçªo normal de Gauss para as resistŒncias
mecânicas.
O concreto de uma estrutura deve ser especificado atravØs de sua resistŒncia
característica à compressªo (fck), estimada pela moldagem e ensaios de corpos de
prova cilíndricos aos 28 dias de idade.
DicionÆrio
ConsistŒncia: medida da
mobilidade da mistura
(plasticidade), ou seja, maior ou
menor facilidade de deformar-se
sob a açªo de cargas. É expressa
pelo ensaio de abatimento do
tronco de cone (slump test)
Coesªo: forças que agem de
forma a manter os grªos ligados
entre si.
Segregaçªo: processo de
separaçªo dos constituintes do
concreto, em que os materiais
mais densos (brita) ficam no
fundo e a pasta, na superfície. A
segregaçªo Ø ocasionada por
excesso de vibraçªo durante o
adensamento ou lançamento
em alturas elevadas.
5CONManual de Estruturas
ResistŒncia à traçªo simples
Nas obras, geralmente nªo sªo realizados ensaios de resistŒncia à traçªo do concreto.
A sua determinaçªo pode ser œtil para procurar prevenir as fissuras no concreto, a
partir do conhecimento das condiçıes de carregamento e movimentaçıes tØrmicas
e higroscópicas.
No Brasil, sua determinaçªo deve obedecer as prescriçıes da norma NBR 7222 –
ResistŒncia à traçªo simples de argamassa e concreto por compressªo diametral dos
corpos-de-prova cilíndricos.
Uma outra forma de determinar a resistŒncia à traçªo Ø atravØs da realizaçªo do
ensaio de flexªo simples.
Flexªo à fadiga.
Avalia a resistŒncia do concreto quando submetido à açªo de cargas repetidas.
A capacidade do concreto em resistir aos esforços de traçªo por flexªo se reduz à
medida que aumenta o nœmero de vezes que a carga atua.
Dessa forma, a consideraçªo dessa característica no projeto Ø extremamente
importante, principalmente quando a estrutura receberÆ açıes repetidas de cargas.
As deformaçıes do concreto
As variaçıes de volume do concreto podem ser oriundas de diversos fatores:
• higromØtricas, ocorrem devido à variaçªo do teor de Ægua e independe de causas externas;
• químicas, sendo as retraçıes resultantes das reaçıes químicas provocadas durante
o processo de endurecimento do concreto;
• tØrmicas, sendo as variaçıes volumØtricas ocasionadas pelo gradiente de
temperatura;
• mecânicas, ocasionadas pela açªo de cargas.
FluŒncia
É a deformaçªo lenta que cresce com o correr do tempo, quando uma carga Ø mantida.
Sªo diversos os fatores que afetam a fluŒncia, dentre os quais se destacam:
• as condiçıes ambientais, que com o aumento da temperatura e baixas umidades
relativas, concorrem para seu aumento;
• a resistŒncia da pasta, que, ao aumentar, reduz a fluŒncia;• a relaçªo entre a tensªo sobre o corpo-de-prova e a resistŒncia da pasta que,
aumentando, concorre para o aumento da fluŒncia;
• a quantidade de pasta no concreto que, ao aumentar, concorre para o aumento
da fluŒncia.
Na prÆtica, a deformaçªo instantânea e a retraçªo hidrÆulica ocorrem
simultaneamente na maioria das vezes, de modo que o tratamento de ambos
conjuntamente Ø muito mais conveniente.
Notas
Definir o abatimento do concreto
nªo significa que a obra terÆ o
concreto ideal para a execuçªo
da estrutura. É necessÆrio um
estudo em laboratório para a
definiçªo da dosagem do
concreto, antes de chegar a uma
trabalhabilidade considerada
satisfatória, podendo haver,
ainda assim, ajustes posteriores
no canteiro.
O controle da resistŒncia à
compressªo do concreto permite
avaliar se o que estÆ sendo
produzido corresponde ao que foi
especificado no dimensionamento
da estrutura.
Durante a retirada da
amostragem para o ensaio de
resistŒncia, utilize o concreto
situado no terço mØdio do
caminhªo, ou seja, nªo permita
que a amostra seja retirada nem
no princípio nem no final da
descarga da betoneira.
O ensaio de resistŒncia à traçªo
por flexªo Ø muito empregado
para o controle de qualidade de
pavimentos de concreto.
Conceitos
6CON Manual de Estruturas
Sistematizaçªo
Sistematizaçªo
A execuçªo da concretagem envolve as seguintes atividades:
Concreto preparado na obra
Seleçªo e aquisiçªo dos materiais
Atualmente, muitas empresas solicitam concreto dosado em central. Essa Ø uma
prÆtica recomendada, pois reduz o estoque dos materiais na obra, agiliza o processo
de produçªo e proporciona um maior grau de controle do concreto.
O preparo do concreto no canteiro somente Ø recomendÆvel para situaçıes de
extrema urgŒncia ou quando hÆ a necessidade de pequena quantidade de concreto.
Mesmo que seja pequena a quantidade de concreto a ser produzida na obra, Ø
importante conhecer as características dos materiais constituintes, para que a escolha
dos materiais seja realizada tecnicamente. No caso do concreto dosado em central,
o conhecimento das características dos materiais permite que o pedido do concreto
seja feito balizando-se em parâmetros tØcnicos, nªo considerando somente o preço
do fornecedor.
Concluindo, podemos dizer que, seja produzido na obra, seja dosado em central,
o conhecimento dos cuidados necessÆrios para a seleçªo dos materiais torna-se
imprescindível, pois a qualidade do concreto estÆ diretamente relacionada às
características dos constituintes.
Cimento Portland
Ø o material mais importante que constitui o concreto. Basicamente, as principais
características físicas dos cimentos que influenciam no desempenho do concreto
dizem respeito à resistŒncia da argamassa, à finura dos grªos que compıem o
cimento e ao tempo de início de pega.
A resistŒncia e durabilidade da estrutura dependem diretamente da quantidade,
qualidade e tipo de cimento empregado. Atualmente os seguintes tipos de cimento
sªo fabricados no Brasil:
Notas
Concreto dosado na obra x
dosado em central
Para decidir sobre a viabilidade
ou nªo de adquirir concreto
dosado em central, analise:
• espaço disponível do canteiro,
devido à Ærea necessÆria para
estocagem dos materiais
constituintes – cimento, areia e brita
• aquisiçªo de equipamento
para mistura do concreto
• implantaçªo de mØtodo de
controle para garantir a
uniformidade na dosagem
• tempo e mªo-de-obra
demandada para produçªo do
concreto.
Geralmente, os agregados
representam cerca de 60 a 75%
do volume total do concreto.
Quando a areia estiver muito
œmida, nªo esqueça que o seu
volume pode chegar a aumentar
atØ 30%, devido ao fenômeno do
inchamento.
7CONManual de Estruturas
Sistematizaçªo
InfluŒncias Tipo de Cimento
Podemos observar que o tipo de cimento exerce uma grande influŒncia no
comportamento da estrutura, principalmente durante o processo de endurecimento.
É importante, pois, conhecer as características de cada tipo, para especificar o
cimento mais adequado para a finalidade requerida.
A variaçªo do comportamento dos vÆrios tipos de cimento pode ser melhor
visualizada no grÆfico a seguir.
ResistŒncia
à compressªo
Calor gerado na
reaçªo do cimento
com a Ægua
Impermeabilidade
ResistŒncia aos
agentes agressivos
(Ægua do mar e de
esgotos)
Durabilidade
Branco
Estrutural
Comum e
Composto
de Alto-Forno Pozolânico ARI Resistente
aos Sulfatos
Menor nos
primeiros dias
e maior no
final da cura
Padrªo Menor nos
primeiros dias
e maior no
final da cura
Muito maior
nos primeiros
dias
Padrªo Padrªo
Menor MaiorPadrªo Menor MaiorPadrªo
Padrªo Maior Maior Padrªo Padrªo Padrªo
MenorPadrªo
Padrªo Maior
Maior Menor
PadrªoMaior
Maior Maior
Menor Padrªo
8CON Manual de Estruturas
Sistematizaçªo
Agregados
Os agregados possuem as seguintes finalidades no concreto:
1. Transmitir as tensıes aplicadas ao concreto atravØs de seus grªos.
Geralmente, a resistŒncia à compressªo dos agregados Ø superior que a
do concreto;
2. Reduzir o efeito das variaçıes volumØtricas ocasionadas pela retraçªo.
Nessa lógica, quanto maior o teor de agregados em relaçªo à pasta de
cimento, menor serÆ a retraçªo;
3. Reduzir o custo do concreto.
No concreto, utilizamos dois tipos de agregados: o graœdo (brita) e o miœdo (areia),
cada qual com funçıes e propriedades específicas.Nota
Geralmente, os agregados
representam cerca de 60 a 75%
do volume total do concreto.
nªo devem conter grªos de um œnico
tamanho, ou seja, deve-se procurar
adquirir agregados com boa
distribuiçªo granulomØtrica.
A quantidade de Ægua no concreto Ø um
fator importante que condiciona
inclusive a resistŒncia e durabilidade da
estrutura. Dessa forma, Ø importante
considerar a quantidade de Ægua
presente na areia (umidade) na dosagem
do concreto.
atentar para o diâmetro mÆximo,
levando-se em consideraçªo as
dimensıes da peça estrutural e a
distribuiçªo das armaduras. O teor de
material pulverulento deve ser o menor
possível, pois sua presença aumenta
consideravelmente a superfície
específica, exigindo uma quantidade
maior de Ægua, o que ocasiona correçıes
no consumo de cimento (para nªo
mudar a relaçªo Ægua/cimento) e,
conseqüentemente, influenciando no
custo do concreto.
O formato dos grªos tambØm Ø relevante
sobre a qualidade e o custo do concreto.
Para isso, costuma-se calcular o índice de
forma do agregado, que Ø a relaçªo entre
a maior e a menor dimensªo do grªo
(analogamente, podemos dizer que seria
a relaçªo entre o comprimento e a altura).
Quanto menor o índice de forma, menor
serÆ o teor de vazios do agregado, de
modo que a quantidade de argamassa
para preenche-los tambØm serÆ menor,
exigindo uma menor quantidade de Ægua.
Agregado miœdo (areia)
Agregado graœdo (brita)
9CONManual de Estruturas
Sistematizaçªo
Recebimento e estocagem dos materiais
Cimento Portland
para a estocagem, o cimento deve ser armazenado em pilhas, que nªo devem conter
mais de 10 sacos. AlØm disso, deve estar em local coberto e bem protegido e os
sacos nªo devem estar em contato direto com o piso.
Agregado miœdo
a areia deve ser estocada em baias drenadas, para evitar que as parcelas dos grªos
finos sejam carreados.
Agregado graœdo
o cuidado a ser tomado na estocagem Ø evitar que haja a segregaçªo. Geralmente,
os grªos maiores tendem a ficar na base das pilhas. Dessa forma, no preparo do
concreto, deve-se pegar o material desde a base atØ o topo das pilhas.
Dosagem do concreto
Consiste em determinar a quantidade necessÆria de material para que o concreto
atinja as características desejadas.
O traço pode ser determinado em massa ou em volume. Dessa forma, Ø importante
que, ao se estabelecera dosagem, esteja claro o que o traço estÆ representando.
Nos concretos preparados na obra, a dosagem em volume Ø a mais empregada,
devido à praticidade na execuçªo. PorØm, Ø um processo que oferece uma menor
precisªo, em funçªo das variaçıes que podem ocorrer devido às diferenças no
enchimento, na compactaçªo dos materiais, no rasamento mal feito.
A dosagem em massa Ø realizada com o uso de balanças. É o mØtodo mais seguro,
pois permite determinaçıes precisas das quantidades dos componentes do concreto.
AlØm disso, pode-se realizar eventuais correçıes necessÆrias, em virtude da variaçªo
da umidade da areia.
Independente do mØtodo de dosagem adotado, o traço do concreto sempre deve
ser calculado para nœmero inteiro de sacos de cimento. Nªo deve ser permitido o
fracionamento de sacos, pois o cimento deve ser sempre medido em massa.
Mistura do concreto
Numa mistura, as duas qualidades desejadas para uma boa mistura sªo:
• a homogeneidade
• a integridade
A mistura pode ser realizada manual ou mecanicamente.
Na primeira situaçªo, recomenda-se o emprego de caixas ou estrados impermeÆveis, para
evitar a perda de Ægua devido a absorçªo.
A dosagem manual Ø indicada somente quando serÆ utilizada uma quantidade muito
pequena de concreto, misturando-se em uma amassada no mÆximo de 100 kg de cimento.
Na dosagem mecânica, o equipamento empregado Ø a betoneira. Existem diversos
tipos de betoneiras, variando-se o eixo de rotaçªo do tambor, que pode ser
horizontal, vertical ou inclinado.
Nas betoneiras de eixo horizontal, a eficiŒncia da mistura Ø um pouco
comprometida, pois o agregado graœdo tende ir para o fundo, ocorrendo um início
de segregaçªo dos materiais.
Notas
Esteja atento com o período de
estocagem do cimento. O
período mØdio de estocagem Ø
de aproximadamente um mŒs.
Esse prazo deve ser reduzido em
locais de climas œmidos e pode
ser aumentado para dois meses
em locais de clima seco.
Na estocagem dos agregados,
deixe previsto um local para a
descarga de materiais de
qualidade diferente do que estÆ
sendo utilizado.
O enchimento e rasamento mal
feito das caixas utilizadas para
dosagem volumØtrica pode gerar
uma diferença de 6 a 9% do peso
do material, chegando a
representar uma diferença de
atØ 6% do volume do concreto.
Os materiais cuja alteraçªo de
quantidade exerce maior
influŒncia nas propriedades do
concreto sªo a Ægua e o cimento.
DicionÆrio
Integridade: situaçªo em que
todas as partículas sólidas estªo
em contato com a Ægua.
10CON Manual de Estruturas
Sistematizaçªo
Dependendo do equipamento, a seqüŒncia de colocaçªo dos materiais Ø importante
para a obtençªo de uma boa mistura. De um modo geral, recomenda-se a seguinte
seqüŒncia e quantidades:
1. 1/3 da quantidade de Ægua
2. todo agregado graœdo, (proceder a lavagem dos agregados)
3. todo cimento mais 1/3 de Ægua
4. homogeneizar por um minuto
5. todo agregado miœdo mais o restante da Ægua
Concreto dosado em central
Uma das diferenças mais significativas entre o concreto preparado na obra e o
dosado em central estÆ na composiçªo dos materiais.
O concreto dosado em central utiliza aditivos, que sªo produtos químicos
adicionados durante o preparo do concreto, em proporçıes inferiores a 5% em
relaçªo à massa do cimento. Tem a finalidade de modificar algumas propriedades
do concreto ou conferir a ele qualidades para melhorar o seu comportamento.
De acordo com sua finalidade, podem ser aplicados no concreto fresco ou
endurecido.
Existem diversos tipos de aditivos, com funçıes distintas, entre os quais destacam-se:
Notas
Sempre que solicitar aditivo,
recomenda-se verificar a
compatibilidade do produto no
concreto.
Os aditivos servem para
melhorar ou conferir boas
características de desempenho
ao concreto. Nªo resolvem
qualquer problema ligado às
propriedades do concreto e
tampouco tranforma um mau
concreto em um bom concreto.
reduz a perda de
consistŒncia em climas
quentes e œmidos
reduz a quantidade de
Ægua e permite ganho
mais rÆpido de resistŒncia
ganho de resistŒncia
em baixas temperaturas
reduçªo do tempo de
desfôrma
Tipos Efeitos Vantagens Desvantagens
Plastificante
Retardador de pega
Acelerador de pega
Plastificante
e Retardador
Plastificante
e Acelerador
aumenta o índice de
consistŒncia possibilita a
reduçªo de pelo menos 6%
da Ægua de amassamento
maior trabalhabilidade para
determinada resistŒncia
menor consumo de cimento
para determinada resistŒncia
e trabalhabilidade
retarda o início de pega
para dosagens elevadas
do aditivo
risco de segregaçªo
aumenta o tempo de
início de pega
mantØm a trabalhabilidade
a temperaturas elevadas
retarda a elevaçªo do calor
de hidrataçªo
amplia os tempos de
aplicaçªo
pode promover exsudaçªo
pode aumentar a retraçªo
plÆstica do concreto
pegamais rÆpida
resistŒncia inicial
mais elevada
possível fissuraçªo devido
ao calor de hidrataçªo
risco de corrosªo de
armaduras
efeito combinado do
plastificante e retardador
de pega
aumento da exsudaçªo
e retraçªo plÆstica
risco de segregaçªo
efeito combinado do
plastificante e acelerador
de pega
risco de corrosªo
de armadura
11CONManual de Estruturas
Sistematizaçªo
Escolha do fornecedor
Atualmente sªo diversos os fornecedores de concreto dosado em central.
Como escolher aquele que melhor atende às minhas necessidades?
É evidente que nªo hÆ a necessidade de realizar a escolha pelo mØtodo da tentativa
e erro. Para isso, verifique com antecedŒncia à data de concretagem as seguintes
informaçıes das concreteiras:
Dados gerais da empresa
Informaçªo O que verificar
se Ø associada à Associaçªo Brasileira de Empresas de Serviços de
Concretagem (ABESC)
a configuraçªo jurídica da empresa – capital social, contrato de
prestaçªo de serviços, notas fiscais e faturas, recolhimento de tributos;
o tempo de funcionamento e experiŒncia no mercado;
principais clientes e obras
Materiais e Equipamentos
Outros
a procedŒncia e a qualidade dos materiais componentes do concreto;
a idade mØdia dos caminhıes betoneiras
as condiçıes dos equipamentos utilizados para o transporte e
lançamento do concreto – caminhıes e bombas;
Controle tecnológico se possui laboratórios de controle e responsÆvel tØcnico;
a automaçªo, a informatizaçªo e o grau de controle dos ensaios;
se possui certificado de aferiçªo de equipamentos de mediçªo
(balanças e equipamentos de laboratório);
a localizaçªo da central de dosagem em relaçªo à obra;
se a empresa respeita o meio ambiente, atravØs de controles
ambientais (filtros, reciclagem, disposiçªo de rejeitos, etc.)
Superplastificante riscos de segregaçªo
da mistura
efeito do fluidificante
Ø num tempo menor
que o plastificante
pode elevar a perda de
consistŒncia
Incorporador de ar incorpora pequenas
bolhas de ar no concreto
aumenta a durabilidade ao
congelamento do concreto
sem elevar o consumo de
cimento e o conseqüente
aumento do calor de
hidrataçªo
reduz o teor de Ægua e a
permeabilidade do concreto
necessita controle
cuidadoso da
porcentagem de ar
incorporado e do tempo
de mistura
elevado aumento do
índice de consistŒncia
possibilita a reduçªo
de, no mínimo, 12% da
Ægua de amassamento
eficiente re redutor
de Ægua
proporciona ganhos
de resistŒncia para
determinada
trabalhabilidade
reduz o consumo
de cimento
12CON Manual de Estruturas
A avaliaçªo do fornecedor nªo deve ser efetuada somente para a escolha da central dosadora.Uma forma de avaliar posteriormente
consiste em atribuir pontuaçªo para itens que julgar importante, como por exemplo, prazo, preço e qualidade. Dessa forma, Ø
possível mensurar aquelas que melhoratendem, alØm de possibilitar uma melhoria na qualidade do fornecimento,
retroalimentando os pontos positivos e alertando as concreteiras sobre os pontos que devem ser melhorados.
Pedido
Ao realizar o pedido do concreto, informe:
• a quantidade requerida, em m3;
• o volume de concreto que deve vir no caminhªo betoneira e o intervalo de entrega;
• o horÆrio de início de concretagem, que deve estar atrelado ao plano de concretagem;
• a forma de lançamento – convencional, bomba estacionÆrio, auto-bomba com
lança, grua, entre outros;
• o fck do concreto;
• o slump;
• a dimensªo mÆxima da brita.
Um vez que o fornecedor influencia diretamente no ritmo da concretagem - atravØs
da entrega dos caminhıes no intervalo desejado e tambØm no fornecimento de
bomba - Ø importante que o plano de concretagem jÆ tenha sido definido
previamente à realizaçªo do pedido.
Para assegurar que o concreto solicitado atenda aos requisitos desejados, pode-se,
no momento do pedido, informar, por exemplo, o tipo e a marca do cimento, o
tipo e a marca do aditivo, a relaçªo Ægua/cimento, o teor de ar incorporado e a
massa específica.
Recebimento
Designe um profissional responsÆvel para o recebimento do concreto, que deverÆ
conferir:
• A nota fiscal, verificando se o volume e a resistŒncia característica conferem com
o pedido de compra;
• A integridade do lacre do caminhªo, que Ø uma forma de garantir que o concreto
nªo foi descarregado desde a sua saída da central;
• A consistŒncia do concreto, atravØs do ensaio de abatimento do tronco de cone.
No recebimento do concreto, a realizaçªo do slump test Ø importante para verificar
se a quantidade de Ægua existente no produto estÆ compatível com as especificaçıes.
A falta de Ægua dificulta a aplicaçªo do concreto, propiciando a ocorrŒncia de
“bicheiras” na estrutura. JÆ o excesso de Ægua, apesar de facilitar a aplicaçªo, reduz
a resistŒncia da estrutura.
É comum que, durante o trajeto do caminhªo betoneira, ocorra a perda de
consistŒncia do concreto, seja devido à temperatura, seja devido à umidade. Nesse
caso, a quantidade de Ægua a ser reposta deve ser efetuada de modo a corrigir o
abatimento de todo o volume transportado.
Notas
É responsabilidade da obra a
perda de consistŒncia (slump)
devido à espera prolongada para
o recebimento e/ou descarga do
caminhªo betoneira. Dessa
forma, programe-se para evitar
problemas posteriores.
O ensaio de abatimento do tronco
de cone Ø o œnico instrumento de
qualificaçªo do material para o
recebimento. Dessa forma, efetue
o ensaio sempre, ainda que o
motorista do caminhªo betoneira
ou o próprio responsÆvel pelo
recebimento tenha uma larga
experiŒncia.
Nªo adicione Ægua após o início
da concretagem, pois isso altera
as propriedades do concreto, alØm
de perder a garantia do produto.
Sistematizaçªo
13CONManual de Estruturas
Concretagem: prÆticas recomendadas
A concretagem Ø a etapa final de um ciclo de execuçªo da estrutura e, embora seja
a de menor duraçªo, necessita de um planejamento que considere os diversos fatores
que interferem na produçªo, visando um melhor aproveitamento de recursos.
Basicamente, as etapas da concretagem podem ser resumidas em:
Transporte
O transporte do concreto Ø um item importante numa concretagem, pois Ø um
condicionante que interfere diretamente nas definiçıes das características do
concreto (trabalhabilidade desejada, por exemplo), na produtividade do serviço e,
se houver, na elaboraçªo de um projeto para produçªo.
O sistema de transporte deve ser tal que permita o lançamento direto nas fôrmas,
evitando-se depósitos intermediÆrios ou transferŒncia de equipamentos.
O tempo de duraçªo do transporte deve ser o menor possível, para minimizar os
efeitos relativos à reduçªo da trabalhabilidade com o passar do tempo.
De acordo com o grau de racionalizaçªo proporcionado pelo sistema de transporte,
podemos classificÆ-los como:
Nota
Para a escolha do tipo de
transporte do concreto, deve-se
optar por aquele que nªo
acarrete segregaçªo de seus
constituintes ou perda sensível
de seus componentes, seja por
vazamento, seja por evaporaçªo
Para a escolha e o dimensionamento do sistema de transporte
do concreto, considere:
• O volume a ser concretado
• A velocidade de aplicaçªo
• A distância – horizontal e vertical – entre o recebimento e a
utilizaçªo
• O arranjo físico do canteiro
Grua e caçamba
Carrinho de mªo
Jerica
Bombas de concreto
Concebido para movimentaçªo de terra, seu uso Ø
improdutivo, pois hÆ a dificuldade de equilíbrio em
apenas uma roda
Menos de 80 litros
110 a 180 litros Evoluçªo do carrinho de mªo, facilita a movimentaçªo
horizontal do concreto
35 a 45 m3/hora Permite a continuidade no fluxo do material. Reduz
a quantidade de mªo-de-obra
Realiza a movimentaçªo horizontal e vertical com
œnico equipamento. Apresenta um abastecimento do
concreto descontinuado. Libera o elevador de cargas.
15 m3/h
Sistema de transporte CacterísticasCapacidade
PrÆticas
14CON Manual de Estruturas
Tipos de bomba
As bombas de concreto podem ser estacionÆrias ou acopladas a lanças.
A bomba lança Ø um equipamento com tubulaçªo acoplada a uma lança móvel,
montados sobre um veículo automotor.
Tem a praticidade de movimentar mecanicamente o mangote, alØm de nªo ter a
necessidade de montar e desmontar a tubulaçªo fixa. Tem como desvantagem a
limitaçªo da altura, as dimensıes da laje e os espaços no canteiro.
JÆ a bomba estacionÆria Ø um equipamento rebocÆvel para o lançamento do concreto.
Tem uma pressªo maior, alcançando maiores alturas. Tem como desvantagem a
necessidade de ter uma tubulaçªo fixa, bem como a retirada e remontagem dos
tubos no decorrer da concretagem.
Lançamento
Essa atividade geralmente Ø realizada pelo próprio equipamento de transporte.
Devido à maior probabilidade de segregaçªo do concreto durante as operaçıes de
lançamento, a consistŒncia deve ser escolhida em funçªo do sistema a ser adotado.
Os cuidados necessÆrios durante o lançamento sªo:
• o concreto preparado na obra deve ser lançado logo após o amassamento, nªo
sendo permitido o intervalo superior a
uma hora após o preparo;
• no concreto bombeado, o tamanho
mÆximo dos agregados nªo deve ser superior
a 1/3 do diâmetro do tubo no caso de brita
ou 2/5 no caso de seixo rolado;
• Em nenhuma hipótese o lançamento
pode ocorrer após o início da pega;
• Nos pilares, a altura de queda livre
do concreto nªo pode ser superior a
2m, pois pode ocorrer a segregaçªo dos
componentes.
• Nas lajes e vigas, o concreto deve ser
lançado encostado à porçªo colocada
anteriormente, nªo devendo formar
montes separados de concreto para
distribui-lo posteriormente. Esse
procedimento deve ser respeitado, pois
possibilita a separaçªo da argamassa que
flui à frente do agregado graœdo.
• Nas lajes, se o transporte do concreto
for realizado com jericas, Ø necessÆrio o
emprego de passarelas ou caminhos
apoiados sobre o assoalho da fôrma, para
proteger a armadura e facilitar o transporte.
Quando o lançamento Ø interrompido,
formam-se juntas de concretagem. Essas
juntas devem ser tratadas, para garantir a ligaçªo do concreto endurecido com o novo.
Para isso, os locais da parada de concretagem devem ser estudados previamente, de
modo que estejam localizadas em seçıes pouco solicitadas, para nªo influir no
comportamento da estrutura.
Em locais de maior solicitaçªo, pode-se aplicar um adesivo estrutural na junta.
Nota
Para a opçªo do tipo de bomba
deve-se considerar a altura do local
onde serÆ concretado, dimensıes
e condiçıes do canteiro.
O concreto bombeado exerce
uma pressªo maior sobre o
escoramento lateral, se
compararmos com o lançamento
convencional. Assim sendo, Ø
importante que o travamento
das fôrmas, bem como o
escoramento, sejam reforçados.
Nos pilares, hÆ empresasque
realizam o lançamento só da
argamassa no fundo da peça
estrutural, para evitar o
aparecimento de bicheiras. Esse
procedimento nªo Ø necessÆrio e,
quando utilizado, devem ser
tomados cuidados especiais para
que a argamassa nªo permaneça
no fundo, sem misturar com o
restante do concreto.
Dica
Nos pilares, realize o lançamento
do concreto em camadas
inferiores a 50 cm, para que a
vibraçªo seja realizada de forma
eficiente.
PrÆticas
15CONManual de Estruturas
Adensamento
Atividade que tem como funçªo retirar os vazios do concreto, diminuindo a
porosidade e, consequentemente, aumentando a resistŒncia do elemento estrutural.
Tem tambØm a funçªo de acomodar o concreto na fôrma, para tornar as superfícies
aparentes com textura lisa, plana e estØtica.
A energia e o tempo de adensamento dependem da trabalhabilidade do concreto, devendo
crescer o sentido do emprego de concretos de consistŒncias plÆticas para secas.
O adensamento pode ser realizado de forma manual ou mecânica.
No adensamento manual, utilizam-se barras de aço ou de madeira, que atuam como
soquetes estreitos, que expulsam as bolhas de ar do concreto.
É um procedimento que exige experiŒncia e baixa eficiŒncia, de modo que deve
ficar restrito em serviços de pequeno porte, utilizando-se nesse caso concretos com
abatimentos superiores a 8 cm, tendo as camadas de concreto uma espessura mÆxima
de 20 cm.
Geralmente, o adensamento Ø realizado mecanicamente e, nesse caso, o equipamento
mais utilizado Ø o vibrador de imersªo.
Quando utilizar esse equipamento, a espessura das camadas nªo deve ser superior a
3/4 do comprimento da agulha e a distância entre os pontos de aplicaçªo do vibrador
deve ser de 6 a 10 vezes o diâmetro da agulha. Nesse caso, para agulhas com diâmetro
de 35 a 45 cm, as distâncias variam de 25 a 35 cm.
No caso de lajes, pode-se empregar tambØm a rØgua vibratória, que tem a vantagem
de nivelar e adensar simultaneamente. Por outro lado, o manuseio desse
equipamento exige uma certa habilidade por parte de quem opera, alØm de possuir
limitaçıes quanto às dimensıes e espessura da laje.
Na concretagem das lajes, os
caminhos de madeira devem ser
dispostos de modo a otimizar as
relocaçıes e remoçıes dos
mesmos, minimizando as
interferŒncias e proporcionando
um fluxo adequado durante o
lançamento do concreto.
Notas
Durante o adensamento, deve-se
evitar a vibraçªo da armadura, para
que nªo formem vazios ao seu
redor, prejudicando a aderŒncia da
armadura ao concreto.
Deve-se tambØm manter uma
distância de aproximadamente 10
cm da fôrma, para nªo forçar
excessivamente as paredes laterais.
O tempo de vibraçªo depende da
freqüŒncia de vibraçªo, abatimento,
forma dos agregados e densidade
da armadura. É melhor vibrar por
períodos curtos em pontos próximos
do que por muito tempo em pontos
mais distantes.
O excesso de vibraçªo produz
segregaçªo, de modo que o
adensamento deve ser cessado
quando a superfície se tornar lisa
e brilhante e quando nªo aparecer
mais bolhas de ar na superfície.
Adensamento
16CON Manual de Estruturas
Pelo fato da desempenadeira de madeira
propiciar um acabamento rugoso, sªo
utilizadas quando a especificaçªo do
projeto indicar o uso de contrapiso.
Ganho na produtividade pode ser
obtido com o uso de desempenadeiras
motorizadas, devendo ser aplicada a
partir do instante em que for possível
caminhar sobre o concreto, sem esse
estar completamente endurecido. O
momento adequado para essa operaçªo
ocorre quando o concreto suporta a
pressªo do operÆrio, deixando apenas
uma pequena marca da bota, com cerca
de 2 mm de produndidade.
DicionÆrio
a laje zero Ø aquela executada
com controle de nivelamento,
planeza e textura superficial
coerente com o revestimento que
o piso irÆ receber. Para isso, o
controle dos níveis Ø mais rígido
que o convencional, empregando-
se, muitas vezes, equipamentos
acabadores de superfície.
Cura: conjunto de medidas que tem
como finalidade evitar a evaporaçªo
prematura da Ægua necessÆria à
hidrataçªo do cimento, consistindo
em realizar o controle do tempo,
temperatura e condiçıes de
umidade após o lançamento do
concreto nas fôrmas.
Nivelamento
TambØm denominada sarrafeamento, Ø uma atividade realizada nas lajes.e vigas.
A ferramenta empregada Ø o sarrafo, que pode ficar apoiado em mestras, que definem
a espessura das lajes.
Para essa atividade, Ø recomendÆvel que a fôrma da laje esteja nivelada, pois isso
facilita o posicionamento correto das mestras.
A fim de obter um maior controle no nivelamento das lajes, pode-se empregar
taliscas ou mestras metÆlicas.
No caso dos pilares, ao invØs do nivelamento, Ø realizada uma conferŒncia do
prumo, pois durante a concretagem as fôrmas podem sair do ajuste inicial.
Acabamento superficial
Etapa em que procura-se proporcionar à laje a textura desejada. De acordo com o
padrªo desejado, podemos ter os seguintes tipos de laje:
• convencionais: aquelas em que nªo sªo realizados controles do nivelamento e
da rugosidade superficial
• nivelada: possuem controle do nivelamento, para que o contrapiso seja aplicado
com a espessura definida no projeto
• acabada: tambØm conhecida como laje zero, oferecem um substrato com
rugosidade superficial adequada, bem como controle de planeza e nivelamento, sem
a camada de contrapiso.
Existem diversos equipamentos que proporcionam rugosidade diferente na superfície
do concreto. Dessa forma, Ø preciso utilizar o equipamento adequado para cada tipo
de acabamento.
Para essa operaçªo, pode-se utilizar desempenadeiras metÆlica ou de madeira.
As primeiras sªo empregadas quando se deseja um acabamento liso na superfície
de concreto.
Nota
para a definiçªo da espessura
das lajes, pode-se empregar
taliscas, de aço, madeira ou
argamassa.
Nivelamento
17CONManual de Estruturas
Cura
A realizaçªo da cura Ø fundamental para a garantia da resistŒncia desejada na estrutura,
pois evita a ocorrŒncia de fissuraçªo plÆstica do concreto, uma vez que impede a
perda precoce da umidade.
Essa proteçªo precisa ser feita atentando-se para os seguintes fatos:
• a cura deve ser iniciada assim que a superfície tenha resistŒncia à açªo da Ægua;
• no caso de lajes, recomenda-se a cura por um período mínimo de 7 dias;
• o concreto deve estar saturado com Ægua atØ que os espaços ocupados pela Ægua
sejam inteirados por produtos da hidrataçªo do cimento;
• em peças estruturais mais esbeltas ou quando empregado concreto de baixa resistŒncia
à compressªo, deve-se realizar a cura com bastante cuidado, pois, nessas situaçıes,
ocorre um decrØscimo de resistŒncia à compressªo caso a cura nªo seja realizada.
As temperaturas iniciais sªo as mais importantes para o concreto, sendo as baixas
temperaturas mais prejudiciais ao crescimento da resistŒncia, enquanto as altas o
aceleram. Dessa forma, no inverno, deve-se tomar cuidado com resistŒncias menores
em idades baixas (7 ou 14 dias), enquanto no verªo haverÆ maior crescimento,
desde que a cura seja realizada adequadamente.
Tipos de cura
A cura da obra pode ser realizada por:
• Molhagem das fôrmas, no caso de pilares;
• Irrigaçªo periódica das superfícies;
• Recobrimento com material para manter a estrutura sempre œmida, podendo
ser areia, sacos de aniagem, papel impermeÆvel ou mantas;
• Películas de cura;
• Submersªo;
• Cura a vapor.
O melhor agente de cura Ø a Ægua potÆvel. Na impossibilidade de utilizÆ-la, pode-
se empregar as películas.
Essas películas sªo produtos obtidos por soluçıes ou emulsıes aquosas de resinas
e parafinas, que se depositam durante um certo prazo sobre a superfície do concreto,
impedindo a dessecaçªo prematura.
Após esse período sªo naturalmente destruídas ou carreadas pela açªo das
intempØries, restabelecendo a superfície natural do concreto.
Dicas
Para a garantiacontra o
aparecimento de fissuras na
estrutura, recomenda-se a
realizaçªo da cura atØ os 14 dias
após o lançamento do concreto.
Evite que os procedimentos de
cura sejam realizados apenas
nos primeiros dias.
Em dias excessivamente
quentes e secos, a cura com
Ægua deve ser iniciada antes da
pega, para evitar fissuras
originadas por retraçªo plÆstica.
Nota
As películas de cura tambØm sªo
denominadas impermeabilizaçªo
superficial.
Cura
18CON Manual de Estruturas
CAD
CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
Conceitos
Definiçªo
Princípios do CAD
Quando utilizar o CAD
CAD x concreto convencional: como decidir?
Sistematizaçªo
Definiçªo do traço do concreto
Aquisiçªo do concreto
Definiçªo dos materiais
Seleçªo do fornecedor
Pedido do concreto
Recebimento do concreto
PrÆticas Recomendadas
Transporte
Lançamento
Adensamento
Desfôrma
Cura
Controle Tecnológico
19CONManual de Estruturas
Conceitos fundamentais
Concreto que, alØm de alta resistŒncia, Ø concebido considerando-se a vida œtil, a
durabilidade da estrutura. (NOTA 1)
De um maneira bem simples, podemos dizer que a combinaçªo de alta resistŒncia
e durabilidade Ø obtida atravØs da reduçªo da relaçªo Ægua/cimento.
Num concreto convencional, a relaçªo Ægua/cimento Ø de aproximadamente 0,60.
No CAD, essa relaçªo fica em torno de 0,25 a 0,30.
Com menor quantidade de Ægua, o concreto fica mais compacto, pois possui menos
poros e, consequentemente, adquire uma maior resistŒncia à compressªo.
AlØm do aumento da resistŒncia à compressªo, a menor porosidade do concreto
dificulta a entrada de agentes agressivos, melhorando a durabilidade da estrutura.
O CAD possui tambØm as seguintes características:
• ResistŒncia à compressªo elevada em baixas idades;
• Retraçªo menor que o concreto convencional;
• AusŒncia de exsudaçªo;
• Maior coesªo, reduzindo o problema de segregaçªo do concreto;
• Menor deformaçªo ao longo do tempo (fluŒncia);
• Baixa permeabilidade.
Nota
HÆ uma diferença entre concreto
de alta resistŒncia (CAR) e
concreto de alto desempenho
(CAD). O CAR envolve apenas a
resistŒncia do concreto,
enquanto o CAD considera
tambØm a durabilidade.
Conceitos
20CON Manual de Estruturas
Princípios do CAD
Para que o concreto adquira a resistŒncia desejada, Ø preciso promover a hidrataçªo
do cimento, o que Ø feito adicionando-se Ægua na mistura.
PorØm, na prÆtica, Ø preciso adicionar uma quantidade de Ægua alØm da necessÆria
para o endurecimento do concreto, para possibilitar o manuseio do material no
estado fresco, ou seja, obter a trabalhabilidade desejada.
Assim sendo, uma parte da Ægua Ø utilizada para promover o endurecimento do
concreto, atravØs de reaçıes químicas dos seus constituintes, e a outra parte Ø
evaporada, criando-se vazios.
No CAD, Ø empregada uma menor quantidade de Ægua (ocorre a reduçªo da relaçªo
Ægua/cimento) e, consequentemente, obtØm-se um concreto com menor quantidade
de vazios.
Tendo um concreto mais compacto, aumenta-se a resistŒncia à compressªo. Ao
mesmo tempo, a menor porosidade dificulta a penetraçªo de agentes agressivos,
motivo pelo qual possui uma maior durabilidade.
Quando utilizar o CAD?
Um projeto estrutural bem concebido deve explorar o potencial que cada tipo de
arranjo e ou tipologia estrutural proporciona.
No caso do CAD, podemos obter vantagens no seu emprego sobretudo nas seguintes
situaçıes:
Pilares de edifícios
uma das características do CAD Ø a alta resistŒncia à compressªo. Dessa forma, as
vantagens da utilizaçªo do CAD sªo mais sensíveis nos pilares pois, alØm da reduçªo
de seçªo, acabam tendo reduçªo na taxa de armadura, facilitando a concretagem.
Regiıes marítimas e ambientes agressivos
Pelo fato de ser menos poroso, o CAD tambØm Ø indicado para ser empregado em
ambientes agressivos, pois os agentes deletØrios terªo mais dificuldade em penetrar
no concreto.
Pisos industriais
o aumento da resistŒncia à abrasªo, somada à resistŒncia a agentes agressivos sªo
fatores considerados para o emprego do CAD em pisos industriais.
Obras de arte
o fato de ter um aumento na durabilidade torna vantajoso utilizar tambØm em
obras de arte, pois o intervalo necessÆrio para a manutençªo torna-se maior.
CAD x concreto convencional: como decidir?
A decisªo do tipo de concreto a ser empregado deve ser feita na etapa de projeto.
Devido às particularidades de cada obra, o projetista precisa analisar cada caso,
para verificar a viabilidade ou nªo de se empregar o CAD.
Nota
No CAD, para obter a
trabalhabilidade necessÆria, utiliza-
se aditivos superplastificantes.
Nos edifícios, o emprego do CAD
pode proporcionar ganho de
Ærea œtil, pois hÆ uma reduçªo
na seçªo dos pilares ou atØ
mesmo na quantidade dos
mesmos. Consequentemente,
temos um ganho de flexibilidade
no lay out do empreendimento.
É interessante que o projetista
realize estudos analisando a
possibilidade de utilizaçªo de
diferentes resistŒncias para
pilares e lajes/vigas, pois isso
influi diretamente no custo da
estrutura.
Conceitos
21CONManual de Estruturas
Nessa anÆlise, Ø importante considerar:
• As características arquitetônicas da obra, como grandes vªos e ou altura,
quantidade de pavimentos;
• A resistŒncia à compressªo desejada para a estrutura;
• A vida œtil do empreendimento;
• As condiçıes ambientais que a obra serÆ executada, analisando-se a umidade do
ar, a temperatura, a salinidade, presença de agentes químicos.
• A anÆlise de viabilidade dos diferentes modelos estruturais.
A escolha pelo emprego do CAD tem como principais objetivos:
• Ganho de Ærea œtil, atravØs da concepçªo de elementos estruturais de menor
dimensªo
• Baixo custo de manutençªo da estrutura, ou seja, execuçªo de estrutura com maior
durabilidade.
AlØm desses custos, Ø importante considerar os gastos com a manutençªo da
estrutura e tambØm o ganho de Ærea œtil obtido.
CAD x Concreto
Concreto convencional
CAD
22CON Manual de Estruturas
Sistematizaçªo
Uma vez definido no projeto, a execuçªo de uma estrutura com CAD segue as
seguintes etapas:
Podemos perceber que as etapas para a execuçªo de uma estrutura com CAD nªo
difere de uma estrutura convencional.
É preciso, porØm, que alguns cuidados sejam tomados em cada etapa, para que a
estrutura tenha o resultado desejado.
Definiçªo do traço do concreto
A definiçªo do traço do concreto implica em definir os materiais a serem
empregados, definir as suas proporçıes e a seqüŒncia da mistura.
Por isso, Ø importante que essa atividade seja realizada por um profissional com
conhecimento tØcnico, denominado tecnologista.
AlØm de todo o conhecimento necessÆrio para o desenvolvimento das atividades
anteriormente descritas, Ø interessante que o tecnologista proponha ensaios de
módulos de deformaçªo do concreto.
A relaçªo do tecnologista com a dosadora de concreto deve ser bastante estreita,
sendo importante realizar as seguintes açıes:
1. Documentar o resultado das anÆlises dos materiais, das dosagens
experimentais, as correçıes necessÆrias e os novos resultados;
2. Realizar ou participar do treinamento das pessoas que serªo parceiras
no processo das concretagens, pois a “linguagem” entre os envolvidos
deverÆ ser a mesma;
3. Confrontar os procedimentos tØcnicos de fiscalizaçıes na central
dosadora e no local de aplicaçªo do CAD;
4. Documentar e retroalimentar os sucessos e os fracassos durante o
processo, para que as eventuais falhas durante o processo nªo se repitam
e tambØm para que haja uma evoluçªo na tecnologia de dosagem do CAD.
5. Definir tempos de transporte e aplicaçªo do concreto.
Nota
O tecnologista Ø um profissional
conhecedor das características do
concreto e mØtodos de dosagem.
Geralmente, as centrais
dosadoras de concreto possuem
esse profissional.
Sistematizaçªo23CONManual de Estruturas
Aquisiçªo do concreto
O processo de aquisiçªo do concreto consiste em realizar as seguintes atividades:
Definiçªo dos materiais
Na dosagem do CAD, a definiçªo dos materiais a serem empregados deve ser feito
de forma criteriosa, devendo atender SEMPRE as exigŒncias das normas.
Dessa forma, Ø importante que essa definiçªo seja realizada junto com o tecnologista
e, numa segunda etapa, sejam buscados fornecedores que tenham capacidade de
atender aos critØrios estabelecidos.
De um modo geral, esteja atento aos seguintes itens para a escolha dos materiais:
Cimento
Em princípio, qualquer cimento
brasileiro Ø adequado para a produçªo
do CAD, sendo desejÆvel priorizar a
maior compatibilidade com os aditivos
superplastificantes.
Dessa forma, na escolha dos materiais,
Ø importante otimizar a combinaçªo
cimento/aditivo. A partir disso, escolhe-
se os agregados, de acordo com as
características de desempenho
solicitados no projeto da estrutura.
Aditivos superplastificantes
Os aditivos superplastificantes tem como
funçªo melhorar a trabalhabilidade do
concreto, sem a necessidade de adicionar
Ægua para tal.
Com isso, pode-se obter um grande
abatimento no concreto com uma baixa
relaçªo Ægua/cimento.
Dica
Cuidado: o excesso de aditivo
superplastificante pode
ocasionar:
• Aumento no custo do concreto
• Retardamento de pega
Aumento do teor de ar incorporado
(aumento da porosidade da
estrutura, prejudicando a
resistŒncia do concreto).
Sistematizaçªo
24CON Manual de Estruturas
Aditivo retardador ou estabilizador de pega
O CAD tem uma perda rÆpida de trabalhabilidade, sendo necessÆrio, em alguns
casos,utilizar aditivo retardador ou estabilizador de pega, para manter a
trabalhabilidade do concreto por um tempo maior.
O cuidado a ser tomado, nesse caso, Ø encontrar um equilíbrio entre a dosagem
do superplastificante e do retardador de pega, para evitar a perda de abatimento
durante o lançamento sem atrasar o desenvolvimento da resistŒncia do concreto.
Agregado miœdo (areia)
O agregado deve demandar uma menor quantidade de Ægua e ao mesmo tempo a
mÆxima plasticidade do concreto fresco.
É preferível que os grªos sejam esfØricos, nªo angulosos.
Agregado graœdo (brita)
Deve possuir as seguintes características:
• resistŒncia à compressªo superior à do concreto
• baixo índice de abrasªo
• boa aderŒncia à pasta de cimento
• formato dos grªos preferencialmente cœbicos
Adiçıes (sílica ativa)
Nos casos em que o concreto possui uma alta resistŒncia à compressªo (superior a
50 MPa, aproximadamente), costuma-se utilizar adiçıes.
A adiçªo empregada comumente nesse caso Ø a sílica ativa. Devido aos tamanhos
dos grªos, as partículas de sílica podem preencher os vazios entre as partículas
maiores de cimento.
Dessa forma, o concreto resulta numa microestrutura muito densa, motivo pelo
qual Ø possível obter o aumento da resistŒncia à compressªo do concreto.
A decisªo de utilizar ou nªo a sílica deve levar em conta razıes econômicas e
tecnológicas, como a diminuiçªo do calor de hidrataçªo, por exemplo.
É preciso analisar a vantagem no ganho de resistŒncia x custo do material em
substituiçªo ao cimento.
Dicas
É importante definir: o tipo de
agregado miœdo, sua granulometria
e o formato dos grªos.
É recomendÆvel que o diâmetro
mÆximo do agregado seja de 19
mm (brita 1).
DicionÆrio
Adiçıes: produto adicionado ao
concreto em quantidade
superior a 5% da massa de
cimento.
Sistematizaçªo
25CONManual de Estruturas
Seleçªo do fornecedor
A escolha do fornecedor de concreto deve ser feita de forma criteriosa, ou seja,
devem ser tomadas precauçıes na escolha do fornecedor, para que o concreto
adquirido realmente atenda às condiçıes desejadas.
Para isso, entre em contato com os fornecedores locais e verifique se sªo atendidos
os seguintes itens:
1. A dosadora possui condiçªo para estocagem de mais de um tipo de cimento?
2. A dosadora possui condiçªo para estocagem de agregados sem
contaminaçıes, de forma a mantŒ-los isolados em caso de averiguaçıes tØcnicas?
3. Possui um estoque regular para 3 dias (em mØdia) de operaçªo, sem
reposiçªo de materiais?
4. O sistema de dosagem Ø informatizado/automatizado, com registros
de pesagens automÆticos? (Sem interferŒncia do “homem”)
5. HÆ medidor de umidade do agregado realizado no silo, com correçªo
automÆtica de Ægua?
6. Possui medidor de Ægua por vazªo? (Ø preferível em relaçªo ao medidor
de volume, por oferecer maior precisªo).
7. A dosadora segue procedimentos de manutençıes regulares
preventivas, para evitar paralisaçıes que venham a comprometer o
andamento de uma concretagem?
8. HÆ frota disponível para a sustentaçªo do fluxo a ser determinado para
o ritmo de concretagem?
9. Dispıe de mÆquina operatriz (pÆ-carregadeira) reserva?
10. Disponibilidade de equipamentos e equipe de bombeamento em
situaçıes de grandes volumes em curto espaço de tempo para aplicaçªo?
11. A empresa conta com uma equipe treinada conforme necessidade da obra?
Pedido do concreto
Para realizar o pedido do concreto dosado em central, tenha as seguintes definiçıes:
• Quantidade desejada em cada caminhªo;
• Intervalo entre os caminhıes;
• Trabalhabilidade requerida - abatimento (‘Slump’);
• ResistŒncia característica do concreto (fck);
• Dimensªo mÆxima do agregado;
• Tipo de lançamento – convencional ou bombeado.
No caso do CAD, Ø interessante tambØm que as definiçıes do tecnologista sejam transmitidas:
• Relaçªo Ægua/cimento;
• Tipo do cimento;
• Tipo e marca do aditivo e da adiçªo;
• Tipo de agregado miœdo e graœdo;
• Módulo de deformaçªo;
• Temperatura no estado fresco.
Nota
É importante a realizaçªo de
uma RIO (Reuniªo de Início de
Obra) para definir as condiçıes
gerais do processo, incluindo
segundo turno de trabalho, se for
necessÆrio.
Para concretos com slump de
160 – 3 mm, limite a quantidade
de concreto para cerca de 75%
da capacidade do caminhªo,
para nªo prejudicar a
homogeneidade do concreto.
Procure realizar a programaçªo
e o pedido do CAD com
antecedŒncia, sobretudo se o
concreto for bombeado.
Dica
A disponibilidade de uma
mÆquina operatriz Ø super
importante, pois a paralisaçªo
desse tipo de equipamento
compromete o funcionamento
regular da central e seu
fornecimento.
Sistematizaçªo
26CON Manual de Estruturas
Recebimento do concreto
Eleja um responsÆvel pelo recebimento do concreto, o qual deve verificar no
documento da entrega:
• Se o volume indicado na nota fiscal confere com o pedido de compra;
• Se o concreto possui a trabalhabilidade especificada;
• Se o fck indicado na Nota Fiscal estÆ de acordo com o pedido de compra;
• Se hÆ alguma informaçªo sobre os aditivos e se esses conferem com o pedido.
O CAD possui uma perda rÆpida de trabalhabilidade. Dessa forma, fique atento
ao tempo de adiçªo do superplastificante, para nªo dificultar ou atØ mesmo
inviabilizar a execuçªo da concretagem.
PrÆticas recomendadas
A execuçªo de uma estrutura com o emprego do CAD possui o mesmo processo
de uma estrutura em concreto convencional. Atente apenas aos seguintes detalhes:
Transporte
O transporte do CAD pode ser feito do
mesmo modo que o convencional: por
meio de grua, caçamba, jerica ou
bomba.
No caso da utilizaçªo do concreto
bombeado, a granulometria do agregado
miœdo Ø um parâmetro importante,
para se obter a coesªo desejada.
Lançamento
No CAD, pelo fato do concreto ter
baixa segregaçªo, Ø possível o
lançamento do concreto a uma altura
maior que o convencional.
Nos pilares executados com CAD e que
receberªo na laje um concreto com
resistŒncia menor, Ø preciso alargar o
capitel com o CAD, para que nªo haja
o problema da punçªo.
AlØm disso, deve-se tomar cuidado na
sobreposiçªo dos dois concretos, para que
nªo seja criadauma junta fria. Para evitar
esse problema, recomenda-se o emprego de
um retardador de pega, para que o CAD
esteja plÆstico o suficiente para ligar com
o concreto convencional da laje.
PrÆticas
27CONManual de Estruturas
Adensamento
O CAD Ø bastante coeso e possui alta viscosidade. Dessa forma, Ø preciso atentar
para os seguintes cuidados na vibraçªo:
• No caso de lajes, pode-se utilizar vibradores de imersªo (agulhas) ou rØguas
vibratórias, devendo-se adensar o concreto por um tempo maior que o utilizado
no concreto convencional.
• Nos pilares e vigas, alØm dos vibradores por imersªo, Ø recomendÆvel empregar
tambØm vibradores externos, para eliminar as bolhas de ar que ficam aprisionadas
no concreto.
PrÆticas
28CON Manual de Estruturas
Desfôrma
De um modo geral, numa estrutura executada com CAD, a desfırma pode ocorrer num
prazo menor que o convencional, pois o concreto atinge uma resistŒncia inicial superior.
Cura
O rigor da cura no CAD Ø maior do que em relaçªo ao concreto convencional.
No CAD, a cura deve ser realizada tªo cedo quando possível, para garantir a
hidrataçªo do cimento presente na mistura e, tambØm, reduzir a retraçªo da peça
estrutural.
Pode ser realizada com uma membrana de cura, aspersªo de Ægua (no caso de lajes)
ou pela utilizaçªo de uma película de Ægua.
O período para a realizaçªo da cura com Ægua nªo deve ser inferior a 3 dias, sendo
7 dias um período adequado, para reduzir o problema da retraçªo do concreto.Notas
Como o CAD possui uma alta
resistŒncia inicial, Ø difícil
introduzir pregos na estrutura.
Dessa forma, Ø preciso prever e
emprego de furadeiras eletro-
mecânicas ou pneumÆticas,
para a fixaçªo de gastalhos e
escoras, por exemplo.
E se a cura nªo for realizada?
Se a cura nªo for realizada,
poderÆ haver o impedimento de
um desenvolvimento satisfatório
da resistŒncia à compressªo.
PrÆticas
29CONManual de Estruturas
Controle tecnológico
O ensaio de resistŒncia à compressªo do concreto Ø realizado com corpos de prova
menores, com dimensıes de 100 x 200 mm, devido à capacidade das prensas
utilizadas para realizar a ruptura dos mesmos.
Notas
Dependendo do tipo de cimento
empregado, pode haver um
ganho significativo (atØ 20%) de
resistŒncia do concreto após 28
dias, motivo pelo qual realiza-se,
em algumas situaçıes, ensaios
aos 63 e 91 dias.
As idades mais avançadas para
a ruptura dos corpos de prova
(63 e 91 dias) servem para
eliminar dœvidas a respeito dos
resultados da moldagem aos 28
dias, evitando-se a extraçªo de
corpos de prova na estrutura.
Uma outra diferença estÆ no tratamento
dos topos do corpo de prova. No
concreto convencional, geralmente
realiza-se o capeamento com enxofre.
No CAD, a resistŒncia do composto do
capeamento pode ser inferior à
resistŒncia do concreto.
Dessa forma, recomenda-se realizar a
retífica dos corpos de prova, que
consiste em regularizar as bases com
uma mÆquina politriz.
Quanto aos nœmeros de corpos de
prova de cada betonada, recomenda-se
moldar dois corpos de prova para o
rompimento aos 28 dias, para a
determinaçªo do fck do lote. AlØm
disso, caso se deseje acompanhar a
evoluçªo da resistŒncia do concreto, ou
decidir pela desfôrma ou reescoramento
da estrutura, pode-se retirar um corpo de
prova para cada idade desejada (3, 7, 63
e ou 91 dias).
Controle

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