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3 Manual de Estruturas de Concreto ABCP Planejamento

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1PLAManual de Estruturas
Conceitos
Orçamento
Planejamento
Projeto
Controle
Conceitos
Orçamento
Principais Itens
Estrutura BÆsica do Orçamento
Suprimentos
Planejamento
Físico
Financeiro
Plano de Ataque
Logístico
Controle
Prazo
Custo
Produtividade
Perdas
Qualidade
Orçamento
Planejamento
 Controle
2PLA Manual de Estruturas
3PLAManual de Estruturas
Conceitos
Conceitos
Esse capítulo Ø complexo pois procura promover a inter-relaçªo entre o orçamento,
o planejamento e o controle de execuçªo de estruturas.
Nota
Um dos vícios mais perniciosos
das construtoras Ø tratÆ-los
separadamente, abordando
cada um deles de forma
separada e diferente.
É inconcebível dissociÆ-los.
Questiona-se:
• Como posso executar um
orçamento sem saber quais
serªo os mØtodos executivos?
• Como posso estabelecer os
mØtodos executivos se nªo
conheço os prazos?
• Como estabelecer prazos se
nªo sei como serªo os gastos
mensais?
O sucesso dessa integraçªo
entre as ferramentas passa
necessariamente atravØs da
comunicaçªo eficiente entre os
intervenientes. Para isso, os
canais devem ser abertos,
eficientes e formalizados.
Esses trŒs elementos devem ser abordados com o mesmo nível de informaçıes,
com uma integraçªo grande entre a(s) equipe(s) que os executa, e concomitantemente.
Podemos, simplificadamente, caracterizar esses instrumentos da seguinte forma:
Orçamento
Tentativa de estimar o custo real. Instrumento balizador, para evitar que as decisıes
de carÆter tecnológico fiquem mascaradas por uma decisªo orientada pela Œnfase na
comparaçªo de custos.
Planejamento
Instrumento que visa ordenar o emprego dos recursos físicos (materiais,
equipamentos e mªo de obra), de forma coerente com o fluxo de recursos financeiros
e com os próprios compromissos do empreendimento frente a seus clientes.
Controle
Instrumento de aferiçªo dos anteriores, cuja funçªo Ø monitorar e acompanhar
o desenvolvimento dos trabalhos. É fundamental para inferir e projetar resultados
futuros e, eventualmente, alertar para mudanças de curso.
Essas trŒs ferramentas devem ter, em comum, as seguintes características e funçıes:
Flexibilidade
Nenhuma delas deve ser rígida,
“engessada” e imutÆvel. Ao mesmo tempo,
modificaçıes a cada instante custam caro
e ocasionam turbulŒncia no processo. O
bom senso, a necessidade e a estrutura de
cada sistema, norteiam a forma de se
flexibilizar esses instrumentos.
Retroalimentaçªo
O processo todo deve ser inteligente e
“aprender” à medida que se avança. A
constante troca e retroalimentaçªo de dados
permitem que as informaçıes estejam
sempre atualizadas e prontas para anÆlise.
4PLA Manual de Estruturas
Instrumentos executivos
De nada adianta guardar um bom
orçamento na gaveta, pendurar um
colorido cronograma na parede da obra,
ou ainda mandar ao arquivo morto
todos os controles efetuados. Esses
instrumentos devem ser prÆticos, de
consulta fÆcil e rÆpida, alØm de estarem
disponíveis a todas as pessoas que
interferem no processo.
Dicas
Procure sempre executar esse
levantamento obedecendo a
ordem de execuçªo da obra.
Essa sequŒncia lógica ajuda a
evitar erros.
Normalmente, quanto maior for
o volume concretado em uma
mesma etapa, menores serªo as
perdas. Assim, quando possível,
recomenda-se acumular maiores
volumes de concretagem em um
mesmo dia. Isso Ø ainda mais
sensível quando a concretagem
se dÆ com bombeamento.
GlossÆrio
Nesse capítulo, as perdas dos
materiais sempre serªo os
excedentes entre o que
determina o projeto e o que foi
realmente aplicado.
Formaçªo de um Banco de Dados
“Reinventar a roda” constantemente
custa tempo e dinheiro. É possível
formar um excelente banco de dados
com as informaçıes históricas
recolhidas com essas ferramentas e
utilizÆ-lo – por completo ou
parcialmente – em novos
empreendimentos. TambØm com isso,
mede-se a evoluçªo tecnológica e
empresarial da construtora.
Orçamento
A elaboraçªo de um orçamento Ø muito œtil para:
• Melhorar os processos de obtençªo de maior produtividade;
• Analisar e reduzir os custos de produçªo.
Uma atençªo especial deve ser dada à etapa de levantamento quantitativo. É o
princípio do trabalho. Para que seja bem feito, os projetos devem estar atualizados
e completos. Todos os itens devem ser levados em consideraçªo, e reuniıes com o
pessoal de planejamento serªo importantes para discussªo dos mØtodos e processos
construtivos.
Geralmente, a maioria dos orçamentos peca pela:
• Falta de organizaçªo das informaçıes;
• AusŒncia de alguns elementos de custo;
• Desatualizaçªo de quantidades e preços;
• Distância da realidade de execuçªo.
Principais itens
Existe um œnico orçamento para cada obra e para cada tipologia de construçªo.
Mesmo assim, veremos quais sªo os principais itens de um orçamento convencional.
Concreto
Nesse item, alguns cuidados devem ser tomados:
• Perdas
Nunca esquecer de considerar as perdas do concreto. Elas representam o percentual
que excede o quantitativo levantado em projeto. (GlossÆrio 1) Elas decorrem
basicamente do desperdício durante a concretagem (concreto que cai), da diferença
de volume pedido à concreteira e o de fato entregue, do aumento da espessura das
lajes na concretagem e das sobras (a programaçªo do pedido sempre dÆ uma “folga”).
• Discriminaçªo
No orçamento, Ø conveniente que os diversos tipos de concreto sejam caracterizados.
Normalmente podem ser diferenciados – inclusive os preços – pela resistŒncia (F
ck
),
slump e forma de lançamento (o concreto bombeado tem sobretaxas em relaçªo
ao convencional).
• Controle tecnológico
Ele existe, Ø utilizado pela maioria das empresas e custa dinheiro. Nªo deve deixar
de fazer parte desse item.
Nota
A perda zero geralmente Ø
possível pelo volume de aço
processado, alØm do fato de
trabalharem com muitas bitolas
em bobinas e nªo em barras.
Orçamento
5PLAManual de Estruturas
Aço e Telas
• Perdas
TambØm podem existir e devem ser levadas em conta no processo orçamentÆrio.
Mas aqui valem algumas distinçıes:
- Se o projeto indica o aço convencional e a armadura Ø cortada e
dobrada na própria obra, existem perdas significativas no corte,
resultando em sobras (pontas).
- JÆ se a construtora opta pela terceirizaçªo do corte e dobra,
normalmente esses fornecedores cobram perda zero.
- No caso das telas metÆlicas, deve-se considerar o traspasse entre painØis,
nas franjas e na ancoragem das telas dentro das vigas.
• Preço unitÆrio
O preço do aço em barras varia de acordo com a bitola. Assim, o orçamento mais
preciso Ø aquele que atribui preços diferenciais a bitolas diferentes, tendo como
base o resumo de aço encontrado nos projetos estruturais.
• Diversos
Existem outros gastos com aço que nªo estªo nos projetos estruturais, mas que fazem
parte desse serviço na obra. É o caso da confecçªo de caranguejos, barras de distribuiçªo,
ganchos, entre outros. Esse peso pode chegar a 2% de todo o aço da obra.
• Arame
Nªo esquecer de considerar, tambØm, o arame recozido utilizado no ponteamento
e fixaçªo da armadura. Ele Ø medido por Kg e o consumo Ø muito grande.
• Controle tecnológico
Considerar no orçamento o controle tecnológico de todo o aço.
Fôrmas e cimbramento
• Dimensionamento das fôrmas
A quantidade de fôrmas a ser utilizada e orçada Ø definida a partir do planejamento.
O plano de ataque e os ciclos de produçªo irªo determinar o nœmero de jogos de
fôrmas e o sistema adotado.
• Reutilizaçªo e reformas
O orçamento deve considerar o potencial de reutilizaçªo das fôrmas, em funçªo
da tecnologia e material adotado. AlØm disso, o planejamento fornecerÆ o plano
de ataque, de onde pode-se estimar as reformas nas fôrmas.
• Acessórios diversos
Muitas vezes esquecidos, os acessórios e complementos para as fôrmasdevem fazer
parte do orçamento de estruturas. Sªo eles os principais:
- Desmoldante;
- Prego comum;
- Prego de aço;
- Espaçadores plÆsticos;
- Distanciadores plÆsticos;
- Barras e porcas de ancoragem;
- Tubo de pvc para as barras de ancoragem;
- Isopor;
Dicas
 As pontas das sobras podem ser
reaproveitadas como caranguejos,
ganchos, etc.
A maioria das empresas de “aço
pronto” nªo fornece peças de
apoio, como caranguejos, por
exemplo. Entretanto, dependendo
do porte da obra e do
relacionamento com a construtora,
exceçıes podem ser abertas.
E vale a pena.
É engano pensar que o uso de
tela metÆlica prescinde do arame.
AlØm do uso na montagem de
pilares e vigas, muitas vezes ele
Ø usado tambØm na amarraçªo
de apoio em telas.
Nªo esquecer de considerar,
conforme o sistema adotado e o
planejamento da obra, um jogo
a mais para fundo de vigas e
faixas de reescoramento.
A fim de se evitar conflitos entre
o orçamento e a obra, Ø œtil que
se faça um “acordo” com a
produçªo, para que se chegue a
um nível de reutilizaçıes de
fôrmas compatível com a
realidade, mØtodos executivos e
cuidados no canteiro.
- Madeiras diversas (sarrafos, pontaletes);
- Cunhas de madeira;
- Pranchªo para apoio do cimbramento
no solo;
- Graxa (para lubrificaçªo de escoras), etc.
Orçamento
6PLA Manual de Estruturas
• Locaçªo do cimbramento metÆlico
Caso a opçªo seja pela locaçªo de cimbramento metÆlico, por mais eficiente que
sejam todos os profissionais da construtora, Ø difícil que nªo haja custos extras
nesse item. Assim, para evitar surpresas, Ø recomendÆvel que o orçamento
disponibilize uma verba para indenizaçıes, que vªo desde a simples pintura de
escoras atØ a reposiçªo de equipamento danificado ou perdido.
• Fretes
Deve tambØm o orçamentista considerar verbas para fretes. Eles serªo usados no
transporte das fôrmas, cimbramentos, no aluguel de equipamentos, manutençıes e
transportes de modo geral.
Equipamentos de transporte
Na consideraçªo dos equipamentos de transporte, especialmente nos de transporte
vertical (gruas, guinchos, elevadores), o orçamento deve atentar a custos que vªo
alØm do valor de locaçªo. Sªo eles:
• Transporte de ida e volta do equipamento;
• Montagem e desmontagem;
• Execuçªo de blocos de apoio;
• Custo do operador;
• Ascensªo;
• Estaiamento;
• Manutençªo.
No caso de equipamentos específicos, como guindastes, tratores, retroescavadeiras
e afins, Ø mais interessante estabelecer um contrato a preço fixo e fechado, por
empreitada ou serviço executado global.
Outros equipamentos e materiais
Em uma obra, especialmente na fase de estruturas, Ø intensivo o uso de
equipamentos, em especial os de pequeno porte, alØm de materiais bÆsicos como:
• Furadeiras;
• Serras;
• Serrote;
• Martelo;
• Trena;
• WC móvel;
• Escadas metÆlicas;
• Almoxarifado móvel;
• Carrinhos (tipo plataforma ou caçambinha);
• Cimento;
• Areia;
• Discos de corte;
• Madeiras em geral etc.;
Outro custo indesejÆvel, mas que deve ser considerado Ø o de remoçªo de entulho.
O orçamento pode estimar um nœmero de viagens de dejetos por período específico.
Dicas
Vale a pena designar um
conferente a cada carga ou
descarga de formas e
cimbramento. AlØm disso, um
inventÆrio periódico de todo
equipamento locado pode evitar
surpresas desagradÆveis na hora
da devoluçªo total das peças.
Custos podem ser reduzidos, se
os blocos de apoio de gruas ou
guinchos forem executados junto
com as fundaçıes.
Nota
Alguns desses custos farªo parte
de outras fases da obra. O
orçamento poderÆ rateÆ-los, a
fim de nªo sobrecarregar
especificamente a fase de
estruturas.
Orçamento
7PLAManual de Estruturas
Mªo de obra direta
É um dos itens de maior peso na fase de estruturas.
No caso de utilizar mªo-de-obra direta própria, o orçamento deve estar atento
aos seguintes itens:
• Custo e quantidade de horas normais;
• Custo e quantidade de horas extras;
• Premiaçªo;
• Encargos sociais (variam de regiªo para regiªo);
• FØrias;
• Benefícios (alojamento, refeiçıes, transporte)
• IncidŒncia de Dissídio da categoria durante a obra.
Notas
A informaçªo sobre o nœmero de
horas normais depende do
dimensionamento de mªo de
obra, definido na fase de
planejamento.
Muitas construtoras, com o
objetivo de reduzir custos, vŒm
reduzindo os níveis hierÆrquicos
no canteiro de obras, por
exemplo eliminando a figura do
mestre ou do encarregado. Sªo
decisıes estratØgicas que
merecem anÆlise mais profunda.
Dica
É importante, caso se trabalhe
com mªo-de-obra terceirizada,
estabelecer todos os parâmetros
de conformidade, para poder
exigir correçªo sem custo de
serviços executados de forma
irregular.
Toda a relaçªo acima exposta,
obviamente nªo esgota a complexa
relaçªo de itens dos orçamentos de
estruturas, mas destaca os principais, e
tambØm aqueles que por vezes sªo
esquecidos nas composiçıes. A natureza
e o porte da obra, podem tambØm
sugerir outras abordagens de custos.
JÆ no caso da construtora terceirizar a
execuçªo, alØm de todas as precauçıes
normais de contrataçªo, Ø recomendÆvel
que o orçamento considere a existŒncia
de verbas referentes a serviços extras,
nªo constantes do contrato com o
subempreiteiro.
Custos indiretos
Considera-se no orçamento toda a mªo-de-obra indireta do canteiro, como:
• Engenheiro;
• Mestre;
• Encarregados;
• Administrativos;
• Almoxarifes;
• Todos os encargos sociais e benefícios pertinentes.
Os consumos de Ægua, luz, telefone,
transmissªo de dados, seguros de obra,
impostos municipais e aluguØis (se
houver) tambØm devem constar desses
custos.
Custo da nªo-conformidade
Em algum momento do empreendimento, as nªo-conformidades provenientes da
mÆ execuçªo da estrutura, irªo provocar custos extras. Obviamente devemos evitar
que ocorram, mas o orçamento pode – por decisªo estratØgica da empresa – alocar
alguma verba para disfunçıes, como:
• Desaprumo de pilares;
• Desnivelamento de lajes (face superior e inferior);
• Desaprumo, desnivelamento e desalinhamento de vigas;
• Bicheiras no concreto;
• Exposiçªo de armaduras;
• Retrabalhos de ordem geral.
Custo da segurança
Podemos dizer que nªo se trata de custo, mas um investimento para a
nªo ocorrŒncia de custos que podem ter proporçıes muito grandes.
O orçamento deve refletir a preocupaçªo das obras e considerar custos para:
• Equipamentos de proteçªo individual (EPI);
• Bandeja de proteçªo fixa;
• Bandejas de proteçªo móveis;
• Sinalizaçªo de modo geral;
• Fitas, cordas, cabos, telas e demais dispositivos de segurança coletiva;
• Higiene do trabalho.
Orçamento
8PLA Manual de Estruturas
Estrutura bÆsica do orçamento
Sªo muitas as formas disponíveis para realizar orçamentos. As ferramentas mais
comuns sªo os aplicativos específicos (softwares).
A estrutura bÆsica (e convencional) de um orçamento, obedece a uma ordem lógica
de níveis, que Ø:
Insumo
Sªo discriminados todos os insumos
bÆsicos do orçamento. Simplificadamente,
sªo atribuídas a eles as seguintes
características:
• Descriçªo (Ex: Concreto Convencional
Fck 18 MPa, Bloco Cerâmico 25x25x14);
• Unidade (m2, m3, Kg, Hora, Verba);
• Preço UnitÆrio (R$/m2, R$/m3, R$/Kg);
Outras informaçıes sobre os insumos,
como espØcie, grupo do insumo (para
futuras classificaçıes), data de cotaçªo,
responsÆvel pelas informaçıes, etc,
podem fazer parte desse nível.
Composiçıes
Segundo nível da hierarquia dos orçamentos. Representam o agrupamento de insumos
necessÆrios para a execuçªo de uma unidade de determinado serviço. Sªo atribuídas a elas as
seguintes características:
• Descriçªo: (Ex: Fôrma com chapa plastificada – utilizaçªo de 5 vezes);
• Unidade (m2, m3, Kg, Verba, etc.);
• Preço UnitÆrio (R$/m2, R$/m3, R$/Kg, etc.);
Relatório de Orçamento
É a tabulaçªo de todos os resultados,o qual consta:
• Descriçªo da Etapa (Ex: Superestrutura);
• Descriçªo do Serviço (Ex: TØrreo);
• Relaçªo das Composiçıes, com os quantitativos.
Orçamento
9PLAManual de Estruturas
Suprimentos
Muita gente confunde as iniciativas de orçamento, com o trabalho de suprimentos.
Apesar de atividades díspares, os departamentos de suprimentos muitas vezes
facilitam a obtençªo das informaçıes importantes para a elaboraçªo do orçamento.
Mais importante que isso, compras farªo parte do sucesso do empreendimento e
por isso devem receber atençªo especial.
Atualmente, tem-se percebido algumas prÆticas visando a melhoria da relaçªo cliente-
fornecedor, resultando em reduçªo dos custos das obras. Sªo algumas delas:
Redes de fornecedores
Quando uma empresa qualifica e elege um nœmero restrito de fornecedores,
efetuando suas compras somente em empresas dessa rede;
Centralizaçªo de compras
Quando um grupo de empresas se une na compra em conjunto de determinado
material, aproveitando os benefícios da economia de grande escala;
Tipologias de entrega de materiais
Quando os fornecedores criam condiçıes de entrega particulares, facilitando o
recebimento nas obras de seus clientes;
Política de preços
Muito mais aberta e franca. A competitividade enriqueceu os processos de
negociaçªo.
Adaptaçªo dos produtos
Muitos fornecedores adaptam seu produtos para atender melhor as necessidades
dos clientes.
Conformidade, qualidade e garantia
Requisito principal para a perpetuaçªo de qualquer negócio.
Orçamento
10PLA Manual de Estruturas
Eixo
Gastalho
precede
defasado
Desforma
Armaçªo
Forma/Cimb
Concreto
precede
precede
precede
precede
precede
defasado
defasado
precedeprecedeprecede
paralelo
paralelo
defasado
Planejamento
Planejamento Ø o ato de elaborar um roteiro de um empreendimento. É o processo
de estabelecer, com antecedŒncia, as açıes, os recursos, os mØtodos e os meios
necessÆrios para a execuçªo de um projeto.
Podemos dividir o Planejamento em dois tipos, de acordo com o seu nível de
detalhamento e abrangŒncia:
Planejamento EstratØgico
sªo definidas as estratØgias gerais do projeto;
Planejamento Executivo ou Operacional
abrangem os detalhamentos de cada Ærea ou especialidade do empreendimento.
Abordaremos aqui os aspectos e características do Planejamento Executivo focando
o subsistema estrutura de concreto armado.
O planejamento de um empreendimento nªo Ø uma atividade estanque. O início
do processo ocorre jÆ na fase de execuçªo e detalhamento dos projetos, com as
definiçıes de sistemas construtivos. Todo seu desenvolvimento tem como pano de
fundo a executabilidade no canteiro.
As ferramentas mais utilizadas para o detalhamento de um planejamento executivo sªo:
• Redes de precedŒncias;
• Cronogramas de barras;
• FormulÆrios contendo normas e instruçıes;
• Mapas e grÆficos;
• Projetos e croquis.
Dica
A atividade de planejar deve ser
dinâmica e flexível, tornando
possível alterar seus dados
conforme se avança na
elaboraçªo e execuçªo do
empreendimento.
Nota
A quantidade e grau de
detalhamento das ferramentas
do planejamento varia de projeto
para projeto; dependem do nível
de controle que se deseja obter
na execuçªo das atividades.
Redes de PrecedŒncias
TambØm conhecidas como Diagrama de
Blocos, incorporam tØcnicas de PERT
(Program Evaluation and Review
Tecnique) e CPM (Critical Path Method).
É a representaçªo grÆfica de um
planejamento que demonstra a seqüŒncia
lógica e a interdependŒncia entre as
diversas atividades de um projeto.
Sªo necessÆrios os seguintes elementos
para o estabelecimento de uma rede:
• relaçªo das atividades;
• interdependŒncia entre as atividades;
• duraçªo de cada atividade.
Tabela contendo os itens de uma rede e
sua interdependŒncias para o subsistema
estrutura.
Após a definiçªo dos elementos citados
e desenhada a rede, com os tempos de
duraçªo para cada atividade, podemos
calcular as folgas, analisar gargalos e
caminhos críticos, e avaliar o início de
cada atividade.
Planejamento
 Eixo Gastalho Desforma Armaçªo Forma/Cimb Concreto
11PLAManual de Estruturas
Cronograma de Barras
TambØm chamado de GrÆfico de Gantt,
Ø uma das ferramentas mais utilizadas
em planejamento, principalmente pela
fÆcil visualizaçªo. O Cronograma de
Barras Ø um grÆfico em que no eixo
vertical estªo listadas as atividades a
serem desenvolvidas na obra ou
recursos a serem empregados, e no eixo
horizontal estÆ lançado o tempo.
É possível utilizar esse instrumento para
elaborar um “cronograma inverso”, isto
Ø, um cronograma do conjunto de
providŒncias que precedem determinada
atividade. Assim, por exemplo, quando
determinamos que a atividade “fôrma”
deve iniciar no mŒs de março, devemos
estar conscientes que a ela precedem o
projeto de fôrmas, a compra de material,
a eventual produçªo no canteiro, etc., e
que todas estas atividades “extra-obra”
devem ser pensadas no planejamento.
Dicas
Uma das grandes vantagens do
cronograma de barras Ø a
facilidade com que ele pode ser
revisado, uma vez que ao alterar
a data ou a duraçªo de um
evento, nªo Ø preciso refazer
todo o cronograma. Essas
revisıes sªo comuns em funçªo
da realidade do andamento da
obra e permitem uma
reprogramaçªo dos diversos
recursos necessÆrios ao
cumprimento das atividades.
Nota
Ø importante ressaltar que o
Planejamento do subsistema
Estrutura de Concreto Armado,
que estamos abordando neste
manual, estÆ intimamente
atrelado aos demais subsistemas
do projeto. É impossível
tomarmos decisıes estanques,
sem ter uma visªo global do
empreendimento.
Planejamento
12PLA Manual de Estruturas
Planejamento físico
É o processo de se estabelecer a seqüŒncia física das atividades dentro de um canteiro
de obras. Normalmente utilizamos a ferramenta do cronograma de barras,
determinando o início e fim de cada etapa construtiva, e as relaçıes de dependŒncias
entre elas.
O planejamento físico de uma estrutura deve ser desenvolvido levando em
consideraçªo informaçıes do fluxo de caixa e do planejamento financeiro do
empreendimento.
Setorizaçªo da Obra
Nas edificaçıes verticais a execuçªo da estrutura Ø dividida em dois grandes blocos,
facilitando o planejamento e a execuçªo no canteiro. Estes blocos sªo chamamos
de torre ou corpo e periferia. A torre ou corpo Ø a projeçªo do andar tipo e a
periferia tudo que estÆ fora desta projeçªo.
Normalmente, o planejamento físico prevŒ que a projeçªo da torre nos andares
inferiores (subsolos e tØrreo) seja executada com prioridade. Isto possibilita que,
ao iniciarmos a execuçªo dos andares tipo, podemos “tocar” a periferia em paralelo.
A periferia possui características especificas em termos de aproveitamento de fôrmas
e caminhamento das equipes de mªo de obra - principalmente a de carpintaria.
Para que haja um fluxo uniforme das equipes Ø aconselhÆvel que as diversas regiıes
da periferia sejam divididas em volumes de serviços similares (fôrmas, armaçªo e
volume de concreto).
Em contrapartida, podemos considerar que as lajes de subsolos e tØrreo, incluindo
a periferia, devam ser executadas primeiro, deixando a execuçªo dos pavimentos
tipo para uma fase seguinte.
Ambas as alternativas de execuçªo de estrutura tem suas vantagens e desvantagens,
e uma decisªo correta deverÆ avaliar todas as variÆveis que envolvem o processo de
tomada de decisªo.
Entªo, qual Ø a melhor maneira de se executar a estrutura, considerando os blocos
torre e periferia?
Alternativa 1
executamos as lajes inferiores (subsolos
e tØrreo) na regiªo da torre e
posteriormente, tocamos a torre e a
periferia em paralelo;
Alternativa 2
executamos todas as lajes de subsolo e
tØrreo, inclusive periferia, e depois
trabalhamos no pavimento tipo;
Notao Planejamento Físico serÆ o
balizador e ditarÆ o ritmo da
produçªo no canteiro.
Dica
devemos setorizar a obra
permitindo que o planejamento
possa encontrar a melhor
maneira de executar o projeto,
otimizando os recursos e as
tecnologias disponíveis dentro
do prazo estipulado.
Planejamento
13PLAManual de Estruturas
Alternativa 2Alternativa 1
Prazo executivo
Normalmente, em uma edificaçªo vertical a
estrutura Ø caminho crítico da obra.
Os prazos de execuçªo do pavimento tipo
determinam o início e o ritmo das demais tarefas
– alvenaria, revestimentos, acabamentos.
Portanto, se trabalhamos com prazos exíguos,
devemos executar a torre rapidamente.
Esta alternativa só Ø viÆvel quando temos tempo
suficiente para a execuçªo de toda a periferia,
para depois iniciarmos o pavimento tipo.
Neste caso, nªo hÆ sobreposiçªo de atividades.
Planejamento financeiro
Quando o fluxo de caixa permite, os desembolsos
sªo maiores, porØm, mais uniformes que a
alternativa 2, pois executamos em paralelo a
torre e a periferia.
Para esta alternativa, o fluxo de caixa no início da
execuçªo da estrutura Ø mais baixo. As despesas
maiores, que ocorrem no período do pavimento
tipo, sªo postergadas.
Custos
O custo pode impactar esta alternativa conforme o
detalhamento da estrutura. Se a periferia possui
lajes e vigas sem repetitividade e com panos
pequenos, serÆ interessante estender a execuçªo
da periferia, realizando-a em pequenos trechos e
com poucos painØis de fôrmas, pois a reforma e
adaptaçªo para os trechos serªo custosas.
Agora, se a estrutura de periferia e projeçªo da
torre nos subsolos e tØrreo Ø uniforme, com
trechos grandes, pode ser interessante executÆ-
los prioritariamente, utilizando um jogo de
fôrmas próprio. Trabalharemos entªo com um
novo jogo de fôrmas só para o pavimento tipo.
De qualquer maneira, Ø interessante fazer um equalizaçªo de custos das duas alternativas quanto a
utilizaçªo de fôrmas e mªo de obra.
Mªo de obra e equipamentos
Quando contratamos de subempreiteiros ou temos
disponibilidade mªo-de-obra e equipamentos, esta
alternativa Ø viÆvel, bastando realocar os recursos
quando iniciamos a execuçªo do pavimento tipo e
a periferia em paralelo.
Quando temos limitaçıes de recursos de mªo-de-
obra, esta alternativa se torna mais viÆvel, pois
podemos equalizar o ritmo de trabalho com o
dimensionamento da equipe.
É interessante quando trabalhamos com mªo-de-
obra própria
Qualidade
Para este caso, devemos atentar para nªo
estender a execuçªo da periferia. É comum nos
canteiros que os responsÆveis pela produçªo
encararem a periferia como um “pulmªo”,
realizando as atividades nos períodos de “folgas”
ou com as “sobras” de material.
É usual tambØm encontrarmos uma equipe
terminando a periferia quando a torre estÆ em
fase de acabamento e instalaçıes. A
possibilidade de se deixar “arremates” Ø muito
grande e a qualidade, nessa hora, fatalmente Ø
relegada a segundo plano.
Normalmente, quando executamos toda a periferia
antes de iniciar o pavimento tipo, os resultados
com relaçªo à qualidade sªo melhores:
• o canteiro fica “livre” da movimentaçªo de terra;
• o travamento da estrutura nas cortinas de
periferia elimina nªo conformidades e problemas
de qualidade na estrutura;
• melhora o lay out do canteiro, criando mais
Æreas para estoque de materiais e alojamentos e
escritórios de subempreiteiros;
• evitamos trabalhar com equipes distintas em
um mesmo período da obra;
• as etapas construtivas sªo executadas
obedecendo uma ordem lógica (começo, meio e
fim), eliminando a possibilidade de deixar tarefas
para serem executadas posteriormente.
Planejamento
14PLA Manual de Estruturas
As soluçıes tecnológicas adotadas na periferia nem sempre sªo as mesmas adotadas
para a torre. Diferentes materiais em funçªo de diferentes reaproveitamentos devem
ser considerados - por exemplo: chapas compensadas diferentes. A logística e a
metodologia de concretagem tambØm pode ser diferente da torre, dependendo dos
volumes e disponibilidade de equipamentos (bomba x grua).
Planejamento financeiro
É o processo de estabelecer o volume de aporte financeiro do empreendimento ao
longo do tempo. Podemos utilizar as ferramentas do cronograma de barras, histograma,
grÆfico ou planilhas, determinando fluxo de dinheiro em cada etapa construtiva.
A execuçªo do Planejamento Financeiro de um empreendimento estÆ atrelada às variÆveis:
• Fluxo de investimento do empreendedor/investidor, ou aporte do agente
financeiro – quando trabalhamos com financiamento bancÆrio, por exemplo;
• Características de comercializaçªo do empreendimento;
• Planejamento Físico do empreendimento;
Quando estamos trabalhando em um empreendimento a preço fechado, o sucesso e
a velocidade de vendas podem alterar todo o planejamento elaborado previamente.
Problemas como inadimplŒncia dos compradores ou conjuntura econômica do País
tambØm costumam interferir nas atividades no canteiro.
Entretanto, para empreendimentos que contam com aporte de algum agente financeiro,
como bancos, cooperativas ou instituiçıes estatais, o fluxo de caixa Ø mais seguro e
sujeito a menores oscilaçıes, determinando um cronograma físico – financeiro regular.
A estratØgia comercial pode influir na tomada de
decisªo. Em empreendimentos com preço
fechado, em que a velocidade de vendas das
unidades Ø fator determinante para o sucesso do
negócio, a rapidez com que a obra “aparece”
passa a ser fundamental.
Nestes casos, prioriza-se a execuçªo da estrutura
e atØ do acabamento, em detrimento a outras
etapas que nªo sªo perceptíveis ao cliente final.
EstratØgia comercial
Em empreendimentos com preço de custo ou
financiados, em que a velocidade da estrutura
nªo tem relevância ao negócio, esse aspecto terÆ
um peso menor na tomada de decisªo; devemos,
entªo, analisar os outros itens com mais rigor.
Nota
aspectos tØcnicos podem forçar a
tomada de decisªo em favor de
uma determinada alternativa.
Pode ser necessÆria a execuçªo da
toda a periferia antes de iniciarmos
o pavimento tipo, quando, por
exemplo, trabalhamos em terrenos
que exijam rebaixamento do lençol
freÆtico. Nessa situaçªo, o custo de
aluguel do equipamento Ø alto,
forçando a priorizaçªo da execuçªo
de toda a estrutura do corpo e
periferia, inclusive a laje de
subpressªo.
a comercializaçªo do
empreendimento Ø fator
fundamental na definiçªo do
fluxo financeiro de uma obra, e
portanto, na determinaçªo do
ritmo de execuçªo.
O Planejamento Financeiro de um
empreendimento pode ser apresentado
de duas maneiras distintas, a anÆlise
financeira e a anÆlise econômica.
AnÆlise Financeira
É a apresentaçªo do Planejamento
Financeiro em sua forma mais simples
– fluxo de caixa; ou seja, o fluxo de
desembolso de dinheiro, mŒs a mŒs,
distribuídos nos subitens da estrutura
determinados pelo planejamento físico
e o orçamento.
Este cronograma financeiro se presta
para o dimensionamento do caixa da
obra. PorØm, para efeito de controle, Ø
difícil prever se estamos dentro do
orçamento, pois seu acompanhamento
ocorre ao final de cada item, tornando
impossível a verificaçªo parcial durante
a execuçªo.
Planejamento
 mai/00 jun/00 jul/00 ago/00 set/00 out/00 Total (R$)
Fundaçıes e infraestrutura
Tubulıes (projeçªo)
Blocos e vigas (projeçªo)
Superestrutura (Projeçªo)
2” SS (projeçªo)
1” SS (projeçªo)
TØrreo (projeçªo)
1” Pav
2” Pav
3” Pav
4” Pav
5” Pav
6” Pav
7” Pav
8” Pav
9” Pav
10” Pav
 Atividade
17” Pav
Laje de cobertura
`tico
Superestrutura (Periferia)
Tubulıes
Blocos e vigas
Cortina 1
Laje de Periferia - 2” SS
Laje de Periferia- 1” SS
Laje de Periferia - TØrreo
13.185,00
17.411,63 17.411,63
16.281,01 16.281,01
30.911,35
33.414,74
27.143,62
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
12.283,09 12.283,09 12.283,09
19.778,68 19.778,68
1.341,55 1.341,55
26.117,45 26.117,45
24.421,52 24.421,52
23.183,51 46.367,02
48.843,04
52.234,90
2.683,10
39.557,36
36.849,27
15.570,46
25.211,05
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
25.234,55
27.143,62
33.414,74
30.911,35
32.562,02
34.823,26
39.557,34
36.849,28
15PLAManual de Estruturas
AnÆlise Econômica
Difere da anÆlise financeira por tornar possível o acompanhamento dos custos ao
longo da execuçªo de uma tarefa. É uma anÆlise dos custos reais das etapas
construtivas, sendo um importante instrumento de controle de custos.
O que Ø a analise econômica? No que ela difere da anÆlise financeira?
Durante a execuçªo de uma estrutura, vÆrios insumos sªo adquiridos com
antecedŒncia (fôrmas, madeira, aço e etc.), outros sªo comprados somente no
momento da aplicaçªo (concreto) e outros sªo utilizados na execuçªo e geram
despesas posteriores – serviços pagos atravØs de mediçıes, tais como, mªo de obra
de carpintaria, armaçªo, subempreiteiros etc.
• pagamento da fatura para a concreteira em 20 dias fora a quinzena; portanto dia 20 de junho;
• pagamento da mªo de obra empreitada (fôrma, armaçªo e lançamento de concreto), atravØs de mediçªo quinzenal, com
fatura vencendo cinco dias após; portanto dia 05 de junho;
• aço (material) recebido na obra 30 dias antes de sua aplicaçªo, com fatura paga 30 dias após a entrega; portanto dia 20 de maio;
• cimbramento metÆlico alugado Ø pago atravØs de mediçıes mensais, com faturas pagas no 10 dia do mŒs subsequente;
portanto 10 de junho;
• considerando ainda que concretamos duas lajes por mŒs; portanto o custo mensal do aluguel do cimbramento metÆlico Ø
dividido em duas lajes;
• fôrma de compensado plastificado para o pavimento tipo, com previsªo de 12 utilizaçıes, paga 30 dias após o recebimento
na obra (considerar que este evento ocorreu em 1” de março); portanto 1” de abril;
• como adquirimos um conjunto de fôrmas que serÆ utilizado nas doze lajes tipo, consideramos entªo que, para cada laje
concreta, o custo equivale a 1/12 do custo do conjunto;
Considerando os fatos acima, como ficariam entªo as anÆlises financeira e econômica desta fase da estrutura ?
Cronograma com a AnÆlise Financeira
Cronograma com a AnÆlise Econômica
Planejamento
Concreto (material)
Aço (material)
Mªo de obra
Cimbramento (aluguel)
Fôrma (material)
Total
8.320,00
Insumo Custo (R$) abril/01 maio/01 junho/01 julho/01
11.544,00 7.020,00 18.980,00
332,80
8.320,00
7.020,00
10.660,00
332,80
11.544,00
37.876,80
10.660,00
11.544,00
 7.020,00
332,80
A anÆlise econômica equaliza a açªo no
mesmo tempo do desembolso ou custo.
JÆ a analise financeira considera
somente a saída do dinheiro do caixa.
Por exemplo:
Concretagem da laje do 5” pavimento
tipo (de um total de 12 pavimentos) no
dia 20 de maio (volume = 52,0 m3 para
pilares, vigas e laje)
Concreto (material)
Aço (material)
Mªo de obra
Cimbramento (aluguel)
Fôrma (material)
Total
8.320,00
Insumo Custo (R$) abril/01 maio/01 junho/01 julho/01
0,00 27.128,40 0,00
166,40
8.320,00
7.020,00
10.660,00
332,80
11.544,00
37.876,80
10.660,00
 7.020,00
0,00
962,00
16PLA Manual de Estruturas
Podemos perceber que a anÆlise financeira nos dÆ um avaliaçªo do desembolso da obra
no mŒs em estudo, e a anÆlise econômica, indexada pelos 52,0 m3 de concreto, por
exemplo, nos fornece o exato custo/m3 gastos para a execuçªo da laje do 5” pavimento.
Plano de ataque
É a fase do Planejamento Executivo em que detalhamos todos os aspectos tØcnicos
da obra, tais como:
• ciclo;
• dimensionamento de equipamentos;
• dimensionamento de equipe.
Ciclo
Nas obras verticais, a repetitividade das atividades em cada andar cria bom potencial
para a prÆtica de um planejamento sistematizado. É como se cada pavimento fosse
um projeto separado, com um início e fim claramente definidos, repetindo-se para
cada novo pavimento. Isto nos leva a identificar ciclos de atividades.
Para a construçªo de um modelo representativo de ciclo, deve-se:
Nota
a informaçªo bÆsica para iniciarmos
o detalhamento do Plano de Ataque
Ø: quantos m3/dia, em mØdia,
deveremos concretar para seguir o
planejamento físico e financeiro.
Dica
a anÆlise econômica Ø uma
importante ferramenta de
gerenciamento de custos, pois
nos fornece informaçıes,
praticamente em tempo real,
tornando possível a avaliaçªo
dos trabalhos da equipe de
estruturas, e possibilitando
correçıes imediatas nos rumos
da produçªo.
• identificar os recursos necessÆrios a cada operaçªo de construçªo;
• identificar as tarefas elementares;
• relacionar a seqüŒncia das tarefas e suas relaçıes;
Planejamento
• identificar o caminhamento dos
recursos (principalmente mªo de obra)
pelas tarefas;
Abaixo, exemplo de recursos empregados em uma estrutura de concreto.
No passo seguinte do modelo, descrevemos a relaçªo de ocupaçªo entre as atividades, chegando
aos estados ativos e ociosos de cada um dos recursos empregados.
Grua
Fôrma do poço
Fôrma de pilares
Fôrma de laje
Cimbramento e reescoramento
Equipe de carpintaria
Equipe de armaçªo
Equipe de concreto
Recursos Empregados
Recurso Quantidade
1 un.
1 jg.
1 jg.
1 jg.
2,5 jg.
1 eq.
1 eq.
1 eq.
Subir fôrma interna do poço
Montagem de fôrma interna
Subir aço pilares e poço
Armaçªo poço e pilares
Subir fôrma de pilares e poço
Montagem fôrmas pilares
Concreto pilares e poço
Desforma do andar inferior
Reescoramento
Subir cimbramento
Subir fôrma da laje
Limpeza de fôrmas
Subir armaçªo de laje
Montagem de fôrmas da laje
Subir instalaçªo
Montagem armaçªo
Montagem instalaçıes
Verificaçıes
Concretagem a laje
Diagrama de ocupaçªo
Tarefa Grua Equipe
carpintaria
Equipe
armaçªo
 Equipe
concreto
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
ativa
ativa
ativa
ociosa
ativa
ociosa
ativa
ociosa
ociosa
ativa
ativa
ociosa
ativa
ociosa
ativa
ociosa
ociosa
ociosa
ativa
ativa
ativa
ociosa
ociosa
ativa
ativa
ociosa
ativa
ativa
ativa
ativa
ativa
ociosa
ativa
ociosa
ociosa
ociosa
ativa
ativa
ociosa
ociosa
ativa
ativa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ativa
ociosa
ociosa
ativa
ociosa
ativa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ativa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ociosa
ativa
1
Dia Atividade no Pavimento (n-1) Atividade no Pavimento (n)
2
3
4
5
6
desforma de vigas / retirada de cimbramento
reescoramento
desforma de vigas / retirada de cimbramento
reescoramento / desforma de laje trecho 1
desforma de laje trecho 2
eixos – gastalho / armaçªo dos pilares / montagem
da fôrma de pilar / concretagem de pilar techo 1
eixos – gastalho / armaçªo dos pilares / montagem
da fôrma de pilar / concretagem de pilar techo /
desforma de pilar trecho 1
montagem de painel de laje trecho 2 /
armaçªo / instalaçªo
montagem de forma de viga / montagem de
escoramento / montagem de painel de laje
desforma de pilar trecho 2 / montagem de forma
de viga / montagem de escoramento
concretagem de viga e laje
17PLAManual de Estruturas
Podemos representar graficamente o ciclo.
A definiçªo do período do ciclo, na maior parte das vezes, estÆ ligada a uma necessidade
de conclusªo do empreendimento,que por sua vez determina um prazo para a conclusªo
da estrutura. A execuçªo da estrutura fica, entªo, confinada entre o final das fundaçıes e
o início da montagem de elevadores e acabamento das fachadas.
HÆ muito tem-se procurado adotar como sendo o período de ciclo “ideal” o prazo de 5
dias para cada pavimento e coincidir o dia de concretagem às sextas-feiras, de forma que
a cura e obtençªo da resistŒncia para desforma ocorram durante o final de semana.
Dimensionamento de equipamentos
Outro item definidor da estratØgia de ataque da obra Ø o dimensionamento dos
equipamentos. Neste caso, a escolha do equipamento de movimentaçªo vertical de
um canteiro Ø de fundamental importância, pois ele dita o ritmo da produçªo.
Nota
Trabalhar com ciclos possibilita
que todos na obra saibam em qual
ponto deveriam estar em
determinado dia do ciclo. Isso gera
um controle quase que visual do
andamento da produçªo e uma
auto-regulaçªo do trabalho da
mªo-de-obra direta.
Dica
ao dimensionar as equipes,
visualize as pessoas realizando as
tarefas. O dimensionamento da
equipe Ø funçªo da quantidade
de trabalho em cada etapa.
Planejamento
Dimensionamento de equipe
Os índices de composiçªo orçamentÆrios
tŒm sido o principal referencial para o
dimensionamento da equipe de produçªo.
Entretanto, devemos modificar a forma de
dimensionar este recurso, adotando uma
visªo detalhista das atividades que
constituem o ciclo e buscando entender
exatamente quem faz o que e quando.
Observar o detalhe das operaçıes significa
entender como se processa esta operaçªo
como um todo, quais os recursos
necessÆrios a seu desempenho e o esforço
de mªo-de-obra requerido.
Vejamos, como exemplo, o primeiro dia
de um ciclo, com uma estratØgia de
concretagem de pilares “solteiros”, com
grua, sendo necessÆrio que, ao fim deste
dia, os pilares estejam concretados.
Ao invØs de dimensionar a equipe pelo
índice orçamentÆrio, observamos os
pilares, quantos sªo, qual o grau de
dificuldade presente em cada um, e,
por fim, quais as atividades que fazem parte desse processo.
Procedendo desta forma, podemos visualizar que, após a montagem da fôrma, a
equipe de carpinteiros pode estar ociosa ou que a topografia pode “amarrar” as
frentes de trabalho.
Ao final do estudo de todos os dias de ciclo, teremos definido a quantidade de
operÆrios, nªo a partir de um índice genØrico, mas atravØs de uma boa avaliaçªo
sobre a atividade de cada um.
Verificaçªo
Operaçªo HorÆrio Quem faz Quantos
Marcaçªo dos eixos
Gastalhos
Armaçªo
Desforma trecho anterior
Montagem de fôrmas
Liberaçªo de concretagem
Concretagem
16h00 – 17h30
Pedreiros
7h00 – 8h30
8h30 – 10h00
8h00 – 10h30
7h00 – 10h30
10h30 – 14h30
14h30 – 15h30
15h30 – 17h00
Topografia
Topografia
Topografia
Carpintaria
Carpintaria
Carpintaria
Armaçªo
18PLA Manual de Estruturas
A definiçªo do sistema fôrma e cimbramento tem funçªo importante no estudo
do plano de ataque da estrutura e permeia todos os aspectos abordados acima:
ciclo, dimensionamento de equipamentos e equipe.
Sob o ponto de vista do plano de ataque, podemos dividir o sistema fôrma e
cimbramento em dois grandes grupos, conforme a execuçªo dos pilares:
1. Utilizaçªo de pilares “solteiros”:
É uma soluçªo que, praticamente, exige grua. O ciclo Ø articulado de forma que os
pilares sejam concretados e desformados antes da realizaçªo de qualquer outro serviço.
Torna a obra dependente da eficiŒncia do planejamento e de equipamentos, alØm
de nªo permitir a sobreposiçªo de tarefas. PorØm, pode possibilitar o uso de ‰
jogo de fôrmas de pilares (ou atØ mesmo de 1/4), caso haja uma geometria adequada
no projeto, diminuindo os custos de fôrmas.
2. Utilizaçªo de sistema integrado:
Sistema em que a montagem das fôrmas de pilares, vigas e lajes sªo feitas em
conjunto. É uma soluçªo que torna a obra muito dependente da qualidade e
velocidade dos operÆrios, alØm de exigir demais do sistema fôrma e cimbramento,
devido aos constantes ajustes.
Planejamento logístico
É o estudo da movimentaçªo horizontal e vertical de materiais, do dimensionamento
de estoques, da administraçªo do fluxo de insumos dentro de um canteiro, bem
como do arranjo físico e sua evoluçªo com a obra.
O estudo logístico de uma obra produz o planejamento do transporte e
armazenagem dos materiais e insumos e sua relaçªo com o mØtodo executivo do
trabalho, resultando na diminuiçªo dos desperdícios de materiais, gastos com
equipamentos, reduçªo de equipes de serventias alocadas no transporte e organizaçªo
do canteiro.
Os produtos do planejamento logístico sªo:
Dicas
estruturas com lajes planas
tendem a favorecer um plano de
ataque com sistemas pilares
solteiros, a utilizaçªo de grua e,
eventualmente, o uso de mesas
voadoras.
 estruturas vigadas aliada ao uso
de guincho, “pedem” um plano
de ataque com sistema integrado
de fôrmas e cimbramento.
• dimensionamento de equipamentos
e equipes para movimentaçªo;
• projeto de canteiro;
• os custos envolvidos nesta operaçªo.
A metodologia de trabalho para se
planejar a logística de uma obra, segue
os seguintes passos (estaremos
focalizando apenas o subsistema
estrutura neste estudo):
1. Definiçªo dos materiais a
serem estudados:
No caso específico da estrutura de uma
obra, os materiais escolhidos sªo:
• concreto;
• aço cortado e dobrado;
• fôrma;
• cimbramento.
2. Cronograma de cargas:
Devemos analisar como os materiais se
movimentam ao longo do tempo. Os
equipamentos de transportes (horizontal
e vertical) deverªo ser dimensionados de
acordo com as suas capacidades de carga.
O resultado desta etapa pode ser
visualizado em um histograma de cargas.
Planejamento
19PLAManual de Estruturas
3. Escolha do mØtodo de
movimentaçªo:
Define-se qual Ø o melhor meio de
transporte horizontal/vertical para os
insumos elencados na primeira etapa.
Esta anÆlise Ø feita considerando todos
os materiais separadamente e seus
respectivos volumes a serem
transportados durante o período crítico.
Deveremos agora desenvolver um “prØ
arranjo físico” do canteiro,
determinando os custos e os possíveis
locais em que ficariam os equipamentos
de movimentaçªo e estoques, e
mensurar as distâncias que os materiais
percorrerªo da Ærea de armazenagem atØ
a frente de serviço.
4. Avaliaçªo das interferŒncias:
Muita vezes, o dimensionamento
subestima o dia a dia da obra e as
flutuaçıes de demanda por determinado
equipamento.
Enquanto na mØdia, determinado
equipamento mostra-se compatível com
o nível de serviços demandados, pode
ocorrer que nos picos ele nªo atenda.
Na verdade, resolver os picos de
demanda do sistema de movimentaçªo,
acaba por definir o tipo e quantidade
de equipamentos que iremos utilizar,
como Ø o caso da grua, por exemplo.
5. Projeto do canteiro:
O projeto do canteiro deverÆ conter:
• locaçªo do equipamento de
transporte vertical ( ex: guincho);
• locaçªo dos equipamentos auxiliares
de transporte (ex: bomba de concreto);
• vias de acesso ao canteiro (ex: portªo
de entrada de materiais e pessoas);
• vias de circulaçªo interna de materiais
e pessoas;
• Æreas de estoques intermediÆrios - painØis
de fôrma, aço prØ-montado, por exemplo;
• Æreas de estoque de matØria-prima -
madeira, compensado, vergalhıes, por
exemplo;
• Æreas de trabalho - prØ-montagem de
aço, fabricaçªo de fôrmas, por exemplo.
Planejamento
20PLA Manual de Estruturas
Controle
Os controles sªo sistemas, normalmente inoperantes em muitas empresas. Mesmo com
o apoio de softwares, nªo realizam completamente suas funçıes bÆsicas, que sªo:
• Monitorar compromissos de prazos, custos e qualidade;
• Fornecer subsídios para a melhoria contínua da performance da operaçªo.
Muita gente nªo percebe, tambØm, o carÆter de “planificaçªo” doscontroles, ou
seja, alØm de monitorar o desempenho, ter capacidade de fazer projeçıes (inferŒncias)
futuras e propor alternativas durante o processo.
Os controles devem ser estruturados antes do início da atividade e devem começar
a “funcionar” concomitantemente a ela.
O “fluxo” de controle deve obedecer mais ou menos essa lógica:
Padrıes
O orçamento e o planejamento contŒm, geralmente, os padrıes a serem definidos,
como perdas, produtividade, consumo de materiais, etc.
É importante que sejam definidos levando em consideraçªo a natureza da obra, as
características de projeto, a cultura da empresa, entre outros.
Fatores que variam
Os principais itens de uma obra - especialmente na fase de estrutura – que
respondem pela maioria das variaçıes sªo:
Mªo de obra
Equipamentos
MØtodo de trabalho
MatØria prima
Em funçªo do nível de qualificaçªo,
treinamento, humor e fadiga;
Devido à falta de manutençªo (paradas
por quebras), mal dimensionamento
e mÆ operaçªo;
Pela falta de padronizaçªo nos mØtodos
e aumento da variabilidade nas formas
de produçªo;
Por causa da qualidade dos insumos.
Controle
21PLAManual de Estruturas
O que controlar
Nªo existe um padrªo universal de controle. A sua importância Ø diretamente
proporcional ao foco da empresa, do cliente ou do contrato.
Genericamente, uma boa sistemÆtica de controle deve prever:
• Controle de prazos;
• Controle de custos (controle financeiro e econômico);
• Controle da produtividade;
Indicadores
Os indicadores serªo as referŒncias, os balizadores a serem comparados com a
situaçªo real de desempenho da atividade.
De maneira geral, esses indicadores apresentam-se de trŒs formas:
• ˝ndices históricos da própria empresa, com os quais serªo comparados os
indicadores de uma obra específica;
• Indicadores-meta, que seriam os resultados a serem perseguidos;
• Indicadores de mercado, que refletem genericamente o que outras empresas tŒm realizado
com relaçªo aos seus desempenhos individuais.
Seja qual for, o estabelecimento de referŒncias implica no conhecimento profundo
do resultado esperado para determinada atividade.
Acervo TØcnico
A cada obra, erros sªo cometidos, inovaçıes produzidas, experiŒncias e
conhecimentos gerados. O problema Ø que tudo se perde ou fica incorporado apenas
aos profissionais que os vivenciaram.
Os acervos registram uma história, que deve ser recuperada quando necessÆrio e
deve estar organizada de tal forma que possa ser inteligentemente disponibilizada.
Deve existir, assim, uma metodologia de se organizar essa memória.
Nesse conteœdo deve estar presente, por exemplo:
• Procedimentos de execuçªo dos serviços;
• ˝ndices;
• Registros de mØtodos de execuçªo dos trabalhos;
• Registros dos erros cometidos;
Dica
Cuidado com a generalizaçªo. As
obras tŒm tipologias distintas.
Controle
• Modelos de decisªo;
• Desempenho de fornecedores;
• Registros de inovaçªo.
Controle de prazos
O controle normalmente Ø visualizado sobre o planejamento executivos, na forma de “previsto” (o planejamento)
e “realizado”, como mostra o exemplo.
As diferenças entre o previsto e o realizado devem ser analisadas.
Se houver necessidade, esse instrumento pode servir de base para um replanejamento. Caso contrÆrio, registram-se os desvios
e aguarda-se nova mediçªo. Tudo dependerÆ dos motivos, do grau de risco assumido e da relaçªo com o fluxo de caixa.
1” Pavto.
2” Pavto.
3” Pavto.
4” Pavto.
5” Pavto.
Pavimento Tipo Acomp. Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5
previsto
• Controle de qualidade
• Outros controles de interesse exclusivo.
realizado
previsto
realizado
previsto
realizado
previsto
realizado
previsto
realizado
22PLA Manual de Estruturas
Controle de custos
Similar ao controle de prazos, o controle de custos acompanha os gastos como
um fluxo de caixa. Compara os recursos previstos e disponibilizados com o
realmente incorrido.
É de suma importância, uma vez que os recursos que “sobram” deixam de ser
remunerados em aplicaçıes financeiras ou destinados a outros fins, enquanto a
falta de recursos pode tornar a empresa inadimplente.
A tabela seguinte mostra simplificadamente um exemplo.Controle
Esses dados podem gerar um grÆfico para facilitar o acompanhamento visual.
fev mar abr mai jun jul
Concreto usinado fck 30,0 MPa (laje/escada) 73.730,60
Descriçªo dos serviços
Superestrutura
Custo total
M-O + Material
11.990,33
11.000,00
23.685,12
25.000,00
955.21
Prev.
Real
Fôrma de madeira (pilar/viga) 34.258,09
Fôrma chapa compens. Plastif. (laje/escada) 94.741,48
Escora de madeira para lajes 3.820,82
Armadura CA -50 (pilar/viga) 59.540,00
Armadura CA-50 (laje/escada) 63.177,71
Armadura CA-50 (alvenaria/verga) 19.324,00
Graute em alvenaria estrutural (ensacado) 29.294,00
Concreto usinado fck 30,0 MPa (pilar/viga) 31.944,04
Prev.
Real
Prev.
Real
Prev.
Real
Prev.
Real
Prev.
Real
Prev.
Real
Prev.
Real
Prev.
Real
11.990,33
1.500,00
23.685,12
22.000,00
955,21
1.000,00
5.954,00
4.879,00
2.527,11
1.895,00
3.194,40
3.100,00
2.909,22
2.154,00
10.277,43
14.700,00
23.685,12
22.456,00
955,21
1.000,00
10.717,20
7.489,00
4.548,80
4.269,00
254,00
5.749,93
4.985,00
5.236,60
4.999,00
23.685,12
18.521,00
955,21
1.000,00
7.144,80
7.523,00
7.960,39
6.985,00
2.898,60
2.900,00
4.394,10
5.500,00
3.833,28
4.100,00
9.164,06
10.600,00
8.458,00
5.360,99
6.974,00
3.091,84
2.955,00
4.687,04
2.569,00
1.458,00
6.109,37
5.236,00
16.075,80
8.745,00
12.509,19
11.589,00
3.285,08
4.589,00
4.979,98
3.965,00
8.624,89
6.325,00
14.400,66
9.654,00
23PLAManual de Estruturas
Controle de produtividade
Na construçªo – e em especial na fase de estruturas - a produtividade estÆ atrelada
especialmente à mªo-de-obra direta.
E como temos funçıes muito bem definidas no canteiro – carpinteiros, pedreiros
e armadores – devemos dar tratamentos específicos a cada especialidade.
Os índices mais comuns a serem levantados para cada funçªo sªo:
Note que os valores de referŒncia jÆ foram definidos nas fases de planejamento e
orçamento (os quantitativos vŒm dos projetos e o nœmero total de homens-hora Ø
definido pelo dimensionamento das equipes).
Um refinamento se faz necessÆrio. Nesse tipo de controle, devemos tomar cuidado
com a diferenciaçªo entre:
GlossÆrio
“hh” significa homem-hora, ou
seja, refere-se ao trabalho de um
homem durante uma hora.
Notas
É engano pensar que o controle
da mªo-de-obra terceirizada Ø
desnecessÆrio. Muitas empresas
obtŒm reduçıes nos preços de
empreitada, quando negociam
junto aos fornecedores a
capacitaçªo e o aumento da mªo
de obra do mesmo.
Em nenhum dos casos
considera-se a incidŒncia de
encargos sociais.
Homem-hora trabalhado
Que envolve estritamente as horas gastas
com a produçªo (horas normais e horas
extras sem os acrØscimos de custo);
Homem-hora custeado
Que envolve as horas gastas na
produçªo (horas normais mais horas
extras), somadas aos acrØscimos de custo
das horas extras (50% ou 100%),
somadas ainda às horas-prŒmio (horas
pagas sem trabalho).
Essa distinçªo Ø muito importante, porque baliza decisıes junto à mªo-de-obra.
Veja o exemplo abaixo:
Percebe-se que o carpinteiro A teve uma produtividade muito melhor no índice
trabalhado, apresentando um índice custeado praticamente igual ao do seu colega.
A anÆlise dos índices Ø de suma importância para as tomadas de decisªo. É que a
maior ou menor produtividade podem estar atrelados a fatores como paradas,
esperas, movimentaçªo, enfim, muitas outras variÆveis que nªo apenas a “eficiŒncia”
do operÆrio.
Carpinteiro A Carpinteiro B
Quantidade de fôrmas a montar
Funçªo ˝ndice
hh/m2 de fôrma fabricada
hh/m2 de fôrma montadaCarpinteiro
hh/Kg de aço cortado e dobrado
hh/Kg de aço montado
hh/Kg de tela metÆlica montada
Armador
hh/m3 de concreto lançadoPedreiro
Horas Normais gastas
80 m2 80 m2
76 horas 144 horas
Horas Extras a 50% gastas 20 horas _
Premiaçªo 50 horas 10 horas
˝ndice Trabalhado 1,20 hh/m2 1,80 hh/m2
˝ndice Custeado 1,95 hh/m2 1,93 hh/m2
Controle
24PLA Manual de Estruturas
Controle de perdas
Esse controle, apesar de muito œtil para acompanhamento de custos e desperdício,
Ø ao mesmo tempo bem difícil de ser operacionalizado, pois toda a anÆlise dos
resultados Ø delicada e minuciosa.
Tomemos como exemplo o concreto:
• Volume de concreto de projeto para determinada laje = 50 m3
• Volume real lançado = 53 m3
• Diferença = 3 m3 = 6%
Onde foram parar esses 3 m3 gastos a mais?
Podemos, nesse caso, ter mais de uma resposta:
a) Os caminhıes de concreto vieram
com menos concreto do que o
volume nominal dos caminhıes;
b) Caiu muito concreto durante o
lançamento;
c) A laje foi executada com
espessura maior do que
determinava o projeto (as mestras
“subiram” durante o lançamento);
d) O engenheiro programou o
volume junto à concreteira com
uma “folguinha”;
e) Todas as anteriores.
Esse exemplo serve para ilustrar que o “rastreamento” dos motivos para a incidŒncia de
perdas Ø importante antes de qualquer indicaçªo de atitudes.
A tabela e os grÆficos abaixo exemplificam um acompanhamento de perdas no concreto.
O mesmo raciocínio vale tambØm para as fôrmas e todo o aço.
Controle de qualidade
A qualidade, palavra tªo em voga ultimamente, tambØm deve ser controlada nessa
fase, especialmente porque a estrutura forma o “carÆter” da edificaçªo, ou seja, se
nªo for bem formada no começo, a possibilidade de realizar melhorias posteriores
Ø muito pequena.
A qualidade de todas as etapas seguintes depende da boa qualidade da estrutura de
concreto.
O segredo para efetuar o controle da qualidade Ø primeiramente definir o que se
pretende com o controle e o que Ø importante acompanhar. Isso varia de acordo
com a cultura da empresa e das características de cada obra.
As empresas que participam de algum programa de qualidade, ou que jÆ possuem
uma certificaçªo, jÆ estªo sensibilizadas no que diz respeito à qualidade e no seu
Controle

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